Volume 1
Capítulo 27: Felicidade
Enquanto era erguido aos céus, o corpo de Mappa relaxou — ao invés de ter sido tomado pelo medo — a figura tinha começado a corar e suspirar repetidamente.
Se fosse para descrever o que ele parecia sentir… bem, era felicidade?
Em todo caso, eu precisava resgatá-lo primeiro.
— Mappa, eu vou te tirar daí!
Assim que chegou perto da altura de um prédio de dois andares, a árvore parou de crescer.
"Mas… como?" Ponderei enquanto observava aquela cena.
A árvore tinha o dobro, não, mais que o dobro da ilha — suas folhas praticamente cobriam todo o terreno recém recuperado como um tipo de telhado verde — ela talvez até superasse a torre mais alta do castelo no qual eu costumava morar.
Quem teria imaginado que ela cresceria tanto com apenas uma Pedra Solar? E se tivéssemos usado mais?
Eu nem podia imaginar qual seria o resultado.
Riena e eu seguimos em direção a Mappa.
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Ele estava tão preso entre o tronco e suas raízes que eu não tinha certeza de como poderíamos resgatá-lo. Além disso, em seu rosto estava estampado uma expressão que me fazia querer desviar o olhar...
Ao nosso redor, vindo de uma rachadura em um dos troncos, pude ver aquilo que parecia ser um pólen dourado cintilante. Parte dele, provavelmente, havia entrado em nossas bocas e narizes; não foi incômodo, na verdade, era doce e reconfortante.
— Bem, isso será difícil para nós... Vou chamar Elvan, ele pode resgatá-lo com um machado.
Quando eu estava prestes a sair, uma jovem figura agarrou meu braço com um aperto firme.
— Ri-Riena...?
— Senhor Hiel… Eu… eu...
Quando me virei em sua direção, vi que estava tremendo enquanto seu rosto estava avermelhado.
Ela precisava ir ao banheiro?
Quanto a mim… bem, me mantive parado, meio tonto, com um rosto confuso.
Subitamente, esboçando um sorriso, Riena disse: — Eu... eu sou tão feliz!
— Hã?
— Feliz por estar aqui com você. Ah! Às vezes até me pergunto se mereço ser tão feliz~!
Enquanto mantinha minha expressão confusa sobre aquela garota, ela agarrou minhas mãos.
Por que estava fazendo isso?
Para onde tinha ido a reservada Riena?
Tentei recolher minhas mãos, contudo, de maneira surpreendente, meu corpo ignorou completamente meu cérebro — eu apenas me sentia bastante feliz neste momento. — Era como se houvesse um campo de flores na minha cabeça; lá, pessoas com asas brancas riam enquanto dançavam.
Qual era a pressa?
O que viemos fazer?
Eu não fazia mais ideia, sentia apenas que poderia ficar naquele lugar para sempre.
Acenei com a minha cabeça e apertei as mão dela de volta.
— Riena… Eu também estou feliz por estar aqui com você.
— Ahhh~ Senhor Hiel…
Mantendo nossas mãos unidas, nos encaramos por um tempo e depois começamos a nos mover em círculo.
Riena estava à direita e eu estava à esquerda: Cantarolamos enquanto dançávamos.
Seu cabelo comprido esvoaçava ao vento enquanto seu sorriso alegre era radiante.
— Hehe~! Senhor Hiel!
— Hahaha~! O que foi, Riena?
— Eu gosto muito de você, Senhor Hiel!
— Hm?
Ao perceber que eu não havia escutado bem, ela declarou novamente: — Eu gosto muito de você!!! Te adoro, Senhor Hiel! Mais do que ninguém neste mundo!
Naquele mesmo momento, senti que poderia chorar de felicidade, mas em vez disso, com uma risada, respondi: — Eu sinto o mesmo, Riena!
— Hehe~! Senhor Hiel, me prometa!!! Prometa que estaremos juntos para sempre!
— É claro! Hahaha~!
Enquanto riamos, a cabeça do filhote Kobold saiu para fora da minha camisa. Ele então subiu no meu ombro e parecia estar começando a dançar também.
E assim, ficamos naquela situação como se estivéssemos em um sonho.
