Prodigy Brasileira

Autor(a): Matheus Marroni


Volume 1

Capítulo 18 - Destinos Separados

Quando Monghar estava prestes a acertar o golpe, uma rajada de fogo o acertou.

— Se tem alguém que morrerá hoje, é você Monghar, agora é minha vez — disse Lana partindo para cima do Brutamonte.

Lana lançou duas bolas de fogo na direção de Monghar, que as defendeu, mas logo em seguida Lana saltou com um chute giratório em alta velocidade, de cima para baixo, e com seu pé em chamas — REDEMOINHO INFERNAL!

Lana acertou as adagas de Mats  aprofundando ainda mais nos ombros dele, fazendo Monghar rugir de dor — ah sua vagab#@!

Monghar arrancou uma das adagas de Mats do seu ombro e a arremessou com muita força em Lana, que desvia girando para o lado, e tendo alguns fios de cabelos cortados, porém Monghar saiu correndo logo que as jogou e já estava próximo o suficiente para acertar um chute enquanto ela desviava das adagas. Lana desviou do chute se abaixando — toma isso, GANCHO FLAMEJANTE! — disse ela acertando um gancho no queixo de Monghar o jogando para trás.

Monghar cuspiu alguns dentes, sua boca sangrava, ele havia sentido muito esses golpes de Lana, mas não iria desistir, ele é o soberano Monghar, levantou mais furioso do que nunca.

— Você é realmente forte sua escrota, agora vou limpar o chão com sua cara.

— Tenta a sorte.

Monghar correu para a Lana a tentou acertar alguns socos, ela conseguiu desviar, até que tentou um contra-ataque, mas Monghar a agarrou pelo braço, a levantou bem alto e soltou no ar, e antes que ela tocasse o solo novamente, o soberano deu um chute lateral violento na altura de suas costelas, a reação de Lana foi muito rápida, abaixou o braço para se proteger, e com a outra mão tentou segurar o golpe, mas o chute era avassalador, e quebrou o braço esquerdo dela a jogando pelos ares, Lana tentou se levantar, mas antes que conseguisse Monghar se aproximou dela, ergueu sua perna para pisar em sua cabeça.

— Morra verme — disse Monghar.

Mats vendo isso, em estado crítico foi dominado pela raiva, sabia que não poderia deixar que nada acontecesse a Lana, seu corpo ficou em estado puro de adrenalina, ele não estava sentindo mais nada, conseguiu levantar, correu, pegou a adaga que Monghar havia arremessado no chão e apareceu em cima do ombro de Monghar antes que ele abaixasse a perna.

— Morra você verme — repetiu Mats.

Arrancou a outra adaga que estava no ombro de Monghar e enfincou as duas, uma no ouvido esquerdo e a outro no olho esquerdo do Brutamonte, ele se desequilibrou e caiu, mas no momento em que Mats enfincou as adagas, ele teve um reflexo de socar Mats com seu braço direito o arremessando em uma das colunas que se quebrou e os escombros caiu em cima dele.

— EU VOU TE MATAR MOLEQUE DE MERDA, EU VOU ACABAR COM TUDO QUE VOCÊ PREZA, COM SEU REINO, SEUS PAIS, TUDO! — gritava Monghar com a mão em seu olho, andando em direção aos escombros. Quando esticou a mão para agarrar a cabeça de Mats, outra mão segurou seu braço.

— Você! Sempre aparece para protegê-lo. Não cansam de aparecer pragas, e mais pragas — disse Monghar.

— Eu sempre estarei ao lado de todos eles para lhes protegerem. Já chega Monghar acabou, olha seu estado — disse Guildor

— Eu digo quando acabou, e só acaba com vocês mortos! — Gritou Monghar acertando Guildor com a cabeça.

O golpe acertou Guildor em cheio no nariz, o fazendo sangrar. Mas Guildor empurrou Monghar o jogando longe.

Guildor foi pra cima acertando um soco na Barriga de Monghar que nada sentiu, em resposta ele segurou seu braço. “esse cara é o que?” pensou Guildor. Monghar torceu seu braço, e começou a dar inúmeros socos em seu abdômen, o fazendo cuspir sangue, e o arremessou na parede, se aproximou dele novamente, ergueu sua cabeça e começou a dar inúmeros socos em sua cara, até que Guildor segurou um dos socos, e com a outra mão acertou Monghar, com seu punho de ferro, o fazendo recuar alguns passos.

Guildor vendo seus dois primos inconscientes e vendo que não iria conseguir os ajudar daquele jeito — Ja chega Monghar, essa é a hora da carta na manga Mats! — disse Guildor. Então entrou em sua forma colossal, “só tenho pouco tempo, estou exausto” pensou ele

— O que você fez? — perguntou Monghar

— Eu equilibrei o jogo.

— Acha que só porque aumentou um pouco e mudou a aparência vai mudar o resultado?

