Volume 3
Capítulo 131: Pior Cenário
Uma grande raiz negra surgiu bem no meio do grupo, forçando cada um a desviar para uma direção diferente.
Aegreon e Andrik ficaram juntos, e a bruxa chamada Jasna avançou até sua direção.
— Olá bonitão... — A bruxa, com seus dentes tortos e podres, sorriu assustadoramente para o Pilar, apesar de ser um sorriso suposto para seduzi-lo. — Por que não vem para o nosso lado? Vou te deixar beeeem feliz...
— Andrik, eu lido com ela, tome cuidado. — Aegreon ignorou Jasna e focou sua atenção em proteger seu aliado.
— Ce-Certo.
— Me ignorando é? Vou fazer você me notar, querendo ou não! — A bruxa ergueu sua mão direita e o Pilar sentiu seu corpo sendo puxado por uma força invisível, mas resistiu e permaneceu no lugar. — Pesadinho você hein, gatinho. Ou seria melhor, gatão? — Dessa vez, mais força foi aplicada, Aegreon foi completamente arrancado de seu lugar e voou direto até a bruxa.
Estranhamente, as criaturas e devotos não se uniram nesse ataque.
— Hmpf. — Com um grunhido, o Pilar deixou que a telecinesia da bruxa o puxasse e, como não estava com sua foice, criou uma feita de Conjuração, além de incendiar seu corpo nas chamas roxas.
Com suas chamas buscando consumir tudo, lançou uma enorme labareda infernal contra a bruxa, queimando tudo ao redor.
Percebendo isso, Jasna fez dezenas de enormes raízes bloquearem as chamas, além de tentar prender Aegreon com elas.
O escudo que a bruxa criou conseguiu bloquear as chamas, mas a foice do Pilar cortou qualquer raiz com facilidade.
Sem parar seu avanço, cortou ao meio a parede de madeira, obtendo visão de seu alvo novamente e atacando-a.
— Uou, espeeera um pouquinho. — A bruxa saltou para trás, enquanto Aegreon, subitamente, sentiu seu corpo ficar centenas de vezes mais pesado.
Soltando um som similar a um rosnado, o Pilar permaneceu em pé, apesar de ter se tornado muito mais lento.
Mesmo com toda aquela força tentando pará-lo, lançou suas chamas contra a bruxa.
Como resposta, as raízes surgiram novamente do chão, mas, ao invés de serem usadas para proteger a bruxa, se enrolaram ao redor do Pilar.
— Ufa... Tá ficando aqui ou sou só eu? — Apesar da clara hostilidade de Aegreon, Jasna permanecia relaxada.
Bufando novamente, Aegreon fez suas chamas consumirem sua carne e reduzir a cinzas tudo ao redor, aumentando seu poder, às custas de seu próprio corpo queimar.
— Durão, hein? Assim que gooosto.
Enquanto isso, Luna enfrentava Mokosh, a bruxa com enormes orelhas.
— Vocês... Ousam invadir nossa casa e atacar minhas irmãs?! Eu vou acabar com sua raça!
— Quê?! Vocês que estão invadindo esse lugar e matando ino...
— Silêncio! Sua puta! — A bruxa, com uma fúria indescritível, fez todas as árvores ao redor se dobraram na direção de Luna. — Não ache que sua carinha de inocente me engana!
As criaturas ao redor, assim como os devotos, avançaram juntos da princesa, alguns lançando seus ataques de longe, enquanto outros preferiam lutar de perto.
Percebendo todos aqueles ataques iminentes, Luna expandiu sua magia ao redor, congelando instantaneamente tudo em um raio de dez metros e transformando uma pequena porção daquela floresta negra em branco.
Sem perder tempo, cobriu o próprio corpo com uma forte nevasca e lançou algumas esferas azuis contra a bruxa, além de aproveitar seu ataque para se aproximar rapidamente.
Suas magias chegaram primeiro no destino, detonando em explosões energéticas em Mokosh que, por algum motivo, não fez nada para se defender.
A princesa não pôde ver o que aconteceu devido à luz da explosão, mas, com Alteração, percebeu que a bruxa havia se defendido com um escudo de Proteção.
Antes mesmo que as explosões terminassem, Luna criou uma espada de gelo em sua mão e golpeou a barreira roxa.
