Volume 1 – Arco 5

Epílogo

Os saltos batiam contra o piso de madeira polida enquanto as roupas esvoaçantes da mulher faziam curvas no ar, usava um azul claro, que tinha um contraste completo com o local escuro que estava.

As portas de correr grandes foram abertas, revelando uma mesa com sete cadeiras, três de cada lado e uma grande cadeira, grande e linda, outras pessoas já estavam ali, três, duas do lado direito, uma do lado esquerdo, todos eles pareciam estar bem vestidos, cada um de seu jeito, mas também bem distintos:

— Número Três, chegou cedo. — Um dos homens sorriu, usava uma máscara escura vermelha, mas dava para sentir o ar de deboche.

— Qual o propósito de tal reunião, Dois? — A mulher, Três, que também usava uma máscara de tons claros de azul, perguntou de volta.

— É simples. Ainda não conseguimos. — A pessoa do lado de dois falou, usava tons de amarelo assim como sua máscara. — Não conseguimos achar alguém como ela.

O silêncio desconfortável se ergueu entre todos os presentes, encarando uns aos outros, até um deles começar a rir, o único que estava ao lado esquerdo, usava cores violetas, ria tanto que se curvava para frente:

— Vocês estão muito é fudidos! Ai, mataram ela e agora não tem ninguém que chega perto do potencial que ela tinha!

— Sete! Ela era perigosa! — A pessoa de amarelo falou.

— Ah é cinco? E agora? O mestre vai te matar por isso! — Sete rebateu.

Ainda rindo daquela situação toda toda, seja lá o que aquela situação tivesse de engraçado, mas a risada histérica não parava, realmente era engraçado?

— Mesmo que eu odeie admitir, sete tem razão. Nos livramos dela com a promessa de que teríamos algo melhor, e o que temos? — Três perguntou com seriedade.

Mais um silêncio desconfortável, se sentiam que não sabiam o que fazer quando o plano deu errado de fato, e agora? O que fariam de fato?

— Onde vamos arrumar uma pessoa tão forte quanto ela? — Dois perguntou finalmente.

Logo, os outros que faltavam chegaram, uma mulher baixa que usava laranja como tom, seus cabelos longos eram loiros, o que dava ela um ar quase de um sol iluminando o local.

Após ela, um homem que usava tons de verde, de todos ele parecia ser o mais espalhafatoso de todos, até mesmo penas de pavão usava em sua roupa como uma cauda longa.

Todos ali usavam máscaras, cada um de uma cor diferente, sem revelar suas identidades, mesmo que todos soubessem quem são ali.

Com seis presentes, uma nova organização se fez, cada um representando seu número, do lado esquerdo ficavam nos números ímpares, a azul como a Três, amarelo como a Cinco e violeta como o Sete. Do lado direito ficavam os números pares, vermelho, o número Dois, laranja como a número Quatro, e verde como o Seis.

E na cadeira maior, um homem de roupas cor anil se sentou, ele era o número Um:

— Quem fala primeiro? — Um disse encarando os seis outros presentes.

— Perdão, calculamos mal… — Cinco começou a falar.

— Não querida, calcular mal é você errar o lucro da colheita, calcular mal é errar uma flecha no alvo. O que vocês fizeram foi burrice.

Mesmo assim, sua voz era perigosamente fria, como se falasse com um ser inferior a ele, e pela decisão burra, talvez fosse mesmo:

— Perdão… — Cinco pediu mais uma vez.

— Não quero desculpas querida, quero uma solução. O que faremos agora?

Todos ficaram em silêncio, pensando no que fazer agora, estavam sem tempo para dar uma resposta, mas como teriam isso? 

Então quem levantou a mão foi Sete, com seu sorriso animado de sempre:

— Sete, não queremos piadas agora. — Dois repreendeu.

— Não, fale Sete. — Um disse sorrindo.

— Achamos aquela criatura numa colheita, mesmo sem guerra, podemos refazer isso, ir atrás de pobres coitados.

— Mas ela já era incrível. — Três comentou.

— E daí? Se acharmos alguém que aguente metade do que ela passou, podemos moldar de novo. — Explicou de forma animada.

Aquela ideia parecia tão absurda que no fundo…

— Pode dar certo. Façam isso.

Eles começaram a se levantar, todos prontos para saírem do local para seguirem suas obrigações e fazerem aquela ideia dar certo, precisava dar certo:

— Três, fique.

Todos olharam para a azulada, uns com pena ou com raiva, mas todos se retiraram, deixando apenas Três e Um para trás, na sala que agora estava fria demais, com o ar ficou pesado enquanto Um se levantava para pegar duas taças de vinho para entregar uma para Três:

— Eu fiz algo errado? — Ela perguntou quando a taça lhe foi entregue.

— Não sei, fez? — Aquele tom assustava a moça.

Encarou a taça, pensando se deveria ou não beber, sabia que poderia ser desrespeitoso. Mas também poderia ser uma armadilha, poderia morrer por aquela taça, por isso acabou optando em não beber de imediato:

— Não que eu lembre.

— Pois vamos relembrar.

Um se sentou na sua cadeira e chamou Três para perto, a garota azulada se levantou e ficou para ao lado da cadeira, como uma estátua:

— Por que está tão séria?

— Cometemos um erro ao eliminar aquela garota.

— E como acha que podemos corrigir isso? Acha que a ideia de Sete vale a pena?

Três ficou em silêncio, sua resposta era óbvia, mas precisava dar seu parecer:

— Podemos encontrar alguém bom, mas não alguém perfeito… Ela era perfeita.

Mais um silêncio enquanto Um bebia seu vinho melando seus lábios de vermelho:

— Três.

— Sim senhor?

Número Um se levantou, mostrando a grande diferença de tamanho entre ele e Três que chegava em seu peito, mesmo com saltos, os olhos se encontraram por baixo das máscaras, numa conversa silenciosa que apenas eles entendiam.

Tanto que Três fez uma reverência final, para Um:

— Farei o necessário, senhor.

— Estarei esperando seus resultados.

Os saltos fizeram barulho enquanto a bela moça azul ia saindo, deixando Um sozinho, naquela sala grande e silenciosa, pensativo em quais seriam seus próximos passos:

— Logo mais iremos precisar agir, não se preocupe. Terá tudo que quer.

 

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