Re:Nascimento Brasileira

Autor(a): Saya


Volume 1

Capítulo 10: Velhos Amigos, Novos Inimigos {2}

O vento sibilou pelas planícies verdejantes na direção de Wast, erguendo a grama e os cabelos do trio parado na estrada. O cheiro da relva somado ao frescor da brisa do campo trazia uma atmosfera leve e tranquila ao local. No entanto, as circunstâncias não permitiam o aproveitamento de tal paz.

— Por que eu sinto uma vibe de rivalidade entre vocês duas? — Alex questionou, quebrando momentaneamente a tensão criada.

— Nossa relação é... um pouco mais complicada. — Garça disse, ainda com o sorriso malicioso no rosto.

— Ex-namoradas? Ela não é meio velha pra você, Emma?

— Cala a porra da boca, Alex.

— Vejo que ainda tem a língua afiada, garota.

— Desembucha logo, ô galinha. Não tenho tempo nem paciência pra lidar contigo.

Garça, na ausência do seu confiável chapéu, não conseguiu esconder a trepidação nos lábios que formavam o sorriso firmemente estabelecido ali. Os punhos cerraram por debaixo das luvas grossas de couro, peças do conjunto invernal que vestia: uma longa calça que entrava para dentro de largas botas encardidas pelos dias de viajem e, por fim, um casaco de lã por cima da blusa de manga.

— Você tem sorte de ser a queridinha deles, senão eu já teria quebrado a tua cara. — Apesar da fala, Esther conteve-se. — Duas opções: você vem por bem e temos uma tediosa viajem até a cordilheira ou você pode tentar resistir e eu te dou uma boa lição do porquê você deveria ser boazinha. Por favor, resista!

As companheiras se entreolharam, agora mais próximas e, supostamente, longe do alcance auditivo da perseguidora.

— “Cordilheira” só pode ser Stawrin, Emma! — A de cabelo preto permaneceu em silêncio, munida de um semblante que aparentava dizer “sério?” – com todas as letras. — Mas acho que pela sua cara não é bem o plano de viajem que você imaginou.

— Nem fodendo que eu vou com essa maluca. Meu histórico com ela não é dos melhores, sem falar no...

— “No”?

— É...

— Deixa eu adivinhar, você não pode falar pra mim?

— Vou falar se a gente conseguir sair dessa.

— Se a situação for ruim como você faz parecer, então essa promessa é mais furada a própria história por trás.

— Que parar de gracinha?! Não tá vendo a situação que...!

— As moças já pararam de cochichar? — A indagação em voz alta da cultista as tirou do foco no susto. — Eu não tenho tempo pra gastar atoa. Faça a sua escolha de uma vez, Adams!

Como dito pela inimiga, elas estavam contra o relógio. A hesitação as afligiu de maneira certeira, mas ambas sabiam – principalmente Emma – que aquilo não poderia continuar para sempre.

Ela não queria continuar fugindo como a raposa de seus sonhos. Esta era outra grande diferença entre a garota e o espectro azul-ciano que habitava seu inconsciente. Contudo, o dito animal viu a decisão de Emma como inspiração – mesmo que encurralada – e, naquele único instante, ele viu a necessidade da criadora. Assim, ela voltou para auxilia-la, correndo pela vasta escuridão em busca da “porta” de entrada.

 Garota e fera “uniram-se” para criar uma conexão frágil, tão minúscula que Emma não foi capaz de senti-la. Entretanto, ela certamente estava lá, e os resultados do vínculo eram prova inegável da união. Naquele mesmo instante, ondas de energia se espalharam por todo o corpo da condenada, fracas e imperceptíveis, mas que estavam presentes para ajudar.

Contrariando as expectativas da Garça, Emma sacou sua espada junto de Alex, ambas em posição para o combate, cobrindo as defesas e possíveis brechas como espada e escudo.

— Você pediu pra resistirmos, então aqui estamos, galinha! — O sorriso da fiel caiu por terra, surpreendida. — Eu fiz de tudo pra sobreviver até aqui e escapar de vocês, não vai ser agora que vou desistir. Pode vir com tudo!

