O Meu Caminho Brasileira

Autor(a): Rafael AS

Revisão: Rafael-AS


Volume 1

Capítulo 37: A lição de Aithne

Com os cotovelos apoiados sobre a mesa e a face escondida entre as mãos, suspirei profundamente.

— Aithne... socorro...

Do outro lado da mesa, a jovem dos cabelos da cor do mel bebia seu chá tranquilamente... quase tranquilamente, com exceção de um sorriso apertado, como se segurasse uma risada explosiva.

— Garanhão.

— Já disse que não é culpa minha!

Ela cuspiu o chá na xícara e começou a rir descontroladamente.

— Ei! Eu não tenho culpa! — Senti minhas bochechas ficarem quentes.

Pfffft. Hahahaha. Flamel, você não tem vergonha na cara?

— Aithne!

Hahahahahahahaha.

— Ahhhh. Que saco... — Enfiei o rosto ainda mais fundo nas mãos.

Queria só deixar de existir. Seria um caminho bem menos vergonhoso...

— Ai, Flamel. Não, não dá. Ah... — Ela enxugou as lágrimas e tentou se recompor, mas mesmo de lábios fechados ela continuava a vibrar com espasmos de risos. — Tá. Depois disso, o que ela falou?

— ...“Você...” — comecei a dizer, mas minha voz morreu de vergonha.

— Anda logo, Flamel. — Aithne pareceu finalmente controlar as próprias risadas. — Prometo que não vou rir mais.

— Ok... “Você está sendo indo tão fundo..."

Aithne voltou a rir tão alto que qualquer um na biblioteca a ouviria. Ela bateu na mesa com força, fazendo meu chá derramar também. Até Tokewater, que estava atrás do balcão da biblioteca, não conseguiu conter a risada.

— Você prometeu! — falei.

— Mas não dá! Porra, Flamel, olha a merda que você arranja.

— Eu sei, Aithne! Eu sei! — Minha voz foi ficando cada vez mais irritada. — Eu tô com uma bomba-relógio no colo! O que você quer que eu faça?!

— Qualquer coisa menos ficar lá parado igual um bobão. Ou você estava gostando da “chupada”, hein? — A forma como ela gargalhava parecia ser com toda a alma.

Ahhhhhh...

Não só a cena da bola de água era um desastre em si, mas Guinevere ainda interveio e fez um show para a sala inteira... Naquele exato momento em que eu conversava com Aithne, com certeza havia pessoas fofocando sobre o que ocorrera.

— Mas Flamel... — Aithne me direcionou um olhar mais sério. Continuou em um tom de voz mais baixo, como se tentasse não deixar que Tokewater ouvisse: — Sei como se sente, mas não conte à Guinevere sobre você. Você fez bem em esconder tudo dela. A Guinevere... a Hayek é como se fosse a mãe dela. Tenho certeza de que ela contaria tudo para ela.

— Se formos pensar assim, não era para você contar tudo para o Tokewater?

Shhhh. Fala mais baixo, retardado. E não, eu o admiro muito, mas não sou tão próxima dele assim. E, mesmo se fosse, já me acostumei a contar só comigo mesma...

Ouvir aquilo fez meu peito doer. Ser excluída e feita de motivo de piada desde pequena deve ter sido difícil. Vivi isso só um pouco nesse corpo e, mesmo com uma mentalidade de vinte anos, ainda foi humilhante...

Segurei a mão da Aithne sobre a mesa. Ela olhou para mim, e tudo que encontrou foi um sorriso gentil meu.

— Você pode contar comigo para o que precisar, Aithne.

Encarou-me ela por um tempo em silêncio, antes de sorrir e responder:

— Não basta a Violette e a Guinevere, tá me querendo também, é?

Perdi o ar e tossi em seco quando ouvi aquilo. Fitei-a sem saber o que dizer. Na verdade, sem nem saber o que pensar da garota na minha frente. Ela era uma boa opção também...

