O Primeiro Serafim Brasileira

Autor(a): Anosk


Volume 3

Capítulo 167: Descoberta Magica

Seguindo Octavius, Sariel passou pelos vários corredores até chegar no setor do elemento Proteção.

As salas em que Octavius esperava encontrar a pessoa desejada não renderam frutos, fazendo-o perguntar aos outros pesquisadores presentes sobre ele, e essas interações sempre resultavam em Sariel se apresentando para seus colegas.

Logo Octavius decidiu enviar uma mensagem diretamente até o pesquisador que procurava, recebendo uma resposta minutos depois.

Finalmente o encontraram no setor de Reanimação, aparentemente estava envolvido no projeto de transplante de membros e órgãos.

Ao entrarem no laboratório que Sariel visitou no dia anterior, perceberam cerca de três pesquisadores discutindo sobre o assunto.

O viajante já sabia os nomes daqueles três pesquisadores: Fabius Remus, pesquisador do elemento Reanimação, Tacitus Janus, do elemento Proteção, e Balbina Amulius, pesquisadora do elemento Alteração e parte da mesma família de Octavius.

“São todos pesquisadores das três maiores famílias de Acrópolis, um grupo e tanto.”

Tacitus, um homem idoso e aquele que procuravam, os percebeu entrando imediatamente.

— Doutor Octavius e Doutor Dante Leonhardt, correto? — disse assim que ambos se aproximaram. — É um prazer conhecê-lo.

— O prazer é todo meu.

— Ah, então tu és aquele que causou tanto alvoroço. — Fabius, um homem com cerca de cinquenta anos e de cabelos grisalhos, o encarou com desdém. — Não sei por que tive tantas expectativas, um plebeu ainda é um plebeu...

— Um plebeu que se tornou uma túnica branca após fazer a prova pela primeira vez, e tu? — Rebateu Balbina em um tom ácido. — Fizeste o teste cinco vezes até ser aceito em Acrópolis, e apenas recentemente recebeste sua túnica branca alguns anos atrás.

Fabius estalou a língua em frustração ao ouvir aquela resposta e não disse mais nada.

Sariel encarou a pesquisadora com um pequeno sorriso no rosto. Não esperava que aquela mulher jovem, de cabelo rosa e olhos verdes seria tão brutal com suas respostas.

Balbina esboçou um sorriso irônico a Fabius. Se ela tivesse mais ou menos a mesma idade que ele, aquilo não seria um problema, mas ela não era apenas mais nova, mas tinha metade de sua idade e era um prodígio como Sariel, apesar de não ter conseguido a mesma proeza de receber a túnica branca de primeira.

E não era apenas isso, mas Balbina era precisa e cruel com suas invertidas, portanto Fabius seria incapaz de ofender Sariel enquanto ela estivesse ali.

— Doutor Octavius, mencionaste que precisava de minha opinião sobre algo, o que seria? — Tacitus parecia pouco interessado. — Estou ocupado com esta pesquisa no momento.

Octavius e Sariel contaram juntos a ideia que tiveram e toda a discussão que levou a ela.

Conforme escutava aquilo, a expressão neutra de Tacitus começou a mudar, e passou a escutar com atenção.

Balbina também ficou curiosa com aquilo, e Fabius parecia não se importar.

— Essa é uma ideia muito interessante, foste tu mesmo que pensaste nisso? — Tacitus encarou Sariel.

— Doutor Dante foi aquele quem sugeriu o projeto do veículo blindado que entrou nos sistemas nesta manhã, assim como a ideia da criação de um projétil capaz de perfurar barreiras.

— Chegaste apenas ontem e já deste inúmeras ideias impressionantes, quem és tu afinal? — Após escutar essa explicação de Octavius, Balbina encarou Sariel com curiosidade. — É uma pena que Koeus partiu pouco antes de sua chegada, ele certamente gostaria de conhecê-lo.

— O Pilar da Alteração não está presente? — O viajante fingiu ignorância.

— Infelizmente, o convocaram para uma missão — explicou Octavius. — Porém o Pilar da Selagem permanece aqui, provavelmente está trabalhando na simulação.

— Basta desses assuntos irrelevantes, estamos ocupados agora em um projeto, procurem outro pesquisador de Proteção ou voltem outra hora. — Fabius, irritado pelos interesses de seus colegas por Sariel, tentou acabar com a conversa rudemente.

— Na verdade, gostaria de testar esta hipótese agora mesmo. — Tacitus contradisse Fabius. — Podemos fazer esse teste.

