Volume 2

Capítulo 32: Convocação do sonhos

                         

O vento sopra entre os dois, a velha e clássica calmaria antes da tempestade. Engulo em seco várias vezes, o suor escorrendo de balde. Meus punhos fechados estão tremendo, por mais que eu tente segurá-los.

Se esse cara fez o que fez com Yatsufusa, nem posso imaginar o que ele não poderia fazer com a Sashi... e comigo por tabela. A gente tem que fugir de lá antes que...

— Calebe!

— Hã?!

— Vamos conseguir. Você e eu. — diz ela, sem se virar. A postura sem vacilar.

Ela leu meus pensamentos. Claro, ela também é parte deles. Nisso, procuro respirar fundo e me acalmar, me concentrando na voz dela. Talvez aquele brutamontes tenha algum peso na consciência e acabe pegando leve por lutar contra uma mulher.

— Heh! Vou retribuir essa joelhada com juros de agiota. Segura o sabacu, bichinha!

Sashi se põe na defensiva no puro instinto quando Magic se joga como um raio na direção dela. Ela aperta bem firme a pegada na espada e se prepara para o impacto.

—『Soco Escopeta do Macho Alfa!

O soco direto dele é certeiro e avassalador! Sashi faz de tudo para segurar, mas a brutalidade e a força empurram sua espada com tudo contra ela e a joga longe como uma bala sendo disparada, fazendo ela atravessar uma mureta e uma cerca de ferro, só parando em uma pilha enorme de tijolos ao longe depois de capotar muito.

Meu corpo começa a arder e sinto meu peito ser esmagado pela força do golpe. Uma dor insuportável me paralisa, ardendo e queimando. Ouço CRECs agonizantes em vários ossos.

Sashi levanta da pilha acidentada de tijolos, desnorteada. A espada dela já era.

— Que... ai!... merda. Alguém anotou... ai! ui!... a placa? Ui! Hã?

Magic vem voando do céu e desce próximo de Sashi, criando uma onda de pressão no solo que varre ela pra longe. Ela rola e capota entre pedras, areia, cacos de tijolos e pedaços de metal retorcido.

— Urgh! Cof, cof, cof! Sa... shi!

Ela transforma um dos pedaços em uma nova espada para lutar. As chamas se condensam, tomando toda a arma e, principalmente, na ponta da lâmina. Em uma ação impulsiva, praticamente desesperada, ela ataca diretamente o careca.

—『Retalhadora de Sonhos, Estilo do Equinócio: Divisor Horizonte Primaveril!

Seu ataque vem de cima. Um único corte poderoso, preciso. A lâmina incendiada, que condensa todo seu poder e suas chamas e descarrega tudo de uma vez. O golpe mais poderoso da Sashi.

A katana chispa com o movimento ágil dos braços dela, solta labaredas no caminho, e acerta o topo da careca bronzeada e reluzente de Magic. O som sai seco, como um facão qualquer acertando um pedaço duro de diamante.

Sinto os braços tremerem e formigarem, absorvendo toda a força e intensidade do choque com a cabeça dele. Um brilho lampeja na careca majestosa, mais blindada que carro forte.

Não... funcionou?! A cabeça desse cara é indestrutível?!

— Adivinha? — Ele agarra Sashi pelo pescoço e a leva embora até afundá-la contra uma parede maciça de concreto e vigas de ferro no centro do canteiro. O bloco pedregoso cede com a força do impacto.

— GAAAAAAH!! — Ouço ela gritar.

— UAAAAAAAAAHH!!

Nós dois sentimos o estrondo em nossos corpos. O peso é avassalador; a força, esmagadora. Sinto meu corpo partir, todas as formas e cores à minha frente distorcendo. Esse cara... é muito forte! Está muito além do nosso limite!

— Humm... — Ele olha para Sashi, sem conseguir se mexer, segurada pelo pescoço como se fosse um saco de lixo. — Já acabou? Morreu? Oi? Aff! Achei que ia dar pelo menos pra esticar os músculos um pouco.