Contudo, para sua surpresa, a bruxa avançou contra ela, se jogando na explosão e socando-a.
Pega desprevenida, Luna foi arremessada para o ar e, antes mesmo de cair, a bruxa criou esferas roxas e lançou contra ela.
Como resposta, a princesa fez o mesmo, criou esferas de magia usando o gelo ao redor e lançou contra a bruxa.
Um misto de explosões azuis e roxas varreram o local.
Porém, por algum motivo, a destruição permanecia concentrada no local que Luna estava.
Depois dessa troca de golpes, a princesa percebeu que estava em uma bolha feita de Proteção, impedindo qualquer dano de alcançar as irmãs da bruxa.
— Como pode se importar tanto com suas irmãs, mas ser tão vil com os inocentes?
— Inocentes porra nenhuma... Eles mereceram cada segundo de dor que passaram! — Com sua raiva transbordando, a bruxa avançou contra Luna.
Em outro lugar, uma batalha invisível acontecia.
Shiina, usando de sua Ilusão para se tornar invisível, lutava contra Devana, que possuía o mesmo elemento e usava a mesma tática.
Graças a isso, poucos devotos e criaturas eram capazes de ver as duas duelando, apenas escutando os sons da espada da assassina colidindo com o cabelo duro como metal da bruxa.
— Eu posso ver você — sussurrou Devana, cuja voz era como o de um fantasma amaldiçoado, além de surgir de todas as direções. — Não pode se esconder.
— Eu também posso te ver, sua aberração! — Shiina lançou várias lâminas de vento contra a bruxa e avançou contra ela.
— Fraco... — Devana fez seus fios se estenderem na direção da assassina, com um líquido roxo pingando de seu cabelo.
Os cabelos da bruxa arrebataram com facilidade os ventos da assassina que, percebendo o perigo naqueles fios, deu um salto para trás.
Por muito pouco, Shiina foi capaz de desviar por alguns centímetros dos cabelos, que cravaram no chão com firmeza.
— Lento! — A assassina, sentindo-se confiante, gritou.
— Burra...
— Como é? Vai partir para a igno... — Shiina começou a dizer, porém os fios da bruxa surgiram do chão, embaixo de seus pés, e atingiram-na em cheio.
— Argh! — A assassina imediatamente sentiu uma dor terrível ao ter seu corpo perfurado por centenas de agulhas carregadas de veneno, corroendo sua carne como bônus.
Percebendo que precisava agir rápido, usou todo seu poder de Vento e cortou os fios.
— Que coisa bizarra... — Shiina controlou um calafrio e se preparou para outra investida.
Perto dali, Raymond e Karel lutavam contra Radica, a bruxa com as costas curvadas.
Felizmente, aquela bruxa não lutava tão sério quanto suas outras irmãs, na verdade, parecia mais estar se divertindo.
A dificuldade, contudo, estava na grande quantidade de devotos e criaturas que atacavam Raymond e Karel, forçando-os a lutar defensivamente e se defenderem com Proteção.
Logo quando eles derrubavam alguns dos devotos, ou criaturas, Radica logo os reerguia com Reanimação.
— Hihihi! Vamos, levantem-se, meus amigos! Vamos nos divertir! — A bruxa saltitava ao redor, como uma criança animada, enquanto uma energia roxa emanava de seu corpo e contaminava os cadáveres.
Ondas e ondas de mortos-vivos, sem medo de se ferirem, lançavam suas magias e tentavam soterrar Raymond e Karel.
— Tsk! Malditas pestes! — O guarda-costas, com uma espada substituta de elemento Raio, cortou horizontalmente e abriu caminho para a bruxa.
Sem demorar, disparou até ela com seu corpo envolto em eletricidade, eletrocutando e pulverizando qualquer criatura que chegasse perto o suficiente.
— Pereça! — Raymond cortou horizontalmente. Sua lâmina se moveu na velocidade de um relâmpago, rasgando tudo que se encontrava em seu caminho.
Sentia-se confiante de que o golpe atingiria, mas, para sua surpresa, a bruxa bloqueou seu golpe usando um escudo de ossos.
O impacto produziu um som seco, e Radica foi empurrada alguns centímetros devido ao golpe, porém estava totalmente intocada.
