Reinos Arcanos: O Despertar da Magia Brasileira

Autor(a): Otávio Bento

Revisão: Guixxx11


Volume 1

Capítulo 3: O Inicio da Batalha

 …13 de agosto de 1426…

Yuta parecia um pimentão, ouvindo seus colegas de classe duvidando dele, mas Yuzumi tocou em seu ombro, sorrindo, e com uma doce voz ela disse.

— Apenas vamos ignorar os comentários deles.

Ele se acalma um pouco e concorda com Yuzumi.

— Vamos iniciar a primeira batalha — disse o diretor, animado — Yuzumi vs Miko.

— Boa sorte, Yuzumi! — gritou Yuta

Assim que ela chega até o diretor, sua amiga, Miko, chega ao lado dela. Seu cabelo branco era curto, comparado ao de Yuzumi, seus olhos eram um rosa claro como uma flor, e em seu cabelo havia uma presilha verde. Sorridente, a garota se aproximou de Yuzumi.

— Eu já esperava que seria nós duas que iriamos lutar — falou Miko, estendendo sua mão. — Que vença a melhor.

Com um aperto de mão, as duas se posicionam na arena.

— Você consegue, Yuzumi! — torceu Yuta novamente.

Antes de uma barreira mágica fechá-las, ele conseguiu ver seus lábios sorridentes respondendo: Pode deixar!

A arena é cercada por um imenso círculo de pedras, cada uma com uma runa gravada em sua superfície. As runas brilham com uma luz azulada, formando uma rede de energia que se estende por toda a circunferência da arena. Essa é a barreira mágica, uma poderosa defesa que impede que qualquer coisa saia ou entre na arena sem autorização. A barreira é capaz de bloquear e absorver os ataques mais devastadores dos combatentes, evitando que os espectadores sejam atingidos por fogo, raios, vento ou qualquer outro elemento. A barreira também filtra os sons e as imagens da arena, permitindo que os espectadores possam ver e ouvir o que acontece lá dentro, mas sem interferir na concentração dos combatentes. A barreira é mantida por um grupo de magos especializados, que monitoram constantemente o seu funcionamento e a sua resistência. Eles também podem ajustar a barreira de acordo com as regras e as condições de cada combate, tornando-a mais flexível ou mais rígida, conforme necessário. A barreira é uma das marcas registradas da arena mágica, um símbolo de segurança, justiça e espetáculo.

O diretor estava organizando e monitorando essa arena. O ambiente começou a se modificar, virando um pequeno lago com algumas árvores em volta e uma área plana.

O diretor pegou um pequeno aparelho em sua mão, que se assemelhava a um rádio. Porém, era um microfone que, quando apertava o botão que havia nele, se comunicava com os alunos do lado de dentro da barreira.

SHHH SHHH

Yuzumi e Miko começaram a escutar ruídos vindos dos céus.

— Testando, testando, estão me escutando agora? — perguntou o diretor.

As duas alunas confirmam que sim, logo em seguida ele começou a explicar as regras dessa batalha.

Primeiro Regra: Se o usuário estiver incapacitado de lutar, a luta será finalizada.

Segunda Regra: Qualquer tipo de utensílios que não foi mostrado para nós antes da batalha será considerado roubo.

Terceira Regra: Caso você ferir gravemente seu oponente, será desclassificado.

— Antes de vocês começarem a batalhar, lembre-se de não utilizar o máximo de Togen, isso pode ser prejudicial a para a saúde de vocês! — disse a professora, enquanto segurava o microfone.

Togen é uma energia mágica que existe dentro de todos os seres vivos, mas que poucos conseguem despertar e controlar. Ela é a manifestação da vontade e da personalidade de cada um, e por isso varia de forma e intensidade de acordo com o indivíduo. Quem domina o Togen pode usar essa energia para realizar feitos extraordinários,  fortalecer o corpo e a mente.

No entanto, usar o Togen não é algo simples nem seguro. É preciso ter um equilíbrio entre a quantidade e a qualidade da energia, pois um excesso ou uma falta de Togen pode causar danos irreversíveis ao usuário e ao ambiente. Além disso, o Togen é influenciado pelas emoções e pelos pensamentos do usuário, podendo se tornar instável, corrupto ou viciante. Por isso, quem usa o Togen precisa ter um treinamento rigoroso, uma disciplina mental e uma ética moral.

