Sessão 1

Capítulo 25 — Takayanagi Vs. Kondo

 

E agora vem o último interrogatório.

Kondo — o aluno do terceiro ano que é o mentor por trás de tudo isso, supostamente a origem de todo o problema.

“Osu!

Ele diz com um sorriso inocente. Essa atitude, mesmo depois de ter sido convocado para a sala de aconselhamento... Que falta de respeito.

“Com licença. Você sabe por que foi chamado aqui?”

“Sim! O senhor quer perguntar sobre aquele Aono que machucou a Miyuki, né? Isso mesmo!”

Deve ser um verdadeiro talento conseguir vir até aqui e ainda falar como se a culpa fosse de Aono. Um talento que não deveria florescer.

“Sim. Amada parece estar abalada e não consegue explicar bem o que aconteceu naquele dia. Então quero conversar com você, Kondo, que deve ser a pessoa mais próxima dela.”

“Exatamente. Como o senhor pode imaginar, é o que uma garota normal faria se o namorado ficasse violento com ela. Naquele dia, Miyuki me pediu um conselho. ‘Quero terminar com meu namorado, mas não consigo fazer ele aceitar’, ela disse. Ela também comentou que ele estava meio obcecado e que estava com medo.”

“Hmm.”

O tom dele era tão confiante que eu teria acreditado se não tivesse verificado tudo antes.

“Estávamos andando juntos quando ele nos encontrou, e acho que pensou que ela estava o traindo. Ele gritou com ela e puxou o braço da Miyuki com força. Ela estava com dor e se recusava desesperadamente a ir com ele. Então eu me coloquei entre os dois e os separei. Eu sabia que seria perigoso se não fizesse nada — não sabia o que ele poderia fazer.”

Ele mentia como se estivesse respirando.

“Aono disse que foi espancado por você.”

“Ah, isso é só delírio de perseguidor. Ele estava segurando o braço fino da garota com força demais, então eu só tentei evitar que ela se machucasse. Na verdade, foi ele quem foi violento desde o começo.”

“Hmm.”

O mais importante agora é encontrá-lo e ouvir o outro lado da história. Ainda preciso aguentar.

Está convencido?”

“Bem, vou te perguntar mais uma coisa. Por que você postou aquilo nas redes sociais?”

“Oh, o senhor deve estar pensando o mesmo que eu, Sensei. Mas aquela não é minha conta. Eu só pedi ajuda aos membros do clube pra proteger a Miyuki de um perseguidor. Naquele momento, eu mandei a foto dela machucada pra todos — o que foi um erro. Aí alguém provavelmente espalhou por aí num ato de indignação.”

Você inventa histórias assim? Provavelmente é melhor mentindo do que jogando futebol, Kondo.

“Então você não sabe quem fez isso?”

“Eu realmente não sei. Sensei, eu tenho um favor a pedir. É uma época importante pro time de futebol, temos um jogo decisivo chegando. Tenho certeza de que quem vazou a informação não teve más intenções. Provavelmente... fez isso pelo bem da Miyuki. Então, mesmo que o senhor descubra quem foi, poderia deixar isso quieto, por favor?”

Ele só se preocupa em se fazer parecer o bonzinho. Como posso dizer... ele tem o perfil perfeito de um político.

“Não sei como isso vai terminar, mas farei o possível.”

Para não cair no jogo dele, dou um passo para trás deliberadamente e me concentro em obter mais informações.

“Obrigado. No fim das contas, Takayanagi-sensei entende as coisas. Eu estava preocupado com o que aconteceria se o senhor defendesse aquele perseguidor. Isso seria uma vergonha pra escola.”

A maior vergonha desta escola é permitir que um cara como você esteja aqui.

Estava prestes a explodir de raiva, mas consegui me controlar a tempo.

Se eu mostrasse hostilidade abertamente, o outro lado faria de tudo para atrapalhar a investigação. Preciso apenas pressionar o suficiente para que esse homem perverso perceba que está à beira do inferno.

“Mais uma coisa. Se Aono realmente machucou Amada, a escola pode ter que puni-lo. E talvez precisemos pedir ajuda à polícia. Então deixe-me perguntar: você viu o que aconteceu, não foi?”

Faço uma pergunta que qualquer pessoa com um mínimo de boa vontade pensaria com cuidado antes de responder. Mas a resposta que vem é a esperada:

“Eu vi, sim. Mas a Miyuki provavelmente não quer denunciá-lo.”

Franzi o cenho com as palavras dele.

“Por quê?”

“Porque, quanto mais sério esse caso se tornar, mais a reputação da Miyuki vai ser prejudicada, e mais vezes ela vai ter que reviver lembranças horríveis. Seria triste, não acha? É por isso que eu pedi a ajuda do Sensei.”

Uma explicação que, normalmente, faria sentido...

Mas quando mencionei a palavra “polícia”, Kondo demonstrou um leve amargor no rosto. Isso significa que há algo que ele não quer que um investigador profissional descubra. Em outras palavras, se investigarmos a fundo, vamos acabar encontrando uma verdade inconveniente pra ele.

Pra começo de conversa, eu só havia dito, de forma vaga, que Amada estava abalada demais para explicar o ataque de Aono — mas Kondo mencionou “Amada traiu” como se soubesse de tudo. Parece que escapou um detalhe. Foi como se ele mesmo estivesse dizendo que estava por trás de tudo.

“Entendo.”

Falei, carregando mil significados em uma única palavra.

“Bem, posso ir agora? Na verdade, fui convidado pra treinar com o time da universidade de Tóquio hoje. Preciso ir o quanto antes.”

“Oh, desculpe o incômodo.”

Kondo saiu da sala com passos leves. É verdade que ele é inteligente e tem boa lábia. Mas isso só em comparação aos colegas. No fim das contas, ainda é um estudante do ensino médio. Como professor, senti um instante de pena — ver um garoto seguir em frente sem perceber as consequências e, assim, perder o rumo como ser humano.

Olhei com desprezo para o assento onde aquele sujeito estivera.

“Continue andando. Pela estrada até o inferno.”

 

 Perspectiva de Kondo 

“Ha, isso foi meio sem graça. Acabou, hein? Bom, acho que é pra isso que servem os professores! Hahaha.”

Eu não conseguia parar de rir.

 

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