Primordium Brasileira

Autor(a): Lucas Lima


Volume 1

Capítulo 1: Após um longo sono

Um som... talvez. Distante, indistinto.

Escuridão. Uma centelha.

Breu. Flashes intermitentes.

Luz. Escuridão. Luz.

Enfim, luz.

Brilhante demais. Invasiva. Quase cruel.

Algo pulsava.

Lento. Pesado.

Como se o mundo inteiro estivesse empurrando contra seu peito.

Então, dor. Um peso surdo sobre o corpo — ou dentro dele. Difícil dizer.

Outro som. Agora era mesmo um som.

Mas estranho. Agudo e grave ao mesmo tempo.

Como se estivesse acontecendo a quilômetros… ou dentro do próprio crânio.

Frio. Não na pele — nos ossos.

Um frio de morrer, de trincar por dentro.

E então o tremor. Não suave. Uma convulsão.

♦♦♦

Mia observava.

Silenciosa, atenta.

O laboratório estava imerso em um silêncio clínico, cortado apenas pelo zumbido baixo dos equipamentos de suporte e o leve estalo rítmico de fluidos circulando pelos tubos transparentes.

As luzes superiores, embutidas nas laterais do teto metálico, projetavam um tom levemente azulado sobre tudo, dando ao espaço uma aparência fria, quase submersa.

Os dedos dela dançavam sobre o tablet à altura do peito, os comandos respondendo instantaneamente com pequenas pulsações de luz. O visor exibia os sinais vitais dele: batimentos, sinapses, oxigenação.

O garoto à sua frente começava a reagir. Espasmos leves. Pálpebras vibrando. O corpo submerso em um líquido translúcido, de coloração azul-esverdeada, dentro da câmara criogênica.

— Sinais motores... retornando — murmurou para si. — Frequência cardíaca subindo. Sinapses reativadas...

Suor escorria pelas palmas de suas mãos, mesmo com a temperatura controlada da sala. O calcanhar direito de Mia martelava o chão de cerâmica escura num ritmo frenético.

— Miguel... está... me ouvindo?

A voz falhou. Fraca, insegura.

Mia engoliu em seco, os olhos presos ao rosto dele, procurando qualquer reação — qualquer gesto.

As pálpebras dele tremiam. Espasmos curtos, como se ele estivesse lutando contra algo. Como se tentasse acordar de um pesadelo.

E então, os olhos se abriram.

Mia levou as mãos à boca. O tablet escapou dos dedos e caiu com um baque seco sobre o chão. A vibração ecoou pelo espaço metálico, solitária.

As lágrimas ameaçaram cair. Seus ombros tremeram. Por um instante, ficou paralisada.

Mas esse torpor durou pouco.

Num impulso, ela se lançou até ele.

Com um comando mental, a câmara criogênica liberou os travamentos com um clique surdo. Um breve jato de ar pressurizado escapou pelas bordas, seguido pelo som viscoso do líquido azulado escorrendo pelas frestas da máquina e se acumulando lentamente no dreno abaixo da cápsula.

Sem hesitar, Mia estendeu as mãos. Seus dedos tremiam enquanto alcançavam o rosto dele. Com delicadeza, ela desencaixou a máscara translúcida de suporte vital que cobria o nariz e a boca de Miguel, puxando-a de lado com cuidado.

— Miguel... — A voz saiu trêmula. As lágrimas, agora livres, escorriam pelas bochechas quentes. Com outro comando mental, a luz da sala suavizou-se, mergulhando o ambiente num tom âmbar discreto e mais acolhedor.

♦♦♦

Miguel piscava com dificuldade. Os olhos mal abertos, protegendo-se com a mão da claridade ainda presente.

Ele ouvia uma voz estranha, um rosto disforme, meio dobrado — como se visse tudo debaixo d’água.

Tentou se mover. O corpo, pesado demais.

Erguer o tronco foi uma batalha. Sair da câmara, impossível.

— Calma, calma. Eu estou aqui pra ajudar.

