Volume 2
Capítulo 5: É difícil não desistir de treinar personagens que simplesmente não melhoram. (PARTE 2)
— Sim, Mimimi nunca pratica tanto.
Hinami disse na manhã seguinte, depois de eu perguntar sobre o treino do dia anterior; essa foi sua resposta.
— Mesmo? Eu pensei que ela devia fazer isso de vez em quando.
— Não, eu sempre fui a única que ficava até o final.
— ...Heh.
Deixei escapar um riso nervoso. Era assustador como ela tornava isso completamente natural.
— A propósito, ela chegou ao treino da manhã antes de mim hoje também.
— Sério? Quero dizer... você sempre vem aqui depois do treino da manhã?
— Sim, e...?
Sério? Ela nunca parecia cansada ou dava qualquer outro sinal de que estava cansada.
De qualquer forma, sobre Mimimi... se o que Hinami disse fosse verdade, então ela tinha transformado sua derrota na eleição em uma oportunidade para se esforçar ainda mais, começando ontem. Em outras palavras, ela não queria perder de novo. Olhei para Hinami. Ela parecia pensativa, de alguma forma, faltava sua confiança habitual.
— A propósito... eu queria te perguntar algo.
Por uma vez, ela soava genuinamente curiosa sobre o que eu tinha a dizer.
— O-o que?
Perguntei, me sentindo um pouco desconfiado.
— Acho que você é assim também, mas quando eu jogo, especialmente Atafami...
Ela falava devagar, como se estivesse procurando as palavras certas.
— Eu estabeleço meu objetivo, analiso minha situação atual e complemento o que estou faltando por tentativa e erro. O processo de avançar com essas etapas é o que geralmente é chamado de 'esforço', certo?
— Yeah, acho que sim.
Nunca tentei elaborar uma definição detalhada assim, mas de qualquer forma.
— Vamos chamar assim por enquanto. Através do esforço constante, você avança.
Hinami olhou profundamente nos meus olhos.
— Você nunca compromete e avança, sempre em frente...
Hinami parecia estar olhando para algo além da minha compreensão com uma luz mais opaca em seus olhos do que o habitual.
— Você acha que isso é algo ruim?
— . Eu não entendia o que ela estava tentando dizer. Ou para ser mais preciso, eu entendia o que ela estava dizendo, mas não entendia por que ela estava fazendo essa pergunta. Quer dizer, como isso poderia ser algo ruim?
— Não que minha opinião importe, mas eu não acho.
— Bem, então.
Parece que ela já tinha sua resposta.
— Eu também não acho. Não há como isso poderia ser algo ruim.
— Exatamente.
— Ok, então...
Ela estava fazendo uma pergunta retórica para sugerir algo? O que havia com ela?
— Mas escute — muitas pessoas diriam que é algo ruim, não é? — ela disse.
— Elas diriam que você deveria apenas ser você mesmo, como se não mudar fosse mais virtuoso do que mudar, o que é claramente delirante.
— Por que você está sempre tentando lutar contra essas batalhas enormes?
O que ela estava tentando fazer?
— Isso não é o ponto agora. Existem outros tipos também, certo? Pessoas como Erika Konno que zombam de qualquer tipo de esforço e chamam as pessoas de 'descoladas' por trabalharem duro.
— Uh-huh.
Sim, esse tipo existe.
— Falando em Erika Konno, eu acho que ela estava errada em zombar do Nakamura por se esforçar.
— E Nakamara estava certo?
— Yeah, eu acho. Embora ele não devesse ter feito todos ficarem e assistir.
Hinami assentiu, sorrindo ironicamente.
— Bem verdade.
— Mas quando alguém que não está tentando faz piada com alguém que está, é inveja, simples assim.
Eu disse.
— Eu sempre vou apoiar aquele que está tentando...
...Claro, você não quer forçar alguém.
Uma vez que você começa a tornar isso obrigatório, tipo, — Faça um esforço! — Você corre o risco de impor seus valores a outra pessoa.
— Ei, isso foi direcionado a mim?
— Quem diria, não interprete as coisas de forma errada. Estou deixando você me dizer o que fazer. Você não me forçou. Eu sairei no momento em que decidir que a vida é um jogo de merda
Retruquei, sorrindo.
— Sim. — Disse Hinami, sorrindo de volta. — Mas quando você faz um esforço na vida, acontecem coisas das quais você não pode fugir facilmente. Pelo menos essa foi minha experiência. Mas não se preocupe muito com isso. Eu basicamente concordo com você.