— Como se existisse alguém capaz de resistir a isso — Nymph diz com uma risadinha.

— Ei! — grito, me esforçando para me manter de pé.

Ele e a tal menina gato Nymph me olham. Ele ainda segura Sashi pelo pescoço e isso me deixa puto da vida.

— Qual foi, garoto? Ainda consegue se mexer?

— Solta...

— Hã?! Se tu murmurar assim, não vai dar pra te ouvir.

— Eu disse... pra você... SOLTAR ELA!

Sem pensar eu corro para cima dele e, saltando do chão, soco o rosto dele com toda a força que meus músculos me permitiram, empurrando-o para trás alguns passos. O rosto de Nymph, comicamente, parece que vai ter um troço com a cena.

Mas isso foi o suficiente para fazê-lo soltar a Sashi.

— Magic? — Nymph está atônita, seus olhos ferais quase a saltar da cara.

Eu também poderia estar, mas eu só pensei em livrar a Sashi das mãos daquele armário de músculos careca. Minha adrenalina está a níveis estratosféricos e eu sequer refleti sobre a gravidade do que eu fiz até que eu sentisse uma ardência nos nós dos punhos.

Eu soquei o rosto desse cara? Só consigo imaginar ao perceber Magic mexer no queixo de leve.

— Olha aí! Isso é sério mesmo?! — Magic ri, mas sem parecer que tinha sentido algo. Parece mais... surpreso. — Um Fictor atacando diretamente um persona? Tu é realmente um caso intrigante, hein cumpade?

Eu não consigo responder. Não sei o que é mais absurdo: se é o fato de eu ter socado aquele monstro ou se é a parte que eu consegui mais uma vez atacar diretamente algo que não existe no mundo real.

Acho que percebo o nível da insanidade do que acabei de fazer e as pernas tremem violentamente até cederem. A coragem insana injetada em meu corpo a poucos momentos atrás agora é substituída por cansaço, dor e medo.

— Calebe... — Sashi arqueja atrás. — Está... tudo bem. Eu ainda posso lutar.

— Sashi. Você se saiu muito bem — consigo dizer, fazendo algum esforço para me levantar. É minha hora de ser legal, então não posso fraquejar. — Mas agora, deixa que eu... te protejo.

— Calebe? — O rosto de Sashi está estupefato. Ela parece não entender como eu vou fazer aquilo.

Faz sentido, porque eu também não sei, imagino. Sashi faz uma careta entre surpresa, riso e dor. Magic estreita os olhos, ficando assustadoramente sério de repente. Sua aura parece mudar e me causa calafrios.

O ar do ambiente se agita respondendo a algum tipo de pressão vinda dele.

— Fiquei interessado em você, cara — fala Magic, mortalmente sério. — Então, responda a próxima pergunta com seriedade. Sua vida pode depender disso.

— Pergunta?

Nymph esboça um sorriso felino, já sabendo o conteúdo da pergunta. Engulo em seco.

— Para você, o que é um verdadeiro Sigma?

— Ah, de novo essa porra?! — esbravejo.

Ele não recua na postura e se mantem calado, de braços cruzados, enquanto espera a resposta com um rosto de seriedade solene. Não creio que vou ter que responder a isso. Dependendo da minha resposta, posso morrer ou viver? Será que isso tem algo a ver com a habilidade dele?

Eu e Sashi nos entreolhamos. Seus olhos me dizem que eu devo responder de forma sincera.

— Então... como eu posso responder isso? Eu acho que um Sigma de verdade faz o que quer e ajuda a todos que estão a sua volta, independente do que achem disso ou se é certo ou errado — respondo, convicto. — Acho que é isso.

O rosto do moreno está indecifrável e sombrio. Enrijeço o maxilar, sem conseguir imaginar o que devia estar passando na cabeça daquele maluco. Mas uma coisa era certa.

Se ele julgar minha resposta inadequada, eu e Sashi vamos estar com sérios problemas.

