Volume 6

Capítulo 141: Retornante, Destrua Seu Corpo com Truques Baratos

Depois que eu deixei o hospital, dois meses se passaram.

A estação era um inverno profundo, uma estação onde a secura e o frio permeavam sua pele.

Eu não tinha conexão com os kouhais na escola, no que eu havia perdido clubes e comitês, e com a mudança de classe e minha ascensão para a classe mais velha, eu só conhecia Yuuto e Mai. (NT: Kouhai é o oposto de senpai, a pessoa mais nova e tal)

No dia do desaparecimento, quase todos do segundo ano, terceiro grupo, em que eu estava, foram envolvidos.

O único grupo que estava seguro eram aqueles que caíram de surpresa ao ver a luz do círculo mágico emergindo, e depois de fugirem foram sortudos o suficientes para escaparem de serem pegos por aquele círculo mágico.

Naquele dia, Mai estava atrasada e vindo para a escola sozinha, e por causa disso ela foi capaz de escapar do círculo.

Contudo, aquelas duas ou três colegas de classe que foram sortudas o suficientes para evitarem o círculo, foram todas mortas de qualquer forma.

Isso aconteceu um mês depois que eu retornei, aqueles assassinatos.

A amiga da Mai, Satomi, foi assassinada.

Além disso, havia o massacre aleatório em grupo que aconteceu cerca de meio ano atrás.

Quase como se tivesse sido arranjado com antecedência, ataques aleatórios ocorreram com aqueles relacionados ao desaparecimento, e colegas de classe estavam entre as vítimas. A outra amiga da Mai, Yuki, também desapareceu.

Agora, os únicos sobrando do segundo ano, terceiro grupo, eram Yuuto e eu. (NT: Eles ficam usando “junior class” em inglês, mas pela equivalência, é segundo ano… quando tá só junior, eu vou presumir que é kouhai)

De qualquer forma, agora eu dificilmente conheço qualquer um nesta escola. É por isso que parece agora como se eu fosse um aluno transferido na minha própria escola, o que me faz pensar que eu tenho ainda mais problemas agora.

Especialmente quando todo mundo está tão interessado no que aconteceu comigo durante meu desaparecimento.

Contudo, no outro lado disso, ninguém realmente alguma vez me perguntou sobre o que aconteceu.

『Todo mundo teve dificuldades mais ou menos neste ano desde o acontecido… e com você não tendo qualquer memória do que aconteceu, nós fomos ditos para não incomodar em te perguntar para evitar mais caos』

Yuuto disse isso com um sorriso levemente maligno, e eu senti vergonha sobre mim mesmo.

Por que eles todos pensam mais sobre mim?

O único jeito em que eu recebi consideração foi que eu fui permitido à sentar ao lado da Mai na sala de aula, então mesmo quando todo mundo ao meu redor está consciente sobre mim, eu ainda consegui me acostumar com a situação rapidamente.

Eu estava grato que meus novos colegas de classe me tratavam relativamente normal, e minha rotina diária lentamente parecia retornar.

“Okay, hora de devolver a prova. Até a instrução regular começar, levem algum tempo para revisar suas respostas da prova.”

Ouvir a voz alta do professor de homeroom da manhã ecoar fez meu coração se sentir nostálgico depois de tudo que aconteceu comigo. (NT: Homeroom é basicamente um período de orientações antes das aulas pelo que entendi, feito pelo professor responsável da sala)

“Na última prova de matemática, eu acho que eu tinha erros descuidados. Isso me deixa triste em ver minhas notas.”

Ouvindo minha irmã dizer tais coisas do nível de uma ótima aluna fez meu coração correr.

“Oh… entendo.”

Nós todos recebemos de volta nossas provas pelo nome, e depois de receber minha prova de volta, eu me sentei.

Eu tentei o máximo que eu pude esconder minha nota da prova!

“Onii-san? O que foi?”
“Desculpe, eu tenho que ir no banheiro.”

Fwip, eu me levantei do meu lugar e deixei a sala de aula começando com minha prova em mãos. Eu fui para o banheiro.