Feita a proclamação de Emma, a zelote fora desafiada. Um cenário que, apesar de inesperado, mais que atendeu os desejos da Garça. Eles foram, na realidade, dobrados. Ela sorriu de maneira quase lasciva, embora reprovasse a atitude da ex-colega.

— Ha... haha! Hahahaha! — A risada eufórica de Esther foi carregada pela brisa amena. — Muito obrigado, garota! Eu precisava mesmo duma desculpa, e você me deu exatamente isso. Vou te mostrar o que você ganha por desmerecer a causa!

Ela estendeu os braços para frente e apertou os punhos. Na sequência, respirou fundo para canalizar energia e se unir ao “fluxo” das planícies.

— Ah! Não deve ser tão difícil assim! Ela tá até desarma...!

Antes de concluir a fala, Alex e Emma foram surpreendidas pela súbita mudança na temperatura. De repente, o vento tornou-se quente e agitado, deslocado por alguma força desconhecida. Num estalo de dedos, linhas de fogo rodopiaram das mãos até o cotovelo de Esther e, depois, expandiram-se, envolvendo completamente os membros da lutadora com fortes chamas brilhantes.

— É, deixa pra lá.

— Alex, se sairmos inteiras dessa, mantenha essa boca fechada o resto da viajem, ok?

— Entendido.

Agilmente, a fiel ajustou a postura, quase não sendo capaz de segurar a própria ansiedade. Chamou-as com os dedos, um convite para dançar com o próprio diabo.

— Venha até mim, Emma! Me mostre o que eles viram em você!

O começo da batalha foi, por pouco tempo, calmo e sem o encontro das lâminas com o fogo, somente trocas intensas de olhares entre os oponentes. Daí, Esther decidiu avançar até a dupla, mirada em Emma.

À primeira vista um ato imprudente, o ataque em disparada foi efetivo justamente pelo despreparo da outra metade da dupla. Enquanto Alex manteve a defensiva, Emma não conseguiu reagir a tempo. Por questão de centímetros a garota não recebeu o golpe flamejante, aparando o soco no último instante.

Não teve força, no entanto, para manter a postura desequilibrada, o que resultou no seu recuo forçado e desfoque momentâneo da luta.

— Gah! — soltou, percebendo as mãos com leves queimaduras.

“Que merda é essa?! Um pouco mais tarde e eu tinha virado churrasco!”, ela esbravejou dentro da própria mente.

Em resposta ao avanço da inimiga, a ferreira tentou acerta-la na brecha do ataque dado. Todavia, Esther ainda foi capaz de segurar a lâmina com ambas as mãos, mesmo com todo o peso colocado no golpe. Embora tenha defendido, não saiu impune e, logo, sangue começou a pingar dos dedos.

— Uou! Essa passou perto!

Para se soltar, Garça expandiu o fogo para perto de Alex, esperando assim se libertar. Ela, contudo, não contava com a resistência natural construída pela garota ao longo do tempo em Wast.

— Eu cresci na forja, otária! — A armeira recuou junto à lâmina, aprofundando os cortes na mão da oponente. — Não vai ser um foguinho desses que vai me machucar.

— Ha! Um foguinho qualquer... é? — sob seu controle, ela permitiu que as brasas queimassem através das roupas, indo até a pele e cauterizando os ferimentos. — Agora você me deixou puta.

A atacante preparou o punho para outra investida, mas foi impedida por Emma, que se segurou no pescoço da outra numa chave de braço firme. Com o suprimento de oxigênio diminuído e a concentração abalada, as chamas nas mãos fraquejaram, expondo a pele coberta das cinzas das roupas queimadas.

— Acaba com ela, Alex! — esbravejou.

O comando fora atendido de imediato: a espada da ferreira se ergueu para desferir um corte na horizontal. Ainda com a vantagem nas mãos inimigas, Esther não se deu por vencida. Usou toda a força que tinha nas pernas para girar-se na direção oposta, trocando de lado com a fugitiva.