Não demorou muito para que os outros moradores notassem a gigante árvore — e, claro, ficassem em choque. — Elvan, por exemplo, não pôde deixar de olhar fixamente para ela.
— O-o que é isso? O que aconteceu com o Chefe e a Princesa!?
Fule respondeu: — Pai, eu vou chamar o Varis!
— Ce-certo.
Enquanto a pequena Goblin saia correndo, diversas outras figuras vieram para fora ver o que estava acontecendo; Taran, Ashton e Reiner também estavam entre elas.
O Kobold cinza olhou para a árvore que nunca havia visto antes e logo interrogou o General.
— E-E-Elvan... O que está acontecendo? Que árvore é essa?
— Como eu deveria saber!? Em todo caso, algo está errado. Precisamos encontrar o Chefe e a Princesa!
— Ce-certo!
Elvan assumiu a liderança enquanto o grupo de monstros se dirigia para a grande árvore na esperança de encontrar os outros dois indivíduos.
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Ao se aproximar o suficiente, ele acabou localizando as figuras e logo gritou: — Chefe! O que aconteceu!?
— Ah, Elvan! Escute! Eu gosto muito de você!!!
— C-Chefe!? E-embora seja uma honra, eu não pretendo nunca... depois da morte de minha esposa… Quer dizer, em primeiro lugar…
— Apenas venha até aqui! Você também ficará muito feliz! Taran, Ashton, Reiner! Todos vocês! Venham depressa!
O grande Goblin parecia confuso com as palavras de Hiel.
Ele logo recordou do sorriso assustador de quando o conheceu pela primeira vez… isso era algo diferente agora; o sorriso em seu rosto parecia verdadeiramente feliz.
"Não consigo lidar com isso…" Foi o que pensou.
No entanto, era tarde demais, o pólen dourado já tinha entrado em sua visão.
— Che-Chefe...
O rosto rígido do General imediatamente relaxou; agora sua cabeça também era um campo de flores.
Taran e os outros monstros não foram diferentes. Eventualmente, todos deram as mãos e se moveram em círculo.
— Gahahahahaha~! Isto é divertido! Certo? Vocês não acham!? — falou Elvan enquanto sorria.
— Sim, General! — Ashton respondeu com uma gargalhada enquanto continuava a dançar.
Quando os moradores restantes da ilha viram Hiel e companhia rindo e dançando, imediatamente correram da caverna para a árvore.
E bem, no fim, também respiraram o pólen dourado e uniram suas mãos formando um círculo.
Foi então que Fule finalmente chegou com Varis; ambos vinham aquela situação piorando.
— Hã!? Meu pai e os outros também? Varis! Você precisa fazer algo rápido!
— Acalme-se, Fule. Claramente a culpada disso tudo é esta grande árvore... Se formos, acabaremos como eles.
— E-Então... o que devemos fazer...?
— Hmm... Espere, acho que sei o verdadeiro culpado disso… não é a árvore, mas sim o pólen dourado que está vindo do local onde Mappa se encontra. Shell, você poderia chamar os Golens?
A geléia azulada esticou seu corpo como se estivesse concordando. E depois se dirigiu para a caverna.
— O-o que você vai fazer?
— Os Golens não são seres vivos, portanto, não respiram. Logo, devem ser capazes de salvar Mappa e tapar aquela rachadura. Fule, devemos trazer teias de aranha para cobri-la.
— T-tá!
E, assim, o plano do Goblin Xamã, para salvar seus companheiros, foi posto em ação.
Liderando, o Golem Mithril foi em direção ao Mappa. Assim, seguindo-o, os outros Golens começaram a marchar.
Já após chegarem perto o suficiente, deram início ao plano: Começaram a arrancar as raízes que prendiam a figura barbuda…
Ao terminar sua missão, os Golens se alinharam em fila e começaram a passar, um para outro, lascas de madeira e teias de aranha; tudo para tapar a rachadura de onde a certa partícula cintilante saía.
Enquanto isso, as pessoas infectadas por ela permaneceram em seu estado de êxtase por algum tempo. No entanto, depois de alguns minutos, Elvan parecia ter sido o primeiro a voltar aos seus sentidos.
