Peace Out Brasileira

Autor(a): John C.


Volume 1

Capítulo 7: Essa é a minha esperança!

 

Tempo: Quinta-feira, tarde para noite.

Espaço: Casa do Spark

Estava anoitecendo. Na cozinha, estava a garota cozinhando uma janta improvisada. Utilizou de alguns utensílios de cozinha que trouxe em suas bagagens para a casa. A criatura estava do lado de fora da casa, percebeu o agradável aroma de alimentos sendo preparados.

Claramente, isso era uma novidade para ele. Pois, de onde veio, não haviam alimentos e necessidade de alimentar-se ou beber alguma coisa. Demon demonstra interesse pela comida, mas permaneceu ao lado de fora da casa, fora de vista.

O cardápio foi escolhido pela própria garota em porções reduzidas, pois reparou que não havia geladeira na casa do Spark, o que tornava difícil armazenar restos. Ela pensou em três porções. Uma para ela, outra para o garoto e outra para caso ele sentisse vontade de repetir. Ela continuou a cozinhar e aromatizar a casa com um cheiro agradável de uma boa refeição.

O garoto observava todo o processo de preparação da refeição com muito entusiasmo, aprendendo para si formas de preparos de alimento, cortes, temperos e o uso do fogo na temperatura correta. O cardápio daquela noite era frango, farofa, arroz e feijão.

Ao deparar-se com a voracidade com a qual o garoto demonstrava ao comer tal refeição, a criatura ficou com ainda mais desejo de experimentar a refeição recém-feita. Porém, reparou com o olhar da garota que o olhava friamente, como se percebesse uma negação para o seu possível pedido de usufruir daquele alimento.

O garoto percebe o interesse da criatura e oferece a ele a oportunidade de provar da refeição de forma inocente e pura, pois, alegria era o que o garoto sentia e sua vontade era de compartilhar esta felicidade. A garota percebe o convite feito pelo garoto, mas não o interrompe, pois percebeu sua inocência e boas intenções ao convidá-lo para provar da refeição.

Demon pega a terceira porção e se alimenta, não esboça muita expressão, mas deixa sua gratidão pela refeição. Era uma experiência única da qual ele jamais tinha passado e sentiu que era importante para continuar sobrevivendo em seu mais novo estado de vida. O garoto agradece imensamente pela experiência e isso satisfaz a garota, o que os aproximaram como bons companheiros de casa.

Mesmo sentindo prazer naquele momento, Demon não esboçou as mesmas reações de gratidão do garoto. Se retirou do local e movimentou-se até o outro cômodo da casa. Spark o acompanha e começa a mexer em suas coisas pessoais trazidas até a sala, enquanto a garota finalizava de organizar a cozinha.

Spark, de forma empolgada, organiza alguns livretos em mãos. A criatura se assenta em um dos assentos da sala e fica o observando. Talita, que havia acabado de organizar a cozinha, se aproxima do garoto contente, que entrega a ela, os livretos em suas mãos.

— Oh! Então esses são os quadrinhos de que você havia falado antes?

— Sim! Essas são as histórias do Capitão Spark!

— Percebo que você gosta muito dele por ter pego parte do nome dele para si mesmo.

— Não é apenas gostar. Ele me ensinou e me ensina muitas coisas sobre a vida. É um aprendizado que levarei para o resto da minha vida!

— Hm... Estes quadrinhos foram feitos a mão. Foi você quem os fez?

— Não, foi meu pai que fez os quadrinhos.

— Seu pai?

— Sim. De vez em quando, aparece em meu correio esses quadrinhos do Capitão Spark. As vezes aparece junto com o dinheiro que vem em meu correio. Eu fico sempre animado quando o carteiro aparece para me entregar alguma coisa, pois pode significar novas aventuras e histórias do Capitão Spark.

— Nós nunca tivemos muito dinheiro, então não havia muitas formas de distrações aqui em casa.  Meu pai sabia desenhar e fazia essas historinhas para me manter ocupado lendo. — disse Spark, folheou o livreto.

