Volume 2
Capítulo 69: Um Líder Nível 2 (2)
— O que vocês querem aqui? O que aconteceu?
Chohong Soou combativa enquanto subia as escadas. Os membros da Sicília simplesmente a olharam e se afastaram sem dizer uma palavra.
Quando Chohong e Seol entraram no escritório no terceiro andar, encontraram várias pessoas esperando por eles, tantas pessoas que o lugar parecia uma lata de sardinha. Três pessoas sentavam nos sofás, dois eram Dylan e Hugo em um, e uma mulher sentada sozinha no lado oposto, além disso haviam 5 ou 6 pessoas em pé como estatuas atrás dela.
— Você finalmente veio, Chung Chohong?
A mulher usando um casaco espesso virou a cabeça para cumprimentar os recém chegados. O seu cabelo longo ostentava a cor de uma cachoeira sangrenta. Combinando com seus olhos carmesim que brilhavam perigosamente como uma besta selvagem. O lanceiro viu a cicatriz que ia da sobrancelha até abaixo da bochecha e finalmente a reconheceu.
— Oh, é você, novato?
A gerente geral da Zona Neutra de março, e a chefe de Sicília, a organização mais poderosa de Haramerk – Nenhuma outra, mas Cinzia.
— O que traz você aqui, Noonim?
Chohong trotou adiante destemidamente e perguntou quando se sentou próxima a Cinzia. Graças a isso Seol não tinha onde se sentar, então ele foi para trás de Dylan e Hugo e ficou lá, em vez.
— Obviamente, há apenas uma razão pela qual eu vim para falar com vocês. É trabalho.
— Trabalho? De que tipo?
— Nós já discutimos isto. Desculpe, mas você não está inclusa desta vez.
— O que você quer dizer?
Enquanto Chohong e Cinzia continuaram sua conversa de uma maneira amigável, Seol começou a escanear as pessoas atrás delas. Ele não sabia a razão da visita repentina da Sicília, mas nunca se importou, ele esperava encontrar algum conhecido no grupo.
Como Leorda Salvatore, ou...
— hã?
Foi então que uma certa mulher alta parada e silenciosa logo atrás de Cinzia capturou sua atenção. Seus cabelos cor limão amarrados em um rabo de cavalo, bem como óculos sobre seus olhos afiados e avaliadores eram especialmente destacáveis. Seol Jihu tardiamente confirmou o inconfundível uniforme de empregada. Ele arregalou os olhos, e começou a demostrar uma felicidade exagerada ao vê-la.
— Srta. Ag....!!
Ele estava prestes a finalizar dizendo ‘...nes’, mas rapidamente ele fechou a boca em tempo. Ele não era estupido a ponto de não entender a atmosfera do escritório.
Talvez ela tenha sentido olhar dele? Agnes que vinha mantendo uma expressão fria e estrita de uma domestica empregada por uma famosa família aristocrata até então, começou a olhar sorrateiramente para ele. Quando seus olhares se encontraram, ele começou a sorrir inocentemente e balançou a mão.
Por haver muitos olhos assistindo, ela fingiu não o notar. A indiferença silenciosa dela resultou no jovem ficando com um gosto amargo na garganta. Ele olhou para ela em confusão com olhos agora embaçados, antes de baixar a mão desanimado. Ele parecia triste, até mesmo parecendo como se estivesse afundando em um poço de desespero e rejeição.
—...
No fim, Agnes deixou um suspiro silencioso escapar. Ela então acenou levemente e sorrateiramente balançou a mão. Isso tudo aconteceu em um curto período de tempo, mas era mais que o suficiente para devolver o comportamento vigoroso de Seol, com seus olhos recuperando o brilho.
— Keuk
Cinzia observou a troca entre eles com uma expressão de um gato astuto antes de baixar a cabeça, mantendo a posição de pernas cruzadas, sua marca registrada. Seus ombros tremeram notavelmente, ela gargalhou enquanto mascava o cigarro em seus lábios, como se houvesse encontrado algo intoleravelmente divertido. Levou um tempo para que se recuperasse.
— Bem, até mesmo a infame leoa siciliana torna-se terna na frente do próprio filhote, é isso?
— Keuk.
Agnes ficou com o pescoço vermelho, seus olhos de adaga abertos encaravam Seol.
