Volume 2

Capítulo 37: Sonho de treinamento: Nádia I

                       

— Prontos? — Nádia pergunta após uma baforada de seu cachimbo.

Um campo lúdico é montado pelos tragedianos para que treinássemos adequadamente. Uma área de aproximadamente um quarteirão. Com a abertura do campo lúdico, teve alguns pesadelos que quiseram atrapalhar, mas foram rapidamente neutralizados.

Agora estamos cercando Nádia e ela permanece parada no centro da cópia da avenida. Ela está confiante, mesmo sendo cinco contra um — eu não conto, apesar de ter descoberto recentemente que posso socar a fuça de personas.

— E então? Quem vai primeiro? — Zeppelin pergunta.

— Podemos revezar — sugere o Rei de Latão olhando para os demais personas. — Quem sabe...

— Não — Nádia o interrompe. — Podem vir todos de uma vez.

— Ei, ei, ei! Não acha que está sendo um pouco arrogante, delegada? — diz Jamal, as manoplas gigantes soltando lufadas poderosas de vapor.

— Eu disse ontem... vocês não sabem usar fictomancia, então não vão me vencer.

— O quê?! Como...?

— Deixem de papo e venham logo! Ou possbo tomar a iniciativa se preferirem. — Nádia diz, fazendo sumir seu cachimbo com um estalar de dedos.

A terra abaixo de nós começa a tremer como um terremoto, abalando todo o quarteirão. Casas, arvores, postes, carros estacionados... tudo está vibrando.

— Merda! O que é isso?!

— Calebe! Fica para trás! — recomenda Sashi, sacando a katana.

Yatsufusa faz o mesmo e sua máscara muda de forma, tomando a forma de raposa branca com detalhes vermelhos.

A Sashi está planejando atacar de forma rápida com o Yatsufusa? Nem mesmo a Nádia consiga acompanhar a velocidade desses dois!

—『Retalhadora de Sonhos, Estilo do Solstício: Pétalas do Deus do Verão!

—『Kitsune no kata: Hakkei meguru ko!

Os dois atacam ao mesmo tempo, mas dão de cara com uma parede que surge do nada. Não... não uma parede. Um domo de pedra criado por Nádia, feito do asfalto da rua que a envolve e a protege como um casulo.

A espada dos dois retiniram ao colidirem com a pedra sólida. Consigo sentir o duro baque do impacto em meus próprios braços quando Sashi absorve o golpe.

— Quê?! — Yatsufusa exclama.

— Tsk! — Sashi estala a língua.

— Nem mesmo um plano para me atacar? Esperava mais de vocês, meninos.

O domo de pedra então cria mãos que empurram Yatsufusa e Sashi para longe. Yatsufusa rola algumas vezes e consegue se equilibrar ao fincar sua nodachi no solo e criando uma grande fissura no chão. A cara dele é de surpresa, de alguém que ainda não processou o que acaba de acontecer. Era até cômica.

Eu teria rido se eu não tivesse sido acertado por Sashi, que voa na minha direção e bate em mim. Nós dois saímos rolando no piso e eu bato contra dois latões cinzentos de lixo no meio da rua.

— E então? Mais alguém? — Nádia pergunta, sua voz exalando confiança. — Porque senão...

Só que de repente, para a nossa surpresa, o domo dela simplesmente desaparece. Some. Puff! Evapora no ar. As pedras ao redor se desmancham em areia. A Executiva fica desprotegida.

Que merda foi essa?! É a única coisa que consigo pensar quando encontro o rosto confuso de Nádia, de olhos esbugalhados, mirando um pouco acima da cabeça.

E acima dela há um objeto; uma arma. Uma foice.

— ...?!

— Agora.

—『Junk Punk Smash! 』— grita Jamal de algum lugar.

E ele surge com suas manoplas carregadas de estática, soltando relâmpagos que causavam pequenas explosões de fagulhas no ar e, com os punhos gigantescos de metal unidos, ele esmaga o solo no local onde Nádia está.

