Volume 1

Capítulo 9: Malícia Dirigida ao Kondo

 Em algum lugar em Tóquio - Perspectiva do Kondo

"Haah..."

Quando acordei, já estava quase na hora do almoço.

Pelo visto, faltei à escola hoje. Bem, sem problemas. Eu já garanti minha recomendação para a universidade mesmo. Hoje é só um simulado geral — faltar um dia não vai mudar nada.

Está na hora de me livrar dessa garota também. Embora, como tem sido bem conveniente, talvez eu a mantenha por perto mais um pouco.

No ensino fundamental, larguei a primeira “garota conveniente” como ela. Ela acabou virando uma reclusa depois disso, mas a obsessão a fez me seguir até o ensino médio. Praticamente uma stalker. Ainda assim, enquanto eu jogar umas migalhas de atenção de vez em quando, ela continua agarrada à esperança de que eu ainda possa me importar. Virou alguém que posso chamar quando quiser, então vou deixá-la por perto... por enquanto.

Um rei precisa de muitas mulheres à sua disposição, não é?

Falando nisso, aquele tal de Aono acabou chamando a atenção da Ai Ichijou. Isso me irrita. Aquele cara não passa de um escravo, alguém que deve ser sacrificado diante do rei. Vou instigar mais os novatos e fazer ele faltar à escola logo. O Takayanagi ou alguém pode tentar dizer alguma coisa, mas sempre consigo enrolar e sair impune.

Depois que eu terminar com a Miyuki, quem será meu próximo alvo? Se a Ai Ichijou largar o Aono, ele nunca mais vai se recuperar. Isso pode ser divertido. Também seria interessante transformar a idol da escola em minha propriedade.

“Senpai, eu te amo. Sempre estarei com você.”

A Miyuki murmurou feliz no sono, ao meu lado. Ela é realmente fácil de lidar.

Quando acariciei sua cabeça, o rosto dela se iluminou ainda mais de felicidade.

Aparentemente, ela tem uma imagem pura e inocente que a torna popular entre os caras. Pode ser divertido arruinar essa imagem. Talvez eu a faça usar maquiagem gyaru, transformando-a numa garota que é só minha. Assim, posso destruir o coração de todos os caras que andaram suspirando por ela.

Mesmo que resista, ela já está tão dependente de mim. Tudo que preciso fazer é insinuar um término, e ela vai fazer qualquer coisa que eu quiser.

E quando ninguém mais quiser nada com ela, eu a descarto. Essa é a melhor parte.

Com chamas escuras ardendo no meu coração, envolvi a garota com os braços.

 

 

“Faltamos à escola, hein?”

Já passava do meio-dia quando saímos do hotel. Como era de se esperar de uma aluna exemplar, ela parecia se sentir um pouco culpada por isso.

“Está tudo bem você ter passado a noite fora de casa?”

“Está tudo bem. Eu disse pros meus pais que ia dormir na casa de uma amiga.”

Os olhos da Miyuki se moviam nervosamente, e eu não pude deixar de sentir que havia algo errado.

“Bom, tanto faz. A escola já deve estar terminando. Vamos para casa.”

Depois de ter matado aula o dia inteiro, minha frustração de ontem já tinha diminuído bastante.

Transar realmente é o melhor jeito de aliviar o estresse.

Quando saímos do lugar, de repente, um carro parou na nossa frente.

Era uma viatura da polícia.

“O quê?”

Miyuki soltou um pequeno grito.

Mas que diabos é isso? Fiquei paralisado de surpresa.

O vidro do carro se abaixou devagar, revelando um policial jovem com um sorriso frio. A boca curvada para cima, mas os olhos nada amigáveis. Ele claramente desconfiava da gente.

“Ei, desculpem incomodar vocês dois. Recebemos uma denúncia de que alguns estudantes do ensino médio ficaram num hotel onde menores de idade não são permitidos. Vocês conhecem a lei de entretenimento adulto, certo? Aquele hotel é proibido para menores de dezoito anos. Tenho certeza de que é só um mal-entendido, mas posso ver as identidades de vocês, só por precaução?”

Congelamos de medo. A Miyuki tremia visivelmente ao meu lado. Quando olhei pro rosto dela, vi que estava pálida como a morte.

“O que a gente faz? Vamos ser presos?”

Ela sussurrou desesperada, quase chorando, o que só piorou meu próprio pânico.

