Reino da Verdade Brasileira

Autor(a): Lucas Baldi


Volume 2

Capítulo 39: Entre forças

O balançar da carruagem de mana me tirou do sono profundo. Eu dormia na parte superior, que era basicamente a céu aberto. Eu descobri a existência dessas carruagens de viagens movidas a mana um pouco depois do meu momento com Ellie. A passagem era bem cara, porém muito mais veloz que os cavalos. Apoiei as costas sobre a almofada e suspirei. Os muros de Karin já podiam ser vistos. No alto da carruagem, havia um casal com três crianças, que almoçavam mesmo com o balançar. A forma como eles se divertiam trouxe-me memórias que me deixaram ansioso para ver a minha família de novo. Eles eram gentis, me deixaram comer junto, até que chegamos aos grandes portões. Desci da carroça e dei — quase que chorando — quarenta e cinco moedas de prata para o motorista. 

 

Sem desconto eram cem, valeu a pena implorar. 

 

A cidade estava cheia como de costume, deixei escapar um largo sorriso no meu rosto. Que saudade delas… Com excitação constante fazendo meu coração acelerar, eu corri para caminho de casa. Porém, bem na hora que passei pela grande praça, o chafariz lançou uma rajada de água aos céus, me fazendo parar. Um lindo arco-íris se formou, enquanto diversas gotas alcançavam a minha face. Respirei fundo, deixei que a tranquilidade tomasse conta de mim, mas algum infeliz esbarrou no meu ombro. 

 

Para o meu azar, era um menino que eu lutei há muito tempo. Zelforne e sua gangue me cercaram, risadas maliciosas surgiam a todo momento enquanto eles me encaravam. Até mesmo Zack, que apanhou para Alice, estava aqui. Zelforne estufou o peito e ficou na minha frente. A diferença de altura me fez inclinar o rosto levemente para cima, o que trouxe um sorriso zombeteiro para o rosto do nobre. Brigar contra todos eles definitivamente não era uma opção por hora, fora que eu queria muito ir para casa… Dei um passo para o lado, mas ele fez o mesmo, e os outros abafaram suas risadas. Cinco pessoas, Kai, se controla. 

 

— Você se acha muito para um camponês pobre, eu espero que a fama não tenha subido a sua cabeça. Eu adoraria pôr você no seu lugar — disse Zelf, sua aura começava a aparecer. 

 

— Não estou muito no clima — falei olhando para frente. Tentei andar, mas os outros me barraram.

 

— Você acha mesmo que pode contra nós? — disse Zack. 

 

Eu acabei de vir de uma missão na qual eu caí na alrofy, matei diversos monstros, enfrentei um mascarado famoso, beijei a Ellie e aceitei representar um rei. Um grupo de cinco valentões deveria parecer pouco, então por que eles pareciam tão grandes? Engoli seco e encarei o nobre nos olhos. Lotier precisava de um representante a altura, e se eu fosse incapaz de vencer ele, eu seria humilhado pelo Miguel na frente de muita gente.

 

— Só dizer quando e onde e eu quebro vocês cinco.

 

Os outros instantaneamente se aproximaram, suas faces de pura raiva, mas Zelf sinalizou com a mão para que parassem.

 

— Eu acho bom você aparecer no torneio — Ele pausou. — Se passar pelas preliminares, é claro. — Eles começaram a rir e foram embora, e eu finalmente pude prosseguir no caminho para casa. 

 

Depois de alguns minutos andando, eu parei em frente a porta de casa. Eu podia sentir o cheiro de carne assada na panela, o feijão com o tempero especial que Amice sempre preparava, a voz da criança que eu mais amava nesse mundo. Meu coração batia tão forte que chegou ao ponto de todo o som ao redor sumir enquanto eu encarava a porta de casa. Com o braço tremendo, eu ergui a mão e bati três vezes. Passos para um lado e para o outro vinham de dentro. Um sorriso inevitável se formou em mim e, por um momento, eu senti vontade de chorar. 

 

Eu voltei vivo. 