Aithne notou meu olhar que a avaliava e arregalou os olhos.

Michael! — gritou ela com raiva, mas então se encolheu na cadeira quando percebeu a encarada de Tokewater. — Michael... Michael é o nome dele. Finalmente me lembrei. — Ela riu, o tom de falsidade bem óbvio. — O amigo que te disse que conheci há alguns anos! Me pergunto onde ele está agora...

Inicialmente levantei uma sobrancelha, meio confuso, mas um sorriso cresceu nos lábios quando entendi a desculpa esfarrapada dela.

— Acho que já ouvi falar dele, mas não tenho certeza...

— De toda forma — continuou ela, pigarreando —, me surpreende quantas lágrimas você consegue arrancar da gente. Tipo, comigo, você me pegou num momento meio desprevenido e difícil... Já a Guinevere, ela basicamente declarou seu amor por você e o que recebeu foi um “por que me abandonou?”, ou algo do tipo. Então também entendo. Mas a Violette?... Porra, a Violette?! Aquela louca? Puta merda.

Cocei a cabeça, meio incomodado com a forma como ela falava sobre a Violette, embora, no fundo, entendesse um pouco do porquê.

— O que tem ela?

— É porque você não tem as memórias do Flamel. Ela... Sabe, vamos generalizar aqui. Existem alguns tipos de garotas. Um desses tipos é o das garotas que procuram uma grande aventura, normalmente atrás de caras populares, bonitos e fortes, como o Cyle. A amiga da Guinevere, Anna, é um exemplo claro disso. Nem pense em chegar perto dela.

Engoli em seco ao me lembrar de como ela me encarou no refeitório, quando ia chamar a Guinevere. Acenei com a cabeça para Aithne. Ela sorriu, como uma professora que fica toda entusiasmada a falar mais quando nota um aluno interessado, e continuou sua lição:

— Há também as interesseiras. Tem um povo que diz que tem mais desse tipo na nobreza porque o dinheiro corrompe, mas você vai vê-las em todo lugar. Algumas mentem tanto sobre suas intenções que chegam a realmente acreditar que procuram algo bom, mas na verdade amam o dinheiro e a fama. Eu acreditava que a Violette fosse desse tipo, só que...

— Só que...? — Um gosto amargo preencheu minha boca. A Violette era assim?...

— Sabe, a gente pensa sobre as pessoas, mas nem tanto. Criamos muitos preconceitos e só refletimos quando o contexto exige, como agora. Até então, achei que ela interesseira porque... Bem, é óbvio que ela só pensa em si mesma. Só se vê ela em lugares de luxo também. Mas nunca a vi tendo uma conversa mais íntima ou provocativa com ninguém. E, pela forma que ela flerta com você, ela não é do tipo que só joga uma isca para o rapaz morder... Qualquer interesse dela seria bem perceptível.

— Eu observei que ela é meio distante da sala... — comentei, coçando o queixo. — Só tem uma amiga, acho que Sara o nome? Mas ela é a que mais faz fofoca, inclusive da Violette.

— Pois é. Imaginei que as duas eram farinhas do mesmo seco, mas não são. Sei lá. Mas, assim, se a gente focar em rumores... então é melhor você rezar bastante. E muito.

— Por quê?

— As pessoas dizem que... — A Aithne chegou mais perto, cochichando tão baixinho que as palavras pareciam se misturar ao vento. Sua expressão era tão sombria quanto alguém prestes a contar uma história de terror. — Ela matou a própria irmã para ser a herdeira.

— O quê?! — disse alto, encarando Aithne com olhos estupefatos.

— Silêncio, seu idiota. Mas é isso. — Ela suspirou. — Não tem ninguém que não tenha ouvido falar nisso.

— O quão realista é acreditar nisso? — O susto de ouvir algo assim fez meu coração pular. Comecei a revirar as memórias dos momentos com ela, procurando por qualquer evidência dessa possibilidade.