— ...Hmm.
Experiência dela, né? Acho que ela quis dizer que eu não entenderia até experimentar por mim mesmo.
— ...De qualquer forma, nós saímos completamente do rumo. Vou anunciar a tarefa de hoje agora. Igual à de ontem, quero que você faça uma pessoa rir, e além disso, quero que você peça para a Mimimi se conectar no LINE.
— C-certo.
— Quando eu digo fazer alguém rir, não quero dizer como da última vez. Uma risadinha não conta.
— Sério...?
— Sim. Eu sei que é um pouco avançado, então considere isso um desafio. Está tudo bem se você não conseguir imediatamente, contanto que o faça dentro de alguns dias.
— Entendi.
Alguns dias, huh?
— Quanto à tarefa da Mimimi, você cometeu um erro grave ao não perguntar quando estava ajudando ela na eleição. Faça isso assim que puder. Não posso acreditar que você ainda não tenha feito.
— E-eu sinto muito...
Foi tudo o que consegui dizer, dada a estupidez do meu erro.
— A propósito, como devo pedir a ela...?
— Vamos lá, você pode descobrir isso.
— O quê?? Hinami-san, suas tarefas não estão um pouco vagas ultimamente? Quero dizer, eu também não faço ideia de como fazer alguém rir!
Ela suspirou.
— Escute. Eu não queria ter que dizer isso, mas você já passou dessa fase.
— ...Heh.
— Se eu te dissesse para dar tal e tal razão e dizer isso ou aquilo quando a adicionasse no LINE, como você se sentiria?
— ...Oh.
Agora fazia sentido. Se ela ajudasse a decidir exatamente o que dizer, a tarefa provavelmente não pareceria muito difícil. Tudo o que eu precisava fazer era colocar o plano dela em ação. Mas se ela me desse a mesma tarefa quando nos conhecemos pela primeira vez, mesmo com apoio, provavelmente teria parecido impossível.
— O aumento na dificuldade de suas tarefas significa que você está progredindo. Nas últimas semanas, você aprendeu a agir. Agora você chegou à fase em que precisa desenvolver a capacidade de pensar por si mesmo. Então, você poderia parar de me pedir instruções instantâneas?
Ela pode ter sido direta, mas estava reconhecendo meu progresso. Além disso, minhas tarefas refletiam isso. Isso me deixou estranhamente feliz.
— Ah, Hinami....
Eu disse emocionalmente.
— Não seja estranho com isso.
Ela respondeu com olhos frios.
Ui.
Terça-feira havia começado.
Do primeiro ao último período, pensei em como pedir para a Mimimi me adicionar no LINE, mas não consegui encontrar uma boa ideia. Então, engoli meu orgulho e adotei uma estratégia mesmo assim.
— ...Izumi.
— O que?
Você adivinhou. Quando em dúvida, pergunte a uma pessoa normal.
— Quando você pede para alguém adicionar no LINE, qual motivo você dá?
— Huh? Motivo?
Ela parecia perplexa com minha pergunta.
— V-você sabe, quando você fala com alguém o tempo todo mas não tem o LINE deles e quer pedir, o que... ah...?
Foi só até aí que cheguei antes da expressão confusa de Izumi me superar, e minha voz se perdeu. No entanto, ela foi gentil o suficiente para dar uma resposta séria à minha pergunta estúpida.
— Eu não dou um motivo....
Ela respondeu.
Um choque percorreu meu cérebro.
Não precisa de motivo!
Ela acabara de virar meu mundo de cabeça para baixo.
— R-realmente? Obrigado, Izumi!
Eu disse animado, o que a fez parecer ainda mais confusa e dizer — Huh? — Imediatamente, enviei uma mensagem para Hinami no LINE começando com — Descoberta importante! — e continuando a explicar entusiasticamente o comentário de Izumi.
Voltei à Terra quando recebi a resposta dela: — Só um geek total ficaria tão animado com isso. — Sim, isso não era realmente motivo para tanto entusiasmo...
De qualquer forma, perceber que eu não precisava de um motivo foi um grande avanço. Me recompus e chamei Mimimi quando ela estava a caminho da cafeteria.
— Mimimi!
— Huh? Ah, oi, Tomozaki!
Ela sorriu animadamente para mim. A-alguém está me aceitando...!
