Volume 1
Capítulo 20: A Sombra Verde da Floresta
[A Floresta Sagrada, 29 de Julho de 812 da Era Mágica]
Nas rédeas em minhas mãos, podia sentir claramente o nervosismo do meu cavalo, e por mais que Aragon fosse extremamente destemido, aquele que estava diante de nós era uma presença amedrontadora que fazia com que precisasse controlar meu cavalo para que não saísse galopando. Minha espada empunhada estava reluzindo diante dos raios solares que invadiam o local. Fenrir rosnava como um verdadeiro lobo selvagem, pronto para atacar quando necessário. Redobrei minha atenção ao movimento daquele monstruoso lagarto, que agora me rodeava sem tirar seus olhos de mim. A primeira investida veio com velocidade, abrindo sua enorme boca ao tentar me abocanhar em um único ataque. Fenrir se movimentou de imediato, cravando suas garras no pescoço do monstro ao empurrando-o para longe de mim. Isso permitiu me afastar com Aragon, pensando e tentando traçar a melhor forma de deter aquela criatura. A força daquele lobo parecia estar maior que a de costume e tenho quase certeza de que pude ver suas marcas brilharem momentaneamente durante seu ataque. Ao pousar no chão ele rosnou novamente para o Lagarto que ficou observando-o um tanto quanto confuso sobre toda aquela situação.
Enquanto eles se encaravam, aproveitei a brecha para investir com Aragon e minha espada, que já estava envolvida sob os poderes de minha benção dourada. Passei em alta velocidade para aumentar ainda mais o meu poder de ataque, acertando um poderoso golpe de lâmina no focinho do mostro, mas ao olhar para trás vi que meu ataque não havia surtido efeito naquelas poderosas escamas que protegiam seu corpo. Franzi o cenho um tanto quanto preocupado com a situação em que nos encontrávamos, pois minha espada mesmo abençoada não surtia efeito, então nossa situação era ainda mais grave do que poderia imaginar. A atenção do monstro novamente se voltou a mim, começando a correr em minha direção novamente, sendo parado por Fenrir que o empurrou por mais uma vez para longe durante sua investida. Nesse momento o lagarto havia ficado furioso, emitindo um grunhido alto e agudo que faria qualquer pessoa estremecer de medo. Comecei a pensar em alguma alternativa viável para poder derrota-lo, pois no combate mano a mano não teria chances, eu iria precisar de algo que destruísse aquelas escamas. Um som alto de impacto foi possível ser ouvido, até que vi Fenrir ser arremessado contra uma das pilastras a minha frente.
— Fenrir!!! — Gritei a ele que mesmo um pouco machucado, se levantou balançando sua cabeça rosnando novamente para o Lagarto. Senti uma sensação de alívio ao ver que ele estava bem.
O Lagarto então investiu contra mim e Aragon novamente, vindo em alta velocidade enquanto mantinha um olhar sanguinário em seus olhos. No exato momento em que ele pulou para me atacar, eu disparei com Aragon na direção de Fenrir, o que resultou em uma ótima estratégia para derrotar aquela fera. O lagarto por sua vez, acabou por bater com força contra uma das pilastras daquele lugar, o que fez o teto acima de nós sacudir. Olhando mais atentamente para ele, percebi que as escamas de sua cabeça haviam se rachado com o impacto, além de ter ficado relativamente desnorteado. Eis que ali estava minha oportunidade, a chance que queria para poder neutralizar aquele Lizari'ard. Me posicionei novamente atrás de outra pilastra esperando o seu próximo ataque, o monstro então gritou em um grunhido alto e agudo, correndo até mim com velocidade por mais uma vez. Rapidamente eu desviei do seu ataque com Aragon e novamente a estratégia se mostrou eficiente, com nosso oponente chocando-se com toda a força contra mais uma pilastra. Repetidas vezes eu fui fazendo isso com ele sem parar, até que finalmente suas escamas em volta da cabeça quebraram.
— Perfeito... — Preparei minha espada deixando-a ficar envolto por minha benção dourada.
Porém, algo inesperado aconteceu me assustando e me deixando sem reação, o Lizari'ard se levantou me atacando em uma investida que não seria possível desviar. Até que uma flecha certeira se cravou de forma violenta em seu olho direito, fazendo com que o monstro fosse ao chão se contorcendo e grunhindo de dor e agonia. Ao olhar para a direção de onde aquela seta havia vindo, vi aquele garoto Demi-Humano segurando seu arco ainda montado em Marshall. Assenti a ele em agradecimento e sem rodeios disparei com Aragon me afastando do monstro, me dando tempo suficiente para minha espada brilhar intensamente em seu abençoado dourado novamente.