A garota passou o braço dele sobre os ombros e, com esforço, o ajudou a se levantar.

Cambaleando, ele mal conseguia manter-se em pé.

Ela o guiou até uma cama próxima. Assim que tocou o colchão, Miguel apagou.

♦♦♦

— Cem anos...

O murmúrio quase se perdeu no silêncio sepulcral do laboratório.

— Sim... cem anos.

Mia repetiu, devolvendo a ele suas próprias palavras.

As mãos de Miguel seguravam o lençol que cobria seu corpo nu. Estavam pálidas, tremiam, como se carregassem um peso insuportável. Ele ficou ali, em pé, estático, encarando a porcelana branca que refletia um padrão geométrico azulado vindo das lâmpadas tubulares no teto.

— Mãe... Teresa... pessoal...

Sussurrou, como se as palavras lhe ferissem a garganta. Sentia ânsia, mas algo parecia entalado. O peito martelava por dentro. E, apesar do aquecedor ligado havia mais de doze horas, sua pele sentia um frio que o fazia sentir câimbras.

Miguel fechou os olhos. E sorriu...

Mas tal sorriso... era carregado de desesperança.

Após um momento Miguel rompeu o silêncio:

— Minha mãe, ela ainda está viva?

Mia desviou o olhar. Seus dedos apertaram com força o tecido da calça.

— Infelizmente não tenho informações sobre a tia Sara.

Miguel inspirou profundamente. Por um instante, seu corpo pareceu leve. Um alívio... absurdo.

— Mas! Mas não se preocupe! — disse Mia, encarando o fundo dos olhos vazios dele. — A tia Sara ainda deve estar viva.

As palavras dela não pareciam uma tentativa barata de consolo.

— Afinal é a sua mãe — completou, convicta.

Um brilho quase imperceptível cruzou os olhos de Miguel.

— Você tem razão.

Ele acenou com serenidade. Um sorriso fraco surgiu.

— Mia, né? Obrigado. E desculpe por te preocupar.

Mia tentou sorrir, mas o gesto se desfez numa careta. Não conseguiu conter as lágrimas. Fungou, os ombros tremendo, e então o abraçou — apertado, com ternura.

Miguel arregalou os olhos.

Ela o envolvia com braços esguios, os cabelos azulados encostando em seu ombro. Ele não a conhecia. Não sabia por que ela estava ali. Nem por que parecia se importar tanto.

Mas, em meio ao torpor, algo finalmente o alcançou:

Conforto.

♦♦♦

Mia cantarolava baixinho, regando com cuidado a pequena horta cultivada na estufa do laboratório. Seus olhos, de um azul profundo e vítreo, percorriam com atenção os tomates, alfaces, espinafres e abóboras. Parecia satisfeita com sua atividade, um sorriso leve a acompanhava.

Cada espécie era mantida em compartimentos separados por vidro temperado, plantadas em solos calibrados para suas necessidades específicas. Um ambiente tão simétrico quanto limpo, controlado por climatizadores de última geração. Drones flutuavam silenciosos, ajudando na manutenção e colheita.

Miguel observava em silêncio, escorado na única porta de acesso ao local. À primeira vista, era uma cena banal: uma garota bonita cuidando de plantas. Mas havia algo, algo difícil de descrever. Um detalhe sutil e desconcertante.

Aquela garota — que parecia saída de um conto de fadas — não era humana.

Desde que se recuperou, duas semanas atrás, Miguel vinha sentindo um desconforto que não conseguia nomear. Até perceber algo que sua mente, em estado de choque, inicialmente ignorara.

Mia, a garota que o resgatou e cuidava dele desde então, era bela demais. Anormalmente bela.

Seu rosto possuía uma simetria impossível, como se esculpido por mãos divinas, meticulosamente planejado para ser perfeito. Não havia falhas, imperfeições ou sinais de envelhecimento. Apenas a harmonia absurda de uma beleza que transcende a biologia.

Além disso, seus olhos — intensos, brilhantes, de um azul incomum como pérolas tingidas de ftalocianina — eram da mesma cor de seus longos cabelos ondulados.