“Porque você tinha que fazer coisas desnecessárias?
Esses olhos de reprovação claramente o culpavam por tudo que acabou de acontecer.
— De qualquer forma, eu disse o que precisava, então por que não vamos agora?
Cinzia se levantou preguiçosamente, solicitando que Dylan e Hugo se levantassem também. Chohong se amuou quando percebeu que estava sendo deixadas e levantou sua voz questionadora.
— Dylan, o que está acontecendo?
— Mm, bem...eu irei contar o importante quando voltarmos. Nós não demoraremos.
— E Seol?
— Sim?
— Eu gostaria de conversar com você quando eu voltar. Está certo?
— Lógico
Ele não sabia sobre o que falariam, mas Seol Jihu prontamente aceitou apesar disso. Cinzia continuava sorrindo enquanto emitiu uma nova ordem.
— Agnes, você não precisa vir.
— O que?
—Você já sabe tudo, então tem alguma razão para participar no encontro? Já faz um tempo que vocês se encontraram, por que não aliviou seus corações um pouco? Eu estou certo que vocês podem compartilhar um drink ou dois relembrando os velhos tempos, não?
— Mas chefe?
— Isso é uma ordem.
Agnes foi forçada a se calar. Enquanto isso, Cinzia riu e virou-se para sair.
— Vamos. Dylan, Hugo. Eu estou certa que todos nos esperam.
E então, Seol conseguiu usufruir de um tempo com Agnes, graças a consideração de Cinzia. Ele levou Agnes ao ‘Beber, cair e levantar’. Entretanto, enquanto iam encontraram várias ocorrências bizarras.
— Ughk?
Homens que andavam na direção oposta a deles repentinamente caíram sentados, claramente assustados com algo ou...
— Uaaaahh!
...outros até mesmo colocaram os rabos entre as pernas e correram, com as faces pálidas como papel. Foi a mesma história mesmo depois de entrarem no pub. Assim que Agnes entrou no estabelecimento, o interior barulhento caiu em silêncio.
Um momento depois, alguém soluçou, ‘hiick?!’. Isso sinalizou o inicio de uma debandada massiva em direção a saída do pub, todos pareciam correr por suas vidas. Não demorou para o lugar ficar totalmente deserto.
Agnes não parecia se importar. Ela galantemente caminhou para o balcão e sacudiu algo para o bartender congelado contra as prateleiras de álcool.
Ting!
A moeda de cobre acertou precisamente a testa do bartender ocupado rezando.
— Bartender? Traga-me uma garrafa de rum, e...
Agnes olhou para trás. Seol estava pasmo com tudo o que aconteceu e precisou de um tempo para se recompor para dizer que queria hidromel. O bartender os atendeu na velocidade da luz.
— Por que, uh, as outras pessoas reagem assim a você?
— Eu também me pergunto isso.
—Ah, ahaha... bem, em qualquer caso. É bom vê-la novamente, Srta. Agnes.
Agnes respondeu desinteressadamente e tomou um gole direto de sua garrafa. Ela, sem cerimônia, limpou a boca, e mas seus olhos estudando Seol permaneceram complicados.
Como ela deveria expressar isso? Obviamente, ela não odiava o homem diante dela. Infelizmente para ela, encontros não oficiais como esse era uma situação incrivelmente estranha. Ela foi ordenada para se distrair, mas ela não sabia como começar, nem ela sbia como prosseguir a conversa. O que naturalmente fez com que suas palavras saíssem rígidas e grossas.
— Eu sinto muito por ocupar você assim, mesmo que você esteja realmente ocupada. Mas atualmente, eu estou dificuldade com algo e preciso de sua ajuda.
— O que?
— Eu estou com problemas no treino.
Treinamento? Se eles iriam discutir isso, então as coisas mudam. Agnes sentiu seus músculos tensos relaxando lentamente.
— Com qual parte está tendo problemas?
Seol a contou seus problemas com o treino de mana. Agnes ficou brevemente assustada com a revelação que ele alcançou o nível dois, mas rapidamente se recompôs para expressar a própria opinião.
— Entendo. Isso não é nada para se preocupar muito.
O lanceiro rapidamente engoliu a saliva. Ele se sentiu tranquilizado com a maneira que Agnes falava.