— Não tenho ideia. — Ela deu de ombros. — Quero apenas que sirva como aviso.

Suspirei fundo e fiquei refletindo sobre Violette... Que garota complicada. Não tinha como eu desvendar suas intenções.

— E sobre os outros tipos... — continuou Aithne com sua explicação, como se a fala dela fosse importantíssima. — Tem o das garotas mais sensíveis e machucadas, que se apaixonam por... — fez ela uma pausa, procurando pelas palavras certas, mas logo suspirou fundo, como se tirasse toda uma névoa de frustração de dentro de si. — Ah, quer saber? É difícil generalizar assim. Foda-se. Até porque...

“Uma garota perdida”, continou ela, “pode procurar um rapaz da mesma forma, se vendo nele e querendo ajudá-lo; ou pode querer alguém que a torne ainda mais perdida e quebrada, com uma aventura apenas para tirá-la do inferno da própria mente; ou ainda se interessar por alguém bem-definido na vida, para dar algum guia... Ahhhhhh, não sei!” Ela puxou os cabelos para os lados em uma profunda frustração.

— Você parece saber bastante dessas coisas — falei rindo.

— O Tokewater me faz ler centenas de coisas sobre traumas por causa da teoria dele dos dons, e adivinha? O amor é algo que pode traumatizar alguém severamente também, e servir como fonte de diversos dons! Aí o desgraçado me fez ler três livros de mais de quatrocentas páginas sobre o-

Tin tin, Tokewater bateu na xícara de chá com uma colherinha. O simples ato fez a Aithne se calar, colocar os braços juntos na mesa e se enfiar neles, deixando um longo “Huuuummphhhh” durante todo o processo teatral.

Não aguentei e ri mais. Ela não parava de me surpreender. Ninguém naquela Academia parava, na verdade.

— Cala a boca. — A voz dela saiu de forma emburrada e abafada, o que me fez cair na risada de vez, até ficar com o rosto vermelho. — Seu maldito, vou te quebrar na porrada...

— Não era você que não parava de rir de mim antes?

— Era diferente... E, aliás!... — Ela se levantou e olhou para mim com olhos brilhantes. Apontou para mim com a potência e autoridade de uma promotora de justiça incriminando alguém. — Parece que você tem deixado o ego subir à cabeça, não é? — Ela sorriu de escárnio. — Não pode nem ter suas condições especiais e já quer formar haréns igual ao Marcus...

— Quê?! — Fitei-a, sem acreditar no que dizia. — Não. Jamais. — Balancei a cabeça com força. — Você tá doida, né?

Aquele breve instante de explosividade dela se desfez num só segundo. Como um celular perdendo a bateria subitamente e se desligando, ela desabou sobre a mesa.

— Já tem dois dias que não durmo... Nem sei mais que merda que tô falando...

Um sorriso pequeno se enlaçou nos meus lábios e acariciei um pouco a cabeça dela. Era como cuidar de uma criança pequena...

— Você tem que dormir... É importante para sua saúde. Você mesma me ensinou do quanto que a saúde física ajuda no desempenho com a mana.

Em vez de me dar uma dura por querer ensiná-la algo ou só ignorar, ela virou a face para mim e me olhou com olhos... tristes. Não entendia bem o porquê dessa reação, mas olhei para a parede, evitando a encarada dela, e continuei a acariciar sua cabeça.

Você também é culpado por isso... — disse ela baixinho, escondendo o rosto nos braços.

Porém, a voz dela foi tão silenciosa que não entendi direito. Ela poderia ter dito outra coisa.

— O quê?

— Nada...

Suspirei fundo, inquieto. Eu era responsável pela perda de sono dela?

— Você não está terrivelmente apaixonada por mim, né? — perguntei com um sorrisinho.

— Seu desgraçado descarado. — Ela se levantou e bateu a mão na mesa. — Você vai ver!...

Shhhh... Tá tudo bem. Pode relaxar, Aithne. Tá tudo bem... — Bati algumas vezes minha mão na cabeça dela, brincando.