 

— Mãe, vou abrir a porta! — disse Emy de dentro. Depois que Amice permitiu, a maçaneta lentamente girou e, com um ranger, a porta de madeira se abriu.

 

Minha irmã arregalou os olhos e piscou duas vezes, e eu fiquei imensamente feliz por ver aquele rosto fofo. Abri os braços e segurei o riso, até que ela finalmente me reconheceu e pulou em mim. Emy gritou “irmão” e Amice veio às pressas me ver, abraçando nós dois em seguida. Quando o abraço acabou, Emy colocou as mãos na cintura e deu um sorriso sarcástico enquanto olhava minhas ataduras nos braços. Minha mãe me lançou um olhar examinador, mas deixou Emy falar primeiro. 

 

— Que bom ver que você voltou semimorto de novo — Ela abriu um sorriso.

 

— Ei, eu estou plenamente bem! — falei, deixando a risada escapar.

 

— Vem, vamos comer. Me conta como foi essa missão — disse Emy já entrando na casa.

 

Minha mãe cozinhou carne assada com agrião, feijão branco, arroz, camarões fritos e uma porção de nhoque com molho de tomate. O cheiro por si só fez meu estômago roncar, por mais que eu já tivesse almoçado. Emy preparou para nós uma jarra de suco de laranja e três copos de suco de morango. Eu fingi engasgar quando bebi e ela morreu de preocupação, eu e Amice caímos em risadas. Arrumei a mesa e posicionei as cadeiras para elas duas, foi quando percebi algumas malas na sala, mas resolvi perguntar sobre isso depois. Sentando na mesa, agradecemos a comida. 

 

Nós paramos para almoçar e eu contei sobre tudo que aconteceu na missão de modo que preocupasse minha mãe o mínimo possível. Precisei omitir a maior parte dos detalhes sangrentos porque minha irmã só tinha oito anos, porém mesmo se fosse mais velha eu guardaria tais momentos só para mim. Dei o meu melhor para evitar deixar a tristeza, por ver Amanda e Airo partirem, tomasse conta de mim. Eu estava um pouco mais tranquilo em relação ao que aconteceu, e meus sentimentos ficaram um pouco mais estáveis, mas ainda me afetava. No entanto, uma coisa não mudou.

 

O ódio pelos homens de capuz permanecia inabalável

 

— Então… — disse minha mãe, seus olhos verdes em mim. — Nós vamos morar no reino sete. 

 

Ponderei por um momento, acabei de mastigar e falei:

 

— Papai conseguiu? Vamos morar em um dos dez reinos!? — Deixei minha animação escapar.

 

— Sim! — afirmou Amice. — Na verdade, foi um pouco antes de comandar os Auroras, a notícia só tornou tudo mais definitivo. Isso significa que você pode treinar na Academia Central de G-Kliwell! 

 

Meu coração quase saiu pela boca quando ouvi minha mãe falar. Essa era a academia mais famosa de Laum, a mais charmosa e a mais chique. Eu simplesmente gritei, fazendo Emy se assustar com o meu grito e gritar também. O torneio ia ser no ano que vem, isso com certeza levaria pessoas de todos os cantos do país para G-Kliwell. Eu poderia enfrentar oponentes famosos e fortes, ganhar nome, conhecer auroras, estudar com os melhores professores… Um forte sorriso se prendeu no meu rosto. O representante do rei nove nesta escola iria agitar as coisas em um grau diferenciado. Tantas ideias e especulações passaram pela minha cabeça que eu precisei respirar bem fundo para me acalmar; eu fiquei em pé sem perceber. Nada disso iria acontecer se eu fosse fraco, então eu ainda precisava treinar muito para pisar lá. 

 

— Mãe, eu vou… meio que… sair em outra missão — falei, um tanto desconfortável pelo momento. Por um instante, considerei contar sobre os Ritualistas e Lotier para ela, mas queria surpreendê-la, fazer com que se orgulhasse de mim. — Eu estou muito animado para conhecer o reino sete e ver o papai de novo, mas eu conheci um pessoal que quer treinar e se preparar também e-

 

Amice riu, e Emy olhou confusa para nós dois.