— Então você teve essas historinhas para se divertir lendo?

— Correto, mas eu não somente as leio por ler, pois passei a entender que essa é uma forma que meu pai encontrou de me educar a distância. As histórias são bem elaboradas e tem sempre alguma mensagem para passar, seja de educação, valores e sinalizar o que é importante para considerar em vida.

— Tenho muita admiração pelo meu pai, pois essa é a forma que ele achou para se comunicar comigo. Enquanto eu continuo recebendo as histórias do Capitão Spark pelo correio, sei que meu pai está em algum lugar por aí trabalhando e me educando por aqui.

— Como forma de homenagear o meu pai, me visto como o herói da história, o Capitão Spark. Pois, assim como ele é forte, eu tenho que ser forte como ele para suportar as dificuldades que a vida possa vir me entregar. Tá certo que eu não tenho toda a roupa do Capitão Spark, mas o raio no peito simboliza a força e os valores dele. Vestindo isso, me sinto confiante e me faz lembrar do porquê continuo lutando. — disse Spark, esboçou confiança.

— E pelo o que você luta? 

— Eu luto para poder um dia reencontrar o meu pai e poder ter uma família! Pois a família é a base de tudo e dá significado para a força que um homem deve ter que é para protege-la! — disse Spark, sorria de forma confiante.

— Tenho certeza que se seu pai te visse falando assim, ele sentiria muito orgulho de você.

— Você acha? Quero que um dia meu pai me veja e se sinta feliz comigo. Me inspiro muito no Capitão Spark, é um homem destemido e de fortes valores familiares e sacrificiais, pois assim como ele diz, para amar é preciso sacrificar e o sacrifício nunca será em vão pois é algo que toca o coração!

— É verdade, o amor é isso mesmo.

— Ha! Que porcaria isso. Como se vocês conseguissem fazer algo genuinamente bom. — disse Demon, encarou os dois com desprezo.

Talita demonstrou interesse pelos livretos, graças a descrição e confiança passada por Spark.

— Bom, tem bastante historinhas para ler. Você se importa se eu as ler um pouco?

— Claro, pode levar as historinhas para o seu quarto. Eu já as tenho todas gravadas em minha memória!

— Então está bem, obrigada! Vou indo então para o meu quarto me deitar porque já está tarde e amanhã sairei para trazer mais algumas coisinhas para a minha mudança para esta casa. Prometo que vou ler as historinhas para depois conversarmos sobre elas está bem?

— Tudo bem então. Fique à vontade. — disse Spark, esboçou um grande sorriso.

A garota se levantou do sofá, pegou alguns livretos e levou consigo até o quarto. Spark fica muito empolgado com as mudanças repentinas em sua vida, pois não estava mais sozinho em sua casa. Conseguiu uma boa companhia, que aparentemente, demonstrou-se interessada em seus interesses, tornando possível um surgimento de uma grande amizade.

O garoto sentiu-se muito abençoado naquele momento. Logo, ajoelhou-se, e com as mãos para cima, agradeceu a Deus pelo bom momento que havia passado e pela sua situação que havia mudado. A criatura o observou e admirou-se de seu gesto devoto a Deus, pois, sabia que em seu coração, era gratidão genuína na qual ele atribuía glória ao todo-poderoso e não a si mesmo.

Demon ao se deparar com esse momento, passou a minimamente respeitá-lo por ter tomado tal decisão.

Visto que Demon não havia qualquer assunto para tratar e precisaria pensar em formas de eliminar esta pessoa da vida dele, retirou-se do assento da sala e dirigiu-se para fora da casa em silêncio. Spark estava aproveitando este momento de felicidade que sequer notou a rispidez da criatura que se ausentou do local sem ao menos falar nada.

Visto que não havia mais nada que pudesse fazer, o garoto passou a se aprontar para dormir, ansioso para o próximo dia.

Talita que estava em seu quarto, não foi diretamente dormir. Ela se interessou pela história e abriu um livreto para poder ler uma das aventuras do Capitão Spark. Sua intenção era inteirar-se do que se tratava esta relíquia para o garoto.

