Personagem de Baixo Nível Tomozaki-kun Japonesa

Tradução: slag

Revisão: slag


Volume 6.5

Uma manhã fria na estação.

Era o segundo semestre letivo, num fim de semana em meio aos preparativos para o festival escolar. Yuzu Izumi estava preocupada.

"Algo tem parecido estranho ultimamente!"

Ela tomava um Frappuccino de caramelo da Starbucks e desabafava com Mutsumi Kawaguchi, que estava sentada à sua frente.

"Oh, tenho certeza de que ele está apenas cansado", disse Kawaguchi de forma monótona.

"Talvez...", resmungou Izumi. Um colar turquesa aparecia na gola da sua blusa decotada.

"Você só tem que lidar com isso por agora, não é?"

"Nem faz seis meses que estamos namorando! Pedi para sair com ele hoje, e tudo o que ele disse foi que está ocupado de novo...", suspirou Izumi.

Ela estava preocupada pelo fato de seu namorado, Shuji Nakamura, não ter mostrado muito interesse em sair ultimamente.

"O Shuji-kun parece ser do tipo que se entedia facilmente. O que você pode fazer?"

"Não fale assim! Isso só me deixa mais preocupada...", implorou Izumi.

Kawaguchi franzia a testa.

"Ah, não acho que ele esteja te traindo."

"Pare com isso! Não diga isso também!"

Kawaguchi riu.

"Ah-ha-ha. Qual é o problema? Eu disse que não achava que ele estava te traindo!"

"Só não quero ouvir essa palavra!" Izumi se jogou na mesa.

"Ah, vamos lá. Desculpe."

"Dê-me algum conselho de verdade!"

A incapacidade de Kawaguchi de levá-la a sério só estava deixando Izumi mais ciumenta. Mas a verdade era que ela estava saindo com Nakamura muito menos ultimamente. Toda vez que Izumi o convidava para algo, ele dizia estar ocupado ou ter planos, o que a deixava muito nervosa. Ela o convidou novamente na esperança de ter uma boa conversa, mas ele a recusou novamente. E assim a espiral descendente continuava.

"Os caras têm seu jeito próprio de namorar, não é?"

"Hmm... Talvez seja isso?"

"Realmente não sei."

"Ai, você está me enlouquecendo!" Izumi gritou, com o rosto franzido de frustração.

"Você é engraçada, Yuzu."

"Não sou!"

Mas, por fora, ela parecia excessivamente ansiosa — não precisava levar o problema tão a sério ainda.

 


 

Mas então toda a situação mudou.

"Ei, Yuzu! Você ouviu?"

"Ouvi o quê?"

A aula ainda não havia começado, mas ela já estava em sua mesa. Ela se virou na direção da voz de Kawaguchi e viu que sua amiga parecia mais séria do que o habitual.

"O que foi?"

A expressão de Kawaguchi aumentou suas preocupações, e ela baixou a voz para que apenas Izumi pudesse ouvi-la.

"Eu ouvi alguém dizer que viu ele."

"Vi... quem?"

"Um... o Shuji-kun, com..."

O coração de Izumi deu um salto.

"Com... quem?"

Ansiosa como estava, sua mente já tinha imaginado o pior. Ela esperava desesperadamente que sua amiga dissesse algo sem importância.

Mas Kawaguchi estava séria.

"Viram o Shuji-kun andando com outra garota."

"O quê...?"

Izumi sentiu um pequeno buraco crescendo em seu coração. Seu rosto ficou sem expressão, e sua mente mergulhou no caos sobre o que fazer.

"Estavam sozinhos?"

"Sim."

Mas ela ainda não tinha certeza; não podia afirmar que era o cenário que ela temia. Esforçando-se para se manter calma, ela fez algumas perguntas a Kawaguchi.

"Quando foi isso?"

"No domingo passado."

"...Isso é..."

Domingo — exatamente o mesmo dia em que Nakamura havia recusado o convite de Izumi.

O mesmo dia em que ela reclamara disso para Kawaguchi.

Enquanto isso, ele estava com outra garota.

"...Onde?"

"Ah, Ma-chan na classe ao lado é quem disse que viu, acho que foi no Laketown."

"...Ah."

Nuvens escuras tomaram conta do coração de Izumi. Koshigaya Laketown era o grande shopping onde os estudantes costumavam ir para encontros nos finais de semana.

"Talvez tenha sido outra pessoa?"

"Não acho. Ela disse que estava muito perto deles."

"Ah."

"Mas poderia ter sido alguém parecido com ele..."

"Sim... Ok, obrigada."

Izumi sentiu como se estivesse sufocando. Como se uma bola de boliche tivesse sido jogada em seu peito.

Kawaguchi olhou preocupada para o seu rosto.

"...O que você vai fazer?" ela perguntou suavemente.

"Um..."

Izumi não estava certa.

Como ela deveria reagir a uma notícia como essa?