O Lizari'ard se levantou recuperando-se da dor, estava com muita sede de sangue e era indiscutível que agora ele já não estava mais lutando apenas por comida, mas por sua própria vida também. A fera avançou velozmente contra mim, porém em vão, pois Fenrir foi mais rápido empurrando-o para longe. As novas marcas do lobo agora brilhavam em um azul intenso, ele balançava seu corpo tentando controlar a mana que transbordava de seu ser. De forma fantástica Fenrir mostrou-me o uivo mais alto do qual eu já havia ouvido, suas garras se tornaram de gelo, enquanto que em suas patas dianteiras cristais de gelo cresciam de baixo para cima até às articulações. Os olhos de Fenrir se tornaram brilhantes, e a sua volta uma aura gélida havia tomado conta de seu corpo. Aquela era a visão mais próxima que já havia visto das antigas descrições do Deus Lobo do Norte.
Ambos começaram a se rodear, agora aquela batalha havia se tornado uma batalha de criaturas mágicas. Fenrir estava determinado em seu olhar e aonde quer que pisasse deixava um rastro de gelo no chão. O Lizari'ard ficou claramente espantado e confuso com o que acabará de acontecer, ele não esperava um oponente daquele porte nesse momento. Com uma única patada, Fenrir desferiu seu primeiro ataque, que acertou o focinho desprotegido do lagarto, este recuou com dor e com um talho gelado entre sua carne. O Lobo não se deu por satisfeito e decidiu que deveria ataca-lo com mais ferocidade, pulando sobre seu oponente e mordendo seu pescoço. O Lizari'ard começou a se debater tentando tirar seu inimigo gélido das costas, mas eu já sabia que não duraria muito tempo aquela batalha. Não tinha conhecimento sobre quanto tempo mais Fenrir poderia segurar aquela sua nova transformação mágica. O grunhido do lagarto gigante e o rosnado daquele lobo faziam com que aquela quieta floresta ficasse num completo caos. A mordida de Fenrir estava tão forte e gelada, que acabou congelando as escamas do pescoço do lagarto, destruindo-as por completo, o que liberou uma brecha e tanto para podermos atacar o monstro. Porém esse foi o último feito de Fenrir, que acabou caindo das costas do lagarto, sendo novamente lançado para longe em meio à vegetação pela cauda de seu oponente.
A batalha agora havia ficado nas minhas mãos e de Yusuf, que esperava um momento certo para atacar. A fera cravou seus olhos em seu novo alvo e logo começou a avançar de forma veloz até o garoto, disparei com Aragon atrás do mesmo que foi parado após um poderoso golpe de espada em seu focinho, fazendo-o grunhir de dor e correr atrás de mim e de Aragon. Durante a perseguição, Yusuf preparou mais uma flecha, atirando-a com perfeição no pescoço desprotegido do monstro que perdeu totalmente seu equilíbrio capotando e acertando com toda força uma das pilastras que se destruiu por completo. O teto acima de mim começou a ceder, estava sem uma de suas poucas sustentações, mas aquela era a resposta certa para derrotarmos aquele Lizari'ard.
Aquela criatura era imparável e a sua teimosia era infinita, pois já estava de pé mais uma vez, dava para sentir de longe a ira que exalava de seu semblante. Ele se posicionou novamente e então disparou em minha direção rumo ao seu destino final, Yusuf ao acompanhar o trajeto do monstro disparou três flechas seguidas que acertaram em seus pontos desprotegidos, e mesmo assim o monstro não perdeu sua força de vontade e atenção na minha pessoa. Assim que ele me alcançou pulando em uma investida mortal, disparei com Aragon na direção de Yusuf, deixando apenas mais uma enorme pilastra para trás, onde o enorme Lizari'ard se chocou com grande impacto. A pilastra foi completamente destruída, fazendo toda aquela estrutura antiga ceder e ruir em cima do monstro. Finalmente me aproximei de Yusuf que parecia um pouco aflito, e o motivo para isso veio logo na sua fala seguinte para mim.
— Essa é a primeira vez que enfrento algo tão grande... Confesso que estou um pouco nervoso ainda. Nós conseguimos? — Ele estava com seu arco pronto para disparar mais uma flecha. Sua respiração estava tensa, mas controlada, ele claramente estava lutando contra seus medos.
— Sabe qual é a definição de coragem garoto? — Ele olhou para mim e então balançou a cabeça negativamente. — Coragem só pode ser chamada assim quando você enfrenta seus medos. Você é muito corajoso, e eu respeito iss...
Os destroços começaram a se movimentar atrás de nós, gradativamente aquele ser dava indícios de que ainda não havia perecido, até que finalmente o Lizari'ard pulou para fora dos destroços em um grunhido agudo. Dessa vez ele estava totalmente desprotegido, suas escamas estavam todas quebradas e cheias de falhas.