As duas alunas novamente concordam e se preparam para a batalha.

— Pode vir, Yuzumi! — gritou Miko, apontando sua mão aberta em direção a Yuzumi. — Claro, se você conseguir chegar perto.

O vento no ambiente começa a ficar mais intenso. As pontas do cabelo de Yuzumi começam a ser levemente puxadas em direção a Miko, já que seu ataque estava sendo projetado. De repente, dois pequenos tornados vão em direção a Yuzumi, destruindo tudo pela frente. Vendo isso, ela corre para trás de uma árvore, para se proteger do ataque. Porém, antes de alcançá-la, o tornado se desfaz no ar.

“Eu não me lembro de que o ataque dela estava com uma área destrutiva assim.” Yuzumi começa a analisar em volta, em busca de respostas. Assim que ela olha para o lago, percebe que as pequenas correntes por cima da água estavam vindo em direção a ela.

Flac

Uma flecha feita pelo acúmulo do vento atravessa a árvore onde Yuzumi estava, quase a acertando. Rapidamente, ela começa a correr por trás das árvores, em busca de confundir Miko, “Acho que entendi.” pensou Yuzumi.

— Correr não vai te trazer a vitória, Yuzumi — murmurou Miko, mirando várias flechas em direção a ela.

Zing

Uma das flechas é lançada rapidamente, mas essa era diferente. Já que ela não estava mirando em Yuzumi, e sim a sua frente, prevendo seu movimento. Naquele momento, Yuta estava tão preocupado que a flecha ia lentamente em sua visão.

“Eu sei que você consegue, Yuzumi!” ,pensou Yuta.

Yuzumi estava passando entre um espaçamento vago de duas árvores. Porém, somente percebeu a flecha quando estava a poucos centímetros de aceitá-la, assim a flecha ia perfurar seu rosto…

Yuzumi, por instinto, faz um escudo psíquico, impedindo a flecha de passar. A esse ponto, Miko fica surpresa pela flecha não ter atravessado o escudo.

Yuzumi, sem perder tempo, passa entre as duas árvores e começa a correr em direção a Miko. A garota não esperava essa ação de Yuzumi, já que, a poucos segundos atrás, ela estava escondida. Miko começou a atirar várias flechas em direção a ela, mas algo estava errado. As flechas nem sequer estavam trincando o escudo psíquico, que nem era tão resistente assim.

Miko começou a recuar aos poucos, tentando manter distância de Yuzumi. De repente, ela mudou seu olhar, observando o lago. Algo peculiar chamou a atenção dela, as águas do lago não estavam mais no mesmo ritmo, e sim indo em direção contrária da dela. “Não vai adiantar eu ficar só parada aqui.”, pensou a garota, enquanto fazia pequenas esferas de vento a sua volta. De repente, o escudo de Yuzumi passa rente ao seus cabelos, quase a acertando. Porém, ele já desfaz seu escudo e cria outro em suas mãos.

“Tenho que acabar logo com isso, meu poder psíquico não vai durar muito tempo.”

Miko então começa a correr em sua direção, junto de suas 4 esferas de vento à sua volta. 

Nesse momento, Naoki disse empolgado com a lut

— Finalmente elas vão lutar no mano a mano!

— É claro que a Yuzumi ganha — falou Yuta, confiante.

— Vamos ver — respondeu Naoki. — E você garoto misterioso, animado para o nosso confronto?

— Me chame apenas de Zeldres, por favor — respondeu Zeldres, se concentrando em assistir a batalha — Eu apenas vou ganhar e ver logo o que é essa premiação.

— Isso é o que vamos ver — disse Naoki, com um leve sorriso, enquanto voltava a assistir a batalha.

Yuzumi e Miko estavam chegando cada vez mais perto. Percebendo isso, Yuzumi faz um pequeno martelo psíquico. Miko logo em seguida já arremessa uma de suas esferas no escudo de Yuzumi, o quebrando e a jogando no chão do gramado com o pequeno impacto. Yuzumi tenta se levantar, porém outra esfera de vento vem em sua direção. Ela então se prepara para rebater a esfera.