Se ele dissesse que estava fazendo algo diferente no domingo e mandasse uma foto para provar, ela poderia ficar tranquila de que tudo não passava de um grande mal-entendido.

Também era possível que ele tivesse ido ao Laketown, mas que a garota fosse apenas uma amiga. Talvez estivessem num grupo e acabaram sozinhos naquele momento. Se estivessem especificamente passando um tempo juntos, ela queria que ele lhe contasse a verdade, mesmo que achasse um tanto estranho dado que ele tinha namorada. Claro, ela não ficaria feliz, mas não queria prendê-lo.

"Eu..."

O problema era que ela não sabia se devia perguntar diretamente a ele.

A própria pergunta sugeriria que ela não confiava nele, e vasculhar todos os detalhes do que ele fazia quando não estavam juntos poderia parecer controlador, mesmo que fossem exclusivos. Ela não gostava de nada disso. Só queria um relacionamento em que confiassem um no outro sem precisar ser intrometida.

"...Vou confiar nele um pouco mais."

"Hmm... Ok."

Kawaguchi não faria mais comentários.

E assim Izumi afastou a semente da dúvida em seu coração e passou o dia escolar como sempre fazia.

 


 

"...Ai, ai."

Era o fim de semana seguinte, e Izumi suspirava enquanto relia uma conversa no LINE com Nakamura.

[Você está livre no próximo sábado?]

[tenho planos]

[Entendi, ok!]

Era a terceira vez seguida que ele recusava um convite dela.

Antes, ele costumava arrumar um tempo para ela no sábado ou no domingo, e na maioria dos feriados durante a semana, eles saíam juntos. Agora, de repente, isso.

Ela não tinha certeza se o cenário que mais temia estava se concretizando.

Mas também não conseguia entender por que mais isso estaria acontecendo.

Numa névoa indistinta, Izumi deitou a cabeça no travesseiro e suspirou. Seu ar quente e úmido batia no travesseiro e deixava sua bochecha molhada.

"...Melhor eu me preparar."

Ela se levantou, tomou um banho, vestiu um suéter branco, grosso e off-the-shoulder, e uma saia xadrez cinza justa, e fez sua maquiagem. Parou na entrada para colocar seu casaco e botas pretas altas, então seguiu para a estação.

Pegou o trem para Omiya.

"Oi!"

"Ah, oi!"

"E aí!"

Quando chegou à estátua de bronze de Toto-chan, o esquilo, do lado de fora da saída leste, Kawaguchi e Mao Kamimae já estavam esperando por ela. Poucos minutos depois, Erika Konno se juntou a elas. O grupo de quatro seguiu em direção ao prédio Arche pela saída oeste. "Nossa, está frio hoje."

"Sim", concordou Kawaguchi enquanto Konno esfregava as mãos.

"Eu devia ter usado meias mais grossas!"

Conversando sobre coisas aleatórias, entraram no prédio. Izumi tentou esquecer suas preocupações concentrando-se na conversa, mas não conseguia parar de pensar em Nakamura.

 


 

"Isso é tão fofo!" exclamou Izumi.

"Você não comprou algo parecido, Yuzu?", respondeu Kamimae.

"Comprei? O que você quer dizer?"

"Lembra daquele negócio fofo preto?"

As duas estavam analisando algumas roupas.

"De jeito nenhum, isso é totalmente diferente! Aquela era fofinha, mas esta é peluda."

"Não tenho certeza se vejo diferença..."

Kamimae lançou um olhar confuso para a super analítica Izumi.

"Yuzu," chamou Konno, "vem aqui por um segundo."

"Huh?"

Konno estava em frente a um espelho, usando uma jaqueta de motociclista preta. Ela deu uma voltinha para mostrar para Izumi todos os ângulos enquanto ela se aproximava.

"O que acha?"

Seu tom era casual, mas o fato de ter chamado Izumi para pedir sua opinião mostrava o quanto confiava no seu senso de moda. Satisfeita com o gesto, Izumi examinou a jaqueta.

O couro sintético justo se ajustava perfeitamente a Konno, deixando sua forma já esguia ainda mais elegante.

"Fica incrível em você! Mas..."

"O que foi?"

"Você tem um corpo tão bonito, então acho que uma mais curta talvez fique ainda melhor."

Konno concordou satisfeita.

"Pode ser. Obrigada!"

Ela tirou a jaqueta, a colocou de volta no cabide e começou a procurar entre as roupas. Nessas horas, nunca dava para saber se Konno seria cooperativa ou não, mas Izumi gostava disso nela.

De repente, avistou outra jaqueta.

"Ei, Erika, que tal essa?"

“Vou experimentar.”

"Ok!."

À primeira vista, Izumi parecia se divertir tanto quanto sempre em sua viagem de compras, mas por dentro, sua ansiedade borbulhava incessantemente.

O que Nakamura estaria fazendo agora?