— Parece que nosso trabalho ainda não acabou... — Desci de Aragon dando as rédeas nas mãos de Yusuf. — Pegue Aragon e leve-o com você, vá até o Reino Élfico e peça ajuda nos portões. Vou tentar finalizar esse monstro...
— Mas Lorde Magnus! — O interrompi.
— Faça o que eu peço se não quiser que o mundo acabe nas mãos de Algardia. Se caso eu morrer, exponha todo o relatório que está nos meus pertences aqui em Aragon. AGORA VÁ! — Com um tapa no traseiro de Marshall forcei-os a galopar velozmente sem dar chances de Yusuf tentar protestar.
Finalmente o Lizari'ard havia se soltado em meio aos destroços, aquela tinha que ser uma luta sem erros, sem imperfeições, sem relutâncias, caso contrário significaria o meu fim. Caminhando em direção ao Lagarto, puxei minha segunda espada que havia sido dada de presente por Bhalasar, e que agora ia me servir muito bem.
— Um inimigo poderoso, então irei usar o dobro de espadas para honrar sua determinação! — Me posicionei esperando o ataque do monstro que me olhava de cima para baixo. — Vamos acabar com isso...
Meu oponente abriu a boca mostrando todos os dentes em um poderoso e agudo grunhido, e então investiu tentando me abocanhar. Rolei para o lado desviando de seu ataque, desferindo um poderoso corte duplo em sua pata esquerda que o fez perder a força e cair no chão. Ao tentar me abocanhar de novo o Lizari'ard acabou surpreendido após meu rolamento pro lado oposto, desferindo em seguida um corte giratório com as duas espadas na cartilagem que unia sua mandíbula com a cabeça. Usando minha força física atrelada a benção de Halwking, rapidamente escorreguei no chão esquivando-me da cauda da fera que passou violentamente por cima de mim, então ao me levantar, cravei uma espada no chão para segurar meu avanço, lançando-me novamente para o lado esquerdo do monstro no exato momento em que sua cauda desceu com força no local onde estava. Levantei pulando em cima de suas costas, e então corri até a região de sua cabeça, onde não poderia mais me atacar diretamente, saltando com as duas espadas e as cravando com força em seu crânio. O Lizari'ard começou a se debater enquanto o sangue jorrava e escorria pelo local do ferimento, até que finalmente seu corpo amoleceu e deu seu último suspiro de vida.
Cansado de toda aquela ação, larguei as espadas cravadas deitando-me sobre a carcaça morta daquele lagarto gigante. Coloquei meu antebraço sobre meus olhos, e comecei a respirar profundamente, pensando de forma sincera que estava vivo até o momento, e que poderia voltar para Miyuki quando fosse à hora. Minha promessa feita para ela não podia ser quebrada, não queria que sua última lembrança de mim fosse uma promessa incompleta. Dei-me a missão de voltar vivo para minha amada como uma jura de amor, justamente para que pudesse lutar com todo o meu ser, mas devo admitir que batalhar contra um monstro mágico deste porte sozinho é extremamente difícil.
— Miyuki... Ouça-me, onde quer que você esteja agora. Espere-me... Tá bem? — Fechei os olhos pensando no rosto da minha amada, e ali fiquei até ouvir outras vozes.
— Ei! Você! — Uma voz mais velha e raivosa gritou para mim — Largue suas armas e levante as mãos para cima!!!
Assim que parei para observar, eu estava rodeado e cercado por um pelotão inteiro de Elfos, que empunhavam espadas, lanças escudos e arcos. Suas armaduras e vestes de combate prateadas eram extremamente detalhadas e cheias de ornamentos em dourado, além da capa verde aveludada. A aparência física de todos era um tanto quanto semelhante. Orelhas grandes e pontiagudas, cabelos lisos e pele extremamente clara. Olhei mais adiante e pude ver que haviam capturado Yusuf e os cavalos, e muito provavelmente agora eu seria levado à corte real.
[...]
Colocaram amarras em nossas mãos e sacos em nossas cabeças para que não pudéssemos ver o trajeto, assim fomos transportados até a capital do reino. Só pude ver alguma coisa novamente após entrarmos no castelo e ficarmos frente a frente com o trono real, quando nos retiraram os sacos e então nos colocaram grosseiramente de joelhos naquele enorme salão. A minha frente uma cúpula de vitrais enormes crescia bem alto, deixando com que os raios solares alcançassem o grande trono dourado com detalhes em verde e raízes que se enrolavam em suas extremidades. Todo aquele salão era de um branco intenso com detalhes dourados, assim como todos seus detalhes e estandartes eram verdes com vários desenhos da "Árvore Sagrada da Vida".