— Não vai adiantar, Yuzumi, a esfera só vai acabar explodindo em…

Puf

Yuzumi consegue acertar a esfera de Miko, fazendo ela sumir no ar.

Miko, muito lentamente, começa a dar alguns passos para trás, enquanto encarava Yuzumi com um olhar de desespero.

— M-M-Mas isso não era pra ter acontecido — gaguejou Miko. — Porque isso aconteceu? Eu conheço os meus poderes e sei o que eles fazem!

— Ao contrário de mim, suas habilidades gastam menos Togen que as minhas; porém, você utilizou muito suas habilidades durante o combate, fazendo seu Togen diminuir bastante — respondeu Yuzumi. — Por conta disso, essas suas esferas explosivas não tiveram tanto efeito quanto os tornados que você mandou no início.

Sem perder tempo, Yuzumi arremessa seu martelo em direção a ela. Em um momento de desespero, Miko tenta fundir suas esferas em busca de aprimorá-las; mas aquilo já não ia funcionar, seu Togen estava muito baixo para aquilo realmente fazer algum efeito em Yuzumi. O martelo então atravessa a esfera e acerta a testa de Miko, fazendo-a cair no chão.

Uma voz novamente ecoou pelos céus, enquanto a barreira começava a se desfazer.

— Essa batalha foi incrível! — disse o diretor. — Sua estratégia de batalha foi realmente incrível, Yuzumi.

A barreira termina de se desfazer por completo. Miko estava sentada no chão, um pouco pensativa sobre a batalha e cansada por ter usado Togen em excesso; mas, de repente os raios de sol que vinham nela são tapados pela sombra de Yuzumi. Ela então estende sua mão com um grande sorriso em seu rosto, ajudando Miko a se levantar.

— Você lutou realmente bem, Miko — disse Yuzumi, alegre, enquanto andava em direção a seus amigos.

— Eu vou treinar e vou ficar mais forte… — falou baixinho, enquanto Yuzumi se virou para olhá-la. — E NÓS VAMOS TER UMA REVANCHE!

— Ok! — respondeu Yuzumi, com um sorriso.

Assim que ela chega onde os alunos estavam, Yuta a surpreende com um grande abraço.

— Você lutou muito, Yuzumi, fiquei até impressionado! —  disse Yuta, enquanto a abraçava 

Yuzumi fica paralisada por alguns segundos. Instantaneamente, sua cara ficou vermelha como um tomate. Só se passava uma coisa em sua mente: “O-O Y-Yuta me elogiou!” 

— Tá tudo bem, Yuzumi? — perguntou Yuta, curioso, tentando entender o que havia de errado.

Yuzumi ligeiramente se afasta de Yuta, tentando agradecê-lo, porém, não consegue sequer falar alguma palavra correta. Ela então respira profundamente e diz com alegria.

— Obrigado pelo elogio, Yuta!

Yuta apenas sorri para ela.

— Vamos fazer uma pausa para o lanche, pessoal — disse o diretor, descendo da pequena área elevada onde estava.

Felizes, eles vão para o refeitório. A única coisa que se escutava lá era sobre a vitória de Yuzumi na batalha e o grupo de Yuta.

Mesmo escutando elogios, dúvidas e ofensas menosprezando tanto Yuta, como seu grupo, ele apenas ignorou tudo aquilo e ficou feliz pela vitória de Yuzumi.

“A próxima batalha será a minha ou a de Zeldres, independente de qual for. Eu tenho que trazer a vitória ao meu grupo!” pensou Yuta, enquanto comia um sanduíche que sua Tia havia preparado para ele.

— Ei! Yuta! — chamou Yasuke.

Yasuke era um garoto tímido, porém popular entre as meninas. Tinha um belo cabelo preto com uma pequena franja e seus olhos também eram pretos. Ele então se aproxima de Yuta.

— Lembre-se de não se segurar em nossa batalha, Yuta — avisou Yasuke, se afastando lentamente, com as duas mão em sua cabeça, e dando uma leve risada.