 

— Você é igualzinho a ele — Ela me lançou um olhar sério. — Eu me preocupo muito com você, mas também quero te ver explorando e aprendendo. Eu quero que você leve um Voin e me mande mensagens constantemente de como você está, com quem, o que está fazendo e como passou a semana. Você entendeu? 

 

— Sim, senhora — falei, logo expliquei com detalhes o treino com Sairon e Breaky na Floresta dos Condenados. Ela e Emy me ouviram com bastante atenção, até comentaram as vezes; além de me zoarem por ter beijado Ellie.

 

Pelo que Amice disse, é um lugar com uma boa variedade de monstros e terrenos, sendo útil para o mais fraco Penumbra e para o mais forte Aurora. Então se eu errasse, o mínimo que fosse, poderia acabar enfrentando uma criatura com um poder muito superior à de um Fulgor. Comentei que pretendia treinar durante alguns meses lá e, por mais que ela tenha sido muito rígida nos requisitos para eu poder ir, ela permitiu. Geralmente, aventureiros saem de casa com dezessete ou dezoito anos, então acho que por eu ter dezesseis- Não, ela só me amava.

 

Isso me confortou.

 

Umas horas depois de aproveitarmos mais, chegou o momento de ir embora. Nos despedimos da casa temporária apressadamente porque Amice disse que estava quase na hora da viagem. Tinha poucas roupas minhas lá, então falei que doaria o que tivesse. Amice comprou um Voin e um pergaminho de comunicação tão rápido que eu mal notei, afinal, eu levei cinco bolsas pesadas até a carroça expressa nos portões de Karin. Durante o caminho, as pessoas me chamaram de “Coletor Kai”, o que trouxe diversas lembranças. Minha mãe pagou caro nessa viagem, a carruagem era grande, suportava por volta de cinco pessoas e ainda tinha camas e banheiro. Pelo menos eu sabia que elas iriam chegar em segurança. Mas uma pergunta atingiu minha curiosidade com força: o quão louco tinha que ser um monstro para ficar de pé diante a aura da minha mãe? Suado e ofegante, eu coloquei a última mala na carruagem, até que percebi elas duas me analisando de cima a baixo.

 

— Irmão tá forte.

 

— Sim, verdade. Parece um homenzinho. 

 

Emy correu até mim e pulou em um abraço apertado, que eu apreciei por quase um minuto. Logo, andando calmamente, Amice se aproximou e colocou as mãos nos meus ombros. Ela tocou seus lábios na minha testa e disse que me amava. As vi passar pelos dois guardas na porta da carruagem e subirem. Logo as rodas da carruagem brilharam e um fluxo de magia se espalhou por ela inteira, a levando para longe bem rápido. Meu coração estava acelerado, a despedida, mesmo que temporária, sempre me deixava aflito. Elas mal foram e eu já estava com saudade, mas me esforcei para acreditar que treinar agora era por um bem maior e que ficar forte me permitiria passar mais tempo com elas. Vendo as mulheres da minha vida irem embora, eu demorei a tirar os olhos do caminho. Foi só depois de alguns minutos que eu consegui mover o meu olhar. Eu ainda tinha uma missão a acabar. 



Cheguei aos grandes portões do pequeno castelo do rei Enguerrand. Havia mais guardas que o comum, fosse em baixo ou em cima dos muros, e já estava anoitecendo. Mostrei meu cartão de aventureiro e, depois de muito tempo analisando, eles me deixaram entrar. Um guarda me acompanhou durante todo o trajeto do portão, aos jardins, aos corredores luxuosos e ao salão do rei. Antes de abrir as portas de bordas douradas, ele me disse tudo que deveria ser feito perante o rei, desde se curvar até a forma como se referir. Ele me tratou como se eu fosse um camponês ignorante, mas deixei passar. Andei lentamente pelo tapete vermelho até uma distância considerável do trono e, com calma, me ajoelhei. O local tinha várias colunas com estátuas de dragões banhadas em ouro, bandeiras com os símbolos de Karin e do reino dez, lustres de mana branca magníficos, espadas douradas penduradas nas paredes e um cabeça dourada, um pouco acima das cortinas nuvens, de um minotauro grande e furioso.