 


 

As quatro desceram do último andar do prédio Arche, e quando terminaram de fazer compras, foram para uma famosa casa de panquecas. Com filiais em Harajuku e Shibuya, era famosa por suas panquecas derretendo na boca.

Pouco tempo depois de se sentarem e fazerem o pedido, o garçom trouxe quatro criações semelhantes a suflês. Pareciam ricas e deliciosas.

Kamimae não conseguia conter sua excitação.

“Meu Deus! Tenho que tirar uma foto disso!”

Ela começou a tirar fotos de todos os ângulos com o celular.

“Parece incrível!”

“Ah, boa ideia.”

As outras três pegaram seus celulares e começaram a fotografar, mostrando umas às outras suas fotos. Claro, tirar fotos das panquecas era procedimento padrão para quatro garotas do ensino médio; na verdade, havia alguns outros grupos fazendo a mesma coisa bem ao lado delas.

“Uau, essa ficou ótima, Yuzu!”

Konno soou impressionada.

“Verdade?!”

“Você sempre tira as melhores fotos.”

“Deixa eu ver!”

Kawaguchi se inclinou para ver a tela de Izumi, interrompendo sua troca amigável com Konno.

“Ah, sim! Me manda depois!”

“Claro!”

Assim que a sessão de fotos acabou, começaram a comer.

“Vamos atacar!”

Izumi encharcou sua panqueca com xarope de bordo, e o líquido dourado e brilhante escorreu pelos lados e se acumulou no prato. Só de ver o xarope fluindo pelas bordas, ela pôde sentir o quão macia era a panqueca.

As quatro garotas observaram como se fosse uma joia reluzente.

“Caramba, isso também daria uma ótima foto,” Konno soltou.

“É!”

“Estava pensando a mesma coisa!”

Outra sessão de fotos das panquecas começou.

 


 

Havia um tópico recente que nenhuma das quatro mencionava, mas todas elas sentiam levemente que era um tabu.

"Como estão as coisas com o Hashiguchi ultimamente, Mutsumi?" perguntou Kamimae.

“Bem... a gente foi ao Disneyland outro dia”, disse Kawaguchi timidamente.

“Sério? Só vocês dois?”

“Hum... É...”

“O quê?! Isso é tipo um encontro!”

Kamimae gritou animadamente.

"Ele disse que queria começar a sair?" perguntou Konno.

"Não... nós só saímos como de costume e depois fomos para casa."

"Ele parece estar no ensino fundamental ou algo assim?"

Batendo os lábios, Konno sorriu para Kawaguchi.

"S-sim, eu sei... O que você acha que está acontecendo?"

Kawaguchi perguntou incerta.

Izumi engoliu uma mordida de panqueca antes de responder.

"Hashiguchi parece ser do tipo que joga pelo seguro..."

Eles estavam conversando animadamente sobre suas vidas amorosas respectivas quando o tabu apareceu pela primeira vez — o tabu de Izumi e Nakamura.

Estavam falando sobre romance, então seria natural a conversa se voltar para o relacionamento entre Izumi e Nakamura, mas ninguém mencionou isso. Não podiam mencionar.

Mesmo que Izumi, Kawaguchi e Kamimae não conseguissem parar de falar sobre o avistamento suspeito de Nakamura quando estavam sozinhas, agora que Konno estava presente, não podiam dizer uma palavra.

A conversa tinha que fazer desvios em torno do assunto, então de vez em quando havia pausas constrangedoras enquanto todos procuravam por um tópico diferente, não relacionado a Nakamura.

"…Um..."

"Então..."

Era exatamente um desses momentos. Kawaguchi e Kamimae sentiram que a conversa estava prestes a se voltar para Izumi e estavam tentando encontrar um rumo diferente. Havia um desconforto sutil no ar, mas como não podiam falar sobre o motivo, isso apenas aumentava a tensão.

"…Ei", disse Konno de repente.

"Sim?"

Izumi respondeu.

Sem nenhuma emoção óbvia, Konno continuou em um tom natural.

"Como estão as coisas com você ultimamente? Você e Shuji?"

O ar congelou. A pessoa que estabeleceu o tabu acabara de quebrá-lo.

As outras três se entreolharam, buscando a frase certa para dizer.

"Uh, bem..."

Mas Konno interrompeu novamente.

"Eu não sei por que vocês estão andando em círculos — eu realmente não me importo."

Seu rosto não entregava muito enquanto olhava para Izumi.

Suas palavras foram diretas, mas havia um toque de bondade nelas; ela estava tentando amenizar a fricção que grudava no grupo como uma geada. Era um gesto considerado da rainha da classe. A verdade era que ela não podia simplesmente não se importar, mas sua amizade com Izumi parecia ter prevalecido.

Izumi engoliu em seco antes de finalmente assentir lentamente.

"Ok... Desculpe por agir de forma estranha."

"Sinceramente? Eu preferia que você simplesmente abrisse o jogo de uma vez!"