Depois de alguns minutos, o diretor os chama novamente para o pátio, para iniciarem a próxima batalha.

— Agora que todos estão alimentados, vamos iniciar a próxima batalha! — gritou o diretor, animado — Yasuke vs Yuta!

“Realmente, eu sou o próximo!” pensou Yuta, ansioso para a batalha. Logo em seguida, ele já se levanta de seu banco, passando por alguns alunos.

Enquanto os dois andavam em direção a área de batalha, Yasuke diz para Yuta

— Yuta, você sempre foi um grande amigo meu, mas hoje, quero que você lute como se fosse meu inimigo.

— Pode deixar, Yasuke — respondeu Yuta, seriamente.

O diretor novamente inicia a barreira mágica. O cenário interno muda totalmente do da batalha de Yuzumi, já que agora eles estavam em um lugar totalmente rochoso. Havia várias rochas, tanto gigantes quanto pequenas, o terreno era um pouco desnivelado. A qualquer passo errado, você poderia ser esmagado por uma pedra. O céu estava um pouco nublado.

A voz do diretor novamente podia ser escutada pelos céus.

— Podem iniciar a batalha! 

Yuta tentava pensar em uma estratégia, enquanto observava Yasuke, mas, em questão de segundos, ele havia desaparecido. Tudo que Yuta podia ver era alguns rastros de eletricidade.

“Ele é extremamente rápido. Assim, vai ficar difícil pensar em algo, enquanto ele tenta me atacar” pensou Yuta, mas, assim que ele olha para cima, Yasuke estava em cima de uma pedra. Ele pula lá de cima e cai, destruindo o chão.

Por pouco, Yuta consegue correr de seu ataque. Yasuke era um garoto muito habilidoso. Ele conseguia utilizar sua habilidade elétrica tanto para aumentar sua velocidade, quanto para imbuir seus músculos, dando resistência e velocidade para ele.

Yuta rapidamente se esconde atrás de uma grande pedra. Ele podia ouvir os pequenos zumbidos de eletricidade vagando pelo local.

Na platéia, alguns alunos cochichavam sobre Yuta estar apenas correndo na batalha. Yuzumi pensava seriamente: “Você consegue, Yuta, cale a boca de todos eles!”

Enquanto isso, na batalha, Yasuke estava andando lentamente, chamando por Yuta.

— Você não pode ficar escondido para sempre, pequeno ratinho — gritou Yasuke, destruindo algumas rochas por perto.

Na platéia, Zeldres assistia a batalha concentrado. Ele percebe que algo estava diferente do normal.

— Porque esse Yasuke parece estar diferente? — disse Zeldres baixinho, pensando nas vezes que viu Yasuke conversando — Ele parece estar mais falante.

— Geralmente, quando ele usa sua habilidade elétrica, ele fica mais falante e alegre — respondeu Naoki — Como se suas emoções estivessem mais ativas.

“Então essa luta vai ser bem complicada pro Yuta.” pensou Zeldres, enquanto assistia tudo aquilo.

— Se você não aparecer, eu mesmo vou te achar! — disse Yasuke, em meio a poeira das pedras destruídas por ele.

Com a poeira baixando aos poucos, Yusuke, com toda aquela névoa em seu rosto, consegue enxergar a silhueta de Yuta, abaixado no meio do nada.

Sem pensar muito, Yasuke vai até a silhueta rapidamente e manda uma bola de energia em direção a ele. Instantaneamente, a silhueta de Yuta cai no chão despedaçado.

Com a explosão de eletricidade, podiam-se ouvir pequenas pedrinhas caindo.

Yasuke entra em estado de choque, pensando que havia matado Yuta. Chegando mais perto, tudo que ele podia ver era um amontoado de pedras caídas no chão com o casaco dele.

De repente, Yasuke leva um soco certeiro em sua cara o arremessando e fazendo ele bater em uma grande pedra que tinha ali perto. Com o impacto de Yasuke nas pedras, a poeira começa a baixar, enquanto pequenas pedrinhas continuavam a cair. Yuta, com um sorriso, começa a correr e se afasta do local antes que a pedra comece a cair.