 

Mas de repente um frio atingiu minha barriga, deixando-me desconfortável. Minhas pernas começaram a tremer e eu rapidamente olhei em volta, até me deparar com os olhares desconfiados dos guardas dele. Minha habilidade de ver aura estava danificada, mas eu conseguia ver parcialmente de onde a pressão sufocante vinha. Eu só me recusava a acreditar. A pressão vinha do rei? Era tão semelhante a eles… Ele apoiou a cabeça na mão e gesticulou com a outra para que eu falasse. Engoli seco e pensei bem no que dizer.

 

— Vo-vossa Majestade, eu fui encarregado de trazer-lhe o relatório da missão em Endvir a pedido do cavaleiro Real Alatar.

 

— Você acha que eu não sei? — Sua voz grossa e ameaçadora eram completamente diferentes de quando ele me fez aventureiro. — Bofo, pegue o pergaminho.

 

O guarda com as adagas na cintura se aproximou cautelosamente de mim e, com um puxão, tirou o pergaminho da minha mão. Foi aí que eu comecei a tremer por inteiro. 

 

— Aquela espada que Kanro deixou com você, a katana, onde ela está? 

 

— Eu-eu a pe-perdi, Vossa Majestade — Droga, minha voz. 

 

— Você o que!? — Alud bateu a mão na lateral do trono e eu me assustei, o que fez Aluque sacar a lança e apontar para mim

 

O que havia com eles? Por que estavam agindo com tanta cautela assim?  

 

— Aquela katana era de nível nacional, um tesouro que nosso país possuía. Ela podia fazer tanto. Você jamais pudera compreender, como uma arma daquela parou nas mãos de um pirralho que nem pode usar magia?

 

Alud passou vários minutos gritando e me xingando por ter perdido a katana, os quais fiquei quieto e imóvel de cabeça baixa pela pressão sufocante dele. Por diversas vezes, durante o discurso, eu fiquei mais de dois minutos sem respirar. Meu coração batia tão forte e a ansiedade era tanta que eu tive dificuldades de ficar mais de dez minutos na mesma posição. 

 

— Como ousa? — disse ele. — Você será preso por perder um patrimônio do castelo, dos reinos, seus direitos com a arma foram revogados. — O que? Eu ia ser preso? Meus olhos se encheram de lágrimas. — Enviarei uma equipe de busca para que a espada possa ficar com alguém que seja capaz de extrair o poder dela, como o príncipe Miguel.

 

Droga, droga, droga. Como isso foi acontecer? Eram os Ritualistas? Minhas mãos formigavam mais e mais à medida em que eu pensava, porém estava difícil me concentrar. Era muita pressão, eu com certeza ia ser torturado e morto sem que ninguém soubesse. Socorro, alguém.

 

Por favor. 

 

Quando os guardas se aproximaram, no entanto, as portas foram abertas. Eu movi o mínimo do meu pescoço para olhar e agradeci imensamente quando vi Lotier e Fent entrarem. 

 

— Eu tomo conta desse aqui, Alud — disse o rei nove, suas mãos em seu bolso e seu tom calmo. 

 

— Você não tem o direito de levar ele! 

 

A ponta da lança de Aluque e as adagas de Bofo ficaram a um fio do meu pescoço, e Fent, assistente do rei nove, começou a liberar aura, mas Lotier sinalizou para que ele parasse e disse: 

 

— Matar o representante de um rei poderia acarretar em guerra, meu caro amigo — Alud grunhiu, e Lotier continuou. — Você não quer que nosso amado Rei Um venha até aqui por isso — Lotier se aproximou e lançou um sorriso malicioso. — Ou quer? 