Konno disse, erguendo uma sobrancelha. Não era uma expressão gentil ou suave, mas ela não parecia descontente.

"Bem então... há algo sobre o qual eu quero pedir seu conselho, se não se importar."

Com isso, Izumi começou a explicar a situação atual com Nakamura.

 


 

"Sério?"

"Sim..."

Izumi acabara de terminar de contar a Konno como eles quase nunca saíam mais juntos e como ele foi visto com outra garota.

"Nossa. Isso é muito suspeito."

Konno parecia mais do que um pouco surpresa.

"Você também acha? ...Ah, droga."

Izumi olhou para baixo, com o rosto sombrio.

"Acho que não é isso que está acontecendo, Yuzu!"

"Sim! Shuji-kun não faria algo assim!"

Kamimae e Kawaguchi tentaram tirar Izumi da sua tristeza.

"Não, isso é bastante sério. Shuji definitivamente é capaz disso."

Konno contradisse decisivamente as outras duas.

"S-sim... eu concordo."

Agora Izumi e Konno estavam alinhadas, e as duas franziram o cenho solenemente.

Kawaguchi e Kamimae as observaram, cochichando uma para a outra.

"Elas não deveriam gostar do Shuji-kun...?"

"Sim, por que será que estão tão desconfiadas dele...?"

Elas se olharam, lutando para entender.

Izumi e Konno as ignoraram.

"Então ele te rejeitou de novo hoje, certo? E se você perguntasse a ele o que ele está fazendo agora? Mande uma mensagem."

"Ele não vai achar que estou sendo grudenta?"

"Sim, pode ser. Então..."

Konno olhou para Kawaguchi e Kamimae.

"Uma de vocês deveria perguntar a ele."

"Oh, boa ideia!"

"Obviamente."

O conceito era simples. Em vez de Izumi perguntar diretamente, uma das outras garotas poderia perguntar casualmente e depois transmitir o que ele disse em resposta. O grupo de Konno e o grupo de Nakamura estavam em termos amigáveis, pelo menos até um grande desentendimento, então Kawaguchi ou Kamimae poderiam facilmente entrar em contato com Nakamura sem despertar muitas suspeitas.

"Mas o que devo perguntar a ele?"

"Um, me empresta seu celular por um segundo, tudo bem?"

Sem esperar por uma resposta, Konno pegou o celular de Kawaguchi.

"Ah, vá em frente, acho."

"Hmm..."

Dando permissão depois do fato, Kawaguchi observou enquanto Konno começava a digitar em seu celular como se tivesse todo o direito de fazê-lo. A hierarquia entre elas era óbvia.

Konno abriu uma janela de bate-papo com Nakamura na conta LINE de Kawaguchi e digitou: [O que você está fazendo?] Após receber o ok de Kawaguchi, ela enviou a mensagem.

Em seguida, ela tocou no botão ANEXAR FOTO e enviou uma das imagens que tinham tirado antes de seus pancakes. Era uma foto um pouco mais ampla que incluía seu próprio pancake, parte do corpo de Kamimae e alguns dos outros pancakes.

Depois de confirmar que tinha sido enviada, ela digitou: [Olha só o que conseguimos!]

"Isso deve funcionar."

"Uau." Kamimae estava impressionada.

"Provocando ele, né?" Kawaguchi disse satisfeita.

Konno perguntou o que ele estava fazendo e depois enviou uma foto que mostrava sua própria resposta. Ela não pediu diretamente a ele para enviar uma foto, mas uma mensagem e imagem similares seriam a resposta natural.

"Provavelmente ele vai mandar de volta uma foto. Embora estejamos falando do Shuji, então ele pode ignorar a dica."

"Ah-ha-ha... Consigo ver isso."

Izumi riu, mas estava realmente grata por poder contar com Konno para ajudar com suas preocupações. Isso era um grande favor, mesmo que Izumi estivesse namorando a mesma pessoa de quem ela já gostara. Konno não era completamente egoísta. Ela podia ser realmente assustadora, e Izumi ainda acreditava que o bullying que ela tinha feito estava errado, mas não conseguia deixar de gostar dela mesmo assim.

"Oh, olha só, ele leu," disse Konno.

"O quê?!"

Izumi respondeu, surpresa. Ela estava parcialmente nervosa sobre como ele iria responder e parcialmente um pouco com ciúmes. Ele nunca lia suas mensagens no LINE tão rapidamente.

"Quero ver o que ele vai dizer!"

Kawaguchi soava um pouco animada. Izumi estava preocupada, mas Kawaguchi não tinha muito envolvimento emocional na situação. Além disso, elas nem tinham certeza se Nakamura estava traindo. No geral, ela estava otimista sobre a situação.

Depois de uma breve espera, Nakamura respondeu. Como esperavam, ele respondeu com uma foto.