— Uh, me dê seu LINE.
— Isso é a primeira coisa que você diz para mim?!
Ela abriu ainda mais seus grandes olhos. Claro que sim. Era definitivamente estranho fazer a pergunta no momento em que a vi.
— Ah, uh, eu não tenho realmente um motivo ou algo assim...
Claro, eu tive que ir com a minha abordagem padrão e dizer exatamente o que eu estava pensando.
Ops.
— Bem, nenhuma surpresa aí! Você é esperto, mas você parece selvagem, Tomozaki.
Selvagem?! Ninguém nunca me chamou assim antes. Eu não acho que eu seja. Além disso, eu não sou tão esperto assim.
— Eu sou? É novidade para mim...
— Claro! Parece que você não sabe como mentir.
— Ah.
Mentiras são basicamente uma forma de tato nas conversas, e eu sou péssimo nisso.
— Você pode estar certa.
— Certo? Cuidado com mulheres más!
Ela aproximou a boca do meu ouvido.
— Como eu.
Ela soprou suavemente no meu ouvido.
— Ah?!
— Oh, aqui está meu ID no LINE.
Ela segurou seu código QR, parecendo genuinamente satisfeita com minha reação exagerada. Desde o discurso, ela estava sendo um pouco dura comigo, na minha opinião.
— Certo...
Consegui fazer isso sem problemas. Já havia me conectado com Hinami e Izumi no LINE, e mesmo que eu não estivesse acostumado com esse uso da tecnologia, eu não era um total alienado. Sinto muito, Sr. Solitário!
— Ah, aqui está! Obrigado!
O nome de usuário da Mimimi era Minami Nanami. Era como se ela estivesse orgulhosa de ter um nome tão complicado.
Eu poderia apenas dizer obrigado e sair, mas achei que poderia ganhar mais EXP conversando um pouco mais. Além disso, eu já tinha atualizado meu estoque de tópicos de conversa.
— Hey, ouvi dizer que você tem se esforçado muito nos treinos ultimamente.
— Huh? Ah sim, eu tenho! Tenho trabalhado muito. E estou estudando muito também. Cara, eu estou me esforçando muito esses dias! Tenho que compensar por perder a eleição!
Talvez porque ela não quisesse que todos na sala ouvissem, ela baixou um pouco a voz no final.
— Sim. Estou torcendo por você. Nós, jogadores, conhecemos esse sentimento.
Nós já tínhamos falado sobre isso um pouco, então eu pude ser honesto com ela.
— Ah sim, é verdade! Obrigado, gamer Tomozaki! Mas quem te contou sobre os treinos?
— Uh, Hinami.
— Não teria adivinhado!
— Sério?
— Não. Como ela disse isso?
Que tipo de pergunta é essa? Eu não sabia como responder. Ela disse, A propósito, ela chegou ao treino da manhã antes de mim hoje, mas eu não podia exatamente contar para a Mimimi que ela tinha sido tão direta. Uh, um...
— Uh, ela disse como sempre... quer dizer, como ela sempre diz.
Eu não consegui pensar numa mentira, mas mantive minha resposta vaga. Bem, a brutal honestidade era a Hinami normal do meu ponto de vista.
— Ah, sério? Huh.
Mimimi assentiu. Eu não entendi por que ela perguntou isso no começo.
— Enfim, eu vou para a cafeteria! Você vai pegar a refeição da escola hoje?
— Não, hoje vou pegar um pão.
— Ah-ha-ha! Ok, até mais tarde! — ela disse, girando em direção à cafeteria.
Espera um segundo, eu acabei de ser convidado para a cafeteria? Fiquei tão surpreso que contei a ela qual era meu plano original, mas talvez eu devesse ter ido com ela para ganhar mais EXP. Droga! Mas depois, quando olhei para dentro da cafeteria, vi a Nakamura na mesa dela. Ainda bem que a recusei afinal.
Depois da escola, contei para Hinami que tinha me conectado com a Mimimi no LINE, mas ainda não tinha feito ninguém rir, o que praticamente encerrou nossa reunião. Depois, fui para a biblioteca e comecei outro livro do Andi.
Aparentemente, cada livro era um mundo totalmente diferente, mas eu percebi alguns elementos comuns espalhados aqui e ali. Quanto mais eu lia, mais eu ficava envolvido. Esqueça EXP, eu só queria conversar com a Kikuchi-san sobre seus livros por diversão.