— Primeiramente, você deve se lembrar que aqui não é mais a Zona Neutra. – Agnes ajustou seus óculos e continuou.— O Paraiso não consegue criar acomodações para seu regime de treino como a Zona Neutra. Se você quer aprender algo, então as vezes você precisa fazer isso com as próprias habilidades. Você entende?
— Sim
— E em segundo lugar... você disse Lanceiro de Mana?
— Sim
— O quanto você sabe sobre a arte da lança?
Ele estava obedientemente repetindo ‘sim, sim’, mas a paradas abrupta e inesperada questão o deixou sem palavras.
— Você sabe a origem do lançamento de dardo? E quanto as técnicas envolvidas? Por exemplo, a postura correta para assumir do começo ao fim quando está lançando um dardo enquanto fica parado ou correndo?
Só então o jovem percebeu o que ela tentava dizer.
— Entendi, eu fui muito apressado na minha aproximação.
— Realmente. Você não sabe nada sobre o arremesso de lança, ainda assim quer manipular mana para imitar as ações de um. É obvio que não funcionaria. É a mesma coisa que tentar correr sem saber andar.
Apesar dela o reprender solenemente, ele teve seus olhos abertos para o problema.
— Eu sei de onde vem sua confiança. Você se tornou proficiente no uso de mana muito rápido. Entretanto, aprender novas habilidades sozinho nunca é fácil. Não, é apenas normal ficar com dificuldades e fazer burradas.
—...
— É a mesma situação para a circulação de mana. Pode levar algum tempo, mas o recomento que se familiarize com os conhecimentos básicos primeiro.
Seol se sentiu envergonhado e aceitou as recomendações. Ele com certeza não podia negar que foi leviano. Ele mexeu na garrafa de hidromel com um olhar amargo, que forçou Agnes a tossir uma vez para quebrar a atmosfera sombria.
— Mesmo assim, eu estou impressionada.
— Como?
— Eu ouvi de seus feitos. Você conseguiria facilmente aprender qualquer habilidade que quisesse com seus pontos de conquista, mas... É elogiável que você resistiu as tentações e continuou tentando seu melhor todos os dias.
Ela o elogiou. Mesmo na Zona Neutra, ela, dificilmente, o elogiava, então era algo a se considerar. Seol sorriu embaraçadamente.
— Bem, por ouvir suas instruções, eu sei que irei acordar com dinheiro embaixo do travesseiro.
— Eu não sei o que isso significa, mas continue tentando seu melhor independente disso. Você irá definitivamente colher as recompensas no futuro quando seu nível for alto o suficiente e quando suas skills passarem por uma evolução fundamental.
Um sorriso imperceptível se formou no rosto de Agnes. Ela então fez mais algumas sugestões antes de esvaziar a ilustre garrafa de rum e se levantar. Seol ficou triste por ver ela ir tão rápido, mas ela era inegavelmente um terráqueo como ele. Ele não poderia prender ela quando claramente ela estava com toneladas de coisas para fazer.
Agnes prometeu aparecer de vez em quando para checar o progresso dele, depois se virou e saiu. Eles se despediram do lado de fora da entrada. Mas, enquanto assistindo as costas dela indo cada vez mais longe, Seol percebeu que esqueceu de dizer algo a ela.
— Srta. Agnes! – Agnes parou e olhou para ele, que rapidamente acenou e gritou para ela. — Obrigado por tudo!
Agnes concordou e se virou novamente. Foi nessa ora que ele gritou alto o suficiente para acordar um morto.
— E também mande lembranças minhas para o Sr. Ursinho...!
— Eu vou matar você!!
Swish!
Agnes se aproximou dele em um piscar de olhos e o atacou loucamente. Ele foi pego de surpresa pela explosão de velocidade repentina, mas ele conseguiu sorrir satisfeito. Ele foi espancado por ela tantas vezes, que ele esperava essa resposta dela.
“Não dessa vez!”
Ele rapidamente empunhou a lança em uma postura defensiva. Infelizmente, no momento seguinte, ela rapidamente o desarmou como se ele nem estivesse com a lança para começo e de conversa, e atacou a face dele como uma cobra furiosa.
— Eu mandei você parar, não foi?!?!
Slap!
— Kuk!
