Peace Out Brasileira

Autor(a): John C.


Volume 1

Capítulo 25 - Agora precisamos nos adaptar!

Capítulo 25: Agora precisamos nos adaptar!

Demon é carregado até a enfermaria dos subterrâneos, um local escuro e com algumas colorações de cores frias como roxo e azul. Seus ferimentos foram tratados de forma incomum, onde um subterrâneo de um chifre introduziu uma de suas extremidades em seu pescoço, passando a distribuir nutrientes para que seu corpo pudesse iniciar um processo de regeneração efetiva.

Disto, o subterrâneo, parecia estar interessado com a presença de Demon, o que o deixou extremamente confortável para compartilhar informações úteis e sigilosas para ele. Obviamente, Demon reparou nisso e decidiu que seria interessante mantê-lo por perto.

Como mencionado anteriormente, há uma competição para um cargo de importância para o reino. Com interesse, Demon decide perguntar mais sobre isto.

— Você disse antes que tem uma competição acontecendo para um cargo no reino, não é?

— Ah sim, normalmente estas competições ocorrem periodicamente no nosso reino para manter os mais fortes em cargos especiais no reino, usufruindo de benefícios sociais e também acesso em ambientes melhores como o próprio palácio do rei. É um cargo almejado por todos por ser de grande honra para quem o conquista. Você vai participar?

— Não vou mentir a você, estou interessado sim, mas preciso de um pouco mais de informações, sabe como é... perdi a memória no meio do caminho lá encima...

— Olha, eu sei que você deve ser forte por possuir dois chifres, mas é de senso comum que não podemos caminhar na superfície enquanto a estrela de Yzier está nos céus. Apenas podemos andar por lá quando a estrela de Ymar está nos céus.

— É... eu sabia disso, apenas achei que poderia suportar esta estrela. — disse Demon, claramente com dúvidas sobre estes detalhes.

— Em todo o caso, o Rei está organizando esta competição para adicionar um cargo ao reino, diferente das competições de manutenção dos cargos existentes... Acredito que é porque iremos batalhar com os seres da superfície daqui a 3 meses e precisamos dividir nossos batalhões mais vezes para organizar, ou não, sou apenas um subterrâneo comum.

— Pelo o que você diz, é uma competição de força, não é mesmo?

— Exatamente! Todos nós subterrâneos possuímos nossas peculiaridades. Os subterrâneos de dois chifres são os que evidentemente entram nessa competição por serem naturalmente mais fortes, mas seus poderes podem variar com suas peculiaridades e conhecimentos. É muito divertido de assistir também, dando uma boa impressão de nossas forças com a futura guerra.

— E como eu faço para participar?

— Pode deixar comigo camaradinha, se você quer participar, eu farei a sua inscrição, até porque, todos os que se inscrevem possuem seus devidos cuidadores, e como eu acho chato o trabalho de vigia, é melhor eu entrar como seu cuidador e te ajudar a entrar no reino!

Disto ofereceu a própria mão para apertar, sinalizando um contrato entre ele e Demon. Apesar de possuir ainda poucas informações sobre esta competição e sobre o conflito que viria no futuro, Demon decidiu apertar a mão de Disto para ter acesso a essa suposta competição, já que o mesmo visava extrair o máximo de informações como forma de planejar contra o reino.

Demon e Disto saíram da enfermaria. Disto parecia animado com a ideia de se tornar o cuidador de Demon, o que chamou a atenção de Demon para não o confiar tanto. A cidade subterrânea era imensa, com luzes de cristais por toda a parte que participavam das arquiteturas, construções das residências e sistemas tecnológicos, porém, não haviam cores quentes, apenas cores frias.

Disto levou Demon até o local de inscrição da competição. Ao chegarem por lá, enfrentaram uma longa fila para entrar em contato com a responsável da inscrição.

Ao chegarem na vez de eles serem atendidos, a recepcionista comportou-se de maneira extrovertida e animada, passando a animação que este evento trazia para os locais.

— Sejam bem-vindos! Vejo que é do interesse de vocês participar deste evento, não é mesmo?

— Exatamente, queremos nos inscrever! Me chamo Disto e sou o cuidador deste fortíssimo competidor, o Demon!

— Cuidador hein... Vejo que conhece bem o seu competidor, pois vendo daqui, dá para ver potencial na sua força. Espero que você consiga chegar até o final para poder ter a oportunidade de lutar com um dos nossos generais!

— Generais? Mas por que? Este evento não consiste em apenas lutar para uma vaga nova? Por que a necessidade de lutar contra um General?

— Apesar de ser uma vaga nova, o Rei decidiu por decreto a necessidade de testar forças com um dos Generais como ato comprobatório da força do novo integrante, afinal, ele quer nivelar o poder de seus líderes, então mesmo que consigas vencer todos os competidores, no final, batalhará contra um dos Generais.