O golpe levanta a terra, causando um tremor. Uma cratera se abre e pedras e poeira são levantadas com uma rajada de vento que varre as coisas próximas. Que golpe poderoso!

Logo é possível ver Nádia surgindo da coluna de poeira e saltando entre plataformas feitas das pedras lançadas no ar pelo golpe de Jamal e sem danos relevantes além de alguns arranhões e sujeiras em sua roupa.

— Uooou! Quase, hein? Nada mal, garoto! — diz Nádia, formando uma plataforma maior e usando-a para se mover no ar.

— Meu boneco de lata, bateu com a cabeça no chão...

Rei de Latão?! Olho para ele cantando enquanto foca Nádia com seus olhos mecânicos.

Na mesma hora, o rosto da Executiva sofre um solavanco repentino, como aconteceu com Sashi quando o enfrentamos. Como se tivesse levado o soco de um punho invisível. O impacto a derruba da plataforma e ela começa a cair.

— Droga! Ela vai se machucar sério! Sashi!

Ela me encara já sabendo o que eu quero que ela faça e só faz um aceno de confirmação, correndo na direção da Nádia. Naquela velocidade, Sashi conseguiria amortecer sua queda e ela não se machucaria gravemente.

Mas no meio da queda, o corpo do persona dela simplesmente freia no ar, parada no meio do céu, pelo menos a uns quatro ou cinco metros do chão ainda. Sashi franze o cenho enquanto esbugalha os olhos, sem entender o que tinha acontecido. Assim como o resto de nós.

— Brincadeirinha! ♫

— Hã?!

— Meu golpe não surtiu efeito? Como fez isso?! — berra Roberto.

— Como fiz isso? Uma pergunta interessante — Nádia lentamente se vira no ar, ficando de pé enquanto coloca uma mão no rosto. — Mas vai conseguir entender minha explicação com esse amassado na cabeça?

Eu viro o rosto bem rápido e encontro a cabeça de lata do Roberto afundada no lugar onde deveria ficar a testa. Ele cai de joelhos, ofegante. E eu nem sabia que homens de metal podiam ofegar!

— Que... que você fez?

— Nada. — Nádia dá de ombros, lentamente descendo até seus pés tocarem o chão. — Você simplesmente se atacou.

Todos franzem o cenho, com rostos pasmos.

— Impossível. Meu ataque... eu tenho certeza que acertei você.

— Ah sim, você me acertou. Ou melhor, acertou minha Gnosis.

— ...!

Gnosis? Como assim? — Zeppelin pergunta.

Nádia ergue as mãos e os mais próximos dela, Zeppelin e Jamal, ficam em guarda.

— Por que em vez de explicar, eu não faço uma demonstração prática?

— O que você vai...?

—『Campo Lúdico: Ativar! 』— Nádia exclama.

De repente, tanto Zeppelin quanto Jamal começam a tossir e sufocar. Eles caem, segurando os pescoços, os olhos se projetando enquanto rolavam e se debatiam no chão, como se lhes faltassem ar.

O que ela tá fazendo?!

— Sashi!

—『Retalhadora de Sonhos, Estilo do Equinócio: Impulso da Lança Outonal! 』 — Sashi avança com as chamas da sua katana formando um fio incandescente em direção à Nádia.

Ela somente olha para a Sashi e suas chamas se apagam de repente.

— Não pode ser!

— ...!!

Uma mão espalmada enorme, feita da terra, dá um tapa nela no meio do percurso e ela sai voando, capotando pela rua. Eu cai no chão, sentindo meio peito e cara arderem com o golpe que a Sashi levou.

— Urgh! Merdaaa!!

—『Terraformação da Donzela Enigmática!

E os dois continuam sufocando e seus personas começam a desaparecer. Merda, se não fizéssemos nada, ela...

— Tá bom, já chega. — Ela abaixa as mãos e os dois começam a pigarrear e tossir. Jamal engasgava com tosses espasmódicas.

