Volume 1

Capitulo 3: Algo sinistro

Capítulo 3: Algo sinistro

“Dia 49”

 

“À medida que me aproximava do campo de “Donzelas Roxas”, meu coração pulsava com a expectativa de encontrar respostas para os mistérios que me cercavam. As flores roxas se estendiam diante de mim, como um cenário saído de um conto de fadas, e o perfume suave envolvia o ar, trazendo um conforto reconfortante.”

“A solidão era assustadora à medida que me adentrava no campo. Não havia ninguém por perto, apenas eu e as “Donzelas Roxas”. O silêncio tomava conta de mim, mas minha determinação em desvendar este mistério só aumentava.”

“Me ajoelhei entre as flores, sentindo a maciez das pétalas sob minhas mãos. Buscava por algo incomum, algo que pudesse me fornecer pistas sobre o que estava acontecendo. E então, meus olhos foram atraídos por algo reluzente, quase escondido entre as flores.”

“Estendi minha mão e peguei a pequena chave de prata. Seus detalhes e o toque frio do metal em minha palma me envolveram com um sentimento arrepiante. Eu sabia que aquela chave era importante, um símbolo que me levaria para mais perto das respostas que buscava.”

“Movido pela curiosidade e pela necessidade de desvendar o mistério, comecei a percorrer o campo, explorando cada centímetro em busca de algo que pudesse ser desbloqueado pela chave em minha mão. Fileiras e fileiras de flores passavam por mim enquanto eu me aproximava cada vez mais de um ponto específico.”

“A minha busca pela entrada me levou até um grupo de pessoas com túnicas pretas, exatamente aqueles que eu havia encontrado antes. Parecia que eles estavam discutindo algo com muita raiva, e minha presença não passou despercebida. Os olhares curiosos e cheios de raiva se voltaram para mim, e o homem de túnica preta, com a tatuagem de estrela abaixo do olho, avançou em minha direção.”

“Você! Você não deveria estar aqui!”, ele exclamou, sua voz carregada de hostilidade.

“Eu não busco problemas”, respondi, tentando manter a calma. “Estou apenas em busca de respostas, respostas sobre os contos alterados e o mistério das ‘Donzelas Roxas’.”

“Os outros membros do grupo se aproximaram, olhando-me com suspeita. Então, uma mulher de aparência sábia e expressão serena tomou a palavra.”

“Você carrega a chave”, disse ela, sua voz suave ecoando no ar. “A chave que guarda a porta para a verdade. Mas é preciso cautela, jovem viajante. Nada é o que parece, e cada passo pode ser perigoso.”

“Aquelas palavras me deixaram ainda mais determinado a continuar em minha busca. Eu precisava desvendar os segredos ocultos que permeavam aquele lugar e restaurar os contos à sua forma original. Decidi acompanhar o grupo, na esperança de obter mais informações sobre a chave e o que ela poderia abrir.”

“A mulher me revelou seu nome, se chamava Elara, me conduziu por entre as fileiras de flores até uma abertura na vegetação. Era uma passagem estreita e sinuosa, que levava a um caminho subterrâneo. Aquilo estava além das minhas expectativas, mas eu sabia que era o próximo passo na minha jornada.”

“Não se desvie do caminho, jovem viajante”, disse Elara, seus olhos brilhando com sabedoria. “O que você encontrará adiante é apenas o começo. A verdade está esperando, mas é sua coragem e determinação que a desvendarão.”

“Com um misto de medo e ansiedade, adentrei o caminho subterrâneo, com a chave firmemente segura em minha mão. O desconhecido se estendia à minha frente, e eu estava pronto para enfrentar qualquer desafio que viesse no meu caminho. A verdade me aguardava nas profundezas, e eu estava disposto a desvendar o mistério e encontrar meu verdadeiro propósito.”

 

“Dia 49 ou 50”

 

“À medida que avançava pelas profundezas da passagem subterrânea, uma sensação opressora tomava conta de mim. O ar ficava mais denso e os murmúrios sussurrantes nas paredes aumentavam, como se as sombras tivessem vida própria.”

“Finalmente, chegamos a uma câmara ampla e misteriosa, iluminada por velas tremeluzentes. Era um ambiente assombroso, com símbolos estranhos gravados nas paredes e um altar sombrio no centro. Uma presença malévola parecia pairar no ar, deixando-me inquieto e alerta.”

“O líder do grupo, Marcus, encarou-me com um sorriso cruel, revelando suas verdadeiras intenções. Foi então que percebi que tinha sido enganado, usado como peão em um algo sinistro.”

“Você foi escolhido, Austin”, disse Marcus em tom suspeito. “Você será o sacrifício necessário para trazer à tona a verdadeira história e despertar o poder que buscamos.”

“Um sentimento de medo e raiva percorreu meu corpo. Eu não permitiria que isso acontecesse. Mas antes que Marcus pudesse concluir a maluquice que ele havia planejado, algo inesperado aconteceu.”

“Uma luz intensa surgiu de dentro de mim, me envolvendo em uma aura protetora. Uma energia desconhecida e poderosa me cercava, repelindo qualquer mal que se aproximasse. Era como se um poder antigo tivesse despertado dentro de mim, uma força destinada a preservar a verdade e lutar contra as trevas.”

“A expressão de Marcus se transformou em puro desespero. Ele não conseguia se aproximar, estava sendo empurrado pelo poder que me envolvia.”

“Uma voz sussurrou em minha mente, oferecendo orientação e coragem.”

“Inspirado pelo poder misterioso que me foi dado, enfrentei os seguidores de túnica preta com destreza e resolução. Utilizei a força para me proteger e derrotar cada uma as pessoas que vinham em direção a mim armadas com facas e espadas, a energia que corria dentro de mim se tornavam vinhas com várias flores, e sufocava os meus inimigos. Marcus e Elara tentaram fugir pela entrada, mas eu notei e logo uma vinha os perfurou em seus corações.”

“Após isto a câmara subterrânea se tornou apenas um lugar silencioso cheio de corpos, e com apenas o suave brilho das velas iluminando o local. Eu começo a dar uma olhada em no lugar antes, nas paredes havia várias escrituras antigas, eu conheço um pouco da língua antiga e tentei ler, só consegui ler algumas frases, mas a que mais me intrigou foi:”

“Adversus oblitae stellae defectionem, redibit honoratissimus eques, et iterum finem mali perducet.”

traduzindo iria ficar assim: “Diante a revolta da Estrela esquecida, o cavaleiro mais honrado retornará, e trará o fim novamente a este mal”

E no final da frase havia uma outra que foge de meu conhecimento, mas a anotei ela a fim de entender ela melhor depois.

“Noli timere, eques honorabilis adest, aperi fores.”

Eu decidi dar mais algumas voltas ao redor da câmara, mas fui impedido pelo som do teto desabando, o lugar inteiro estava prestes a desmoronar. Eu parto rapidamente em direção a entrada, e saio de lá. Agora estou sentado neste campo de Donzelas Roxas pensando em tudo que eu descobri e passei hoje, mas estou muito cansado para pensar, acredito que aquele poder misterioso acabou me cansando, está muito escuro para eu achar um caminho para encontrar uma pousada, irei dormir aqui no campo mesmo, acredito que nada mais vá acontecer.



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