A foto era de Takahiro Mizusawa comendo um hambúrguer em uma lanchonete. Havia também uma mensagem curta: [hambúrgueres com takahiro]

"Então é isso que ele está fazendo!" Izumi disse com um suspiro aliviado.

"Viu? Eu disse que você se preocupa demais!" Kawaguchi deu um tapinha no ombro de Izumi e sorriu.

"Sim, ele está completamente apaixonado por você. Ele nunca trairia," Kamimae acrescentou animada.

"C-certo? Desculpa por fazer um alvoroço, pessoal...," Izumi começou a dizer, quando Konno notou algo.

"Espera aí. Olha só." Ela colocou o celular na mesa e deu zoom em uma parte da foto.

"…Não acredito."

"Sério?"

"Meu Deus."

Seja lá o que fosse, era uma má notícia.

Konno apontava para um iPhone com uma capinha claramente feminina.

"Isso não pertence ao Shuji ou ao Takahiro, pertence?" Izumi perguntou, mesmo sabendo a resposta óbvia.

"Não," Konno disse calmamente, franzindo o cenho. "Bem, o Takahiro está lá também, e só porque uma garota está presente não significa que ele está traindo..."

"…Sim." Izumi concordou e completou o pensamento. "Mas... por que ele está escondendo isso?"

 


 

Depois disso, as quatro tiveram um animado debate sobre a foto.

"Ele só esconderia isso se estivesse fazendo algo suspeito! E é ainda pior que ele tenha tentado esconder isso em uma mensagem para mim!" Kawaguchi disse.

Konno inclinou a cabeça.

"Ele mandou para você, mas aposto que ele pensou que você poderia estar com a Yuzu."

"Sim, pode ser. Eu não disse com quem estava."

Konno concordou.

"Além disso, não acham estranho que tenham dois caras, Shuji e Takahiro, mas apenas uma garota? Aposto que tem outra garota com eles."

Kawaguchi ficou surpresa com a dedução de Konno.

"Você quer dizer tipo um grupo de encontro?"

"Sim," disse Konno. "Olha, estamos falando do Shuji e do Casahiro. É totalmente possível. Além disso, o Takei não está com eles."

"Ah-ha-ha. 'Casahiro'?"

Kamimae riu do apelido duvidoso.

"…Ugh…"

Izumi estava ficando mais deprimida a cada segundo, e ela tinha todo o motivo para isso. Seu namorado estava com outra garota, e basicamente mentiu sobre isso.

Konno deu um tapinha no ombro dela com meio sorriso.

"Ainda não sabemos de nada. Talvez ele só não queira se dar ao trabalho de explicar... Mas não acho que seja uma boa ideia confiar demais. Você pode acabar se machucando mais tarde."

"…Sim, você tem razão."

A expressão de Izumi permaneceu sombria.

Konno olhou para ela e pensou por um segundo.

"Bem, se está incomodando você, pergunte ao Takahiro sobre isso quando chegar em casa hoje à noite. Pergunte com quem ele estava. Se perguntarmos agora para o Shuji de quem é aquele telefone, será intrometido demais."

O rosto de Izumi se iluminou um pouco.

"Boa ideia. Ele provavelmente não vai se importar."

"Se ele disser que estavam com uma garota, você saberá que era só uma amiga. Mas se ele disser que era só ele e o Shuji, você saberá que o Hiro está envolvido também."

"…Sim, vou fazer isso." Izumi concordou com determinação.

"Obrigada, Erika."

"Não se preocupe," Konno disse casualmente — mas ela estava tentando decidir algo.

Chame de intuição feminina ou talvez uma premonição de rainha — mas ela tinha um pressentimento.

Deveria contar isso para Izumi ou não?

Se me perguntar, você estaria melhor sem saber.

 


 

Naquela noite, Izumi deitou-se na cama segurando o celular com mãos suadas.

Uma janela de conversa do LINE estava aberta na tela.

O nome no campo "Para" era Takahiro Mizusawa.

Mil pensamentos passavam por sua mente enquanto ela digitava. Deveria fingir que não tinha notado e apenas conversar aleatoriamente?

Mas isso seria estranho considerando o momento, e Mizusawa era perspicaz. Havia uma grande possibilidade de ele perceber algo estranho.

Então, deveria ser franca e dizer honestamente que estava preocupada?

Mas se fizesse isso, ele poderia contar para Nakamura. E isso poderia fazê-lo pensar que ela era grudenta, o que ela não queria.

Ela decidiu por uma terceira abordagem, digitou as palavras e enviou.

[E aí!

Você e o Shuji tiveram um dia de cara hoje, né?]

Foi isso — uma mensagem muito simples.

Ele teria dificuldade em entender suas intenções apenas com isso, não teria?

Pressionando as mãos no peito para acalmar seu coração acelerado, ela abriu a página inicial e esperou pela resposta.

Se ele dissesse que outra garota estava com eles, estaria tudo bem.

Mas se ele implicasse que eram apenas os dois, ela estaria em apuros.