Foi apenas depois de ser feito de gato e sapato que Seol percebeu que Agnes era uma assustadora arqueira do tipo assassino de nível 6, apenas a meio passo de se tornar uma Rank Única. Após se separar de Agnes, o espancado jovem foi para uma ferraria. O proprietário quase morreu de susto com o estado da face de do lanceiro, mas, ainda assim, o negocio que ele tinha que fazer foi feito. Quando voltou ao escritório da Carpem Diem, tanto Dylan quanto o Hugo o esperavam.
— Onde você estava? O que é isso?
— Lanças para arremesso
—Oh, então você planeja treinar o arremesso de lanças... espera um pouco. O que aconteceu com você? Foi atingido por alguém?
Dylan perguntou apressadamente. Seol tentou minimizar a situação com uma gargalhada tímida, mas Hugo estava puto.
— Seol! Que filho da puta foi?! Como alguém se atreve a tocar alguém da Carpem Diem?!
— Nah, está bem, nem se preocupe com isso.
— Vamos, me diga quem foi! Não se preocupe, eu irei quebrar as pernas dele!
— Foi a Srta. Agnes.
Hugo ansioso para ir, suas mãos grandes apertando a alabarda firmemente, mas então, ele de repente congelou.
— Quem?
— Srta. Agnes.
— Você quer dizer Agnes Claire?
— Sim, ela. Não faça nada. Eu estava errado para começar.
— S-sério? Se você diz, então está bem.
Hugo tossiu alto e quietamente guardou a arma antes de sumir de vista. Dylan sorria se divertindo com a situação enquanto sentia o cheiro de seu chá.
— Eu estou surpreso. Não apenas você conhece Agnes, mas até mesmo sobreviveu a seus ataques.
— Ahahaha. Nada de mais. Você tem algo que queira falar comigo?
Seol perguntou, tentando mudar de assunto, enquanto colocava as lanças para arremesso no chão.
— Uhum. Quer um pouco?
— Não, obrigado.
O jovem recusou educadamente a oferta e sentou no sofá. O arqueiro tomou outro gole e falou:
— Nós recebemos uma comissão.
— De Sicília?
— Isso é algo para mim e Hugo. Sabe, não muito tempo atrás, os nobres emitiram uma missão ultra secreta. Eles contataram Sicília, mas eles estavam com falta de pessoal, então nos pediram para ajudar.
— Se é uma missão que nem mesmo Sicília tem gente o suficiente, então ...
— Apenas saiba que a missão é apenas para os de alto ranque e acima. Na verdade, foi difícil convencer eles a deixar Hugo participar. Eles apenas permitiram após eu os pedir, já que eu, nominalmente, um arqueiro preciso de um guerreiro na retaguarda.
Isso implica que nem Seol e nem Chohong poderiam participar.
— Eu imagino que Chohong e eu vamos aproveitar as férias repentinas então.
— Na verdade, tem outro trabalho para resolver. É uma missão emitida pela Vila de Ramman.
Seol se animou com a mera menção a ‘missão’. Se o trabalho em mãos tiver a ver com entregar algo, então ele não precisaria ficar parado.
— O quanto você sabe sobre a Vila Ramman?
— Localizada ao sudeste de Haramark, a uma distância de meio dia. Uma população de alguns paradisíanos. É tudo o que sei.
Dylan concordou com a cabeça.
— Parece que você sabe o básico. Deixe-me ser direto. É um requerimento de exterminação de monstro.
— É uma exterminação?
— Veja, Ramman sofre de períodos de incursões de monstros. E eles emitem missões com frequência como resultado.
— Quando você diz periodicamente, não implica que tem uma colônia ou ninho de monstros próximos?
— Esse é o ponto.
Dylan bateu levemente no joelho sinalizando que o jovem acertou o ponto em cheio.
— Os monstros já foram expulsos dúzias de vezes. O reino até mesmo formou forças de subjugação muitas vezes. Nos fomos capazes de derrotar as hordas várias vezes sem muito problemas, mas isso é tudo. Nos procuramos em todo lugar, mas não encontramos de onde vinham. Mesmo se considerarmos a estabilidade da região inteira de Haramark como não sendo grande, isso não faz sentido.
— Isso quer dizer que os monstros virão futuramente mesmo que exterminemos eles dessa vez?