Certa vez, Miguel chegou a brincar, perguntando se ela era um anjo ou uma deusa. Mia, sem graça, coçou a bochecha e respondeu:

— Na verdade, sou uma androide.

A revelação o deixou sem palavras.

Miguel conhecia androides. No ano de 2048, cem anos atrás, já existiam modelos para todos os fins: domésticos, industriais, militares. Mas nenhum deles — nem mesmo os mais avançados — se comparava a Mia.

Mia não agia como uma máquina. Nem como uma IA. Suas expressões, seus gestos, sua linguagem corporal, tudo nela era absurdamente humano. Se não fosse por sua beleza sobre-humana, Miguel jamais teria suspeitado.

— Como diabos aquele velho tarado conseguiu criar algo assim?

Murmurou, lembrando-se do responsável por ela.

Dr. Tiago. Um homem que ele considerava quase como um tio. O maior gênio da era moderna, declarado ainda no século passado. Criador do primeiro protótipo funcional de androide com aparência e comportamento humano — no longínquo ano de 2031.

Mas aquele modelo era muito inferior quando comparado a Mia. Até o último lançamento, datado de 2046, pareceria só uma boneca de aparência realista ao lado dela.

Então como?

Como Tiago conseguiu fazer isso?

E por que Mia nunca fora revelada ao público?

— Espero que ele ainda esteja vivo, aquele velho me deve muitas explicações.

Miguel suspirou, soltando os ombros. Adentrou a estufa e caminhou até ela.

— Bom dia, Mia.

Ela se virou imediatamente. Os olhos azuis brilharam. As bochechas coraram de leve. Um sorriso brotou nos lábios perfeitos, como se ela não conseguisse contê-lo.

— Bom dia, Miguel — respondeu, entregando o regador a um pequeno drone ao seu lado. Ele assumiu a tarefa sem hesitar. — Dormiu bem?

— Hm. E você?

Uma pergunta estranha de se fazer a uma máquina. Máquinas não dormem. Ou... não deveriam.

Mas Mia dormia.

E fazia isso como uma pessoa comum.

Talvez Miguel nem tenha notado o quanto se esquecia de que Mia era uma androide.

— Hm. Me sinto ótima! — respondeu com um sorriso largo, logo se envergonhando da própria empolgação.

Ela corou ainda mais. Miguel também. Desviou o olhar, coçou a cabeça, sem saber como reagir. Ele não era tímido daquele jeito, mas a aparência celestial de Mia o desestabilizava.

— Você cuida dessa horta desde sempre?

Mia balançou a cabeça. Os cabelos dançaram suavemente.

— Comecei há mais ou menos um ano. Havia muitas sementes armazenadas, bem conservadas. Não usei todas. — Tocou delicadamente os caules dos morangos no "Compartimento 34". — Achei que você gostaria de comer algo gostoso, em vez das rações sintéticas de emergência.

A iluminação artificial pareceu envolver seu corpo como um abraço morno, tornando sua presença ainda mais angelical. Ela o olhou de canto, sorrindo.

— Mia... por que você... bem...

Por que ela se preocupava tanto com ele?

— Você já sabe... — sussurrou ela, abaixando a cabeça. — Qualquer um perceberia. Principalmente alguém tão perceptível como você...

Ela levou a mão ao peito e respirou fundo.

— Eu te amo.

— ...

Miguel travou. Quis responder, mas não conseguiu formar palavras.

— Eu sei. É estranho, não é? Sou um robô afinal e, além disso, só faz duas semanas desde que você acordou. Mas... — Ela se virou, olhos entreabertos, sorriso melancólico. — Você esteve comigo por cem anos. Bem... — Desviou os olhos mais uma vez, oscilando de um lado para o outro. — Eu só podia te observar por trás daquele vidro... e enquanto esperava, lia e relia tudo o que havia sobre você nos dados do laboratório...

PÁ!

— ?!