Uma denúncia? Quem poderia ter…? A gente nem estava de uniforme. Estávamos vestidos normalmente, como qualquer universitário. Ou seja, isso não podia ser uma denúncia aleatória de um estranho. Alguém que nos conhece deve ter—

Alguém me traiu?

O que eu faço? Se formos levados, acabou. Minha reputação vai ser destruída. Isso é algo que eu não posso permitir.

Só tem uma opção: a gente tem que fugir.

Mas a Miyuki vai ser um peso. Deixo-a para trás?

Se eu tentar fugir com ela, a polícia vai alcançar a gente com certeza. Não tem saída?

“Ei, o que foi? Por que vocês congelaram assim? Não me digam... vocês são mesmo estudantes do ensino médio?”

Os dois policiais saíram do carro e começaram a se aproximar. Não havia mais tempo.

“Corre, Miyuki!”

Saí correndo em direção à estação na maior velocidade possível. Mas a Miyuki hesitou. Ela foi rapidamente detida por um dos policiais, enquanto o outro veio atrás de mim.

Droga, como isso foi acontecer? Eu… eu—

Enquanto corria, minhas pernas cederam, e eu tropecei no chão. A dor tomou conta do meu corpo. Droga.

O policial mais jovem me alcançou rápido e me imobilizou.

“Me solta! Me larga!”

Eu me debati em vão, até me ver estirado no chão, dominado por uma sensação esmagadora de desespero.

 

Em algum lugar em Tóquio – Perspectiva do interlocutor

Observei toda a cena se desenrolar de dentro de uma lanchonete perto do hotel.

Ver o Kondo estirado no chão como uma lagarta elevou um pouco meu ânimo. Faltar à escola e esperar aqui o dia inteiro acabou valendo a pena. Foi um espetáculo e tanto.

Agora eles vão ser levados sob custódia. Mas só isso não é suficiente.

Quando alguém é detido, é improvável que a polícia entre em contato com a escola. Normalmente, eles só avisam em casos especiais, como quando não conseguem falar com o responsável. Foi o que li na internet.

Então, apenas denunciá-los para a polícia não encerrará minha vingança. Se a escola não ficar sabendo, tudo será inútil.

É aí que entram as fotos que capturam a verdade. A imagem que tirei ontem dos dois entrando no hotel é minha verdadeira carta na manga.

E agora, a cena chocante que se desenrola bem diante dos meus olhos só acrescenta a isso. Com precisão fria, tiro fotos com meu smartphone do Kondo resistindo aos policiais, se debatendo no chão de maneira vergonhosa.

“Xeque-mate. Vamos ver como o ‘rei’ do time de futebol vai se explicar dessa vez.”

Garanti a prova definitiva. Agora, como devo usá-la? A maneira mais fácil seria divulgar esses dados na internet. Se eu fizer com eles o que fizeram comigo, o impacto será enorme.

Mas isso é o último recurso. Primeiro, vou avisar anonimamente os professores e o clube de futebol. Se isso se tornar público, vai desestabilizar as atividades do time e mergulhá-los no caos.

Se tentarem abafar internamente, eu vazo tudo para as redes sociais, vereadores ou a imprensa e garanto que a bomba exploda. Se eu agir nas sombras, ninguém vai saber quem tem os dados.

Dinheiro não vai me comprar.

As táticas usuais deles — violência ou intimidação — não funcionarão se não souberem quem está por trás.

Kondo.

Vou tirar tudo o que você mais valoriza. Vou fazer você provar o mesmo desespero que senti naquela época.

 

Perspectiva do Kondo

Droga. Droga. Droga. Quem quer que tenha me traído não vai sair impune dessa.

Fomos levados para a delegacia mais próxima, onde os policiais começaram a nos repreender.

"Vocês sabem que estudantes do ensino médio não deveriam estar cabulando aula e indo a lugares assim, não é?"

"Parece que, Amada-san, sua mãe registrou um boletim de pessoa desaparecida depois que você passou a noite fora sem avisar."

"Como estudantes, vocês precisam ser mais responsáveis. Esse tipo de comportamento é inaceitável."

Quando os policiais mencionaram contatar os pais dela, Miyuki entrou em pânico visível, agarrando-se a eles e implorando:

"Por favor, qualquer coisa menos isso!"

Mas os policiais foram firmes.

"Não podemos fazer isso. Sua mãe registrou um desaparecimento — ela está preocupada com você. Como estudante do ensino médio, você deveria ao menos entender isso."

Ao ouvir isso, Miyuki desabou em lágrimas.

Mas para mim, aquilo soou como uma tábua de salvação.

