Paladinos da Noite Brasileira

Autor(a): Seren Vale


Volume 1

Capítulo 1: Prólogo

17 de Setembro (23:00h).

     Quando a noite chegou, o véu que separava o real do irreal caiu, revelou assim criaturas famintas por sangue e carne humana. Por séculos os defensores da noite, conhecidos como Paladinos, se ergueram contra as criaturas que assombravam a humanidade sem serem vistas. Com o seu maior símbolo — a cruz dourada — esses bravos caçadores arriscaram suas vidas para eliminar essas ameaças.

     Sob a luz da lua cheia que brilhava no céu, sua luz penetrou na densa e fria floresta. Lá, uma cabana de madeira, abandonada e destruída, revelou cadáveres de ratos, cervos recentes e criou uma atmosfera horripilante na noite. No interior da cabana, Duque, como um verme, rastejou pelo chão. Sua pele roxa adquiriu um tom preto devido a hematomas e feridas recentes, resultado de sua tentativa desesperada de escapar de seu agressor. Ele estendeu a mão ao máximo em direção à escada, sua expressão revelou a agonia e dor de ter uma perna decepada. O sangue vermelho que escorreu indicou sua humanidade, embora seus chifres negros contassem uma história diferente.

— Demorei séculos para te encontrar, você não vai escapar dessa vez! 

     A máscara branca com longas orelhas de lebre, escondeu a feição do ser ali presente. 

— Seu verme!

— Pare agora! — Uma voz masculina se fez presente e capturou a atenção, um alento para as orelhas pontudas do Duque. — Em nome da Ordem dos Paladinos, você será eliminado!

    Um singelo sorriso se formou na face do Duque, seus olhos laranjas lacrimejaram de felicidade ao ver que estava salvo. Porém, logo o sorriso se desfez quando a atenção do algoz se colocou inteiramente contra seu novo amigo.

— Martin! Você tem que sair daqui! — gritou Duque, durante o momento em que colocou a perna no lugar.

— Um paladino nunca foge da luta!

    Martin engatilhou a arma e apontou  para cabeça daquele vestido de lebre, as mãos tremeram a cada passo que o algoz deu em sua direção.

— Estás com medo? — Lebre Branca encarou Martin.

    Martin atirou, a bala atravessou a máscara e acertou a cabeça do ser, impedindo que ele continuasse a falar.

— Na próxima vou usar isso.

    Martin puxou o colar que usava, em foram de cruz. Antes que pudesse dar seu próximo passo, foi atingido por estilhaços de vidro controlados por Lebre Branca e deixou a cruz dourada cair sobre o chão.

    Ao perceber que Martin estava em perigo, movido por uma mistura de coragem e desespero, Duque lançou-se contra seu inimigo para proteger seu novo amigo, mesmo com a perna machucada; lutou com todas as forças, usou as garras afiadas e a resistência sobre-humana, cada golpe que desferiu era uma tentativa desesperada de afastar o perigo do Martin.



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