— ATENÇÃO! — Gritou um dos guardas reais ao bater sua lança no chão. Todos os outros guardas fizeram o mesmo e então ficaram quietos prontos para ouvir as palavras. — Sua alteza real Eldrion Midgard, Rei do Reino Élfico e protetor da Árvore Sagrada da Vida!
Todos se ajoelharam ao entrar daquele velho senhor de barbas longas e platinadas, sua calvície fazia com que sua idade ficasse ainda mais aparente, já seus olhos verdes intensos eram de um homem cansado e experiente. Usava uma túnica branca e verde com detalhes em dourado, e assim como todo elfo, suas orelhas não deixariam de ser longas e pontudas. Caminhando tranquilamente acompanhado de alguns serviçais, ele sentou no trono olhando para nós como se já estivesse julgando aqueles que estavam sendo colocados diante dele, como se fossemos invasores de seu território.
— Alteza, encontramos esses homens andando com seus cavalos próximos ao Reino. — Aquele que parecia ser o líder do grupo de guerreiro que havia nos capturado deu um passo a frente apresentando o motivo da captura. — Estavam armados e um deles até mesmo tinha derrotado um Lizari'ard sozinho.
— Sozinho? — O Rei olhou para nós enquanto mexia em sua barba. — Quais são suas graças rapazes?
— Primeiro me digam o que fizeram com Fenrir, e eu direi o que quiserem. — Olhei profundamente nos olhos daquele elfo, que me encarou continuando a me estudar.
— Quem é Fenrir? E o que fizeram com ele? — O Rei olhou para o oficial líder.
— Acreditamos que seja o Lobo da espécie Glaucias do Norte de Thâmitris, senhor. — O oficial iniciou sua explicação. — Nós também o capturamos e levamos ao nosso centro de cuidados animais para ser cuidado e recuperado.
— Já tem sua resposta rapaz. — O Rei Eldrion voltou sua atenção a mim novamente. — Agora me diga quem são vocês?
— Eu me chamo Magnus Wingsfield, príncipe primogênito do atual caído Reino de Eldoria. E esse ao meu lado é o escudeiro que está me acompanhando em uma jornada até às suas terras, seu nome é Yusuf Haidar. — Expliquei a ele a situação em que nos encontrávamos. — Não somos nenhuma ameaça, na realidade eu vim até aqui porque queria conversar com Vossa Magestade. Tenho informações das quais serão do seu interesse, já que todos aqui correm perigo eminente.
— Desgraçado! Como ousa ameaçar a soberania do Reino Élfico! — O oficial se virou para mim, perdendo totalmente sua postura diante ao trono.
— Oficial Azimuth! — O Rei Eldrion se levantou do Trono. — Está dispensado! E soltem as amarras desses homens! Eu quero ouvir o que eles têm a dizer...
Nesse momento uma bela e jovem mulher de orelhas grandes e pontudas adentrou no salão do trono, nos seus longos cabelos platinados haviam anéis e detalhes em dourado, tranças na parte de trás terminando em um rabo de cavalo, e também a frente de sua orelha esquerda. Uma tiara dourada estava acima de sua franja bem cortada, e logo abaixo estavam seus grandes olhos verdes intensos semelhantes aos do Rei Eldrion. Estava usando um elegante e provocador vestido verde com detalhes pretos e ornamentos dourados, onde seus ombros ficavam aparentes juntamente ao decote. As suas costas uma capa branca fina ligada aos seus ombros caía ao chão, em suas mãos tinham munhequeiras douradas que subiam até um pouco abaixo de seus cotovelos. Suas curvas estavam muito bem desenhadas e seu vestido que terminava em duas fendas para ambas as pernas deixando um tecido central que descia até a altura de seus joelhos. Estava calçando elegantes pares de saltos, mantendo uma postura incrivelmente gentil e imponente. Mas algo nela parecia me dizer que era familiar.
— Aralyn minha filha, o que faz aqui uma hora dessas? — Todos se ajoelhavam diante dela em sinal de respeito, aquela era a princesa do Reino Élfico.
— Ah papai... Está capturando e julgando pessoas dos arredores do Reino de novo? — Sua voz era gentil, mas firme e presente. — Quantas vezes eu vou ter que te dizer que é importante que pessoas conheçam nosso Reino?
— Aralyn, um deles derrotou um Lizari'ard sozinho e diz ter informações que nos interessam. — Aralyn se juntou ao seu pai próximo ao trono. — De acordo com ele... Estamos em perigo...
Eu e Aralyn trocamos olhares simultâneos, até que a sua expressão demonstrou espanto, e então eu havia percebido que na realidade aquela era a mesma Elfa que havia encontrado tomando banho em um rio alguns dias atrás.
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