Ambiente: Luxúria Hellyiois

 

O ambiente territorial de Luxúria tem por sua composição, rochas ferventes e minérios escaldantes. O templo onde Luxúria descansava, era coberto por mais puro ouro. Todo o seu ambiente ao redor era feito de ouro, o que deixavam os punidos sedentos de desejos de posses. Porém, ao pularem sobre os rios de ouro, eram escaldados em temperaturas elevadíssimas, tornando a experiência dolorosa e torturante.

Neste ambiente, Inveja caminha e se aproxima do templo de Luxúria. Ao entrar no templo, Inveja é recebida pelos demônios responsáveis dos cuidados do templo e aplicação de punições aos que se aproximavam do templo. Ela é direcionada para a sala de Luxúria, que é recebida por Luxúria em posse de 8 demônios ao seu redor, direcionando a ele palavras de perversões.

Enojada com essa situação, Inveja encara Luxúria e o chama atenção:

— Você pode continuar essa palhaçada de quinta categoria em uma outra hora. Você me chamou até aqui, então é melhor começar a falar.

Luxúria interrompe a sua reunião e ordena que os demônios saiam da sua vasta e luxuosa sala.

— Invejinha, meu pecado favorito! Que prazer vê-la novamente...

— Corta essa! Você só me chama aqui quando precisa de alguma coisa.

— É verdade! E mesmo assim, você vem correndo até minha pessoa porque não resiste a curiosidade de minhas ações.

— Dentre os outros, você é o único que resolve fazer algo além do comum. Aquela sua ideia, em que você apresentou para Deus, foi algo extraordinário. Embora, você não pensou nisso sozinho.

— Exatamente Invejinha! Você tomou parte desta elaboração do plano. Me parece justo unir nossas forças e intelectos para tornar este desafio, nossa oportunidade de ascensão perante Deus. Devo te lembrar também o motivo pelo qual você resolveu me ajudar a fazer este plano? — disse Luxúria, aproximou-se de Inveja.

— Minhas intenções de fazê-lo se tornar o representante maior são unicamente com o propósito de amalgamar nossos territórios. Amalgamando nossos territórios, não haverá mais superiores, nem mesmo você!

— Eu sei que meu território e minhas capacidades lhe impressionam ao ponto de gerar essa admiração e ódio sobre mim. No entanto, eu lhe dei a minha palavra. Farei a união dos territórios com um propósito organizacional, e consequentemente, não haverá mais esta distinção de poderes.

— É de minha ciência que seus motivos de unir os territórios, são unicamente para punir, de suas formas, os que estiveram por todos esses anos acima de você. Claro, não é de minha preocupação lhe impedir isso, pois mesmo me equiparando a você, conseguiria, sem nenhum problema, me sobressair sobre seus desejos sádicos. — disse Luxúria, brincou com uma estátua de diamantes.

— Se é de sua vontade isso ocorrer, é melhor colaborar com o plano até o seu fim. Por isso, eu a chamei até aqui, pois, daqui a pouco entregarão os conhecimentos e detalhes de outros mundos, dos quais, escolheremos dentre eles, os mais adequados para o desafio. — disse Luxúria, retornou ao seu assento.

— Quais serão os critérios de escolha dos desafios? — disse Inveja, esboçou uma expressão séria.

— Todas as situações que poderiam matar Ira! Esse é o único critério...

Inveja se assenta ao lado de Luxúria, na espera destas informações. Um demônio de quatro chifres abre os portões da vasta sala, se apresentou devidamente e ofereceu, as informações requeridas por Luxúria.

Após a ida de Ira para a Terra, Luxúria entrou em contato com o Representante Maior. Suas intenções era de receber informações referente a mundos, problemas e soluções que Deus, fosse querer aplicar em seu vasto plano de criação. Com as informações em mãos, Luxúria encara Inveja com um sorriso maligno.

— Muito bem. Está na hora de escolhermos apenas as melhores oportunidades para o nosso querido Ira.

 



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