Ela jogou o celular em um canto da cama e se enfiou sob as cobertas. Assim que fez isso, ouviu o toque de uma nova mensagem. Ela se assustou com a rapidez da resposta.

Rapidamente jogando as cobertas para trás e pegando o celular, olhou para a tela.

Esta era a mensagem.

[Sim. Por quê?]

Ela voltou silenciosamente para debaixo das cobertas.

 


 

Alguns dias se passaram. Izumi tinha recebido uma mensagem de Nakamura e estava ignorando.

Ele não havia dito mais nada — ela simplesmente encerrou a conversa sem responder à pergunta.

Ela tinha sido vagamente fria com ele na escola, mas ele não tinha mencionado. Na verdade, suas ações eram tão sutis que mal podiam ser consideradas como ignorá-lo.

Ele provavelmente nem se importa por eu não ter respondido, pensou Izumi consigo mesma.

Quando Nakamura demorava um pouco para responder uma de suas mensagens, ela ficava com ciúmes, mas quando deixava as mensagens dele sem resposta por dias, ele parecia nem notar.

Tudo isso a deixava triste, solitária, quase desesperada.

O que ela tinha feito nos últimos meses?

"Aaaaaargh!"

Ela enterrou a boca no travesseiro e gritou. Mas, em vez de liberar suas emoções, só se sentiu mais ansiosa.

"…Erg."

Ela pensou sobre seu relacionamento com Nakamura. O momento em que ele a convidou para sair no parque.

O final de semana em que segurou sua mão.

A primeira vez que foram sozinhos para a casa dele.

O calor de sua mão quando ele a cutucou brincalhão na testa. O olhar em seu rosto quando ele achava que ela não sabia que ele estava olhando para ela.

Ela não conseguia evitar pensar nele na menor oportunidade.

Ela sempre foi quem o perseguia, sempre preocupada que ele fosse fugir para algum lugar se ela não o segurasse.

É claro que ele olhava para outras garotas. Como quem estava com ele quando enviou a foto para Kawaguchi.

A que tipo de garota pertence aquele iPhone? Como ela se veste? Ela se parece comigo? Ou é completamente diferente?

…Ela é mais bonita do que eu?

Os pensamentos rodavam na mente de Izumi até que finalmente ela não aguentou mais.

"Blrghhhh!!!"

Ela gritou no travesseiro novamente, ainda mais alto desta vez.

 


 

Aconteceu no dia seguinte.

O celular de Izumi vibrou cedo pela manhã.

Acordada pela vibração, viu a palavra Shuji na tela.

Era uma chamada do LINE de Nakamura.

"... Sério?"

Ela ficou subitamente acordada, e seu estômago estava revirado.

Eles não tinham trocado mensagens nos últimos dias. Pouco antes disso, ela descobriu seu comportamento suspeito e a possibilidade de outra garota.

E agora essa ligação.

Ela não pôde evitar pensar que tudo isso apontava para uma coisa.

É isso.

Ela hesitou em atender, encarando a tela.

Se fugisse agora, nada mudaria. Apenas adiaria o inevitável. Mas ainda não conseguia se decidir a responder.

Quando a vibração parou, imaginou que ele tinha desistido.

"... Ugh, eu odeio isso."

Ela tentou desesperadamente pensar com sua cabeça ainda sonolenta.

O que deveria fazer? O que deveria dizer?

Como poderia escapar do terrível destino que a aguardava?

Antes que pudesse encontrar uma resposta, seu celular tocou novamente.

Seu coração batia tão forte que ela mal podia acreditar que estava dormindo apenas momentos antes. Ela não queria falar com ele. Mas precisava fazer alguma coisa, ou a ansiedade a esmagaria. Desta vez, ela atendeu na esperança de apenas resolver logo tudo isso.

"…Alô?" ela disse, fazendo um esforço para parecer normal.

A voz do outro lado estava ainda mais alegre do que o normal, o que lhe pareceu insensível, até cruel.

"…Oi."

"O que está acontecendo?"

"Uh…"

Sua voz estava baixa. Enquanto isso, ela tentava esconder seus sentimentos com um tom normal falso. Isso era constrangedor.

Ele continuou, hesitante.

"Você… tem tempo para… nos encontrarmos e conversarmos agora?"

"…O quê?"

Seu pressentimento sinistro se transformou em certeza. Ele estava pedindo para conversar sem dizer do que se tratava.

"Por quê?"

Ele ficou em silêncio por um momento, então respondeu um pouco mais firme.

"Você consegue adivinhar, não consegue?"

O coração de Izumi congelou. Sim, ela certamente conseguia.

"Um… sim."

"Então você pode vir até minha casa?"

Ela estava certa agora — ele ia terminar com ela.

Ela sentia a vida escapando de sua voz enquanto uma onda poderosa de arrependimento a dominava.