Mia se estapeou com as duas mãos, choramingando em seguida.

— Aahh! Isso faz parecer que eu sou uma stalker maluca! Mas! Mas! Eu...

Miguel ainda não sabia o que dizer. Mas algo se aqueceu em seu peito. Diante dele estava uma inteligência artificial com aparência de deusa, mas que naquele momento era só uma garota de dezesseis anos tentando lidar com seus sentimentos.

— Mia, fique calma. Eu não acho que você seja estranha. É só que...

— Teresa, não é?

— ...

Foi como uma lâmina atravessando o coração.

Miguel perdeu o fôlego ao lembrar-se dela. Os longos cabelos branco-dourado. Os olhos cor de Veronese. O sorriso que parecia eterno.

Por um momento, sua visão embaçou. Mas conteve a dor, empurrando o sofrimento para o fundo da alma. Sua expressão, antes tomada pela emoção, endureceu.

Miguel precisava de tempo. Ficou aliviado de ver que Mia parecia entender isso.

— Obrigado por cuidar de mim, Mia.

— Hm.

♦♦♦

— O velhote sempre dizia que os norte-americanos, com toda aquela paranoia sobre o fim do mundo, seriam os próprios responsáveis por ele — comentou Miguel, movendo o Rei branco para C2. — Talvez ele tenha acertado.

Mia soltou uma risadinha.

— Dr. Tiago não era muito fã de estrangeiros, mas também não era patriota. Estava mais para um anarquista não praticante, viciado em computadores e IAs. E androides... daquele tipo — resmungou, fazendo um bico ao mover a Dama negra para G6. — Xeque.

Miguel estalou a língua. Mia era realmente excelente.

— Ou talvez tenham sido os chineses ou russos a dar início ao apocalipse. Do jeito que o mundo se encontrava cem anos atrás, qualquer um desses poderia levar a humanidade a destruição.

Miguel acenou, Mia estava certa. Qualquer um desses gigantes possuía a capacidade para trazer o caos total ao planeta com apenas um simples movimento irreversível.

— Espero que o velhote ainda esteja vivo. Nah... certeza que aquele velho não só sobreviveu, como deve estar num paraíso artificial qualquer que criou.

Rei branco para B2.

— Bem a cara dele. Aposto que está cercado por um harém de androides.

Mia posicionou sua Dama negra em B6.

— Xeque.

Miguel suspirou e encolheu os ombros. Mia não pegava leve — mas isso tornava o jogo ainda mais divertido.

— Finalmente vamos deixar esse lugar...

Rei branco para A2.

Mia arregalou os olhos e, pela primeira vez desde o início da partida, hesitou. Primeiro, suspirou. Depois, sorriu animada.

— Em apenas um mês e meio você já recuperou toda sua capacidade cognitiva e cerca de 30% da força física. Você é incrível!

Torre negra para G2.

— Xeque... — Mas dessa vez a voz dela saiu sem confiança.

Miguel respondeu na hora, Rei branco para A3.

— Foi o mínimo que você exigiu pra sairmos daqui. Então me esforcei.

— Hehehe...

Enquanto Mia colocava sua Dama negra em B2, um pequeno robô de limpeza bateu em seu pé debaixo da mesa. Miguel que observou a cena por baixo do tampo de vidro sorriu quando ela o chutou. O robô simplesmente seguiu outro trajeto, impassível.

— Não podemos simplesmente sair por aí — disse ela. — Não sabemos o que esperar além do que os sensores captaram ao longo das décadas. O ar não é mais letal, mas ainda carrega uma quantidade significativa de radiação. E, considerando que estamos no DF e a temperatura média caiu mais de vinte graus desde o século passado, o inverno nuclear deve ter reconfigurado completamente o ecossistema.

Miguel ouviu em silêncio.

Quando perguntou por que havia despertado naquele abrigo, cem anos no futuro, Mia disse que provavelmente sua mãe o colocou ali para salvá-lo da guerra nuclear.