Todos os alunos ficam surpresos com a estratégia de batalha que Yuta teve. Ele sempre foi muito subestimado na escola e nunca se destacava nas atividades. Então, ninguém estava esperando que ele tivesse uma chance de vencer.

As pedras por cima de Yasuke começaram a desmoronar. Mesmo um pouco desnorteado, ele tentou sair de perto rapidamente, porém, foi soterrado pelas pedras.

Vendo isso, Yuta ficou alegre. Não pelo seu amigo talvez ter se machucado, mas sim por ele ter vencido a batalha. Como Yasuke mesmo disse: Quero que você lute como se fosse meu inimigo.

— Quem diria que o Yuta iria conseguir vencer — disse Helena, feliz pelo garoto.

O diretor arruma seu pequeno óculos, enquanto se concentra na batalha. Depois de alguns segundos, ele diz:

— A batalha ainda não acabou.

Enquanto isso, no terreno rochoso, Yuta pulava de alegria.

— Já pode desfazer a barreira, diretor! — gritou Yuta, mas não obteve resposta. — Estão me escutando?

BOOM!

De repente, uma explosão elétrica ocorreu onde as pilhas de pedra estavam. A única coisa que Yuta conseguia ver era o rosto de Yasuke em sua frente, mas dessa vez seus cabelos e olhos estavam amarelos. Sua expressão estava agitada. Nesse momento, Yuta tenta recuar, porém toma um soco no estômago, podia-se ver o impacto do vento diante o soco de Yasuke. Com o impacto do soco, Yuta é arremessado para longe, destruindo várias pedras com seu corpo.

Yuzumi, apertando suas próprias mãos, levantou do seu lugar no banco da platéia. Sua boca estava aberta, parecendo que ia falar algo, porém nada saía. 

— Ficar em pé não vai adiantar, Yuzumi — disse Zeldres, com seus braços cruzados e uma expressão séria — Vamos apenas esperar.

Yuzumi se senta no banco e fica olhando fixamente a batalha com uma expressão de desespero. “Eu sei que você vai conseguir, Yuta.” pensou Yuzumi, preocupada.

A poeira começou a baixar. Yuta estava sujo, com um pouco de sua roupa rasgada. O sangue escorria por cima de um de seus olhos; sua respiração estava ofegante.

— Acho que é melhor finalizarmos essa batalha, diretor — disse a professora.

— Vamos esperar só mais um pouco, Helena — respondeu o professor, concentrando, observando Yuta.

“Porque eu não sou forte igual a eles…” pensou Yuta, um pouco inconsciente, enquanto via uma silhueta amarela vindo lentamente em sua direção. “Afinal, eu nunca fui igual a eles. Eu sempre tive um propósito diferente, uma dificuldade maior, mas eu nunca deixei me abalar por isso. Talvez, isso mostre que eu sou realmente forte.”, lágrimas quentes escorriam de seu rosto. Mesmo acabado, ele se levanta em meio a tantas pedras.

— Vamos ser sinceros, Yuta: a luta já está acabada — falou Yasuke, olhando seriamente para Yuta. — Apenas desista.

— Eu…Não vou desistir… — Respondeu Yuta, bem baixinho e quase inconsciente.

“Você realmente é muito persistente, Yuta.” Pensou Yasuke.

— Diretor, vamos acabar logo com isso; está nítido que ele não está apto a lutar — gritou Yasuke, colocando a mão ao lado de sua boca e olhando em direção aos céus.

“Porque vocês sempre me subestimam tanto…” pensava Yuta. Enquanto isso, Zeldres, analisando a batalha, reparou que havia algo de errado: o corpo de Yuta estava liberando lentamente Togen, algo que não é comum em uma pessoa normal. Já que, em lutas, quem guarda mais Togen pode ter vantagem contra o outro.

— É Helena, pelo visto vamos ter que encerrar essa luta — falou o diretor.

Assim que o diretor estava prestes a parar a batalha, Zeldres interferiu, levantando-se de seu banco com um grito elevado.

— ESPEREM MAIS UM POUCO, POR FAVOR! — Todos os alunos o encaravam.