Em confusão, ele olhava para Ashton e Reiner.
"Por que estou com eles...? E por que todos estão rindo?"
O General se afastou imediatamente do círculo.
— P-por que eu estava com vocês!? O que fizeram comigo!?
Percebendo o choque do grande Goblin, a dupla Kobold também voltou ao normal.
— N-Não fizemos nada... Ugh, mas o que estávamos fazendo…?
— I-irmão… o pólen dourado. Depois que o respiramos… ficamos assim — falou Reiner.
Momentos depois, a maioria dos monstros começaram a voltar ao normal.
Percebi que as figuras ao meu redor haviam parado de dançar.
Contudo, Riena ainda ria alegremente à frente enquanto segurava minha mão.
Quando ela percebeu que eu estava parado, encarando-a, sorriu e inclinou a cabeça para o lado.
Eu senti um pouco de tristeza por causa disso e falei usando minha voz habitual.
— Ri-Riena…
— Oin~! O que foi, meu queri— Hã!?
Subitamente, naquele mesmo momento, o rosto dela voltou ao normal; a jovem garota corou enquanto suas lembranças pareciam retornar.
— A-Ah… E-Eu, eu...! Fui terrivelmente rude!!!
Ela estava envergonhada porque as lembranças de antes, especialmente aquela onde havia dito algo que praticamente parecia uma confissão de amor, estavam nítidas em sua cabeça. Claro, eu havia dito algo semelhante a ela e até mesmo ao General, então eu a entendia completamente...
Quanto ao filhote Kobold, ele estava olhando para nós como se não conseguisse entender porque tínhamos parado de dançar.
— N-não se preocupe, eu também sinto muito... Na verdade, acho que foi aquele pólen dourado…
— S-sim, deve ter sido ele… — declarou Riena desajeitadamente.
Nesse momento, Varis e Fule se aproximaram; eles cobriram nossos rostos com panos brancos.
Vendo que Mappa estava sendo carregado por um Golem, presumi que haviam pensado em uma maneira de nos salvar.
— Parece que vocês estão bem — declarou o Goblin Xamã enquanto nos checava.
— Varis, obrigado... eu vacilei...
Tudo aquilo foi resultado de eu ter sido descuidado.
De agora em diante, seja semente ou minério, eu deveria pensar melhor antes de usar…
— Não se preocupe. Ninguém se machucou… Bem, mudando de assunto, o que é esta árvore?
— A Árvore do Mundo... eu acho.
— Oh… Em nossa terra natal também havia uma antiga árvore... No entanto, não era tão grande quanto essa...
— Olha, eu não sou um especialista quando se trata de plantas, mas sei que isso não se encontra em nenhum dos livros que li. Além disso, quando respirei aquele pólen... foi como se estivesse sob um feitiço.
Sem nem perceber, eu tinha me aproximado mais da rachadura tapada.
"Se ao menos eu pudesse respirá-lo nova—"
Retive o desejo.
Em seguida, notei algo estranho — a casca da árvore estava se reparando rapidamente. — A rachadura logo foi totalmente coberta.
— E-ela se curou!?
— Hmm... Creio que o ideal seja estudá-la por um tempo… Por sorte consegui recolher amostras assim que libertarmos o Mappa.
— Ah, verdade, o Mappa.
Olhei em volta e me deparei com o indivíduo barbudo seminu; ele estava sentado em cima de Shell, enquanto olhava curiosamente para um pedaço da casca que um Golem havia arrancado.
— Ufa...
Parecia que todos tinham voltado ao normal e estavam bem.
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— Tirando o pólen, aqui até que é um lugar agradável...
— Sim... Posso sentir uma brisa fresca e esse cheiro me lembra a floresta lá de casa... Se o chão não fosse tão duro aqui, eu gostaria de tirar uma soneca.
Ouvindo as palavras de Riena, soltei uma risada e olhei para cima; vi as folhas da grande árvore balançando ao vento.
Eu realmente não esperava ter uma visão dessas nesta ilha...
E assim foi o dia em que a ilha de cor predominantemente cinza, Sheorl, passou por uma grande mudança.
Contudo, junto das graças visuais da Árvore do Mundo, um convidado muito indesejado foi atraído...
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