– Nos ainda temo que se livrar dos monstros que irão aparecer, independentemente. Atualmente, o vilarejo quer que resgatemos os habitantes desaparecidos e encontremos o motivo dos surtos de monstros, enquanto estivermos nisso. Mas, não é preciso ir tão longe. Então, o que acha?
— O que a Chohong disse?
— Eu estou perguntando a você, Seol.
Dylan baixou a voz ligeiramente.
— Se você estiver de acordo, estou pensando em deixa-lo a cargo dessa missão.
— Mas eu não sou nem mesmo um arqueiro.
— Um arqueiro age como o cabeça, mas pessoas normais também assumem os dois papeis, de ser o cabeça e o líder.
Um papel de cabeça é de liderar o time na direção certa nas expedições, enquanto o líder é encarregado de supervisionar todos os aspectos da missão, como o planejamento da expedição em si e a preparação.
— Eu pensei que apenas uma vez que alcançasse o nível 4 é que poderia formar um time de expedição, além disso você não precisa da permissão da família real?
Quando o jovem demonstrou uma surpreendente falta de confiança, Dylan formou um sorriso largo e continuou.
— Eu pensei que quisesse formar seu próprio time, eu estava errado?
— Ah?! Eu fui descoberto?
— Hehe. Nesse caso, eu penso que essa missão será uma chance perfeita para você perder a virgindade. Isto pode soar como um trabalho simples, mas uma vez que você assumir, irá aprender sobre muitas coisas. Foi o mesmo para mim.
Dylan colocou a xicara de chá na mesa.
— Então, como é, tem coragem?
— É claro – respondeu o jovem imediatamente.
Ele iria liderar sua primeira missão.
A missão em si não era tão difícil quanto a da Floresta da Negação nem da defesa da Fortaleza Arden, mas ,mesmo assim, Seol estava completamente motivado pelo fato de ser nomeado líder.
Como não era uma expedição, mas uma exploração, não deveria haver nada complicado sobre isso. Por um lado, ele não precisaria se preocupar com suprimentos já que teriam uma base de operações no próprio vilarejo. Carregadores poderiam ser contratados na lugar também.
O problema real residia em recrutar outros membros para o time. Já haviam dois guerreiros, então eles apenas precisariam de mais um, encontrar o arqueiro não seria difícil. Encontrar um magico era impossível desde o começo, então essa parte do problema não foi considerada. O problema atual era recrutar um padre. Não importava se estava formando uma expedição ou um time improvisado de desajustados, deveria ter um padre.
— Que droga, o que ele espera que nos façamos?
Chohong murmurou infeliz, com um cigarro na boca. Ela terminou sendo pareada com Seol, mas também a fez se sentir impotente com a situação.
— Ei, nos realmente precisamos de um padre? Eu quero dizer, não poderíamos só ir lá e pronto? Eu posso resolver o problema com os monstros sozinha.
Os múrmuros irritados dela fez um sorriso irônico aparecer na boca de Seol. Se eles estivessem apressados, tudo bem, poderiam fazer isso. Mas o resultado seria um time com baixa qualidade.
A menos que eles estivessem falando de terráqueos desesperados que viviam endividados, que arqueiro ou guerreiro iria se juntar a um time sem padre? Em um mundo onde um momento de descuido iria resultar em ser mordo em um piscar de olhos?
Mais importante ainda, o papel de liderança era de Seol, então ele queria que tudo fosse um sucesso. Ele não queria ser descuidado ou imprudente se ele pudesse evitar.
“Apenas um time com um padre irá atrair membros de qualidade.” – Quando os pensamentos dele chegaram a esse ponto, levantou-se do sofá.
— Onde você está indo?
— Recrutar um padre.
— Como você irá fazer isso?
— Eu irei tentar. Nos temos tempo, certo? Se tudo falhar, apenas faremos como você sugeriu.
O lanceiro deixou Chohong e seus olhos arregalados para entrar no quarto. Ele pegou o cristal de comunicação pensando que ele deveria manter a promessa e avisar a ‘ela’ quando fosse sair.
Um tempo depois...
— Isso. Uma missão veio.
— Ohhh. Então você quer tanto assim ir para o sul.
— Não se preocupe muito. Não é na fronteira. E além disso, as pessoas não podem apenas fazer o que querem sempre.