— Brinquedo legal! — A bruxa, segurando um porrete flamejante de fogo, atingiu o guarda-costas no peito, fazendo-o voar e bater contra várias árvores.
— Leopold! — gritou Karel.
Apesar do golpe certeiro, Raymond se levantou já curado do ferimento.
— Reanimação e ossos de novo não... Que merda! — O guarda-costas praguejou, lembrando-se de seu último encontro com aquele elemento.
— Leopold, tudo bem? — Karel se aproximou preocupado.
— Estou bem, é preciso de muito mais para me matar. Aliás, meu nome verdadeiro é Raymond.
— Ah, entendo. Tome cuidado!
O guarda-costas, mais uma vez, avançou com seu corpo envolto em raios.
No local onde a última irmã se encontrava, a batalha mais intensa acontecia.
Sariel e Branko enfrentavam Sonya, a bruxa com pernas longas.
O batedor focava em desviar e sobreviver, enquanto o viajante e a bruxa comandavam a floresta, fazendo dezenas, talvez centenas de galhos, raízes e árvores se colidirem entre si, como um encontro furioso de duas ondas poderosas.
Era como se a própria floresta, a própria terra tivesse despertado, lutando contra sua irmã maligna, um pântano lamacento e venenoso.
Diferente de todas as outras bruxas, Sonya era a única que não deixava sua personalidade influenciar suas escolhas na batalha, calculando seus movimentos com cuidado.
Sempre que o viajante tentava se aproximar, a bruxa se afastava e se defendia, forçando-o a atacar à distância.
— Tsk! Não podia ser pior.
— Louis, sua magia está extremamente baixa! Se não parar, vai acabar morrendo! — Branko se aproximou e tentou segurar Sariel.
— Uma delas pode usar Alteração, ela sabe do meu estado e não vai me deixar descansar. — O viajante estava completamente enxarcado de suor, com olheiras profundas e a respiração ofegante. — A propósito, meu nome real é Sariel.
— Não temos como lutar aqui! Precisamos fugir e pedir reforços!
— Eu...
A bruxa, mantendo sua pressão, lançou várias esferas roxas contra o viajante, que agarrou Branko e desviou do ataque.
— Maldição... — Sariel mal tinha forças para falar, sua voz saia quase inaudível.
— Sua alma será de grande serventia à nossa mestra, Volátil! — Sonya seguia com sua investida incessantemente.
Como resposta, o viajante foi forçado a responder à altura, lançando várias esferas verdes contra as raízes e magias da bruxa.
Explosões de Natureza e Conjuração varreram a área, dizimando as árvores e abrindo uma clareira pela destruição.
Enquanto isso acontecia, a consciência de Sariel começou a vacilar, e sua visão escurecia aos poucos.
“É o pior cenário possível... Todos os outros estão com seus poderes mágicos limitados pelo meu selo, por causa de nosso disfarce... Eu sou o único que poderia tirar o selo, mas elas nos dividiram antes que eu pudesse fazer algo.”
Como se não bastasse, Sariel, Aegreon e Raymond estavam sem suas armas originais, sendo forçados a lutar com armas feitas a partir de magia, bem inferior em poder.
Uma raiz surgiu embaixo de seus pés, forçando-o a saltar para longe.
Branko também desviou, mas Sonya percebeu que ele era o alvo mais vulnerável e lançou suas magias contra ele.
Devido seu cansaço extremo, quando Sariel tocou o chão novamente, suas pernas falharam e caiu ajoelhado.
Sua visão estava quase totalmente negra, e a única coisa que era capaz de ver eram as últimas gotas de seu poder mágico sendo transformados em explosões verdes para proteger Branko da bruxa.
Pensar havia se tornado uma tarefa impossível. Sua garganta se fechou, interrompendo totalmente sua respiração, e seus olhos fecharam-se — contra sua vontade — lentamente.
“Não toque... Nele...” O viajante, usando a última gota de sua vida restante, ergueu sua mão na direção da bruxa, carregou uma esfera verde e disparou, atingindo-a e permitindo que Branko resistisse por mais alguns segundos.
Depois disso, sua magia finalmente se esgotou, e sem magia, o corpo não pode se manter vivo.
Com a gravidade finalmente vencendo, Sariel caiu imóvel no chão.
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