— Como ela fez isso? — Yatsufusa aponta a sua nodachi para ela. — Que poder é esse, sua bruxa?

— Isso, meus queridos — Ela faz aparecer seu cachimbo de novo, fumando. — Se chama fictomancia. A capacidade de usar sua mente e seu coração juntos como uma arma poderosa!

— Mas... não estamos usando agora? O que você fez de diferente? — O Rei de Latão questiona.

— Não. Ser capaz de encarnar seus personas e lutar com eles não é o que chamamos de fictomancia. — Nádia atrai pedaços de terra e as junta, moldando uma pistola que flutua na frente dela. — Em outras palavras, imaginem que seus personas são como uma arma de fogo. Vocês terem acesso a arma não garante que irão saber atirar adequadamente. É como se estivessem pegando uma pistola e usando-a para bater com o cano, com a empunhadura, mas sem dispará-la de fato.

Zeppelin e Jamal se levantam, já recuperando algo de fôlego. Sashi também se levanta, ainda meio aturdida com o impacto.

— Vejam, a Gnosis que citei é o que os fictors usam para executar as habilidades fictomânticas. Em outras palavras, é a pólvora que, usada corretamente, se transforma em uma bala dispara por sua arma. — Enquanto ela explica, a arma de pedra que ela moldou disparar uma bala de terra que se desmancha no ar.

— Então é uma energia, tipo ki, aura ou reiatsu? — pergunto ao levantar a mão.

Nádia ri, soltando círculos de fumaça.

— Hahaha! Mais ou menos. A Gnosis ela é dividida em dois polos: o polo ativo e o polo passivo — explica Nádia, levantando dois dedos. Quando me toco, a luta se torna uma aula e todos se reúnem para prestar atenção na Executiva. — O polo passivo é também chamado de Autoconhecimento ou Knowself, que serve para identificar quais são as características mais marcantes, os gostos, as inclinações, os padrões de comportamento e os sentimentos vivenciados pelo fictor que refletem diretamente nas características físicas e atributos do persona. Também influenciam diretamente na qualidade da energia.

— Conhecer a si mesmo, então? — Zeppelin inquire.

— Basicamente sim.

— E no que isso é importante para usar a tal fictomancia? — O Rei de Latão pergunta ao levantar a mão.

— Ora, em tudo! — A resposta soa meio áspera. A pistola de asfalto começa a transformar em alguns lugares, a terra se moldando, aumentando e diminuindo como se estivesse viva. — Como eu disse antes, personas são como pistolas. Mas existem inúmeros tipos de pistolas, não concorda comigo?

O Rei de Latão fez que sim com a cabeça amassada.

— .22, .380 ACP, 9mm, .40, .50... — Conforme ela ia citando, a pistola transformava-se em vários tipos de armas. — E todas elas usam tipos de munições diferentes, carregadores diferentes e são manuseadas de formas diferentes. Mas para que se use a munição adequada, ou saiba o coice que ela dá ou como ela atira, é necessário que se conheça o tipo de arma utilizada e suas características. E é por isso que o polo passivo é tão importante na equação da Gnosis.

A pistola de pedra se desmanchou e então uma singela aura transparente surge ao redor do corpo de Nádia, enquanto ela prossegue com a aula.

— Então, se um fictor quiser dar o primeiro passo para conhecer e usar plenamente seu poder, ele tem que conhecer a si mesmo. O que faz seu persona ser do jeito que é. Seus pontos fortes, fracos, o que o faz ter suas características, suas capacidades... já devem ter ouvido a famosa frase de Francis Bacon, “conhecimento é poder”, não é? No mundo da Fictomancia, isso é levado a outro nível. Sem conhecer a si mesmo, seus limites, motivações, fraquezas, medos... tudo que os caracterizam como pessoas, não poderão ir mais longe do que já chegaram agora.

Ai... meleca. Conhecer a si mesmo? Tá falando isso justamente para um cara que sofre de amnésia, porra?!

— E o polo ativo, Executiva? — pergunta Zeppelin, cruzando os braços.