Ele juntou as mãos e suplicou a Kim Hannah. Ela bufou infeliz, mas não disse nada o proibindo de prosseguir.
— Hmmm. Então, você está procurando um padre... é bem difícil encontrar um. Se fosse o time completo participando seria uma situação diferente, mas só com você e Chung Chohong será difícil usar a fama do time.
— É por isso que estou pedindo conselhos, não tem um bom jeito de fazer isso?
— Na verdade, não é como se não houvesse nenhum.
— Sério? Tem um jeito?
A expressão de Seol brilhava após ouvir as palavras da Srta. Foxy, mas quando ela lentamente explicou, ele terminou franzindo a testa.
— Ela está na cidade?
— Eu não disse a você antes? A base dela é em Haramark
— Você fez? De qualquer forma, eu não estou certo se ela irá querer ajudar. Ainda tem uma dívida para acertar.
— Eu tenho certeza que você sabe disso já que interagiu com ela antes. Mas bem, ela é uma mulher terrivelmente calculista e materialista.
Seol Jihu imediatamente concordou com essa avaliação.
— Isso é verdade, mas gastar moedas de prata em uma exploração dessa escala, isso é um pouco...
— Você não deveria pensar nisso como desperdiçar dinheiro. O único ponto negativo da Carpem Diem é que vocês não têm um padre. Você tem ideia de quanta dor e sofrimento outros times tem que passar para encontrar um sacerdote quando planejam uma exploração? – E ela continuou. – E não vamos esquecer, seria muito difícil encontrar um sacerdote tão habilidoso quanto ela. Então enxergue como uma oportunidade de construir uma conexão pessoal com ela. Eu tenho certeza que, desde que seja benéfico para ela, ela irá trabalhar com você na hora.
O jovem entendeu o que a diretora disse. Um padre é quase tão difícil de encontrar quando um feiticeiro, e ela estava dizendo para investir agora pela segurança do seu futuro. Ele lentamente concordou.
— Entendi. Eu devo ir falar com ela então. De qualquer forma, não tenho nada a perder.
— Exatamente. Eu estou certa que ela dirá sim, a menos que algo aconteça. Afinal, ela é uma das poucas que entende seu verdadeiro valor. No mínimo, ela não vai fechar a porta na sua cara.
— É um bom caminho a seguir. Obrigado, mãe
— Não se preocupe com isso. Se algo acontecer...Ei, de que você acabou de me chamar?
Seol rapidamente encerrou a comunicação. O brilho do cristal diminuiu, mas então, apenas um segundo depois, começou a brilhar novamente. Ele simplesmente riu para si e saiu do escritório.
A próxima parada do jovem lanceiro era o Templo da Luxuria. Ele falou com alguém da recepção e esperou. Uma dama rapidamente se aproximou dele e o pediu para segui-la. Ela o guiou pela área residencial e, eventualmente, chegaram na frente de uma porta entre várias outras alinhadas no corredor silencioso. Interessante foi que assim que bateu na porta, a guia correu.
A porta abriu de vez um momento depois, revelando uma mulher jovem de baixa estatura impressionantemente instável sob seus pés. Seu cabelo loiro brilhante estava despenteado e bagunçado, ela apenas usava uma camisa muito grande, suas olheiras mais notáveis devido a pele pálida.
Era Maria.
Ela o encarou sem falar uma palavra antes de apontar para o quarto atrás dela.
— ...Entre.
O quarto dela estava um chiqueiro. A iluminação era excelente e o interior era brilhantemente claro como resultado, mas, bem, isso só serviu para destacar as condições ruins do lixão que estava o quarto dela.
O lugar todo parecia um pouco... ‘triste’ para ser chamada de bagunça, agora que olhou novamente. Ele foi de repente recebido por um senso de familiaridade quando ele viu um cinzeiro cheio de bitucas de cigarro. Isto de alguma forma parecia um ouriço. Mas então, ele viu várias queimaduras de cigarro adornando as paredes e os lençóis, e naturalmente, ficou assustando. Inferno, as garrafas de licor rolando no chão pareciam fofas em comparação.
— O que traz vossa senhoria ao meu humilde lar? Eu ouvi que você é um assunto quente hoje em dia.