Mesmo com os reflexos rápidos para desviar o ataque, Alex não pôde evitar o acerto completamente. A ponta da espada rasgou o ar de um lado ao outro pela lateral direita no tronco de Emma, um corte não muito profundo alguns centímetros abaixo da caixa toráxica.

A dor que a garota sentiu era muito diferente da causada pelos dentes do Dragão Sabre. Era incisiva, espalhada por uma região muito maior do que a perna abocanhada. Ela soltou Esther e levou as mãos até o ferimento na fútil esperança de estancar o sangramento. Seu grito ecoou pelas planícies, vívido como o sangue que jorrou da ferida.

— Emma! — O chamado da armeira foi cortado pelo arranque da Garça sobre ela.

Uma vez pega pela ágil sequência de golpes da mais velha, Alex largou a espada e, apesar dos esforços para defender-se dos ataques, foi ao chão no último soco desferido na bochecha.

— Argh, deu nem pro cheiro! — provocou, apesar de visivelmente ofegante e cansada. Suspirou de alívio por fim, direcionando-se para o alvo que tinha desde o começo do combate.

Emma, inepta a fazer qualquer cosia senão observar, viu a esperança diminuir a cada passo que Esther dava para próximo de si. Não tinha nenhuma pressa ali, uma calma inviolável, como a do caçador que se aproxima da presa ferida.

Bastou um leve empurrão com o pé para que a fugitiva virasse a barriga para cima, não oferecendo qualquer resistência. Ela foi intimada a encarar a rival, cujo sorriso se torceu em raiva antes contida.

— Tudo isso por aquele café? — A garota zombou, o que arrancou uma risada da Garça.

— Até nessa situação você faz piadas... é tão difícil levar algo à sério?!

Outro chute veio, mirado nas costelas, o que fez Emma perder o ritmo da respiração e tossir algumas vezes.

— Eu odeio esse teu jeitinho desde que conheci, mesmo assim tentei ser legal. Não por você ou por mim, mas pela causa. E, mesmo agora, você continua a fazer piadas como se não estivesse sangrando até morrer!

E então, mais um chute.

— Admiração, valor, respeito, importância... tudo o que eu demorei anos pra conquistar. Daí você chegou e conseguiu tudo isso em algumas horas! Sabe como eu me senti vendo isso?!

Entre a tosse seca, Emma disse com dificuldade: — Ah...Então era tudo inveja? Não acredito no que tô ouvindo! É isso que eles te ensinaram lá na Menorá Áurea?

— Haha... hahaha! — Esther dobrou o joelho, preparada para chutar mais uma vez.

No entanto, parou quando viu a espada da garota jogada ao chão, não muito distante das duas. O sorriso no rosto se expandiu de orelha em orelha, e ela foi direto para a arma. Com um dos pés, pisou sobre a lâmina para alavancar o cabo até a mão. Depois, voltou para a ela, pendendo a espada sobre o peito da rival.

— Quer saber?  Te levar com uns cortezinhos a mais não deve fazer diferença! — Prestes a desferir outro ataque, ela foi impedida por um comando vindo de alguns metros de distância.

— Parada aí!

Ela direcionou os olhos para Alex, que ainda se levantava. A voz, no entanto, não era dela. Um pouco mais a frente, duas carroças enfileiradas vinham da estrada por onde chegou, ambas carregando o que aparentava ser uma esquadra de soldados.

Todos vestiam armaduras brancas como a neve, forjadas com detalhes dourados e em formato compacto para melhor mobilidade. Equipavam-se com diferentes armas, entre elas: alabardas, montantes e arcos compostos.

Quatro soldados desceram do primeiro vagão, enquanto os arqueiros se posicionaram ainda nos veículos, mirados na cultista.

— Só pode estar de brincadeira comigo... — Esther bufou.

Um dos soldados no chão se pôs à frente, a espada ainda guardada na bainha.