Terminei o livro, levantei-me e fui até a janela para olhar para o campo.
Como eu esperava, Hinami e Mimimi eram as únicas que restavam nos treinos.
Trabalhando duro.
Balancei a cabeça para mim mesmo e fui em direção à nossa sala de aula. Eu tinha planejado ficar até mais tarde hoje, então deixei minha mochila na minha mesa. Caminhei pelo colégio abandonado. Quando abri a porta da sala de aula fazendo barulho, lá estava a Tama-chan sentada perto da janela. Era a segunda vez agora. Ela estava começando a parecer uma figura naquela janela. Ela virou-se para mim, assustada.
— ...Tomozaki?
— Ah, desculpe.
Automaticamente, pedi desculpas por assustá-la.
— Você não precisa se desculpar!
Séria e repreendendo como sempre.
— O-oh, certo.
Eu não pude deixar de me sentir confuso.
— Qual é a sua história hoje? — ela disse, movendo-se novamente para fazer espaço para mim.
— Um, eu estava lendo na biblioteca.
Sentei-me ao lado da Tama-chan o mais naturalmente possível, mesmo estando nervoso.
— Você gosta de ler? — perguntei.
— Uh, mais ou menos. Tenho lido ultimamente, quer dizer...
— Hã?
Ela parecia ligeiramente confusa. Claro, eu não poderia exatamente dizer a ela que estava lendo para me preparar para meu encontro no cinema com a Kikuchi-san.
— E você? — perguntei, antes de adivinhar a resposta. — Assistindo aos treinos?
— Sim.
Afinal, ela disse que não viria — tamarrow — Mas isso foi na semana passada.
— ...Uau. — eu disse, olhando para o relógio. — Você esteve aqui o tempo todo?
— Não! Eu não estive! O treino de vôlei já terminou. Eu vim depois.
— Ah, entendi.
Eu entendi. Depois do vôlei, ela passava para ver como a Mimimi estava.
— Entendi.
A conversa esfriou. O que faço? Não tenho nada para falar! Mas espere, esse é o poder da memorização de tópicos à la Hinami! Eu não tinha preparado muitos tópicos especificamente para usar com a Tama-chan, mas depois da última vez, quando ela fez a maioria da conversa, eu tinha pensado em alguns! Olha só!
— A Mimimi está se esforçando, né?
— Sim.
Uh-oh, a conversa parou de novo. Melhor disparar uma rodada complementar.
— Ouvi dizer que ela chegou ao treino da manhã antes da Hinami hoje.
— Sério? Hã... Quem te contou isso? Aoi?
— Sim, Hinami.
— É por causa da eleição, não é? Como eu pensava.
Tama-chan franziu a testa.
— Sim. A Mimimi realmente se esforçou para ganhar, então acho que foi uma derrota dolorosa para ela. Para mim também.
— Hã.
Ok, mais uma!
— Aquele negócio dos dedos mágicos outro dia...
— Você não desiste, né? Se você está tão curioso, por que não pergunta para a Mimimi?
Ops. Melhor não perguntar a ela sobre isso de novo. Hum... Ok, arranjei algo mais! — Você e a Mimimi são próximas, né? — Ela assentiu.
— Sim.
— Quando vocês duas se tornaram amigas?
— Um. — ela disse, pausando por apenas um segundo. — Segundo semestre do primeiro ano?
— Então vocês não eram amigas no primeiro semestre?
— Foi mais que... Eu não tenho muitos amigos, então não falava muito com a Minmi no primeiro semestre.
— Ah...
Mais uma vez, eu não sabia o que dizer. Um, tópicos relacionados!
— Então, por que vocês são tão próximas agora?
— Um, bem...
Tama-chan olhou para o campo e depois para mim antes de sorrir maliciosamente.
— Acho que é porque ela é uma idiota?
— O que você quer dizer com isso? — perguntei.
— Nós não conversamos no primeiro semestre, mas de alguma forma, depois disso, ela me encontrou e, de repente, eu não conseguia mais me livrar dela mesmo que quisesse.
— Hã. De repente como?
Tama-chan ficou com um olhar distante.
— Sim... ela começou a beliscar minhas bochechas todos os dias.
— E-eu consigo imaginar isso.
Eu sorri um pouco.
— Mas eu não sou boa com esse tipo de coisa, então agia como se isso me incomodasse.
— Ah-ha-ha.