Nádia sorri.

— Ansiosa, não é? Já descobri um aspecto sobre você. E isso que farão nos próximos dias enquanto estiverem aqui — ronrona ela com certa satisfação. — Mas respondendo à sua pergunta, o polo ativo é também chamado de imaginação. Todo sonhador é uma pessoa criativa e sua imaginação desconhece limites, não é?

— É... acho que tem razão... né? — Olho para os demais.

Sashi olha para mim e então para ela com uma cara de paisagem.

— Nem sempre — discorda o Rei de Latão, cruzando os braços.

— Na verdade, não. — Zeppelin o acompanha, com uma expressão azeda.

— Xii... reveja isso, minha deputada. — Jamal faz uma careta.

— Imaginação é importante, mas não é um fator decisivo em um combate de vida ou morte — comenta Yatsufusa, seriamente.

Nádia nos encara com uma expressão cansada e desanimada, seus ombros a pesar.

— Acho que vai ser mais difícil do que imaginei.

Os dias se passam rápido e as sessões de treinamento se resumem à surra mais explicações sobre a Gnosis.

A Gnosis ativa é a imaginação. É o que vai definir a forma como usar o poder definido pelo polo passivo. A essência de vocês se moldará em técnicas e o responsável pelo molde é a imaginação. É o polo ativo.

Observo a uma sessão de treinamento onde Jamal lutava contra Nádia, enquanto ela esquivava-se de seus socos. Ao perceber que seus golpes não encaixam, ele começa a atacar mais e mais impacientemente.

— Controle sua Gnosis! Você tem uma boa quantidade de Gnosis, o que mostra que você tem plena consciência das capacidades do seu persona, mas ainda não é o suficiente.

Ela o repele facilmente. E assim são os dias. De segunda à sexta, cada dia era dia de um treinar e o resto patrulhar ou fazer tarefas domésticas na casa dela. Segunda era dia do Roberto; terça era o dia de Jamal, quarta era da Zeppelin e Quinta, o do Yatsu.

Já sexta-feira é o nosso dia.

A Gnosis é como um sistema de engrenagens. Para que todos rodem, a grande e principal engrenagem tem que girar as outras adequadamente encaixadas. A maior seria a passiva rodando as menores, que são as ativas. Conhecimento é poder.

— Hyaaaaaaa!!

Sashi ataca com cortes velozes a Nádia, mas ela se esquiva de todos com facilidade. Em uma tentativa de estocada, Nádia agarra o punho de Sashi com mãos ágeis e a gira ao redor do seu próprio corpo, conduzindo a samurai na direção que queria. Sashi sai cambaleando até parar em uma arvore a poucos metros de nós, ofegante.

— E então?

— Hyaaah!

— Oh, ataque direto? Muito bem, então.

Sashi retoma seus ataques cadenciados, libera suas chamas como serpentes de fogo agressivas que se espalham pelo ambiente e forma arcos, círculos e semicírculos flamejantes. Ainda assim, não é o suficiente para acertar a Executiva.

— Te falta empenho, espadachim — Nádia provoca a Sashi com aquela postura arrogante e vitoriosa.

Só que Nádia mal desconfia que, na verdade, Sashi está planejando um ataque surpresa. Com um golpe aberto de baixo para cima, a lâmina incendiada, ela cria uma cortina de chamas violeta que preenche a visão de Nádia como uma espécie de parede ou cortina de fogo entre elas e recolhe sua espada logo em seguida.

Conhece-te a ti mesmo. O aforismo grego cai muito bem aqui. Saber do que não é capaz de fazer é mais poderoso do que saber o que pode fazer, pois somente os inimigos não saberão do que é realmente capaz.

Nádia não percebe — ou parece não perceber — sua espada a voltar para a bainha e vai na direção dela para revidar. A katana de Sashi recua e agora está pronta para saltar da bainha, sua mão hábil pronta para receber a arma.

Essa é a chance dela! Ela vai conseguir acertar.