— Senhora, baixe a arma e renda-se imediatamente ou iremos ter que usar a força! — A mensagem saiu tão robótica quando ela lembrava.

— Ainda com o mesmo bordão, sério? — indagou ela

— Repito, baixe a arma ou...!

Impaciente, ela ameaçou atacar. No mesmo instante, porém, foi repreendida com uma flecha no ombro, o que não só a fez recuar alguns passos, como também obrigou os reflexos a largarem a arma.

A infantaria avançou rápido, e ela nem ao menos tentou correr. Permaneceu parada, esperando que viessem para subjuga-la. Durante todo esse processo, ela não tirou os olhos da condenada.

Depois de levarem a rival, outros dois soldados desceram da outra carroça, um para auxiliar Alex e outro para fazer o mesmo com Emma. A loira recusou, guiando o ajudante até a colega.

— Emma! Cê tá legal? — questionou Alex.

— Heh... que pergunta — ironizou. — Quem é toda essa gente?

— Somos soldados da Vigília Fronteiriça, senhorita! Estávamos em patrulha por perto e ouvimos um grito, então viemos logo para o resgate!

A espadachim olhou para a ferreira, que já esperava pela pergunta em sequência:

— Eles são... pessoas?

Alex balançou a cabeça negativamente. Embora estivesse receosa sobre estar nas mãos dos espectros, ao menos aqueles tinham alguma serventia. E, com certeza era melhor do que vagar pelas planícies com sangue esguichando do corpo.

Dessa forma, elas foram escoltadas até a segunda carroça, enquanto Esther foi levada para a primeira. Auxiliada pelos soldados, Emma foi deitada no vagão enquanto Alex tomou um dos assentos.

— Vamos levar vocês para a base. — disse o lanceiro. — Athert! Trabalho pra você!

Não muito distante delas, o indivíduo que o soldado chamara retirou o capuz do robe branco – igual ao equipamento dos soldados.

Era um jovem, aparentava estar na faixa de idade das garotas. O manto sacerdotal contrariava sua aparência folgada: olheiras profundas abaixo de dois oceanos glaucos e, acima disso, uma cabeleira preta despenteada, mas ainda assim mantendo seu formato espetado.

O rosto exalava tédio e cansaço, díspar à atitude energética dos cavaleiros. Apesar disso, de certo era um deles, bastava observar as roupas que vestia e os ornamentos que carregava, além do grande cetro argênteo cuja ponta era encrustada com um cristal azulado.

Ele as fitou por alguns segundos antes de finalmente escorregar pelo banco da carroça e se apresentar com um sorriso de canto.

— O nome é Athert, Athert Wolf. Podem ficar tranquilas, não sou que nem esses... troços.

— Quê? Tá fazendo o que com eles então?

— E isso importa?! Eu já sangrei mais do que pensei em doar na vida toda!

— Se tem esse ânimo pra gritar, então ainda tá bem vivinha — comentou o clérigo. Atendendo às reclamações da vítima, ele desceu a ponta do cajado até o ferimento.

Com a mão, fez um estranho gesto para, logo em seguida, fechar os olhos e respirar fundo. Da parte debaixo do moletom, correntes de luz áurea desceram pelo pulso até a joia, esta transformada em catalisador e usada para derramar a energia brilhante direto no corte.

Ali, Emma viu algo inacreditável acontecer. Diante de seus olhos, a ferida que lhe atormentava começara a sumir, junto da dor que este trazia. A cura também trouxe uma onda apaziguadora, quase adormecendo-a ali mesmo. Era como o conforto da cama quente no inverno mais frio.

— E voilà! Pronta pra ação de novo, ou seja lá o que você faz. — O sorriso que ele tinha no rosto esbanjava orgulho.

De maneira indecifrável para a caída, só restava a cicatriz na lateral do abdômen, não havia mais dor ou sangue, só a inquebrantável paz trazida pelo tratamento veloz.

— Valeu! É... Athert, né?

— O próprio! No que posso te ajudar, é...?

