Volume 1 – Arco 3
Capítulo 40: Não Sei, Eu Não Sei (1)
Cale manteve um sorriso suave no rosto, enquanto, forçadamente, escutava o Dragão Negro relatar mais curiosidades sobre a figura adiante deles.
— Suas pupilas também são tingidas... Ele definitivamente está tramando algo. Ei, humano fraco, tome cuidado.
"Se você parar de falar, eu acho que ficarei bem..."
— Hm? Ele não é fraco. Ei, Humano fraco, tome cuidado extra. Ou morrerá.
"Merda."
O ruivo, que estava começando a se preocupar com as coisas que o dragão dizia, rapidamente voltou a ponderar...
Kim, do mesmo modo que sabia que a mãe de Alberu nunca foi a rainha — mas sim uma concubina — que teve uma morte questionável quando ele ainda era jovem, tinha em mente que tal indivíduo ficava na média em questão de força. Por outro lado, agora, o dragão estava lhe dizendo que essa mesma figura não era fraca; algo que até na novel, Choi Han julgou assim…
Então o que o príncipe herdeiro estava escondendo?
"Esquece. Se ele está escondendo algo ou não, não tenho nada a ver com isso."
— Sinto que o jovem mestre Cale parece um pouco comigo.
Alberu voltou a abrir a boca, portanto, Cale, que estava ocupado pensando sobre algumas coisas e tentando ignorar os murmúrios telepáticos vindos do Dragão Negro, apenas resolveu responder casualmente.
— Alteza, tal afirmação é a maior honra da minha vida.
Como se estivesse nervoso, o príncipe herdeiro soltou a mão do ruivo.
Em sua resposta, Kim, que não notou seu nervosismo, recuou para trás de Eric sem dizer uma única palavra.
Em seguida, após observá-lo com curiosidade, Alberu voltou seu olhar para o nobre do nordeste que parecia estar na liderança...
Assim que Eric começou a falar com o príncipe herdeiro mais uma vez, os observando, Cale decidiu voltar a pensar.
"Mas deve haver uma razão..."
Deveria haver uma razão para Alberu ficar tão na defensiva em relação aos segundo e terceiro príncipes. Deveria haver uma razão para que o terceiro príncipe recebesse o favorecimento total do rei.
"Será que ele não é filho do rei? Ou será que existe outro segredo sobre seu nascimento?"
A mente do ruivo, praticamente, imaginou o drama que Kim Rok-Soo viu enquanto trabalhava em um restaurante após terminar o ensino médio. E claro, Alberu Crossman, era seu personagem principal.
"Haa... esquece."
Cale se reafirmou mais uma vez; ele havia decidido ficar quieto a partir daqui e tentar resolver mais nenhum mistério...
Momentos depois, de volta à sua mesa — o ruivo resolveu não beber nenhum álcool — essa escolha foi suficiente para que Gilbert e Amiru começassem a conversar um com o outro por olhares.
"Isso é estranho."
"Não é?"
Entretanto, Kim, que começou a observar Amiru, a fez olhar diretamente para ele.
— A propósito, jovem senhorita Amiru.
— S-Sim?
— Ouvi dizer que a costa de seu território é extremamente bela. É verdade?
— Claro que sim. Os morros que ficam nela também são muito bonitos.
"Bonitos o caralho…"
O ruivo logo pensou sobre os morros e como seria extremamente difícil conseguir o Som do Vento.
Na novel, tal poder antigo foi encontrado no Reino Whipper por um membro de uma facção não-mágica. No entanto, ele logo acaba por cair nas mãos de um assassino de magos, um indivíduo que além de ser forte o suficiente para não utilizá-lo muito, era extremamente brutal e só aparecia perto da segunda metade da guerra civil.
"A Torre Mágica deve cair em breve..."
Após a guerra civil, uma nova Torre Mágica seria construída e Rosalyn acabaria ficando responsável por ela.
"Choi Han, o Assassino de Magos, e o príncipe do império."
Na novel, em Poente, tais figuras seriam aquelas que apareceriam em todos os incidentes futuros e seriam conhecidas como heróis — e em meio a tudo isso — também haveria a quebra da paz de 200 anos para começar a luta por poder.
Kim visou Eric, que ainda continuava com seu trabalho de protegê-lo, e depois olhou para o relógio — o banquete terminaria em breve. — Naturalmente diversos nobres esperavam por esse momento para jogar conversa fora.
— Jovem mestre Gilbert, posso partir depois que a refeição terminar, certo?
O nobre do nordeste olhou para Cale, que estava comendo frutas como se estivesse num piquenique, e acenou com a cabeça.