Era fofo como ela perdia o filtro por completo quando desprovida de sono, mas... Dois dias? Quem era eu para julgar. Ela poderia começar a ter alucinações nesse estado...

— Não se preocupa — falou ela, saindo do alcance da minha mão. — Preciso escrever só mais uma página para terminar tudo... Tenho que entregar minha parte da pesquisa hoje. Se eu dormir agora, só vou acordar amanhã. Preciso da conversa rolando para me manter acordada...

Ela espreguiçou os braços e a coluna e bocejou. Como se o bocejo dela me transmitisse um contágio irresistível, fiz o mesmo. Limpei as lágrimas dos olhos e a encarei, meio sem saber o que dizer.

Mas então me veio uma pergunta sobre o que ela falou a respeito de haréns. Como ela queria qualquer coisa para a distrair do sono, arrisquei:

— Aliás, não vai me dizer que é comum poligamia ou poliamor por aqui, né?...

— Poliamor? Nunca ouvi isso. — Ela riu, os olhos fechando contra a vontade. Parecia que desmaiaria a qualquer momento. — Mas poligamia... Diria que é algo não tão raro na nobreza... Mas não tem nada de mais bonito que duas pessoas que se amam tanto ao ponto de abrir mão de outras aventuras, tentando fazer a pessoa amada se sentir especial... E que se esforçam para fazer o outro feliz mesmo quando estão há anos um com o outro, com a paixão já mais fria, mas o amor nunca tão quente... Fora que nem deve ter tanta graça fazer qualquer coisa sem amor...

— É... — Acenei a cabeça com um sorriso. Da forma como ela dizia, parecia ser um desabafo do fundo da alma.

De imediato, só pude pensar que se o povo do “Twitter” ouvisse uma defesa à monogamia igual à da Aithne seria um verdadeiro caos... Sorri, sentindo-me audacioso como se quebrasse um tabu do meio social em que vivi nos últimos anos.

Porém, essa euforia logo deu lugar a uma reflexão mais profunda. A última fala dela me lembrou de uma de minhas poucas conexões românticas na Terra. Insisti com a garota mesmo já tendo perdido o brilho por ela, e tudo se tornou tão... seco. Sem vida. Beijar só por beijar podia até ser bom, mas não atiçava o coração, não me fazia querer abraçá-la, acariciá-la por horas e elogiá-la até ela não aguentar mais... Tudo se torna só orgânico, biológico. Frágil.

Quando estudei psicologia, cheguei a ler o caso da Margaret Mead, famosa antropóloga que afirmava que fazia parte essencial do sexo a impessoalidade, e que a monogamia era só construção social que reprimia a sexualidade. Contudo, não importava o quanto pensasse sobre isso, não me caía a ficha de como alguém poderia negar o quão mais prazeroso e intenso é o toque carinhoso de alguém especial...

Por isso, o discurso da Aithne era aos meus ouvidos suave como uma harpa. Não que ele negasse algo como o poliamor contemporâneo, talvez mais baseado no carinho que na volúpia, ou até de fato refutasse a poligamia, mas...

No fundo, sentia que meu coração só queria uma garota ao meu lado, para podê-la fazer rir, sorrir e confortá-la em suas dores. Seria maravilhoso após todo estresse do dia saber que me esperaria em casa uma mesma mulher, quem eu todo dia tentaria fazer se sentir a mais desejada do mundo, e receberia o mesmo em troca, com carinho e um lugar especial no peito...

Saber que, se um dia já não tivéssemos o mesmo fogo de antes, não encontraríamos isso em outra pessoa acidentalmente durante uma explosão de hormônios. Que estaríamos ali, um pelo outro, um tendo o outro, em uma segurança mútua, em um coração mútuo. 