— Emma. Essa aqui do lado é a Alex.

Yo! — A armeira acenou.

O sacerdote ponderou e, nesse tempo, Emma tomou o espaço vazio ao lado da amiga.

— Vem cá, o que cês tavam fazendo no meio do mato e ainda tretando com aquela mulher lá no outro vagão?

— É uma história longa, longa demais pra contar. — Emma bocejou. — E na verdade, tô é com sono depois daquele seu truque de mágica.

— Maneiro, né?! — De repente, o olhar cansado tornou-se empolgado. — Levou muito tempo e prática pra pegar o jeito, mas agora já é mamão com açúcar!

— É...? — A voz torpe acompanhou a queda da cabeça no ombro da parceira involuntariamente.

Yep. — De braços cruzados, ele lançou um olhar curioso para as duas. — Nós vamos demorar até chegar na cidadela, recomendo que relaxem. Deve ter sido tenso lutar contra aquela ali.

— Nem, tô de boa.

Emma não respondeu, até porque já tinha adormecido antes mesmo do conselho do clérigo. Descansando como criança, dava continuação ao sonho interrompido na manhã.

Contudo, havia algo distinto da última vez. Ao invés de perseguir a raposa, o animal já estava ao seu alcance, agindo feito bicho de estimação com a garota. Como uma “verdadeira” amiga.

A condenada despertou aos poucos, vendo a paisagem ao redor se transformar por completo. As planícies foram engolidas por árvores e arbustos médios até onde a vista poderia ver. Ajeitou-se, ainda meio sonolenta.

O céu arranjado sobre a estrada de terra indicava que ainda mais tempo do que imaginou se passara, e isso a deixou mais atenta.

— Bom dia, flor do dia. — Athert capturou sua atenção. — Tamo quase lá, falta só mais um pouquinho.

— Onde estamos?

— Chegando na ponte que passa pelo rio, consegue ouvir?

Mesmo incerta quanto à distância, o silêncio ajudou a escutar o rugido da corredeira próxima. A torrente não estava tão longe.

— Essas árvores me trazem um sentimento ruim. — Alex comentou, mais próxima da ponta do vagão. — Me sinto observada.

— Tem uns bichos sinistros por aí, é bom tomar cuidado. — Ele girou a cabeça e olhou para a frente. — E lá está ela.

Mas adiante erguia-se a tal ponte, esta unindo as duas distantes margens do rio que Emma viu logo na chegada a Yharag. Não muito longe dali, o desnível no fluxo de água criava a corredeira que soava como as nuvens escuras em dias chuvosos.

O mesmo declive estreitava as margens a partir da correnteza estrondosa de água, dando espaço para ainda mais mata crescer ao redor.

No entanto, quando a primeira carroça subiu a inclinação da estrutura esculpida em rocha, Emma avistou algo curioso. De cada margem, saíram duas pessoas debaixo da travessia, todas vestidas além da identificação com largos capuzes e coletes cobrindo todo o corpo.

— Aí, Athert, tem gente que pesca nessa parte do rio?

— Uh... não? Por quê?

— Acabei de ver duas pessoas saindo debaixo da ponte. Tem gente que mora embaixo delas até aqui?

A face de Athert foi tomada pelo medo no mesmo momento. Ele se agarrou à ponta dianteira da carroça, gritando em plenos pulmões para a outra divisão da esquadra:

— Parem! É uma armadilha!

Suas palavras, entretanto, foram abafadas pelo colossal estrondo que veio logo em seguida. A carroça da frente foi jogada aos ares pela explosão, e o caminho por qual andava cedeu, espalhando pedregulhos e fragmentos por todas as direções.

Os cavalos da segunda carroça, embora amedrontados pela detonação, não tiveram tempo de reagir à segunda que, por ser um pouco mais distante, somente acertou a parte da frente. Dessa forma, o vagão virou e mais pedras foram catapultadas para o ar.

Já os passageiros, bom, eles não tiveram um destino muito melhor.



Comentários