Eu também conseguia imaginar isso.
— Eu a ignorava, olhava feio para ela ou tentava algo mais, mas ela não parava. Ela diz que pessoas irritantes a excitam!
— Ha-ha-ha! Consigo ouvi-la dizendo isso.
Eu disse, rindo alto.
— Achei que ela era boba, mas graças a ela, comecei a fazer mais amigos e me senti mais à vontade na sala de aula.
— ...Hã.
Eu gostei dessa história.
— Eu admiro pessoas que fazem amigos facilmente. Eu olhava para a maneira como ela naturalmente atraía as pessoas, incluindo eu... e foi quando a Aoi apareceu.
Então ela estava aparecendo na história.
— Hinami, né? — eu disse, e Tama-chan assentiu.
— Ela veio e falou comigo do nada. Estávamos em turmas diferentes, então nunca tínhamos conversado antes, mas depois de conversarmos um pouco, de repente, ela diz, 'Você é a garota que está se encontrando com a Minmi?'
Eu não acho que a Hinami chamaria ela de Minmi, mas quem sou eu para apontar isso?
— Isso é meio abrupto.
— Segundo Aoi, antes da Minmi começar a se encontrar comigo, ela pediu conselhos a Aoi.
— Conselhos?
— Sim. Aparentemente, ela disse, 'Tem uma garota que não se encaixa na minha turma; o que devo fazer?’
— Uau.
Isso foi surpreendente.
— Mas Aoi disse que ela disse, 'E se ela não quiser fazer parte do grupo?’
— Ponto válido.
Eu não acho certo forçar todo mundo a fazer parte do grupo.
— Mas a Minmi não cedeu, segundo Aoi. 'Acho que isso não é verdade para ela. Ela tenta se integrar, mas é desajeitada demais para fazer isso funcionar.’
— Sério?
Eu me perguntava qual delas estava certa.
— Bem... foi exatamente o que estava acontecendo. Eu tendo a entrar em conflito com as pessoas, então tentei não interagir muito... Eu tinha medo, então evitava as pessoas. Mas não é que eu não quisesse amigos. Eu só não sabia o que fazer. Ela acertou em cheio.
— Hã... como ela soube.
— Sem ideia. Mas de qualquer forma, a Hinami sugeriu que ela falasse um pouco comigo todos os dias.
Tama-chan parecia tanto feliz quanto chocada com isso.
— ...Então...
— Então, de repente, a Minmi começou a beliscar minhas bochechas! Estranho, né?
Ela apontou para a Mimimi no campo.
— Ha-ha-ha. Parece com ela. Ela é só força bruta, um pouco... áspera demais.
— Exato! Ela é meio burra, né?
Ela disse feliz. — Mas a Aoi me fez prometer que eu nunca contaria à Minmi o que ela me disse.
— Sério? Por que?
— Ela disse que ficaria envergonhada e eu deveria deixá-la manter a fachada dela.
— Bom pensamento.
Fiquei tocado. Isso foi surpreendentemente gentil da parte dela.
— Mas a Aoi queria que eu soubesse que a Minmi estava me incomodando todos os dias por minha causa, porque ela estava preocupada comigo. Porque a Minmi é realmente uma idiota, ela disse.
— Hã. É verdade.
Hinami tinha seus bons pontos.
— Então, um pouco depois disso, perguntei à Minmi algumas vezes sobre isso. 'Por que você se interessou tanto por mim?' eu disse.
— Uh-huh.
Eu me perguntava como a Mimimi tinha respondido.
— E ela sempre respondia assim, 'Eu simplesmente amo coisas fofas', ou 'Eu fico em abstinência se não puder tocar em bochechas macias todos os dias...!' Mesmo que ela realmente estivesse tentando me ajudar.
— ...É, é verdade.
— Então, agora, se ela morder minha orelha ou algo assim, eu digo, 'Eu amo isso!' Eu rio disso.
— ...Hã.
Senti algo subindo em meu peito, mas apenas a empurrei adiante.
— Mesmo que eu saiba de tudo, finjo que não sei. Ela age toda animada, mas está sempre me salvando. E vou continuar fingindo enquanto ela precisar de mim.
Cativado pela história dela, fiquei em silêncio. Então foi isso que aconteceu entre elas.
Eventualmente, um sorriso materno suave se espalhou pelos traços infantis da Tama-chan.
— Entende o que eu quero dizer? A Minmi é uma idiota.