A samurai aguarda o melhor momento para sacar sua arma. Nádia se aproxima com sua postura confiante e relaxada, não esperando que Sashi reaja tempo suficiente para que acerte seu ataque. Mas...

Ela entrou no campo de ação da Sashi!

TLIC!

—『Retalhadora de Sonhos, Estilo do Equinócio: Impulso da Lança Outonal!

O saque é rápido e Sashi avança como um relâmpago violeta contra a Executiva. O corte é insanamente veloz e preciso!

— Quê?!

— Ela acertou?! — Yatsufusa exclama, surpreso.

Meus olhos se projetam para frente, quase cartunizados. Em uma realidade onírica, se eu me esforçar talvez, isso pode se tornar possível.

Mas deixando de lado essa observação trivial, o que detém minha total atenção e o do incrédulo Yatsu a poucos metros do meu lado é o corpo de Nádia caindo da plataforma de terra dela, a cabeça separada do corpo.

Sashi aterrissa agachada em uma pose chad demais, um pouco longe dela, embainhando sua espada enquanto as chamas se extinguem. Creio que nem ela acreditava que funcionaria, pois ainda não se deu conta de que descabeçou a filha alheia.

— Sashii!! Sua idiota!!

— Hã? O que foi?!

Ela se vira e encontra o corpo de Nádia estatelado no chão, sua cabeça a olhar fixamente para cima com olhos paralisados em uma expressão de espanto.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH!! — Ela grita, se dando conta do que fez.

— Não era pra exagerar! Tu decapitou ela!!

— E-e-eu não queria! Foi um acidente! Eu...

— Musashi! Saia logo daí! — Yatsufusa berra de repente, com urgência.

— Quê?!

PRAAK!

—...?!!

De repente, mãos surgem do chão e agarram Sashi pelos tornozelos. A espadachim toma um susto e olhar para baixo, tentando se livrar daquelas mãos, mas eram mais fortes que ela.

— Oi, linda! ♥

— AAAAAAAARHHHH!!

Uma explosão que levanta areia e poeira no ar engole a Sashi e sinto meu corpo sendo amassado como uma bolinha de papel, como se eu estivesse recebendo uma massagem de uma prensa hidráulica de uma vez. O ar me falta e eu caio no chão, tossindo seco.

— Droga... cof, cof! Que merda... cof! ...foi essa?!

Quando a poeira baixa, presencio uma cena assustadoramente absurda, para não dizer o mínimo. Nádia reaparece, sem sequer nenhum arranhão ou mancha em seu vestido chinês imaculado ou sua capa de plumas esvoaçantes, segurando seu cachimbo dourado na mão direita.

Quando ela...? Como ela...?

Ela encara uma derrotada e incrédula Sashi, a qual não passa de uma toupeira completamente mergulhada na terra agora. Somente sua cabeça está para fora e seus olhos estão desorientados enquanto a cabeça gira de um lado para outra em um gesto de tontura.

— Como... você fez isso? — Sashi pergunta.

— Uia, eu posso fazer tantas e tantas coisas além de criar plataformas para me carregar que você nem imagina! ♥ — Ela se vira para voltar para sua casa. — Os tragedianos já vão desfazer o campo lúdico. Por hoje é só.

— Ainda... — Sashi se esforça para sair da terra, mas é em vão. — Ainda não respondeu a minha pergunta. Aaaahhhh!!

Ela se ergue da terra de uma vez, quase como se o chão a cuspisse. É até cômico a reação dela ao ser ejetada do chão.

— Respondendo à sua pergunta... eu tenho ciência do que sou capaz e do que não. Tenho milhares de formas de usar a minha habilidade. E se eu não souber de alguma forma...

Ela estala os dedos uma única vez a terra nas roupas da Sashi se juntam no ombro dela para forma um bonequinho. Uma mini Sashi no ombro dela, que acena para a espadachim.

— Hã?!

— Uau.

E então, Nádia conclui a sorrir:

—... eu irei imaginá-la.



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