Guildor então começou a atacar Monghar, que defendeu os primeiros golpes, mas já muito ferido, por Mats e Lana, acabou tomando diversos socos, sem conseguir se defender, Guildor estava muito forte, era implacável nos golpes, e mesmo cansado, não parou, até Monghar cair no chão, onde já não conseguia mais se levantar.

— Onde estão nossos pais? É a última vez que eu pergunto, se quiser viver, responda! Nós já acabamos com seu exército, você não tem mais nada.

— Não estão aqui!

— Como assim não estão aqui? Vocês os mataram? Eu juro que acabo com você aqui, se mentir!

— Não estão mortos, mas eu não sei onde estão, foram os encapuzados!

— Encapuzados?

— Sim, uns idiotas poderosos, eles no contrataram para invadir seu reino e capturar vocês, mas foram eles que lidaram com os líderes. Eles não os mataram, queriam eles vivos, e simplesmente sumiram, desde a invasão não tenho mais contato.

— E quem são eles?

— Eu não sei, nunca vi seus rostos, apenas sei que um deles tem olhos brilhantes.

Guildor voltou ao normal, pegou Mats e Lana e os colocou em seus ombros.

— Não vai me matar?

— Hoje não, viva com a vergonha de que três garotos destruíram todo seu reino, e lembre-se que tem mais cinco de nós! Nunca mais apareça Monghar, e nunca mais invada um reino ou vila ou se quer um escravize um animal, essa é sua última chance, se fizer qualquer uma dessas coisas, eu estarei lá para cobrar.

Monghar acabou desmaiando após a fala de Guildor, que saiu com bastante ferimentos e com os dois em seus ombros, ao sair do castelo, liberou dezenas de escravos, incluído os da vila em que passaram a noite, após liberar todos, os ofereceu proteção e estadia em Inorram, todos o seguiram, o vendo como um herói. Colocou Mats e Lana em seu cavalo, e ajudou as crianças a subirem nos outros cavalos, com todos partiram de volta para Inorram, foram dois longos dias, até chegarem. Foram recebidos por todos, ao chegar na muralha do reino, e entregar a todos com segurança, Guildor desmaiou.

Em Inorram, após alguns dias depois do retorno do reino de Monghar, Guildor estava recuperado, Lana também já estava bem, mas ainda com o braço imobilizado, Mats teve algumas costelas trincadas, ainda estava em observação com Aniya, que com seus poderes, estava o deixando em perfeito estado.

Guildor reuniu todos os prodígios no salão para contar o que Monghar havia dito e se planejarem.

— Vamos lá, sabemos que estão vivos, mas não estavam com Monghar — disse Lana.

— Oh graças — disse Aniya aliviada.

— Que alivio, estou com saudade deles, e temos a esperança de revê—los agora — disse Corbin.

—Aí é que está, sabemos que foram uns tais de “encapuzados” responsáveis por os capturar, não sabemos como e nem quem são, Monghar apenas descreveu que sumiram, do castelo, e provavelmente são muito poderosos, ele foi apenas contratado como um mercenário para invadir, o real motivo, era nossa captura, provavelmente os líderes sabiam e por isso nos tiraram do nosso reino durante esse tempo, e a única coisa que posso pensar, é que o usarão para nos atrair — disse Guildor.

— E vão conseguir! Porquê vamos resgatá—los! — disse Minev.

— Sim nós vamos, mas não sem sabermos mais detalhes, não sabemos por onde começar. Monghar foi destruído, não deve ser mais um incômodo, e rumores sobre nossa força devem se espalhar, talvez ficaremos mais em paz, ou viraremos um alvo maior! — respondeu Guildor.

— Porém temos missões e pedidos de ajuda chegando a todo momento, está na hora de voltarmos a fazer o que esse reino sempre fez, ajudar! — disse Corbin.

—Certo! — todos concordam.

Mais tarde Guildor foi até o quarto de Mats que estava colocando algumas roupas em uma mochila.

— Eu sei porque está se arrumando — disse Guildor

— Então sabe que não adiantará tentar me impedir — respondeu Mats.

— E nem vou, vou só pedir que me prometa, que ficará bem, e não se meterá em encrencas! Eu cuidarei deles e do reino, não precisa se preocupar, mas também precisamos de você bem.

— Eu prometo Guildor. Você é ridículo, aguentou Monghar sozinho, então sei que estarão bem com você aqui.

— Hahahaha sozinho, eu o peguei quase desmaiado, sem um dos olhos, com um dos braços inutilizados, sem dentes e sem senso de equilíbrio algum graças a vocês. Parta somente amanhã meu irmão, hoje vamos celebrar.

— Uma última noite como guardião do aclamado rei e herói, Guildor Inorram.