Por quê? Porque o tom deles dava a entender que não iriam contatar a escola. Eu tinha entrado em pânico e fugido antes, mas agora eu via um caminho: interpretar o papel do aluno exemplar e me safar dessa.

Certo, hora da performance da minha vida.

"A Miyuki não tem culpa. A culpa é toda minha por pressioná-la a vir comigo. Ela brigou com os pais ontem à noite e achou que não podia voltar para casa. Foi por isso que eu sugeri irmos para um lugar daqueles. Eu assumo toda a responsabilidade, então, por favor, não incomodem os pais dela..."

Que tal? Não pareço um estudante altruísta e honrado protegendo a namorada?

"Ainda assim, precisamos contatar os pais dela. São as regras. Esse é o nosso trabalho, sabe?"

Peguei vocês. A resposta confirmou — eles não vão contatar a escola. Isso significa que minha recomendação para a universidade provavelmente está a salvo. Agora só falta meu pai vir e ajeitar tudo.

"Então, eu mesmo me desculparei devidamente com os pais da Miyuki. Por favor, poupem ela..."

Deliberadamente, fiz minha voz tremer. Se fingir algumas lágrimas agora, o ato vai ser perfeito.

Afinal, sou filho de um político. Sei muito bem como manipular as emoções das pessoas quando preciso.

"Entendido. Vamos explicar tudo para os pais dela, mas ainda precisamos contatá-los. Certifique-se de que isso não aconteça de novo."

Fingindo o papel do namorado dedicado que se curva pelo bem da parceira, eu tinha certeza de que havia escapado do pior.

 

 

Cerca de uma hora depois, meu pai chegou como meu responsável.

"Sinto muito pelos problemas causados pelo meu tolo filho."

Como era de se esperar de um político — ele realmente sabe parecer genuinamente arrependido. Para constar, meu pai se inclinou para perto do meu ouvido e sussurrou:

"Escute bem. Uma detenção menor como essa não leva a um contato com a escola, mas ainda pode gerar um escândalo. Eu pretendo concorrer na próxima eleição para prefeito, então diminua suas escapadas com mulheres. Fique discreto pelo próximo ano. Eu vou garantir que esse incidente seja abafado localmente e não afete sua recomendação. Você me deve essa."

[Almeranto: Tal pai, tal filho.]

Ahh, a vida é simplesmente fácil demais. Que sorte a minha ter um pai competente. Uma pequena detenção como essa? Praticamente uma medalha de honra, uma história para contar. Ser filho de um figurão é o melhor!

O que eu não esperava, no entanto, era a reação dos pais da Miyuki quando chegaram. Foi muito além de qualquer coisa que eu poderia ter imaginado.

 

Perspectiva da Miyuki

O que eu faço? O que eu faço? Minha mãe descobriu sobre a detenção. Não, não, não. O que eu devo dizer para a mamãe? Eu não traí só o Eiji — traí meus próprios pais.

Enquanto eu me sentava ali, pálida e tremendo, o momento do julgamento chegou.

"Amada-san? Sua mãe está aqui."

Uma policial me chamou gentilmente.

A porta da sala se abriu, e minha mãe espiou para dentro, com o rosto branco como um lençol.

"…"

Aquela expressão de tristeza — eu nunca serei capaz de esquecer. Isso deve ser o castigo de Deus.

"Miyuki? Por que você está aqui? Eu estive te procurando desesperadamente desde ontem à noite. Até tirei folga do trabalho. Então, por que você não estava com o Eiji-kun? Quem é o rapaz com quem você foi detida? Qual é o seu relacionamento com ele...?"

A voz dela era fria, sem emoção, enquanto me bombardeava com perguntas.

"Eu... eu..."

Forcei as palavras a saírem, à beira das lágrimas.

"Eu fui para a casa do Aono-san ontem à noite."

As palavras dela, carregadas de desespero, pareceram atravessar meu peito.

O suor escorria pelas minhas costas. Minha mãe tinha falado com a mãe do Eiji. Eu sabia que esse dia chegaria. Sempre tive medo disso, evitando o quanto pude. Estava fugindo.

"Desculpa."

Consegui soltar um pedido de desculpas, minha voz tremendo de medo e vergonha.

"Por que está pedindo desculpas? Você realmente acha que fez algo errado?"

Quanto ela sabe? Ainda posso esconder alguma coisa? Ou ela já sabe de tudo? O medo me consumia.

Que eu traí.

Que eu fiz o Eiji levar a culpa por algo que ele não fez.