— Como? — Fabius o encarou com surpresa.

— Também estou profundamente curiosa, gostaria de presenciar este teste. — Balbina apoiou Tacitus. — Posso acompanhá-los?

Fabius encarou furiosamente a pesquisadora, sabendo que ela fazia aquilo apenas para irritá-lo.

— Claro, reservarei agora mesmo uma sala de testes para este experimento. — Octavius retirou seu tablet e começou a operá-lo. — Feito, ficaremos com a sala sete.

Dito isso, todos, exceto Fabius, deixaram o laboratório e partiram até a sala de testes.

O pesquisador do elemento Reanimação os observou partirem impotentemente. Quando já não podiam ser vistos, socou a mesa em frustação.

Enquanto isso, os pesquisadores caminhavam tranquilamente pelos corredores.

— Está tudo bem em interromper sua pesquisa dessa maneira? — questionou Sariel.

— Sim, este projeto em particular está estagnado devido à incapacidade de Doutor Fabius em possuir uma mente flexível. — Balbina não se segurou ao falar do colega. — Convencê-lo a chamar um pesquisador de Selagem a se juntar foi uma árdua batalha.

— Isso, além do fato de Doutor Fabius e Doutora Balbina serem tão compatíveis quanto Anjos e Conjuração — complementou Tacitus.

— Neste caso, ficamos felizes em ajudá-los — disse Octavius.

Logo chegaram ao local desejado, uma sala similar com a que Sariel viu na simulação, mas bem menor.

Também havia alguns computadores e um vidro protegido por uma barreira, além de câmeras ao redor da zona de testes para se ver os experimentos por vários ângulos.

“A sala é completamente reforçada com uma barreira extremamente poderosa... Até eu teria problema para causar algum dano aqui.” Sariel logo percebeu a grande quantidade de Proteção nas paredes da sala.

— Muito bem, como acreditam que devemos prosseguir? — perguntou Octavius.

— Creio que primeiro, como não fazemos ideia do que pode acontecer caso duas barreiras colidam, deveríamos disparar uma pedra de Proteção ativa contra outra — sugeriu Sariel.

— De acordo. — Tacitus se aproximou de um computador. — Preciso que alguém desça lá para posicionar as pedras, além de outra pessoa para montar os equipamentos.

— Cuidarei das pedras. — Octavius seguiu por uma outra porta.

— Trarei os equipamentos. — Balbina seguiu Octavius pela mesma porta.

Balbina apareceu primeiro com uma espécie de dispositivo, similar a uma besta, e um tripé.

Ao alinhar ambos os dispositivos perfeitamente, retornou até o observatório.

Octavius então apareceu e colocou uma pequena pedra de Proteção na ponta da besta, e outra um pouco maior no tripé.

As ativou, criando duas barreiras esféricas pequenas, e logo retornou para seus colegas.

“Em comparação com a simulação, as coisas aqui são bem mais rudimentares... Bem, isso era de se esperar.” Sariel observou os dois pesquisadores pensativo.

— Muito bem, prontos? — Tacitus encarou seus colegas.

— Afirmativo, pode disparar. — Sariel mantinha seus olhos atentos e com o rosto quase colado ao vidro, afinal, estava profundamente curioso para saber o que aconteceria.

Octavius e Balbina também faziam o mesmo que ele.

— Muito bem, disparando em três... dois... um... — Tacitus operou o computador, permitindo o disparo da besta.

O virote com a pedra de Proteção ativada voou até a barreira. Sariel pôde acompanhar a trajetória com facilidade, já que era apenas uma besta.

Assim que ambas as barreiras se tocaram, o virote ricocheteou como uma flecha batendo contra um escudo.

A barreira da pedra disparada se quebrou, enquanto a outra apenas rachou.

Entretanto as pedras continuaram intactas.

— Interessante, se repelem da mesma maneira que uma flecha ricocheteando em um escudo. — Observou Tacitus.

— As pedras estão intactas, qual teste faremos agora? — questionou Balbina.

— Devemos dessa vez alterar o formato da barreira do virote para o de uma flecha, assim veremos se será capaz de perfurar — disse Sariel. — Doutor Octavius, pode fazer isso?

— Afirmativo. — O pesquisador do elemento Selagem desceu novamente até a sala de testes.

Lá, colocou tudo de volta no lugar e, ao se certificar que de fato as pedras não sofreram nenhum dano, as ativou.

Em seguida, usou de seu elemento para modificar o formato da barreira na besta, assumindo o formato de uma ponta de flecha.