Eu pulei na primeira baia de banheiro, tranquei ela e olhei para o gabarito com algum tipo de oração.

“Ufffh…”

Contudo, eu olhei para o ar no que eu vi a realidade das minhas notas no gabarito para as cinco notas. Como eu estava no banheiro, eu não conseguia ver o céu.

(Droga, se ela descobrir…)

“『Onii-san… eu estou tão desapontada. Eu acho que meu onii-san finalmente se tornou um idiota.』”

Eu imaginei ela soltando um suspiro, se sacudindo, e então esmagando o gabarito da prova em suas mãos.

Se ela ver essas notas, ela me observará todo dia, incluindo os sábados antes da substitutiva um mês mais tarde, e me ordenará me fazendo estudar.

Ela não teria compaixão, mesmo quando eu estava recomeçando minha vida como um estudante tudo de novo.

Minha irmã estava indo para um dojo de espadas para poder fortalecer seu corpo contra aquele culto louco, então quando aquela chave ofensiva dentro dela é ligada, ela virava um diabo espartano sorridente sem compaixão.

Quando ela descobriu que eu estava viciado em vídeo-games como um aluno do fundamental, ela sempre ganharia seus argumentos sorridentes com meus pais, e eu nunca tive um dia de paz.

Mas por causa disso, eu consegui 100% na minha substitutiva.

“Fff, esta imouto… ela me derrota toda hora. E assim como o personagem daquele um mangá, eu sempre deixo prova o suficiente para ela encontrar isso.”

Eu rasguei o gabarito e joguei ele embora no que eu pensei na perseguição maligna dela contra mim devido às minhas notas.

Depois de rasgar o papel até ficar o menor possível para não entupir a privada, eu dei descarga em um gabarito atrás do outro.

“Sem prova… tudo embora.”

Sem convicção se houver dúvida.

Mesmo que ela olhe para mim com olhos duvidosos, se não há prova, então essa chave dela não vai disparar.

Minha imouto era bem sólida nesse quesito.

Se eu dissesse 『não tinha papel no banheiro, então eu usei o gabarito』 ela ficaria brava e acabaria com ela dizendo 『você precisa aprender a ser mais delicado, onii-san』.

Eu finalmente deixei o banheiro, e entrei na sala de aula como um rei.

“Bem vindo de volta, onii-san.”

No que eu voltei para meu assento, o homeroom acabou, e haviam cerca de cinco minutos até o começo da primeira aula.

“Ah, bem, meu estômago doeu, e não tinha papel na baia…”
“Entendo. Que pena. Então, você usou o gabarito no lugar, pobre onii-san?”
“Huh?”

Eu não esperava esse tipo de resposta da Mai quando eu voltei.

(Is… isso foi esquisito, realmente esquisito. Isto parece estranho…)

Eu comecei a sentir o suor surgindo na minha testa no que eu comecei a me sentir assustado.

“Onii-san, qual o problema? Você está realmente suando.”
“N… nada, é que, talvez o ar esteja ruim!”
“Isso não é verdade, onii-san, semana passada alguém veio consertar o ar condicionado. A sala está tão quente quanto precisa estar.”
“Ah, entendo, bem, ainda é estranho.”

Phew, eu tentei jogar isso pro lado, mas ela continuou me cutucando no que ela soltou um longo suspiro.

“Esta garota só cuida de seu onii-san pelo próprio bem dele. Mesmo que ele seja um pervertido que gosta de maltratar garotas, ou um pervertido que gosta de se apaixonar por sua irmã, ou é um pervertido com algo por pés… eu ainda vou cuidar de você.”

Ququququeeee!?

“Whoaaaaaa, espera um pouco, o que você está falando!? Pare por favor, você está me fazendo parecer ruim, olha, até Nakamura olhou para mim como se eu fosse algum tipo de monstro, você vai fazer todo mundo pensar que eu sou algum tipo de esquisitão!”
“Esquisito como um onii-san que dá descarga em seu gabarito por confusão sobre o que fazer ao esconder uma prova que ele totalmente se deu mal… eu acho que você é repugnante… você é pior que excremento humano!”

