Volume 1

Capitulo 4: Cavaleiro honrado

Capítulo 4: Cavaleiro Honrado 



Austin termina de ler a última página de seu diário, ele ainda não acreditava se isso de fato havia acontecido ou ele era apenas um louco, mas isto era improvável pois ele sentia muita dor e cansaço. 

Decidido a procurar pela chave que foi mencionada no diário, ele levanta, arruma suas coisas na bolsa e começa a procurar, mas não estava dentro dela, e já havia escurecido e isso tornaria a busca mais difícil do que já era. 

Um brilho prateado entre as flores não muito longe dele brilhava intensamente, ele se levanta e vai caminhando levemente até o brilho misterioso. Era a chave Por quê ela está brilhando? se agachando ele a pega, e quando ele encosta na chave uma voz feminina o sussurra em seu ouvido.

“Estenda a chave...e recite a frase em seu diário...”

Austin leva um susto, e quase cai, ele olha ao seu redor, mas só havia ele naquele lugar, mas mesmo assim decide fazer o'que lhe foi dito.

Ele estende a chave à sua frente, seguindo as instruções sussurradas em seu ouvido. Ele recita a frase do diário com uma mistura de curiosidade e apreensão. Num instante, o brilho prateado da chave se intensifica, e um portal começa a se abrir diante dele.

Com passos hesitantes, Austin atravessa o portal, deixando para trás o campo das “Donzelas Roxas”. Ele é instantaneamente transportado para uma paisagem surreal, onde tudo ao seu redor é branco e luminoso. O chão é coberto por uma camada espessa das misteriosas flores roxas, criando uma aura etérea e encantadora.

No centro desse cenário deslumbrante, há uma mesa elegante. Sentada à mesa está uma mulher de beleza incomparável, seus cabelos longos e sedosos exibem um tom exuberante de roxo. Seus olhos brilham com sabedoria e mistério, e sua presença exala uma aura de poder.

Austin se aproxima cautelosamente da mulher e a cumprimenta com uma mistura de reverência e curiosidade. Ele anseia por respostas, anseia entender o que está acontecendo com os contos, a mudança das histórias e seu próprio envolvimento nessa jornada.

 – Olá. Sinto-me atrapalhar mas quem é você? 

A mulher de cabelos roxos sorri gentilmente — Ah, Austin, você finalmente chegou, eu estive à sua espera. Eu sou Violet, um dos guardiões de todas as histórias e a verdadeira “Donzela Roxa”. Você está certo em sentir que algo está errado. O equilíbrio entre as histórias e a realidade foi corrompido.

– Espera, você é a Violet!? e como isso aconteceu? e por que estou no meio disso?— pergunta Austin, perplexo pelas revelações.

– Austin, eu peço que você se sente e me acompanhe na hora do chá, enquanto vou estar te contando tudo o que você precisa saber. — Violet toma um longo gole de seu chá enquanto Austin se acomoda na cadeira mais próxima.

– O que você sabe sobre os contos e lendas? — Perguntou Violet com uma voz doce e serena.

– Elas são um registro de eventos grandiosos que pessoas incríveis causaram  — respondeu Austin com um pouco de timidez na voz.

 — Esta é apenas uma parte da resposta. "As histórias, Austin, são como fios que entrelaçam os destinos de todas as vidas. Elas refletem as grandezas e as tragédias, os feitos notáveis e os momentos comuns. Os contos são uma parte essencial do tecido que une os reinos."

Ela pausa, olhando nos olhos de Austin com intensidade. "O equilíbrio entre as histórias e a realidade foi rompido por uma entidade sombria, uma força que busca distorcer os eventos grandiosos registrados nos contos para seus próprios fins malévolos."

Austin, ainda tentando assimilar todas essas informações, pergunta: "E por que eu estou no meio disso?"

Violet sorri, seus olhos refletindo séculos de sabedoria e compreensão. "Austin, você foi escolhido porque carrega algo único em seu coração. A paixão pelos contos, a conexão profunda com as histórias, isso não é algo comum. Os heróis do passado, aqueles que moldaram os contos, deixaram uma marca indelével na essência do universo. E agora, você, com sua chama interior, foi chamado para continuar esse legado."

Ela dá um gole no chá antes de continuar. "O equilíbrio entre as histórias e a realidade foi corrompido. Uma força sinistra distorceu as narrativas, alterando o curso dos contos que todos conhecemos. O mundo das histórias está em desordem, e sua busca por respostas está intrinsecamente ligada à restauração desse equilíbrio."

"Austin, existe um lugar chamado “Paraíso” é o destino final dos heróis que fizeram algo grandioso. É um reino além do nosso entendimento, onde as almas são honradas e encontram paz. Mas, neste momento, o próprio Paraíso está ameaçado pela mesma força que corrompeu as histórias. É por isso que você foi escolhido, para ser um guardião, um restaurador da verdade."

"O poder das 'Donzelas Roxas' que agora você carrega é um poder meu, e estarei te emprestando ele para você se proteger nessa jornada. Seu caminho não será fácil, Austin, mas confio que a coragem e a determinação que te trouxeram até aqui o guiarão."

Austin ainda estava confuso, perdido em um turbilhão de perguntas que dançavam em sua mente. Ele abriu a boca para expressar seus pensamentos quando, de repente, uma voz rouca e masculina quebrou o silêncio.

"Já terminaram aí!", gritou o homem, exibindo uma imagem descontraída ao usar apenas a parte de baixo da armadura. Seu peito peludo estava à mostra, e uma bandana azul adornava sua testa. Violet soltou um suspiro exasperado.

"Oh, céus, Blade. Eu já te disse para usar sua armadura completa. Imagine o que está passando na cabeça do nosso herói aqui", comentou Violet com uma mistura de resignação e diversão.

Blade se aproximou, batendo no próprio peito com orgulho. "Ah, Violet, você sabe que essa armadura é suficiente para assustar qualquer monstro que ouse atravessar meu caminho. E quanto ao nosso novo amigo aqui?" Ele olhou para Austin com um sorriso amigável. "Você deve ser o recruta que todos estão falando. Bem-vindo à equipe!"

Austin, ainda processando as informações sobre sua missão e o papel como guardião das histórias, não sabia se ria ou se expressava sua perplexidade diante da descontração de Blade. Violet lançou a ele um olhar cúmplice, como se dissesse, "É assim que as coisas são por aqui."

Blade, sem se importar com a falta de resposta de Austin, começou a falar sobre as tarefas do dia, mencionando algo sobre patrulhar as fronteiras do reino. Violet, notando a confusão nos olhos de Austin, interveio.

"Blade, por favor, dê um tempo para Austin assimilar tudo. Ele é novo nisso e precisa entender seu papel como guardião dos contos. Não vamos assustar o pobre rapaz no primeiro dia."

Blade coçou a cabeça, parecendo momentaneamente sério. "Tudo bem, Violet, mas que ele saiba que os contos podem ser mais perigosos do que qualquer monstro que encontraremos nas fronteiras."

Com isso, Violet guiou Austin para um local mais tranquilo, longe da descontração e exuberância de Blade. "Desculpe por isso. Blade é... único. Mas, falando sério, Austin, há muito a aprender e muito a fazer. Se tiver dúvidas, estou aqui para ajudar, e seja bem vindo, aos Guardiões da história"








Comentários