Que Haja Luz Brasileira

Autor(a): L. P. Reis


Volume 1

Capítulo 19: Nunca Confie em uma Sombra!!!

A espada de Gael, com sua nova transformação, ganhou um aspecto majestoso e poderoso. A cabeça do leão, esculpida no pomo da espada, agora se expandia em detalhes impressionantes, emanando uma aura selvagem e feroz. Os olhos do leão pareciam penetrar na alma de quem a encarasse, dando uma sensação de vigilância constante.
A lâmina, agora bicolor, apresentava uma mistura harmoniosa de tons mais claros e escuros. A cor mais clara da lâmina representava a pureza do elemento ar, enquanto a cor mais escura simbolizava a intensidade e poder do elemento fogo. A transição entre as cores era suave, como se a própria natureza dos elementos estivesse se fundindo naquela arma.
O fogo crepitava ao longo da lâmina, dançando com vida própria. A luz emitida pelas chamas refletia em seus olhos determinados, e a energia elemental parecia fluir diretamente de sua essência para a espada.
— Quem é você e o que quer aqui? — gritou Gael, com seus quase 1,70 de altura, encarando um gigante de mais de 3 metros, completamente verde.
— Você é o guardião dessa dimensão? — Questionou o monstro preparando o machado para usá–lo.
— Sim, sou eu — Gael confirmou o questionamento do monstro, mas a resposta aplicou uma sequência muito rápida da sombra com ele, de repente, o machado do monstro desceu em uma velocidade absurda contra o garoto.
O que remeteu diretamente ao ensinamento de Karumo quando o guardião estava lhe ensinando a lidar com sua espada.
— Em um golpe direto, não tente defender de frente. Desvie a arma do oponente com a sua espada e aproveite para abrir a guarda dele — Instintivamente, Silva bloqueou o ataque com força, desviando o golpe do monstro. O ataque foi tão forte que a sombra atingiu o chão, deixando sua guarda completamente aberta para o contra-ataque do garoto.
Gael foi em direção ao braço direito do seu oponente e armando sua espada gritou:
— Ignis!!! — O fogo na arma se intensificou, espalhando-se por todo o braço direito. O monstro não teve tempo de reagir; seu braço direito foi decepado, com o machado cravando no asfalto. Em meio à dor, ele soltou Daniella.
O monstro gritou de dor enquanto Gael aterrissava, correndo para segurar a garota antes que ela caísse no chão. Silva rapidamente levantou Boz, colocando-a de pé:
— Com que tipo de criatura você está lutando? — Questionou Daniella sem pestanejar sobre os perigos que tinha acabado de passar.
— Vejo que nem preciso te perguntar se está tudo bem — Brincou Gael naquela situação explicando as características do monstro que estava vendo para sua amiga 
— É um orc. Provavelmente deve ter vindo da mitologia nórdica. Você nos deve sérias explicações depois!
— Sim, mais tarde lhes explico mais. Agora vá até onde Luis está, aqui vai ficar muito perigoso — Disse Gael apontando para onde Daniella deveria correr.
A garota seguiu a sugestão do seu amigo e correu em direção a Luis, Gael percebeu que sua manipulação elemental estava fora do normal, mas se queria vencer aquele monstro, ele teria que manipular o que havia sido lhe dado.
— Eu não sei porque você me atacou, mas isso lhe custou um braço, agora responda a minha pergunta, quem te mandou aqui? — Disse o garoto apontando sua espada para o orc.
O monstro estava ofegante, o preço de ter subestimado o garoto havia sido seu braço direito e agora era colocado contra parede por aquele menino.
— Eu não vim aqui para conversar contigo garoto, eu vim para te matar! — O orc dizia aquilo tentando agarrar Gael, mas Silva desviava com muita facilidade do monstro.
Luis e Daniella estavam a 200 metros de distância da batalha, observando Gael atacar, saltar e desviar, mas sem conseguir entender exatamente o que estava acontecendo. Eles não conseguiam ver claramente com o que Silva estava lutando, até que uma aura imensa começou a se delinear, revelando o monstro. Eles ficaram assustados ao perceber o tamanho da criatura contra a qual seu amigo estava lutando.
Gael havia salvado Daniella e agora podia partir com tudo pra cima do orc para tentar tirar alguma informação do monstro que havia surgido apara lhe caçar:
— Mantenha sua respiração de forma constante, e a alternância entre seus elementos se tornará automática — Dessa vez, eram as palavras de Vinícius que ecoavam em sua mente.
Agora, Gael manipulava sua respiração, alternando o fluxo para controlar o fogo e interagir com o vento, aumentando seu poder de ataque. Ele usava essa combinação para se mover pelo ar, impulsionando seus saltos com precisão e velocidade crescente. O orc já não conseguia acompanhar seu ritmo. Em um movimento rápido, um raio de fogo surgiu por trás do monstro, cortando as articulações de suas pernas e fazendo-o cair de joelhos diante do garoto.
Naquele momento, Daniella e Luis conseguiram ver um vulto de joelhos, e ficaram impressionados com a força que Gael havia conquistado. O garoto que cresceu ao lado deles estava fazendo um ser que só conheciam de mangás e jogos de videogame se ajoelhar.