— Então, essa é sua resposta, garoto?

— É.

— Como eu imaginei... — Ele fungou, lágrimas a escorrer dos olhos. Nymph olha para Magic de cenho franzido. — Você está me dizendo que um Sigma vive para ajudar os outros, o que poderia muito bem ser traduzido para “viver em função do próximo” o que claramente é a atitude de alguém se uma vontade própria. Uma resposta digna de um Beta capado.

Droga! Ele não gostou da resposta!, trinco os dentes ao trocar olhares com a Sashi. Ela já sabe que não temos chance de vencê-lo, então a questão agora seria encontrar uma forma de fugir dele e levar Yatsufusa conosco.

Magic levanta o punho fechado lentamente, suspirando.

— Só que... isso decidirá o teor da sua resposta.

De repente, o brutamontes avança com a força de um tornado, levantando uma grande nuvem de areia e foi contra a Sashi. Ela brande a katana, pronta para se defender, mas, sem ter tempo para raciocinar, me jogo na frente dela para sonhar em segurar o soco daquele punho imenso.

— CALEBE! NÃO!

Um estrondo de quilos e quilos de areia a se levantar preenche meus ouvidos, me deixando zonzo enquanto um zumbido insuportável sobra depois de alguns segundos. Aperto os olhos, cobrindo o corpo com os braços e espero o golpe que destruiria meu corpo.

Golpe esse que não chegou.

Abro os olhos devagar para encontrar o punho fechado de Magic a centímetros do meu rosto. Pisco várias vezes, solto a respiração presa quase como um sopro enquanto deixo meu corpo cair sentado na frente de Sashi.

— Entendi — Ele recua seu punho e fica de pé na nossa frente, nos olhando de cima. — Você, mesmo com esse discursinho ridículo, se coloca na frente do seu persona para defende-la. Sabia que não teria nenhuma chance de bloquear meu ataque, mas ainda assim arriscou-se para defender a garota samurai, não importando o que lhe acontecesse, não importando que estava atacando.

Olho para trás e Sashi está corada, com olhos arregalados e arfando, como se tivesse tomado um susto tão grande quanto eu.

E pelos céus, como ela está linda! Mesmo com os machucados e sujeira, seu rosto está radiante e vermelho. Agora se é pelo susto, ou pelas palavras de Magic, eu não sei.

Magic se agacha na minha frente, com os mesmos olhos emocionados a lacrimejar e então segura minha mão, quase como um pedido de casamento.

— E isso... foi uma atitude de um verdadeiro Sigma invocado! — Ele coloca seu punho sobre o peito. — A partir de hoje, somos melhores amigos!

A menina gata solta uma risada desafinada lá de trás. A gente quase morreu pra esse cara e ela tá rindo?! Só tem maluco aqui!

— Que desfecho inesperado! — comenta. — Faz tempo que Magic não simpatizava com alguém assim. Parabéns, garoto.

E então, do completo nada, a areia abaixo de nós começa a se mover como se estivesse viva. Ela se movimenta rápido a se contorcer, a tomar a forma da... palma de uma mão?!

— Que isso?!

Uma parede de areia se solidifica ao redor de Magic e se fecha ao redor dele, também tomando a forma de uma mão sólida que o agarra e o ergue no ar, saída do chão. A outra palma nos envolve e nos segura também como se fôssemos bonequinhos, nos levantando a alguns metros do solo.

— Sashi?! Que que tá acontecendo?

— Hugh! Não sei. Parece... obra de algum persona! — Sashi se esforça para se soltar, mas parece impossível. — Caramba! Essa areia parece ferro!

— Tsk, tsk, tsk... — Estalos de língua sibilam desde a entrada do canteiro. Soldados pretos com máscaras se espalham e tomam todo o espaço em questão de segundos. — Não esperava que o convite fosse tão abrupto. Peço perdão, Calebe.

A voz a falar comigo lá debaixo é de uma mulher madura, sagaz, rígida e, sobretudo, familiar. Estico um pouco o pescoço para ver quem vinha quase desfilando na nossa direção.