Que, por minha causa, ele ficou isolado na escola.

É tudo culpa minha. Eu fiz isso.

"A mãe do Eiji-kun me disse para nunca mais deixar você se aproximar dele. Ela disse para eu te perguntar os detalhes. Me conta, por que você estava num motel com um homem que eu nem conheço, em vez de estar com o seu namorado, o Eiji-kun? Foi ele quem te chamou antes de você sair de casa, não foi?"

Agora entendi — ela não sabe de tudo ainda. A mãe do Eiji tinha me dado o castigo mais cruel possível. Deixou para mim a decisão de confessar tudo para a minha própria mãe ou continuar escondendo.

"Por favor, acalme-se, senhora. O culpado aqui é meu tolo filho."

O pai do Kondo-senpai tentou intermediar.

"Cale-se! Eu estou falando com a minha filha!"

Normalmente gentil e calma, minha mãe o silenciou com um grito firme.

"Desculpa."

Os dois homens ficaram em silêncio enquanto minha mãe se virava novamente para mim, o rosto uma mistura de raiva e desespero. Até os policiais nos olhavam com preocupação.

"Me conta, Miyuki. Me conta com suas próprias palavras. Eu não te criei sozinha todos esses anos para você fazer uma coisa dessas."

A voz dela, angustiada, ecoou pela sala de espera.

"Eu terminei com o Eiji. O Kondo-senpai é meu namorado agora."

Uma parte covarde de mim surgiu, escondendo só as piores partes da verdade enquanto revelava o suficiente para me proteger. Mas não importava o quanto eu tentasse disfarçar, eu não conseguia enganar minha mãe.

Tapa!

De repente, minha bochecha esquerda ardia, e meu rosto virou de lado. Demorei um momento para entender o que tinha acontecido. Eu tinha levado um tapa.

Minha mãe, que sempre foi tão gentil, que nunca me bateu, não importava o quanto se irritasse, me deu um tapa.

A doçura habitual dela deu lugar a uma raiva que eu nunca tinha visto antes. Naquele instante, eu percebi uma coisa.

Eu estava completamente, totalmente deserdada.

Nunca mais voltaríamos a ser uma mãe e filha próximas. Eu sabia disso agora.

A tristeza me consumia enquanto eu me culpava e me arrependia de tudo.

"Desculpa."

"Por que você o traiu!? O Eiji-kun te valorizava mais do que tudo! Por quê, por quê, por quê você traiu a pessoa que mais se importava com você!? Quem você precisa pedir desculpas não sou eu!"

Talvez pela intensidade do desabafo, mas minha mãe de repente levou a mão ao peito e desabou.

"Mãe, você está bem?"

Corri para ampará-la, mas ela me empurrou, recusando minha ajuda.

"Eu nem sei mais quem você é. Por favor, vamos até o Aono-san e pedir desculpas juntas."

E com isso, ela desmaiou. Um policial que estava por perto correu para o lado dela, e a sala mergulhou no caos.

 

Perspectiva do Kondo

Tsc. Isso está se tornando um incômodo. Se a mãe daquela garota for até o Aono junto com a Miyuki, tudo pode vir à tona.

Mas, como esperado, meu brilhante pai já estava um passo à frente.

"Parece que ela só desmaiou por causa de uma anemia. Não se preocupe. Quando ela se acalmar, vamos dar um jeito nisso. No pior dos casos, podemos pagar um dinheiro para que ela fique quieta. A maioria dos adultos se deixa levar por dinheiro mesmo."

É um alívio ter um pai tão pragmático. Diferente da mãe histérica da Miyuki, ele mantém a calma — torna tudo muito mais fácil.

Agora, assim que a situação com a Miyuki for resolvida, tudo o que preciso fazer é tomar cuidado extra para que nada vaze para a escola e manter a cabeça baixa até a formatura. Com todos os boatos ruins já se espalhando, o Aono vai acabar desmoronando sozinho.

Quanto à Miyuki, só preciso deixá-la ainda mais dependente de mim. Afinal, até sua maior aliada — sua mãe — acabou de virar as costas para ela. Perder tanto o amigo de infância Aono quanto a mãe em sequência vai deixá-la sem ninguém além de mim.

E com isso, ela é minha escrava. Junto com aqueles calouros ingênuos do time de futebol e a primeira "garota conveniente", todos ficarão presos sob meu controle para serem usados como eu quiser.

Cara, mal posso esperar para ver quantos escravos vou colecionar nos meus dias de escola. Minha vida vai ser perfeita.

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