Volume 3
SS: Takahashi Kuroshima
Qual o seu nome?
Takahashi Kuroshima, do 2°C. Sou da Daiichi desde o primeiro ano e sou conhecido por bastante gente por aqui.
Idade?
17 anos.
Aniversário.
17 de outubro.
Diga-nos o que gosta de fazer, como hobbies e tal.
Pra tirar o tédio, desde dormir até jogar conversa fora. A vida é muito chata se você não debocha dela, algumas vezes. Perturbar os outros usando esse pretexto é bem divertido, tiro sarro de tudo e todos pra ver até que ponto conseguem dialogar comigo. Em quase todas as vezes, sou o vencedor.
Quais são suas preferências de matérias?
História, sociologia (brincadeira) e educação física.
Quais seus objetivos? O que pretende ser quando adulto?
No momento, tenho interesse em seguir a mesma carreira do meu irmão mais velho. Não parei pra pensar muito em relação ao futuro, por isso prefiro viver o momento, já que sei como irei reagir quando a hora certa chegar.
— Sério, o quão imprevisível você gosta de ser? — indagou Kumiko a mim.
— Foi você que pediu pra ver o meu relatório... — retruquei.
— Takahashi, você é mais brincalhão do que pensei... — murmurou a garota, surpresa. — E nem posso dizer nada em relação a isso por causa das suas notas...
— É justamente por isso... — respondi, rindo. — Ninguém pode dizer nada. Desse jeito, posso me divertir da forma que quiser e não há pessoa alguma que possa me dizer o contrário.
— Por isso que a maioria dos professores não gosta de falar com você...
Quando viemos pedir meu relatório, o professor Miyamura apenas entregou os papéis e saiu da sala inventando alguma desculpa. Típico daquele professor atrapalhado.
— Você fala de mim, mas o seu relatório é tão evasivo quanto o meu...
— Ora, ainda sou mais reservada do que você... — Ela me deu um leve empurrão. — Uma garota sempre guarda uma ou duas coisas, já os garotos serem desse jeito tira toda a credibilidade que possuem...
— Não ligo. Os resultados estão aí, como pode ver... — dei de ombros. — Mas não achei ruim em saber sobre esse seu lado, ao menos que um pouco.
Ela bufou, mas não me retrucou. Aparentemente, sua consciência sobre o que quer que tenha omitido nesse relatório é tão leve quanto a minha. Não que preencher aquele relatório com 100% de sinceridade fosse algo estritamente necessário, certo?