Talvez eu pudesse quebrar a cara um dia com esses pensamentos. Idealistas demais. Mas era o que eu sonhava. E talvez seja melhor sonhar e sangrar um pouco que viver naquela maldita monotonia de sentimentos que uma vez consumiu minha existência...

E... Além disso tudo, se eu realmente não puder voltar para casa, será que conseguiria ser feliz ao lado de alguém aqui?...

— Mas e aí? — Um sorriso afiado se abriu nos lábios dela, que me fez deixar de lado a névoa apreensiva que se apossava do meu coração. — Violette ou Guinevere?

Comecei a rir e me levantei, revoltado com a insistência dela.

— Quer saber? Vou ir pegar um livro para ler.

— Você é muito sem-noção. Vai negar dicas de uma outra mulher?

Olhei no rosto dela com a maior incredulidade que Veridis um dia testemunharia.

— Você vai me dizer que entende a Violette? Depois daquela teoria furada que você estava falando? Fiquei te ouvindo por quase meia hora, até você mesma desistir da própria ideia.

Esperava vê-la recuar, mas Aithne me direcionou um rosto confiante e esnobe. O sono que a atormentava pareceu ter sido extinto em um segundo só.

— Talvez eu ainda tenha mais cartas na manga. Então por que não tenta descobrir o que tenho a dizer, seu cara de pau?

Possivelmente me arrependeria de ouvir os conselhos dela. Ela, Guinevere e Violette eram diferentes em todos os níveis: físico, mental, de personalidade, de grupos de amigos, de valores. Na verdade, talvez nem a Violette poderia dar conselhos sobre ela mesma, do jeito que ela era...

Contudo, da forma como Aithne pronunciou sua fala, soava mais como um desafio que uma oferta de ajuda. E um desafio não recusaria tão facilmente...

Sentei-me de volta à mesa e escutei atentamente tudo que Aithne tinha a dizer.

 

 

A lua iluminava o céu quando me despedi de Aithne e me pus a caminhar para fora da biblioteca.

Ela me contou o que todos da Academia sabiam: a vida de Violette era um segredo, mais difícil de ser revirado que um baú trancado por sete cadeados. Mas a família dela, em contrapartida, era muito mais conhecida. Todos sabiam de sua Casa por histórias desumanas e cruéis. Ouvir só uma delas fez meu estômago revirar. Sinceramente, preferia esquecer o que escutei e fingir que não sabia nada sobre ela...

Enquanto meus pés me levaram para fora do local, minha mente disse em bom tom:

Volte ao balcão e peça pelo livro “Magia da Alma”, de Omnix Beytran. Código 6S82FNJT90.

Imediatamente parei de andar, o corpo se enrijecendo como gelo. Olhei para trás, encarando o corredor solitário que me levaria de volta à recepção. Era a primeira vez que recebia uma ordem tão específica na minha mente, e a possível razão obscura disso não me deixava nada otimista...

Não tendo muito o que fazer, segui o comando e parei de frente a Tokewater. Ele me olhou com curiosidade.

— Está tudo bem? — disse ele num tom apreensivo, antes de sorrir. — Ah, vai querer mais um livro como sempre?

— Sim. Magia da Alma, de Omnix Beytran. Código 6S82FNJT90. — Surpreendi-me ao conseguir recitar a sequência sem dificuldade.

No entanto, o sorriso do homem se esvaiu como se nunca tivesse estado lá. Encarou-me com olhos severos e tão frios quanto a noite congelante que circundava a biblioteca. Neles, vi um brilho roxo intenso sendo refletido com a minha figura. Era como se toda minha alma envolta do corpo vibrasse naquele tom. Ele era... lindo.

Tokewater fechou os olhos por um instante. Como se ele perdesse todas as emoções, tornou a andar para os fundos da biblioteca num caminhar rígido e impessoal.

— Me acompanhe — pronunciou, se enfiando nos corredores estreitos, envoltos por estantes de livros de mais de três metros de altura.

Engoli em seco. Pouco sabendo o que esperar disso tudo, segui Tokewater...

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