A noite de festa antes de Mats se despedir dos prodígios foi marcada por uma atmosfera de alegria e celebração. As ruas estavam decoradas com enfeites festivos, criando um ambiente acolhedor. O salão do castelo foi transformado em um local de festa, com música animada e dança. As pessoas estavam vestidas com suas melhores roupas e se divertiam ao som das melodias e ritmos contagiantes. A mesa estava repleta de deliciosos pratos e sobremesas, preparados pelos cozinheiros do reino. Todos estavam animados e felizes, aproveitando a oportunidade de se divertir e esquecer, mesmo que por um momento, dos desafios e perigos que enfrentavam.

Mats estava rodeado por seus amigos e familiares, que o arrancaram um sorriso. Ele sentia uma mistura de emoções, desde a tristeza por ter que se despedir do reino até a gratidão por ter tido a oportunidade de crescer e lutar ao lado deles. Mats aproveitou cada momento da festa, rindo e compartilhando histórias com seus entes queridos. Ele sentia-se abençoado por ter pessoas tão especiais em sua vida e prometeu a si mesmo que nunca esqueceria os momentos que passaram juntos, desde as trapalhadas na infância até os combates e treinamentos. A noite foi repleta de risos, abraços e memórias que ficariam para sempre em seu coração.

Guildor e Mats resolveram não contar a ninguém sobre sua partida, queriam que todos ficassem felizes e não preocupados e tristes.

— Sei que irá sair do reino amanhã — disse Minev em um canto onde estava Mats.

— Como? Disse que não invadiria meus pensamentos.

— Guildor me contou, agora sou responsável e respeito a privacidade de cada um.

— Guildor? Bom, sim e não me impeça.

— Não irei te impedir, já sabe para onde vai?

— Não, mas irei descobrir mais sobre esses encapuzados.

— Tudo bem, só tome cuidado tá?!

— Não se preocupe, me importo com vocês, prometa cuidar de Guildor, e não saia de perto dele.

— Não se preocupe comigo também, foque nos seus objetivos, mas mande cartas o tempo todo para termos notícias.

— Mandarei assim que possível.

No dia seguinte, todos se reuniram na mesa para o café da manhã, um pouco mais tarde devido a festa que tiveram. Guildor aproveitou e então contou sobre Mats. A notícia de que Mats iria embora deixou os prodígios em choque. Cada um deles teve uma reação diferente, mas todos sentiram uma mistura de tristeza, preocupação e medo.

Guildor, como o líder do grupo, sentiu uma grande responsabilidade em proteger o reino e seus amigos. Ele se sentiu pressionado a assumir um papel ainda maior na ausência de Mats.

Lana, que tinha uma conexão especial com Mats, sempre foram muito competitivos um com outro, mas sempre se entenderam da melhor forma, e quando crianças eram melhores amigos. Ficou arrasada com a notícia. Ela se sentiu triste e com medo de perdê-lo.

Jay-Jay, tentou manter o ânimo do grupo, mas por dentro estava preocupado com o que poderia acontecer sem Mats.

Mavie, sempre brincalhona, tentou esconder sua tristeza com piadas e sorrisos, mas por dentro estava devastada. Já Corbin, manteve uma expressão séria, mas por dentro estava triste de perder a quem mais se comparava e inspirava. Ele se perguntou como seria possível substituir Mats e se sentiu sobrecarregado com a responsabilidade de proteger o reino, pois com ele ali tudo era mais fácil.

Aniya ficou triste com a notícia da partida de Mats, pois sabia que dividia uma liderança ao lado de Guildor. A notícia deixou Aniya preocupada com o futuro de Mats, que entraria em uma jornada solitária, e vendo como sempre voltavam das batalhas, machucados, principalmente ele, que é quem mais a dava trabalho.

Minev, sua irmã, já havia falado com ele, claramente estava sentindo solidão, mas não demonstrava, na frente de todos, ela mostrou naturalidade, agindo como se ele não fosse fazer tanta falta, que assim ela teria mais paz.

No geral, os prodígios sentiram uma grande perda com sua partida. Mas, ao mesmo tempo, eles se uniram e prometeram apoiar uns aos outros, encontrando forças para seguir em frente e desejando toda proteção e o bem de Mats. Todos o abraçaram e se despediram. Mats levou apenas seu traje e um sobretudo com gorro para se disfarçar, deixou seu cavalo ao cuidado de Corbin e partiu em sua jornada longe de Inorram.

 

Algumas horas após sair do reino, enquanto caminhava, Mats diminuiu a velocidade de seus passos — Até quando pretende se esconder, eu sei que está me seguindo desde o reino.

— Eu fiz uma promessa para o papai, e vou cumpri—lá, jamais te deixarei sozinho. Mas como soube que estava te seguindo? — disse Minev tirando a ilusão que a escondia.

Mats então abriu um sorriso e olhou para os céus.

 

 

Assim conclui-se o primeiro volume...



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