Ah, ela descobriu.

Não… isso não é bom.

Mai estava pairando ao meu lado com um olhar de conhecimento total, e eu sabia que a chave dela já tinha sido totalmente girada essas horas.

“E essa nota horrenda… ela me deixa tão triste. Eu acho que é uma nota apropriada para um onii-san que se tornou um diabinho depravado.”
“?! Que? O que você disse?”

Mai segurou a folha da prova que eu pensei que eu havia dado descarga até o fundo do oceano!

A mão da Mai gentilmente tremeu no que ela olhou para as notas.

“Eu nunca achei que meu onii-san faria algo assim. Então eu chorei culposamente e pedi para o professor me dar uma cópia da cópia que você recebeu do gabarito da sua prova!”

Como agora estava tudo aberto, Mai agora soltou um suspiro alto.

“Meu onii-san se tornou um degenerado. É triste ver que meu irmão cair tão baixo.”
“Bem, se você tem qualquer pena, não, eu estava pensando que talvez você seria gentil, eu estava pensando… e talvez me deixaria de boa.”

Eu pedi por pena, no que raiva vazava da Mai, e ela disse, quase que rezando.

“Onii-san, durante este almoço, nós formularemos seu NOVO plano de estudo.”

Então o sinal iniciando a aula tocou sem qualquer emoção.

“… okay… lá se vão os dias sentimentais da minha juventude.”

Meus dias doravante serão repletos de estudos.

“Nhhg… impossível… pare!”

Era num dia de folga, que eu estava estudando tão duro quanto eu podia na casa do Yuuto.

Yuuto vivia sozinho nesse quarto, em um prédio de apartamentos caros na cidade.

Yuuto era um filho ilegítimo, em outras palavras, ele tinha um monte de situações familiares complexas. Como ele perdeu sua mãe durante seus anos no primário, eu ouvi que ele recebeu dinheiro para sustentar sua vida de seu pai.

Contudo, ele não estava em bons termos com seu pai.

A primeira vez em que eu ouvi sobre o pai dele foi quando Kenta e Suehiko visitaram.

“… bem, se você terminou este tanto, você é muito bom em matemática. Eu acho que você consegue passar a prova.”
“Sério? Siiiim! Eu consigo!”

Depois de ouvir círculos mostrando as respostas corretas serem desenhados de novo e de novo, eu ouvi do Yuuto que eu tinha passado, e sem pensar eu pulei numa pose de vitória.

Mesmo quando eu estava prestes a prestar meu vestibular e pensei que eu era grato que alguém podia olhar meus estudos e rir, dizendo 『você está bem, você pegou o fundamental』… isso e aquilo não são iguais.

Eu era o tipo que estuda a noite toda na noite antes de uma prova, que não protegia o tempo alocado para estudar.

É por isso que eu tinha esta pose de vitória!

“Okay, em seguida é a prova de estudos sociais, Kaito.”
“Queee?”
“Não diga ‘que’. Você errou um monte naquela, né? Desculpa, mas desta vez eu não posso ser seu aliado, okay? Mai-chan me ameaçou… ela me pediu para fazer isto.”

Yuuto disse enquanto virava seus olhos e com um rosto pálido.

Droga, Mai. Meu amigo quase completamente lindo foi reduzido à um fracote por ela.

“Bem, é ruim só nos forçamos duro assim por tanto tempo. Vamos dar uma folga e tomar um café com algo doce.”
“Eu gostaria de um café Marca de Neve, okay?” (NT: “Snow Mark coffee”)
“Claro, mas… isso não é café.” (NT: E eu não faço ideia do que seja!)

Eu observei Yuuto deixar o quarto com uma careta, e fechou a porta com um fwump.

Para poder esfriar minha cabeça de todos os números em que eu estive pensando agora que eu estava sozinho, eu abaixei minha caneta na mesa baixa e caí de costas no chão, ainda sentado de pernas cruzadas.

(Eu imagino se Mai está bem…)

Eu viajei enquanto ouvia o tick, tick, tick do relógio.