Por que ela tinha feito isso? Depois de ver a foto, depois de verificar com Mizusawa, por que ela tinha deixado seu orgulho e competitividade sem sentido vencer? Por que não tinha respondido à mensagem dele no LINE?

E se ela tivesse feito algo assim que percebeu ele se afastando? Talvez não tivessem chegado a esse ponto.

"…Eu odeio isso."

O tremor que ela tinha lutado para controlar a dominou, e suas emoções se manifestaram em suas palavras.

"O quê?"

"Eu disse que odeio isso!!" ela gritou.

"…Do que você está falando?"

Nakamura disse de mau humor.

"Eu simplesmente odeio isso! Você sabe do que estou falando! Eu sei que você entende a palavra 'ódio'!"

"Sim, mas… O que?"

"Eu não vou," ela disse desesperada. "Eu não quero ouvir o que você tem a dizer, então não vou. Vou ficar em casa o dia todo."

"Quem é você e o que fez com Yuzu Izumi?"

"Eu sou Yuzu Izumi," ela disse infantilmente, e imediatamente se arrependeu.

Quanto mais conversavam, pior ela se sentia.

"…Então eu irei até você."

"O que?"

"Vou te ligar quando chegar à estação."

"Espere..."

"Ok, depois a gente se fala…"

"Espere!"

Ele desligou.

"... Droga."

Seu celular apitou.

Ela tinha esquecido de carregá-lo na noite anterior, e o símbolo de bateria vermelha na tela indicava que restavam apenas cinco por cento.

"Ahhh—!!"

Ela tentou liberar o estresse gritando tão alto que nem mesmo seu travesseiro poderia absorver o som, mas tudo o que podia fazer era esperar pelo próximo telefonema de Nakamura.

 


 

[Estou no trem das 10:24]

Sua mensagem chegou.

Agora que seu destino estava selado, Izumi fechou calmamente o aplicativo do LINE.

Ela conectou o celular ao carregador e o colocou embaixo do travesseiro para não ficar ainda mais agitada.

Então, ela se encolheu na cama e esperou. Sua mente estava em branco, mas então…

O que ele planejava dizer ao partir seu coração? Ele a perdoaria se ela se recusasse a deixá-lo ir? Perdoar o quê? Ele estava entediado com ela? Se ela dissesse que não queria terminar, isso a tornaria grudenta?

Ela martelava a si mesma com perguntas sem resposta até pouco depois das dez.

"…Melhor eu ir logo."

Ela não estava usando maquiagem, mas colocou um par de lentes de contato coloridas que deixavam seus olhos negros parecerem maiores.

Quanto às roupas, não conseguiu deixar de escolher com cuidado mesmo em um momento como aquele. Afinal, Nakamura estaria vendo-a. Ela sorriu cinicamente para si mesma.

Ela chegou à estação por volta das 10h20, envolveu o cachecol em volta do pescoço para cobrir metade do rosto e esperou.

Passaram-se alguns minutos.

Pela primeira vez em um tempo, sua forma familiar apareceu nas escadas.

"Ah…"

Lágrimas já estavam picando seus olhos só de vê-lo.

Ela já tinha sentido esse aperto no peito antes — quando esperava por sua resposta no LINE depois de estarem separados por um tempo ou quando ele recusava um de seus convites.

Sua mente estava cheia de ansiedade.

Mas no momento em que viu seu rosto, todas as suas emoções mudaram como as peças em um tabuleiro de Othello — e seu afeto por ele tomou conta.

Eu odeio isso.

Odeio.

Não quero que acabe.

Ela reprimiu a vontade de simplesmente virar e correr. Puxando ainda mais o cachecol, se escondeu atrás do tecido macio. Ela tinha certeza de que suas lágrimas transbordariam se ficasse ali no frio com todos esses sentimentos, e não queria que ele a visse tão fraca.

Debaixo do cachecol, mordeu o lábio e se forçou a não chorar.

Nakamura estava bem na frente dela agora.

"Ei… Não te vejo há um tempo."

Ele evitava seus olhos, parecendo incomumente inseguro sobre como agir.

"…É."

Mas Izumi encarava o rosto dele de qualquer maneira. Talvez fosse porque ela queria gravar a imagem do meu namorado, Nakamura, em sua memória.

"Este não é o melhor lugar... Quer ir para lá?"

Ele indicou um banco no parque em frente à estação.

Eles tinham se sentado naquele banco inúmeras vezes desde que começaram a namorar, falando sobre tópicos tanto sem importância quanto importantes. Tantas lembranças haviam sido criadas ali.

"…Tudo bem." Izumi assentiu e seguiu atrás dele.

Eles se sentaram lado a lado. Um vento poeirento e seco chicoteava os galhos nus das árvores ao redor.

Ficaram em silêncio por um momento.

Então Nakamura abordou o assunto.

"Bem…", ele começou devagar, com as mãos nos bolsos.