 

Alud sinalizou para os guardas abaixaram a arma e assim fizeram.

 

— Os direitos da espada ainda serão transmitidos ao Miguel, enviarei uma equipe de busca para o local ainda hoje. 

 

— Como preferir.

 

Troquei olhares com Lotier e Fent e instantaneamente entendi que era hora de ir. Levantei com as pernas tremendo e fui para trás do rei nove. Quando começamos a andar para fora, no entanto, Alud provocou com um sorriso maníaco:

 

— Por que não deixa seu representante praticar com Miguel, para melhor apresentação no torneio? 

 

Lotier parou, segurou meu antebraço e se virou.

 

— Eu prefiro que nos encontremos lá, sabe. Não quero que Miguel aprenda com as táticas do meu lutador.

 

— Acho bom você aparecer, Lotier, caso contrário, terei que tomar medidas sobre seu representante — Voltamos a andar, e Alud disse uma última frase, que fez Lotier apertar um pouco meu antebraço. — E sobre você também. 



Passei um tempo sentado no chafariz com meu olhar focado apenas no chão. Eu estava suando frio desde que saí de lá, meu coração ainda estava acelerado. Lotier e Fent estavam em pé bem na minha frente, como se esperassem eu me recuperar do que houve. Uma briga entre reis, isso era bizarro na minha mente. Aluque e Bofo estavam dispostos a me matar, então Miguel sabia que podia implicar comigo. Eu ia ser jogado em uma cela escura e fria, a katana da minha família ia cair em mãos ruins. Por mais que eu a tivesse perdido, tinha medo de que o Rei Enguerrand realmente a encontrasse. Agora tudo pareceu mais real, a ideia de encarar Miguel no torneio era mais que só imaginação. Se Lotier não tivesse aparecido, eu…

 

— Não é mais seguro ficar em Karin. Eu recebi o recado pelo Voin, você tem certeza que deseja me representar? Saiba que vai muito além de aparência e representação de força, você vai adentrar em assuntos muito mais sérios do que imagina. 

 

— Eu aceito, não voltarei atrás com a minha palavra. 

 

Lotier e Fent deram um leve sorriso e se entreolharam.

 

— Então você pode começar a treinar no meu palácio quan-

 

— Mas — Pausei. — daqui a alguns meses. — Eles me olharam confusos. — No início, eu só queria me preparar para não apanhar no torneio, mas agora eu entendo um pouco melhor da situação. Peço que me deixe treinar por conta das missões particulares que você havia me dito, antes de eu visitar seu palácio.

 

— Recusando um rei, senhor Kai — Lotier sorriu. — Tudo bem. No sétimo mês do ano que vem, antes mesmo do torneio, os representantes dos reis irão lutar. Será o mesmo público de milhões de pessoas e famílias nobres, mas também mostrará a força média de cada parte da nação. — Muitas pessoas vão me ver. — Falta um mês e meio para acabar o ano, então você tem por volta de oito meses para treinar. Eu acredito em você, mesmo que não possa usar magia. 

 

— O que faz você crer em mim? — perguntei.

 

— Você nem imaginaria o motivo, Kai — disse Fent, e logo revirou os olhos. 

 

— Sobre hoje, saiba que situações piores que aquela estão para chegar. Você pode acabar enfrentando Miguel — Lotier se aproximou e sussurrou: — dentro ou fora do torneio. 

 

— Eu estarei pronto — falei. — Sobre as missões… eu posso levar mais duas pessoas?

 

— É claro, treinar em grupo costuma trazer bons resultados. Certo, Fent?

 

— Certo, Lot.

 

— Oh, mais uma coisa — ponderei. — Minha família está viajando agora, você pode garantir segurança para elas? 

 

— É claro.

 

O rei estava confiante ao olhar para mim, a empolgação preenchia seus olhos. Podia ser presunçoso da minha parte, porém eu via um homem ansioso para com o meu futuro, como se olhasse para a promessa de um campeão. 

 

Tudo bem, eu serei um.

 



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