— Nádia?! — Eu e Sashi dizemos em uma voz. — Que que cê tá fazendo aqui, criatura?

— Eu estava indo encontrar vocês, mas parece que já foram recebidos por outro Executivo.

— Executivo?! — Engasgo, não sabendo se pela surpresa ou pelo aperto daquelas mãos de areia poderosas demais.

Um Executivo? Ele é um Executivo assim como ela e o Charles?, olho para expressão de tédio gloriosa de Magic, como se aquelas mãos, ou tantas quanto Nádia pudesse criar, não fossem capazes de segurá-lo. Isso explica essa força insana dele.

— Calma, cumadi! Eu só tava trocando uma ideia com meus novos amigos — diz Magic, sem se esforçar para escapar das mãos arenosas dela. — Na verdade, eu só estava de passagem aqui e então...

E então, como um abracadabra, ela desfaz aquelas mãos e nós caímos, enterrados por uma duna de areia do solo do canteiro. Sashi balança os cabelos levemente roxos e eu cuspo torrões de areia e pedrinhas.

Já Magic dá uma pirueta acrobática no ar e aterrissa ao lado da menina gata, a lamber as patas com um sorriso felino. Os homens pretos com máscaras brancas se enfileiram para formar um caminho para a Executiva ir até nós.

— Pfft...! Blegh! Droga! Quanto mais areia eu vou comer hoje?!

Nádia se aproxima em uma postura majestática e elegante, tão característico de seu persona. As plumas brancas de sua capa ondulam atrás dela parecendo espectros feitos de bruma e seu vestido farfalha, arrastando entre os montículos de areia.

Ela estende a mão para mim, a me entregar o que era uma... carta?

— Isso é...?

— A convocação oficial — completa Nádia. — Pegue-a.

— E por que demorou tanto?! — Não consigo deixar de berrar. — Eu já estava achando que tinha se esquecido do que a gente conversou no parque!

Nádia dá de ombros. Magic solta uma gargalhada e Sashi faz uma careta desconcertada, como se quisesse enfiar a cabeça em algum buraco entre os aglomerados arenosos.

— Há toda a parte operacional e burocrática de todo esse processo e isso leva tempo. Além disso, fiquei muito atarefada cuidando de todo o trabalho que Charles deixou e arrumando a bagunça que seu amigo deixou.

Ela lança um olhar afiado para mim. Eu simplesmente a ignoro, dando de ombros.

— Certo, certo. Podia ter avisado pelo menos.

— Dá próxima mando um e-mail — retruca Nádia com certa ironia.

— Amanhã?! — Meus olhos se arregalam. — Já é amanhã?

— Exatamente. Também enviei a convocação para aquele samurai deitado ali. — Ela aponta para o apagado Yatsufusa. — Se bem que ainda teremos que avaliar sua situação. Ele deixou Charles em uma situação bem difícil e a Mandala tem alguns mandados abertos contra ele.

— Creio que ele é algo com que posso lidar — digo, dando a carta para Sashi. — Mas como é esse treco aí? Uma entrevista de emprego no mundo dos sonhos?

Nádia sorri de forma sinistra.

— Você saberá.

O local indicado na carta é estranho. Um prédio, mas dessa vez, não um edifício comercial ou residencial. Um prédio abandonado, com ares de assombração no ar. Sashi levanta as sobrancelhas perfeitas, com um sorriso sarcástico.

— Aqui está cheio de pesadelos.

Bem, olho para ela com aquela cara de “Jura? Eu nem tinha reparado!” e começo a olhar o lugar. Eu recebi essa carta da própria Nádia, então é pouco provável que se trate de uma pegadinha.

Sashi se oferece para ir na frente, a katana no ponto para deixar a bainha. Andamos cautelosamente pelo lugar largado às traças. Paredes descascadas, chão com vários pisos quebrados e sujo se estendia até os elevadores desativados e às escadas escondidas na penumbra.