Ela mostrou os poucos dados coletados ao longo do século. Mudanças climáticas, registros dispersos de radiação... e o mais alarmante: a internet como ele conhecia não existia mais. Um colapso global parecia evidente.

Miguel queria sair imediatamente. Encontrar sua mãe. Gritar, perguntar, abraçar. Mas não havia plano. Só ansiedade.

Mia foi quem o acalmou. Trouxe de volta aquele Miguel estoico de cem anos atrás. E, ironicamente, ele percebeu que ela estava ainda mais ansiosa para sair dali. Passou um século sozinha. Claro que queria ver o mundo.

Mas não dava para agir por impulso. O corpo dele havia sido mantido em criogenia por cem anos. Mal conseguia se manter de pé quando acordou. Estava anestesiado, fragmentado. Suas memórias e personalidade ainda estavam se reconstituindo.

Por isso Mia determinou: só sairiam quando ele recuperasse pelo menos 30% de sua força física e o pleno uso das faculdades mentais.

Levou quarenta e dois dias, mas esse dia finalmente chegou.

Rei branco para A4.

— Cem anos atrás, ninguém conseguia andar na rua entre onze da manhã e duas da tarde — disse Miguel. — E talvez hoje até neve em Brasília.

Mia riu, fazendo uma careta engraçada.

— Isso já é exagero. Nem um inverno nuclear faria nevar em Brasília.

Miguel também riu. Talvez tenha fantasiado demais. Moveu sua Dama branca para H8.

— Xeque.

Mia estalou a língua. Provavelmente já via o fim do jogo como ele. Fez um bico enorme e, relutante, moveu seu Rei negro para G6.

— Como acha que está lá fora?

Miguel pensou, levando a mão ao queixo. Torre branca para A6.

— Não sei. Se for como nos filmes que vimos, tudo deve estar desértico e em ruínas. Xeque.

— Acho que sim... — Rei negro para F5.

Dama branca para F8. Novo xeque.

O Rei negro escapou para E4.

Então veio o golpe final.

Torre branca para E6.

— Você é mesmo incrível...

Mia abandonou a partida.

Jogaram quarenta e seis vezes na última semana. Aquela foi a primeira vitória de Miguel.

Enquanto se voltava para Mia, Miguel imaginou que ela talvez estivesse frustrada com a derrota — ou animada por um possível revanche. Mas…

Mia o encarava em silêncio.

As pupilas azuladas vibravam sob a luz tênue. O nariz e as têmporas estavam corados — aquele tom rosado que ele já começava a reconhecer. E o sorriso... calmo, sereno, quase devoto. Como o de alguém diante daquilo que mais ama.

Miguel desviou o olhar.

Sentiu o estômago revirar num misto de calor e desconforto. Sabia o que aquilo significava e, talvez, por isso mesmo... não soubesse o que fazer.

♦♦♦

O tempo parecia se comprimir à medida que o elevador subia. Miguel sentia o coração martelar o peito, como se quisesse escapar dali. Suas mãos estavam geladas e suadas. Tremiam.

Finalmente.

Finalmente ele estava indo atrás de sua mãe.

Tantas perguntas, tantos sentimentos presos na garganta.

Mas então algo o trouxe de volta.

Mia segurava sua mão.

Nenhuma palavra. Apenas um olhar cheio de ternura. Seus olhos diziam: estou aqui com você.

Miguel riu de si mesmo. Era estranho estar assim — ele não era cheio de dúvidas e hesitações. Mas tudo bem. Isso também fazia parte dele, e por isso era capaz de aceitar sem vergonha.

Ele se animou. O frio passou. O coração se acalmou.

Quando o elevador parou, as portas não se abriram de imediato.

O painel acima piscou. Uma mensagem apareceu:

“Abrir porta de segurança?”

Miguel olhou para Mia. Ambos assentiram. Equiparam os capacetes com filtros de ar acoplado.

Mesmo sendo uma máquina, a radiação podia danificar os sistemas dela. Por isso, Mia também usava seu próprio traje negro.

— Vamos lá, Mia.

— Hm!

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