— Ao menos sabes dizer qual general seria...?

— Evidentemente, e este é o ponto de decisão que acarretou na desistência de muitos por aqui. O oponente final desta competição é o 7° General das Forças Reais, Ghorto.

— Ghorto?! Oh minha Ymarzinha da minha geminha... Demon, você quer mesmo entrar nisso? Ghorto é conhecido por sua brutalidade, mesmo sendo um de nós, a natureza dele é destruidora.

Demon claramente não fazia ideia do que se tratava, porém mesmo ao presenciar tamanha reação de medo por parte de Disto, resolveu não recuar de seu objetivo.

— Apenas me coloque nesta competição... Natureza destruidora? Brutalidade? Vamos ver quem de nós será mais brutal em meio a essa luta!

— Está bem, eu entendo. É admirável sua coragem senhor Demon. — disse Disto, prostou-se em respeito diante de Demon.

— Ohh, que bom que decidiu entrar, afinal, quanto mais, melhor! Por favor, venham comigo para fazermos alguns testes de aptidão antes de prosseguirmos com a inscrição, está bem?

A recepcionista os levou até uma sala extensa, com alguns aparelhos eletrônicos e tecnológicos. Alguns destes aparelhos mediam aspectos nutricionais, capacidades físicas e fisiológicas, força bruta e habilidades mágicas. Para a surpresa dos clínicos responsáveis pelos testes, Demon conseguiu eficiência extraordinária no teste de capacidade física, porém, foi impossível de calcular todos os outros testes.

Apesar da anormalidade, a inscrição de Demon para o campeonato foi aprovada devido a curiosidade dos responsáveis pela criatura anormal. Disto parecia estar olhando para um ser totalmente novo, demonstrou uma animação genuína de ver um subterrâneo com as capacidades de Demon.

Para Demon, estes testes comprovaram algumas dúvidas que ele possuía sobre si mesmo, sobre esta nova condição de “vida” determinado pelo seu desafio com Luxúria. Confiança e determinação pairavam em sua cabeça ao saber que seu teste de força era extraordinário comparado com outros subterrâneos, não precisando a recorrer a sua forma poderosa para garantir o seu sucesso em batalhas a seguir.

Após a aprovação de Demon para o campeonato, Disto decidiu abriga-lo em sua humilde residência e apresentar a sua família a ele, como um bom cuidador deveria fazer.

Espaço: Arista

Arista é uma enorme cidade em meio das árvores de Brejina, uma árvore considerada especial pelo povo Aristeu de muita versatilidade e importante para a sobrevivência dos mesmos. A vista era coberta por casas feitas pela madeira de Brejina, com grandes muros de madeira cobrindo uma enorme área para proteger a cidade de Arista.

Depois de uma boa caminhada, Uria, Luiza e Spark chegaram até a entrada de Arista. Sparkita e Mansy estavam na espera de Spark e Luiza na entrada. Ao passarem pela entrada, Uria larga o corpo de Spark desacordado no chão e começa a retirar o seu equipamento de missão.

— Oh meu Deus! O que foi que você fez com o Spark?! Vocês não disseram que éramos aliados? — disse Sparkita, demonstrou uma tremenda aflição e partiu para socorrer Spark no chão.

— Credo, que jeito grosseiro de transportar alguém hein, o rapaz pode ter ralado a cara inteira só de ter caído dessa altura. — disse Mansy, levemente alterada.

— Não me entenda mal, um pouco de dor nunca matou alguém, apenas muita dor mata alguém. Aliás, somos aliados, mas não queremos aliados que sequer possa defender a si mesmo. Ele está nocauteado e deve acordar em instantes com o choque da dor sobre o seu corpo. — disse Uria, exibia frieza e racionalidade em sua fala.

— Então aqui é Arista? É deveras um lugar muito bonito e espaçoso... — disse Luiza, admirava a imensidão de Arista.

— Exatamente, vocês estão em Arista. Agora, vocês que vieram com a Tira, por onde ela foi?

— Ela disse que precisava voltar para um lugar rapidamente e que não era para nos preocuparmos. Parecia estar com pressa... — disse Mansy.

— Entendido. Por enquanto, irei direcioná-los para o local de construção para termos um abrigo momentâneo para vocês. De lá, vocês devem conseguir se abrigar com alguém e oferecer alguma ajuda útil para nossos objetivos. Quanto a este carinha aí no chão, eu pessoalmente cuidarei dele mais tarde... — disse Uria enquanto se retirava do local em passos largos.

Sparkita, Mansy e Luiza ficam observando Uria ir embora e resolvem conversar entre si sobre esta nova situação em que se encontram.

— Eu não confio nesta pessoa... — disse Sparkita.

— Entendo que esteja desconfiada Sparkita, mas devemos colaborar com eles se quisermos ter a mínima chance de sobrevivência neste espaço inóspito em que nos encontramos. Declarar descontentamentos por agora pode piorar nossa situação. — disse Luiza, abaixou-se para ajudar Spark a acordar e se levantar.