Retornou até o observatório, e Tacitus logo anunciou o início do segundo teste.

— Três, dois, um... — Clicou o botão iniciar e a besta disparou.

Como da última vez, o virote voou direto contra o alvo.

Porém dessa vez, graças ao formato da barreira, foi capaz de atravessar direto a outra sem nenhuma resistência.

Dessa vez, a barreira do virote permaneceu ativa e continuou seu trajeto até a pedra de Proteção, que foi destruída assim que se chocaram.

— Impressionante... realmente funcionou! — exclamou Tacitus, que nem tentou esconder sua animação.

— Isso é uma descoberta histórica! Doutor Dante, tenho certeza de que isso se tornará um assunto quente entre todos os pesquisadores de túnica branca, e creio que até mesmo Koeus se impressionará! — Balbina encarou Sariel com um misto de felicidade e admiração.

— Agradeço as palavras, Doutora Balbina, és muito gentil. — O viajante esboçava um pequeno sorriso.

— Ainda bem que descobrimos isso antes... Se as Seitas soubessem disso... — Octavius, embora também estivesse animado, lembrou-se de como aquele conhecimento poderia ser desastroso em mãos erradas.

“De fato... Se encontrarmos alguma Seita usando este tipo de método para quebrar barreiras futuramente, saberemos que provavelmente foi por Koeus ter vazado isso.” Sariel encarou os fragmentos da pedra de Proteção estilhaçados no chão.

Enquanto isso, podia escutar seus colegas discutindo inúmeras coisas diferentes. Até mesmo Balbina, que não focava seus estudos no elemento Proteção, compartilhava suas ideias que ora eram corrigidas, ora eram desenvolvidas por Octavius e Tacitus.

“Isso é um ótimo conhecimento... Se eu tivesse de lutar contra Clementius, minha única maneira de destruir uma barreira dele seria com Conjuração, porém isso gastaria muita magia... Agora me pergunto o que aconteceria se eu misturar Conjuração e Proteção para perfurar barreiras.”

A mente de Sariel trabalhava a mil pensando nas possibilidades.

“Devo testar isso sozinho. As coisas que fiz aqui devem ser os suficientes para conseguir a confiança dos Vigilantes. É melhor eu guardar algumas ideias, caso contrário, não terei segredos a utilizar em momentos cruciais.”

— Doutor Dante?

— Hm? Ah, sim, desculpe. — A voz de Tacitus o fez despertar de seus pensamentos. — Estava pensando nas possibilidades.

— Entendo como se sente, mas devo reforçar que sua descoberta é magnífica! — Tacitus falava mais alto e rápido que o normal. — Por isso, desejo iniciar projetos baseados nos testes de hoje, e desejo que tu os supervisiones comigo.

— Ao seu lado? Tens certeza de que sou apropriado? — Aquela proposta o surpreendeu genuinamente.

— Sem sombra de dúvidas. Mesmo que tua especialidade não seja Proteção, pensou nessa ideia que eu, considerado um dos maiores especialistas, foi incapaz de sequer conceber. Tens uma mente tão flexível quanto Koeus!

— Bem, neste caso, será um prazer trabalhar ao seu lado.

— Ótimo! Publicarei agora mesmo um artigo baseado nestes experimentos, o contatarei para discutir nossos projetos futuros. — Com isso, Tacitus se dirigiu até o computador e começou a compilar tudo que aconteceu rapidamente.

“Bem, parece que o surpreendi demais... Devo tomar cuidado com minhas ações futuras para não ser suspeito com minhas ideias.”

— Adoraria permanecer por mais tempo, contudo há outros projetos que devo cuidar agora — comentou Octavius. — Doutor Dante, fico feliz em tê-lo como colega.

— Igualmente, Doutor Dante.

— Faço as palavras de Doutor Octavius minhas — disse Balbina. — Terei de deixar de lado o projeto de Fabius e focar em coisas mais agradáveis, mas ficarei de olho nos sistemas de Acrópolis em seus futuros projetos.

Dito isso, Octavius e Balbina se despediram de Sariel e Tacitus.

— Doutor Tacitus, por acaso está tudo bem se eu visitar alguns lugares agora? Havia outros projetos que me interessaram.

— Claro, fique à vontade. Enviarei uma mensagem em seu tablet caso precise dizer algo.

— Perfeito, o vejo mais tarde. — Sariel deixou a sala e se dirigiu até a área superior do centro de pesquisas do Conselho.


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