O diretor olha para trás, querendo entender o que havia de errado. Zeldres, percebendo que havia falado alto demais, tosse duas vezes, tentando disfarçar.

— Eu tenho um ótimo pressentimento dessa luta — disse Zeldres, enquanto Yuzumi o encarava ainda com esperanças.

— O Yuta está ferido demais para continuar, não é seguro para ele continuar com essa luta — respondeu o diretor.

Zeldres rapidamente sai da plateia e vai até o local elevado onde o diretor estava. Ele curvou seu corpo.

— Por favor, deixe ele somente mais um pouco — falou Zeldres, com uma voz confiante e uma expressão séria.

O diretor então concorda, deixando Yuta ficar em batalha por mais um pequeno tempo. “Não me decepcione, Yuta” ,pensou Zeldres, dando um leve sorriso.

Dentro da barreira, Yasuke gritava pelo diretor, tentando obter alguma resposta. Porém, nenhuma resposta foi dada. Seu Togen já estava um pouco mais fraco. Ele então chega em frente a Yuta.

— Se você não desistir, terei que te dar um leve choque — disse Yasuke, olhando seriamente para ele. — Isso será o suficiente para te desmaiar e acabar com essa luta. Possivelmente se eu fizer isso, você não vai assistir boa parte da próxima luta. Então desista, Yuta.

O lugar estava deserto e silencioso. Yuta levemente levanta sua cabeça e, com a pouca força que lhe restou, deu um sorriso, mesmo com algumas lágrimas em seus olhos.

“Eu não vou decepcionar a Yuzumi.”, “Eu não vou decepcionar o Zeldres.”, ”Eu prometi dar meu máximo nessa batalha, então eu vou vencer, custe o que custar!” Naquele momento, o corpo de Yuta se enchia de emoções diferentes. Ele sentiu como se tudo fosse possível de realizar.

— Eu não vou decepcionar eles… — disse Yuta. Yasuke o encarava seriamente, mas nesse momento ele percebeu que o ambiente estava levemente diferente. Seu corpo parecia estar mais quente que o normal. — EU PROMETI SER FORTE!

Com um grito, o fogo emanou do corpo de Yuta, queimando um pouco da mão de Yasuke. Por sorte, ele consegue pegar distância de Yuta. Toda aquela chama parecia ser um acúmulo de energia, já que Yuta nunca havia utilizado sua habilidade.

Rapidamente, Yuta solta uma bola de fogo, destruindo tudo à sua frente. Yasuke, sem perder sua postura, manda uma bola de eletricidade em direção a Yuta. A colisão das habilidades explode, fazendo uma pequena cratera no chão.

Todos os colegas de sala de Yuta ficaram de boca aberta com a habilidade de Yuta. Tudo aquilo era incrível para eles: as colisões de ataque, as chamas nas pedras. Pela primeira vez, eles reconhecem que Yuta estava mais forte.

Uma trocação de ataques se inicia. Yasuke avança em direção a Yuta, chutando seu rosto. Rapidamente, Yuta pega o seu pé, puxa-o para trás e depois arremessá-o ele em uma rocha.

— O potencial destrutivo dele está bem maior — pensou Zeldres, aliviado — Eu sabia que podia contar com você, Yuta.

Yasuke, desesperado, começa a soprar seu pé, tentando aliviar o lugar. Logo em seguida,  ele se levanta, preparando um golpe para acabar com a batalha: uma bola de energia concentrada. Seu cabelo e seus olhos desfazem o grande brilho amarelo. Yasuke estava em seu limite. Yuta também prepara uma bola de fogo, mas, antes de mandá-la em Yasuke, ele sente um tremor por todo seu corpo. Sua bola de fogo, instantaneamente se desfaz. Yasuke, percebendo isso, manda seu ataque para os céus, limpando algumas nuvens e trazendo um dia ensolarado por todo aquele lugar acabado.

Yuta caiu no chão acabado, seu Togen havia diminuído drasticamente durante a batalha. A única coisa que podiam ver em seu rosto era um enorme sorriso, já que ser forte nem sempre é ser vitorioso.



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