— Ainda assim, que recepção foi essa? Podemos estar em meio de um conflito ou quem sabe de uma guerra, mas que decisão foi essa de tratar o Spark deste jeito? Se o trataram deste jeito, quem garante que não irão nos tratar desta mesma forma ou pior?

— Mas nós fomos bem tratadas por Tira. Ela parecia sorridente e convidativa para nós duas até aqui... — disse Mansy, com olhar inocente.

— Ao considerar o que foi conversado entre nós lá atrás do caminho, parece que eles possuem tarefas divididas e colaborações diferentes entre os gêneros por aqui, por essa razão, Spark foi tratado de uma forma mais bruta, já que sua cobrança é diferente da nossa.

— Não consigo me sentir a vontade com isso, mas vou colaborar e garantir que possam nos tratar pelo menos de uma maneira mais amigável — disse Sparkita, levantou Spark e o apoiou em seu ombro.

Spark lentamente abre seus olhos, sentindo muita dor em seu pescoço. Ao se ver apoiado em Sparkita, começaram a caminhar na direção em que Uria percorreu.

— Spark, você está bem? — disse Sparkita.

— Sparkita? Ah, não foi nada... Meu pescoço está um pouco dolorido, mas vai passar logo, acho... — disse Spark, ficou corado de vergonha ao perceber sua aproximação de Sparkita.

— O que essa pessoa disse a você? Ela lhe cobrou alguma coisa ou vocês brigaram?

— Não brigamos, mas ela me pediu para que provasse a ela minha força, caso quisesse colaborar na guerra a seguir. Sinceramente, estou um pouco assustado Sparkita, pois se ela conseguiu me deixar assim sem esforço algum, mostra o quão forte essas pessoas são...

— Poxa vida, onde nos metemos não é mesmo? Apesar de estarmos juntos nessa, quero que se lembre que não precisamos arriscar perder nossas vidas nesses conflitos que possam vir. Lembre-se que temos um plano de fuga para caso as coisas não derem certo aqui ou em outro lugar, está bem?

— Eu entendo sua preocupação Sparkita e particularmente eu considero essa oportunidade..., mas o que está em jogo é um desejo que podemos realizar qualquer coisa. Não posso simplesmente abandonar isso pois tem algo que eu quero muito em minha vida.

— É mesmo, não é? Você disse antes que queria morar com seu pai e sua mãe se eu me lembro bem.

— Sim Sparkita. Eu não sei se isso é realmente possível, pois um desejo que dá para realizar qualquer coisa, deve ser poderoso o suficiente para tornar o impossível em possível. Estou disposto a pagar para ver, ainda que vamos passar por algumas dificuldades. — disse Spark, sorriu de forma forçada, porém determinada.

— Aquele lobo disse mesmo que seria capaz de realizar o impossível em possível, mas, será que podemos confiar nele? Será que precisamos mesmo nos colocar em risco desta forma?

— Acho que o que estamos passando já é muito fora da realidade Sparkita, então acho que se existe a oportunidade de conseguirmos algo fora da realidade, seria nisto que estamos fazendo, pelo menos, é o que eu acho.

O grupo passou a seguir Uria, que estacionou em frente a um local de construções. Ao chegarem por lá, Uria disse que poderiam morar por ali mesmo, até conseguirem se adequar cada um em sua respectiva função, uma vez que a organização de Arista era de extremamente detalhista e faziam repartições de terrenos e locais de moradia dependendo de sua profissão e funcionalidade.

Depois da conversa, o grupo saiu para fora do local de encontro para encontrar o responsável por aquela região. Coincidentemente, encontraram diretamente com o próprio mentor da área da construção. Ele era enorme e segurava um enorme martelo, o que sinalizou a sua tremenda força e consequentemente, intimidou o grupo inteiro.

— Temos novos aliados para lidar por aqui. Será que posso deixá-los sobre sua supervisão por enquanto? — disse Uria.

— Que surpresa boa Uria, ainda mais quando se trata de novos aliados por aqui! Pode deixar, eu cuidarei muito bem deles.

— Vou retornar para o palácio para resolver algumas coisas e mais tarde voltarei aqui. Aquele garoto de cabelo espetado, se conseguir colocá-lo em funções para ganho de força e resistência, irá o ajudar e muito.

— Força e resistência? Pode contar conosco, o que não falta aqui é trabalho pesado!

— Para os outros, deixe disponibilizado uma possibilidade de realocação, dependendo da necessidade de algum outro setor que possa precisar de uma ajuda. Agradeço por sua colaboração mais uma vez.

— É uma honra poder te ajudar nisso Uria, pode ir tranquila para seus afazeres e deixá-los comigo.

Uria se retirou do local e deixou o grupo para conversar diante de tal presença gigantesca.



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