Izumi sentou e esperou que ele continuasse, certa de que ele estava prestes a desembainhar uma faca invisível e terminar o relacionamento deles.

“Espere!!” ela gritou, desesperada para interceptá-lo. “Eu não posso!! Eu não quero terminar!!”

Sem se importar com o que ele ou qualquer outra pessoa pensasse, ela disse a verdade. Nakamura a encarou atônito.

Ela não se importava se sua luta era inútil. Ela não se importava se ele achasse que ela era grudenta. A única coisa que ela sabia era que tudo dentro dela queria segurar esse relacionamento.

“Eu sei que sou uma idiota e estou sempre atrapalhando, mas mesmo assim…”

A represa se rompeu e suas lágrimas transbordaram enquanto ela gritava o resto de sua frase.

“Eu ainda te amo!!”

 

 

Silêncio.

Ela não tirou os olhos dele.

Mas o que estava acontecendo?

Havia algo errado em sua reação. Como se suas palavras brutalmente honestas não tivessem tido efeito sobre ele, como se—

"Não, escute."

Izumi nunca poderia ter imaginado o que ele estava prestes a dizer.

“Feliz aniversário.”

Izumi ficou ali, de boca aberta e em silêncio.

“…O quê?”

Nakamura sorriu irônico.

“…Não faço ideia do que está passando pela sua cabeça, mas…” Ele estava estendendo a mão com um pequeno pacote embrulhado em papel fofo equilibrado em sua palma. “Hoje é seu aniversário, certo? Só queria te dar seu presente. Caramba.”

Ele parecia irritado, mas seu sorriso era provocativo.

Izumi refletiu sobre como ele tinha agido ultimamente e sobre tudo o que havia acontecido desde que se conheceram.

De repente, toda a história se encaixou — e ela gritou.

“Aaaaaaaaah—?!”

 


 

"Ha-ha-ha-ha-ha!"

Nakamura parecia achar toda a situação hilária.

“Não é engraçado! Eu estava realmente preocupada!”

"Caramba. Você estava certa em ser uma idiota."

Izumi não podia discutir com ele, então apenas corou e gemeu.

“O motivo de eu não poder sair ultimamente é que estava pedindo ajuda a um amigo do Takahiro para escolher um presente para você.”

"Então, aquele celular feminino na foto que você mandou era..."

“Dela. Nós a conhecemos em um festival escolar que fomos há um tempo atrás. Não tem nada acontecendo.”

"Ohhhh…"

Izumi estava tão envergonhada que nem conseguia olhar para o rosto de Nakamura.

“E quando você disse no telefone que eu deveria saber por que você queria nos encontrar…”

“Ha-ha-ha! Eu quis dizer porque hoje era o seu aniversário.”

“Verdade…”

Agora era tão óbvio que seu comportamento anterior parecia completamente irracional. Ela havia esquecido completamente. Não tinha nada a dizer.

Nakamura enxugou as lágrimas de tanto rir e revirou os olhos.

“Caramba, quem esquece o próprio aniversário?”

“Cala a boca!”

Usando a manga para enxugar grosseiramente as lágrimas que nem sabia por que estava derramando, ela deixou todas as suas emoções transparecerem. Toda a sua vergonha se foi, e ela o encarou com os olhos de um animal selvagem.

Nakamura olhou para ela gentilmente e suspirou.

“Escuta... Eu não estou interessado em mais ninguém. Então, pare de se preocupar toda vez que algo acontece.”

“Uh…”

“Entendeu?”

Seu olhar penetrante era tão honesto e direto como sempre.

Ele sempre é tão simples e infantil, mas depois usa isso para me atingir!

Pensou Izumi consigo mesma.

“…Certo. Entendi.”

De alguma forma, ele conseguiu seu acordo. Ele deu um sorriso satisfeito.

“O que, ninguém mais te desejou feliz aniversário ainda?”

“Hã?”

Ela estava tão deprimida que nem tinha carregado o celular, e depois que ele ligou naquela manhã, olhar mensagens de qualquer outra pessoa estava fora de questão.

Ela abriu seu aplicativo de mensagens.

“…Ah.”

Estava cheio de mensagens de Konno, Kawaguchi, Kamimae, Hinami, Nanami e outros amigos.

“Caramba.”

Seus olhos estavam cheios de lágrimas novamente.

“O que foi?”

“Eu estava morrendo, e agora estou de repente tão feliz que é como se meu cérebro não conseguisse acompanhar.”

Era como se as peças de Othello tivessem sido viradas de preto para branco e depois para cores do arco-íris.

“Ha-ha-ha. Você é realmente louca.”

Essa tinha sido a pior e melhor festa de aniversário que ela já teve, pensou Izumi.

“E daí se eu for?!”

E assim se revelou que a crise de depressão de Yuzu Izumi havia sido em vão.

“Aaaargh, não aguento! Estou tão feliz!!”

Seu sorriso habitual havia retornado ao seu rosto.



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