Hoje, Mai estava indo ao serviço memorial de 100 dias da morte de sua amiga Satomi.

Era um serviço memorial apenas para a família, basicamente, mas a família da Satomi disse 『você devia vir também, Mai』, então ela atendeu o serviço.

“…”

Eu me lembrei da Mai deixando a casa com uma mistura de solidão, tristeza e um sorriso naquela manhã.

“Ah, não, não, agora que consigo ver o porquê do Yuuto ser tão fraco à ela!”

Hup! Eu me sentei, e decidi vasculhar o quarto do Yuuto.

Eu não podia deixar a tristeza da Mai me afundar. Eu tinha que fazer algo estúpido para que eu não ficasse pensando sobre a Mai o tempo todo.

“Okay então, vamos dar uma olhada nisto. Vamos ver se há quaisquer revistas pornôs dele que eu ainda não tenha encontrado.”

Assim como as coisas loucas que nós fazíamos antes… assim como sempre.

Mas… desta vez eu realmente não conseguia pensar sobre isso.

“…”

Olhando para o quarto dele, vozes, pensamentos, algo foi perdido.

Quase como uma gaiola trancada que havia nos trancado.

Uma caneta vermelha tinha feito X’s nos rostos das fotos daqueles postados nos feeds de mensagens, quadros de avisos, posts de internet e artigos de jornal… paredes e paredes delas.

Que porcaria, mas que droga, por que… eu não consigo desistir… por quê.

PORQUEPORQUEPORQUEPORQUEPORQUE, POR QUE, POR QUE, uma voz gritando, cortante parecia gritar.

Tudo que tinha era… um ano que eu não me lembro, e um ano de dor que Yuuto sentiu.

Não era um lugar que eu só pudesse entrar por mim.

Eu fechei a porta, bati na parede com meu punho, e então coloquei minha cabeça nas minhas mãos.

“Por que, por que isto tudo aconteceu comigo.”

Eu disse para mim mesmo, sozinho, quietamente sozinho.

Yuuto voltou, e ele me entregou a comida e bebida que eu queria, nós demos uma folga, e então de novo começamos a estudar.

Como resultado, eu não conseguia dizer nada sobre o que eu achei, e apenas deixei isso de lado como se eu não tivesse visto nada.

E também, eu não tinha ideia sobre o que eu devia fazer.

“Okay, você está pronto para ir ao hospital?”

Quando eu estava respondendo questões silenciosamente ao lado do Yuuto, que estava quietamente lendo uma novel, eu notei que o relógio dizia que já tinha passado das 3 da tarde.

“Droga, já é essa hora!? Eu preciso me apressar um pouquinho.”

Eu me lembrei da hora que eu tinha que ver o médico, que nós decidimos semana passada, então eu me apressei e me preparei para retornar para casa.

“Tenha certeza de revisar quando você chegar em casa, okay? Eu não quero ter que passar por tudo isso de novo.”
“Eu sei. Eu não quero errar elas e ter minha imouto espartana chutando minha bunda por isso. Eu tenho que ser aquele que reina sobre ela.”
“Que se ferre você e seu fetiche por irmã.”
“Não é um fetiche… é só… normal.”

Eu disse no que eu alcancei a entrada e abri a porta.

“Okay, Kaito, melhore rápido.”
“É, te vejo na escola.”

Eu deixei o quarto dele, e fui lentamente até o hospital.

Eu andei para a clínica psicológica, e esperava ver o médico que meu médico anterior Maeno havia me apresentado depois de ser hospitalizado.

“Se eu conseguir apenas lembrar onde eu estava, eu imagino se eu consigo então ajudar o Yuuto?”

Do dia em que eu retornei depois de desaparecer, tinha algo me dizendo que de algum modo haviam correntes dentro de mim rangendo, contendo algo que estava tentando escapar.

Contudo, não tinha resposta sobre o que era isso.

Mas ainda, eu sabia. Até eu poder me lembrar disso, era como se o calor de magma derretido estivesse sendo abanado pelos ventos dentro de mim.

A resposta para a razão por isso tudo ainda não havia emergido.



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