— Mais uma vez vou lhe perguntar, não vai ter uma próxima! — Disse Gael ameaçando acabar com a vida do orc no próximo ataque fazendo um gesto com sua espada para baixo para limpar o sangue que estava escorrendo dela — Quem te enviou para terra?
O orc não conseguia mais se mexer. A paralisação que Gael havia aplicado nele foi cruel de todas as formas, e o que havia aprendido com os guardiões e seus discípulos ecoava de forma clara durante a batalha:
— Contra um oponente que é claramente mais forte que você, quebre a defesa dele o mais rápido possível, não tente levar pro combate corpo a corpo que você se dará mal — Agora a fala de Kira ecoava em sua cabeça e era crucial para que Gael montasse aquela estratégia em sua mente para que aquele orc fosse paralisado.
Quando Silva olhou para o orc à sua frente novamente, viu um olhar de presa antes do abate no monstro. Era intrigante para o garoto enfrentar uma criatura com uma intenção tão assassina. Mas e quando as coisas se invertiam, o que poderia fazer?
— Se eu te contar quem ele é, a grande sombra vai matar todos do meu povo — O que o orc disse deixou Silva desconcertado. Assim como o garoto lutava para proteger seus amigos, parecia que aquele orc também estava obrigado a lutar para defender quem amava.
Gael, por um momento, hesitou. Era compreensível; tudo era novidade para ele, e aquelas lutas e batalhas eram uma experiência nova. A fala do orc deixou Silva sem reação, mas o monstro não se abalou. Mesmo que o que o orc dissesse fosse verdade, ele usaria todas as suas cartas para desestabilizar o garoto.
O orc se preparou para dar um soco no guardião da Terra, que havia abaixado a guarda para entender quem havia sequestrado seu povo. O monstro concentrou toda a sua força restante para desferir o golpe na cara de Gael, a poucos centímetros de distância.
Silva não teve tempo de levantar a espada para se proteger. O soco veio com uma velocidade assustadora, atingindo o rosto do garoto e causando um grande impacto — o mesmo tipo de baque que quase o matou na luta contra o ciclope. Mas Gael, enfrentando o orc, não era o mesmo que havia lutado contra aquela criatura da mitologia grega.
Quando a mão do monstro desceu, nada havia acontecido com o garoto. A armadura natural de Gael era mais forte que a do orc, e por isso ele não sofreu nenhum dano daquele ser que havia perdido sua última chance. O rosto de Silva revelava sua raiva por ter mostrado compaixão àquele ser, que simplesmente havia jogado fora:
— Não ouse zombar das pessoas inocentes que dependem de nós para sobreviver! — Gael estava com metade do corpo pegando fogo ao dizer aquelas palavras enfurecidas.
Gael observou atentamente enquanto a raiva pulsava em seu interior, como se fosse um vulcão prestes a entrar em erupção. As chamas envolviam sua mão direita, o braço e metade de seu corpo em um frenesi tempestuoso, dançando com uma intensidade que Silva ainda não havia notado.
A transformação era surpreendente. A metade de seu corpo coberta pelas chamas emitia um calor tão intenso que o ar ao seu redor tremulava, distorcendo a paisagem como se fosse uma miragem no deserto.
O aprendizado com Vinícius e Lucas tinha sido essencial para que ele pudesse entender e dominar seus poderes elementares. Agora, estava claro que aquela era a manifestação do segundo elemento conectado a ele: o vento. No entanto, o que mais impressionava era o aprimoramento do elemento anterior, que agora se tornava mais resistente e imbuído de uma força inigualável.
Do ponto de vista de Luis e Daniella, o que se desenrolava diante deles era surpreendente. A velocidade e destreza de Gael eram quase sobrenaturais, como se ele pudesse se mover no espaço-tempo com uma agilidade incomparável. Em um instante, o jovem guardião da Terra estava de frente para o gigante orc; no momento seguinte, como se fosse uma ilusão, ele já estava nas costas do monstro, desferindo um golpe poderoso.
O corte profundo que Gael fez nas costas do orc não deixava dúvidas sobre a força de seus ataques. O impacto foi tão rápido que o monstro mal teve tempo para reagir, e a ferida que se abriu imediatamente cicatrizou graças às chamas ardentes que acompanhavam a espada de Gael. Era uma visão extraordinária e ao mesmo tempo aterradora, uma batalha que ultrapassava os limites do que Luis e Daniella podiam compreender plenamente.
O corpo gigante do monstro caiu duro no chão com Gael conseguindo derrotar sua primeira sombra e com o orc sendo consumido por um fogo escuro que Silva entendia estar conectado ao lugar que seres como aqueles eram levados depois de mortos.
— Se você não quer me dizer quem está por trás desses ataques, eu descobrirei por conta própria! — Mais uma vez, Gael limpou o sangue da espada, cortando o ar e respingando o chão com várias gotas vermelhas. Em seguida, soltou a espada da mão, fazendo-a desaparecer enquanto olhava para seus amigos.

Fim do capítulo

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