A mobília é pouca e encapada por uma camada de poeira e detritos das paredes. No teto em elipse havia buracos e até dava para ver ratos correndo entre as lajes arqueadas. Não tinha quase nenhuma luz lá dentro.

Um cenário de filme de terror.

— Calebe. — Sashi aponta para um dos elevadores.

Percebo algo incomum. O último da fileira de elevadores na parede estava com o painel aceso, aparentemente em perfeitas condições. Minhas sobrancelhas ondulam com confusão. Ainda tem um que funciona em um lugar desses?

E então a ficha caiu.

— Sashi. Fique alerta, por favor.

Ela assente. Entramos juntos no elevador um tanto apertado, obviamente criado para comportar apenas uma pessoa. Um persona, na verdade.

Enquanto o elevador nos leva para algum lugar, sinto o toque dos... atributos femininos da Sashi, através do quimono em contato com meu braço, seu cheiro doce tão característico, seus cabelos fazendo cócegas na minha pele.

Até certo tempo atrás, nunca tive problema com isso e não consigo ver a Sashi muito além do óbvio, mas... mesmo assim, por que meu coração está acelerado?

E não só agora, mas por que sempre que estou sozinho com ela, tenho essas injeções de ansiedade? Olho de leve para ela, observando que ela se esforça para esconder um rosto corado também, decerto até meio decepcionado.

Estaria ela reagindo às minhas emoções, ou...?

BRUUUUM!!

— Ai!

O elevador sofre um balanço abrupto e nos desequilibra. Eu apoio as costas contra a porta e consigo segurar seu pequeno e gracioso corpo em meus braços. Nossos olhares se encontram e percebo seu rosto tão vermelho que penso que sua cabeça vai derreter. Ela se afasta rapidamente.

— Ah, ah... ah... obrigada, Ca-Calebe! — diz, gaguejando e virando o rosto.

— Ah, Sashi, eu...!

Logo a porta atrás de mim se abre de repente e eu, recostado nela, desabo para trás balançando os braços em vão, caindo em um chão pedregoso que machuca minhas costas.

— Aargh! Ai, ui! Merda!

— Calebe! Você está bem? — Sashi pergunta.

— Tirando os buracos nas costas, vou ficar. Onde... estamos?

Me ergo o mais rápido que a dor me permite para encontrar um lugar afastado do mundo. Uma ponte de pedras flutuantes conduzia até o que parece o pico de um despenhadeiro coberto por nuvens dançantes. Uma placa flutuante em cores neon me indica a direção que devo seguir.

Olhei para Sashi e ela para mim. Concordamos em silêncio em prosseguir adiante, mesmo sendo tomado pela ansiedade e incerteza.

Mais algum tempo de caminhada cuidadosa entre um mar de nuvens, me encontro em um... pátio. Não. É extenso demais para ser um. Está mais para uma arena circular de pedra, lembrando os antigos coliseus romanos. De repente, me assusto ao ouvir sons de uma plateia excitada; gritos, assobios e tambores rufando penetram o nevoeiro, se tornando cada vez mais altos conforme eu ando.

E então, a arquibancada, vazia até poucos segundos atrás, está repleta daqueles homens negros de máscaras com olhinhos e rostos sorridentes. Eles vibram para mim e... para outros vários participantes.

Agora longe das nuvens, a arena está repleta do que julgo ser personas, pelas aparências bizarras — tem até mesmo um dinossauro com roupa de cowboy! Em meio aos supostos “gladiadores”, encontro Yatsufusa, isolado em um canto.

É ele! Nádia disse que tinha o convocado também, só consigo pensar. Mas não imaginava que ele realmente viesse.

E então, com um batido de madeira em algum lugar, a plateia silencia subitamente, me lembrando as façanhas miraculosas dos irmãos Beni e Linda em seu sonho maluco. Será que ia ser a mesma coisa?

— Tomem seus assentos — anuncia uma voz tanto de homem quanto de menino. — Porque declaro iniciada oficialmente o evento de recrutamento!



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