Maria coçou seu cabelo bagunçado igual a um homem, e então, apertou os lábios e escaneou os arredores.
— Bem... se sente em qualquer lugar. Quer algo para beber? E quanto ao álcool? Eu não tenho nada além disso para oferecer.
— Não, eu estou bem. Você estava dormindo?
— Sim. Eu estava. Eu bebi um pouco demais ontem...ai,ai...que inferno, essa ressaca está me matando.
Maria pegou uma das várias garrafas no chão. Ela nem mesmo hesitou ao abrir a garrafa e beber o conteúdo garganta abaixo. A pele do pescoço branco dela subiu e desceu algumas vezes, e quando finalmente terminou, ela tremeu levemente quando uma careta se formou na sua face.
— Urgh. Agora eu me sinto como uma pessoa viva novamente.
— Você está bem?
— O que quer dizer? Meu corpo? Está bem melhor que quando performei a cerimônia.
Ela se sentou no canto da cama e encarou o jovem com um par de olhos desfocados.
— Então, o que o trás aqui? Se você veio me pagar o debito, eu dou as boas vindas de braços abertos.
— Eu vim para pedir a você para...
— Ah, porra.
Ele nem mesmo finalizou a sentença, mas ela já tinha baixado a cabeça e deixado escapar um longo murmúrio. Ela então falou com ele nessa postura.
— Você não veio me pedir por outra cerimônia, certo?
— Nem pensar. É mais como uma oferta dessa vez.
Ela agarrou a garrafa pelo gargalo, indicando para Seol ser rápido com o assunto.
— Uma oferta?
Maria lentamente levantou a cabeça. Havia um traço de interesse na sua expressão, então ele foi direto ao assunto de estar lá, pedir a ela para acompanhá-lo para o Vilarejo Rammam.
— Hmmm...
Como esperado, a reação de Maria foi menos que entusiasmada. Ela inclinou a cabeça para o lado um pouco, então, como, se já tivesse pensado a respeito, ela balançou a cabeça de um lado para o outro.
— Eu sei o que quer de mim, mas eu não vou. Eu não posso ver nenhum mérito em seguir você.
— Eu entendo.
O jovem prontamente concordou com ela e a fez o encarar de volta com olhos suspeitos. Ele sorriu um pouco.
— Oh, hã? Os rumores que ouvi sobre você são mentiras? Ou, o Paraiso finalmente o pegou também?
— Eu ainda sou grato pela ajuda da última vez.
— Você não tem que mencionar isso. Eu irei receber meu pagamento cedo ou tarde de qualquer forma.
— É claro. Eu estarei esperando.
Talvez a atitude direta dele tenha deixado uma impressão favorável nela porque ela cruzou os braços e abriu a boca como se estivesse fazendo tudo para que ela o beneficiasse.
— Você veio o caminho todo para me ver, então eu acho que séria rude eu mandar você embora de mãos abanando assim. Então, eu conheço alguns padres aprendizes e posso pedir um deles para acompanhar você, o que você acha? Certamente eles não serão tão competentes, mas você sabe bem que ter um padre no seu time faz toda a diferença, não sabe?
Essa sugestão não soa mal. Ela provavelmente não iria recomendar um imprestável já que soava tão sincera. Entretanto, Kim Hannah o avisou para se aproximar de Maria, mesmo se precisasse gastar uma boa quantidade de moedas no processa. Ele entendeu que tentar isso agora não resultaria em perda para ele.
— Eu agradeço a gentileza, mas eu preferia que fosse você, Srta. Maria.
Maria bufou, sua expressão de espanto absoluto.
— Ei, olha aqui. Você acabou de dizer que entendia.
— Eu sei
— Você disse que sabe, então como? Certo, deixe-me ser clara como água. Por que alguém como eu iria nessa missão patética?
— Bem, você irá receber pontos de experiencia e recompensas.
— De jeito nenhum. Você pensa que essa quantidade minúscula de pontos irá fazer cocegas no meu nível atual? E o que é isso? Recompensas? As recompensas de que você fala não me compram um dia de licor, você sabia? Você honestamente pensa que eu vou com você para receber merrecas?
A maneira acida que ela falava não tinha mudado nenhum pouco. Seol sorriu refrescantemente e pegou algo nos bolsos. Ele esperava que ela reagisse assim, então agora era a hora de trazer seu trunfo.
— Você me entende agora? Não tem razão para eu ...
Clunk
Ela parou de falar quando uma pequena moeda foi colocada na mesa.
— O que é isso?
— Cinco moedas de prata. O que acha?
— Você...
Maria franziu a face profundamente.
— Como você soube que eu gosto disso? Eu estou perguntando para o seu próprio bem, certo? Você tem ideia de quanto uma única moeda de prata vale?
— Uma moeda de cobre é por volta de 500 won (R$ 1,96). Uma moeda de prata são mil moedas de cobre, então são 500 mil won (R$ 1960). Cinco moedas de prata são equivalentes a 2.5 milhões de won (R$ 9775,45).
— Oho? Eu assumo que você está rolando na massa agora, hum?
No fim da frase os lábios de Maria se arquearam misteriosamente. Sua língua serpenteou e lentamente lambeu os lábios.
— Certo, eu vejo o quão sincero você é, mas... eu não tenho certeza.
Antes que ela continuasse, Seol pegou mais cinco moedas de prata. Do ponto de vista dela, ele começou a colocar as moedas, uma de cada vez, na mesa. Maria piscou os olhos sem parar.
— ... Eu posso perguntar uma coisa?
— Por favor, vá em frente.
— Eu não entendo por que você, no seu nível atual, tem tantas moedas de prata... Não, esquece. Certo, por que você está tão determinado em me contratar?
— Por que a considero confiável.
— Você não está planejando fazer desse o pagamento que me deve, está?
– De maneira alguma. Aquilo é aquilo e isto é isto.
Hnnng... Maria soltou um bufo e no fim enrolou os lábios para cima. Sua atitude definitivamente mudando em relação a um minuto atrás. Se ela fosse um Padre de alto ranque, então Seol teria que desembolsar dez vezes mais essa quantia, mas ela era apenas nível 4. Sua riqueza atual era o suficiente para aguentar esse impacto financeiro.
— Então você irá me pagar adiantado. É isso?
— Apenas a você, Srta. Maria. Ninguém mais.
— Okay, e quanto a divisão do saque? As recompensas?
— Há necessidade em perguntar? Nos dividiremos igualmente, é logico.
Maria começou a ponderar seriamente. Pagamento adiantado de 10 moedas de prata e sem condições especiais na divisão do saque... Considerando o tipo de missão e a distancia de viagem, isso era mais que uma recompensa generosa. Ela olhou para ele um par de vezes sorrateiramente antes de repentinamente tagarelar enquanto enrolava o cabelo com os dedos.
— Beeeemmm, eu acho que não é tão ruim...aqui é algo. Não importa qual o tipo de trabalho, alguém no meu nível usualmente precisa de algo em torno de 6.5 milhões de won (R$ 25.416) antes de entrar em ação.
Sua maneira rígida e viril anterior estava agora cheia de aegyou. Sem dizer nenhuma outra palavra, Seol colocou mais 5 moedas de prata na bolsa. Dessa vez, Maria estava praticamente babando.
(Nota: aegyou se refere a um estilo coreano de enfatizar a fofura.)
— Ohh, uau! Esse Oppa é bem mais legal do que parece, não é?
— Isso seria suficiente para ser seu amigo, Srta. Maria?
— Do que você está falando?
Maria gaguejou de surpresa com essas palavras inesperadas. Um leve sorriso se formou nos lábios dele com a reação dela.
— Amigos?
Depois de explodir em uma gargalhada leve, Maria arregalou os olhos para encarar ele diretamente. Um sorriso brilhante na face dela.
— Eu estava me perguntando o que motivava você, mas agora eu entendo. Você está planejando me atrair, não é?
— Sim
— Oh, meu Deus! Mas, o que eu posso fazer? Eu não sou tão fácil de capturar, você sabe~? Não ouviu os rumores? Você não conseguiria nem contar o numero de times que desistiram de me recrutar, eram muitos.
Essa era a primeira vez que Seol ouvia isso, mas ele simplesmente deu de ombros de forma indiferente.
— Você vem ou não?
— Que interessante.
Maria ficou de pé. Ela precisou de vários passos arejados para chegar perto, antes de pegar a bolsa com o dinheiro. Ela gritou bem alto.
— Eu estou dentro!