— Sim. Nós planejamos nos encontrar com o príncipe herdeiro após a refeição, mas você, provavelmente, não planeja ir conosco, né?
— Isso. O que de bom eu faria lá? Vocês três estão mais informados sobre os investimentos.
Escutando aquelas palavras, a expressão de Gilbert mudou; ele parecia estar um pouco surpreso.
— Então você leu os documentos...
— Um pouco.
O ruivo respondeu casualmente, antes de olhar de volta para Alberu que havia se levantado de seu assento; ele provavelmente estava prestes a anunciar o fim da refeição.
Mesmo não tendo descoberto a verdadeira razão por trás da reunião de hoje — Kim não ficou desapontado. — Pois por não saber de nada, lhe dava chances de não se envolver mais.
— Foi um prazer compartilhar esta refeição com todos vocês hoje. Mas a reunião ainda não acabou, preparei uma simples rodada de vinho para aqueles que possam estar interessados a ficar um pouco mais, então, divirtam-se. Ah, também preparei um lugar para todos vocês na celebração de aniversário que se aproxima.
Cale começou a franzir a testa após ouvir as palavras seguintes do príncipe herdeiro.
— Espero que todos estejam lá para compartilhar as alegrias deste dia.
Embora Alberu estivesse dizendo que "esperava" que todos estivessem lá, isso era mais como "forçá-los" a comparecer lá.
"Acho que estarei na praça quando as bombas explodirem…"
Embora fosse de se esperar, o ruivo não gostou nada disso.
"Bem, por hora vamos terminar este jantar."
Kim levantou-se de seu assento e, de relance, olhou para a cadeira de rodas com Taylor que passava por ele.
Cage, que estava empurrando-a, seguiu sem parar, mas soltou sussurrou num tom que só ele podia ouvir.
— Até logo, nosso irmãozinho...
"Eu disse que não queria ser o irmãozinho deles..."
O olhar de Cale mostrou claramente seus sentimentos, mas a sacerdotisa apenas fingiu não entender e se dirigiu em direção ao príncipe herdeiro.
— Jovem mestre Cale, deixe-me acompanhá-lo até a saída.
Amiru se aproximou do ruivo e se ofereceu para caminhar com ele.
— Jovem senhorita Amiru...
Antes de fazer uma indagação casual, o ruivo observou o longo cabelo verde e a sua expressão calma, porém sofisticada.
— Você está preocupada que eu cause problemas na minha saída?
— Infelizmente, o jovem mestre Neo também está voltando mais cedo.
— Ah...
Ela dizia que estava indo com ele no caso de Neo tentar recomeçar a briga de antes...
Sem mais perguntas, Kim dirigiu-se para a porta do salão de banquetes acompanhado da nobre do nordeste.
Os dois chegaram à carruagem de Cale em silêncio, e encontraram Ron esperando junto a ela.
— Jovem mestre Cale, você se saiu muito bem hoje.
Cale acenou com a cabeça para as palavras de Amiru.
— Não foi difícil. Mas você não deve relaxar, já que tem de voltar e trabalhar um pouco mais, jovem senhorita Amiru.
Se deparando com essa declaração, a nobre do nordeste sorriu e abriu a boca.
— Já que precisamos conseguir bons resultados, né…?
O ruivo pôde sentir o desespero em sua voz.
O litoral nordestino era realmente um pedaço de terra inútil; ou melhor, um lugar cheio de penhascos e redemoinhos em suas águas. E por mais que no território houvesse pessoas experientes que sabiam como evitá-los, era um lugar perigoso para os demais...
"É claro que o Som do Vento é responsável pelos redemoinhos..."
Portanto, Amiru e Gilbert gostariam de conseguir algum investimento para este mar inútil, não importava o que acontecesse.
Kim olhou para a moça, que falava com uma expressão estranha em seu rosto.
— Bem, claro, acredito que somos capazes de obter tais resultados...
— Jovem senhora Amiru.
— S-Sim, jovem mestre Cale?
Cale pensou que não seria ruim dar alguma ajuda ao trio no qual trabalhou hoje.
— Acredito que sua alteza demonstrará um grande interesse nisso.
— Eu também penso assim.
Amiru concordou com a fala do ruivo; já o motivo para isso foi pelo o príncipe herdeiro se lembrar dessa questão, mesmo sem Eric mencioná-la primeiro.
— Vocês discutiram sobre investimentos no turismo, certo?
— Sim.
Kim, que achava o investimento no turismo utilizando as falésias costeiras completamente inútil, se aproximou de Amiru e sussurrou em seus ouvidos: — Se está desesperada por esse investimento, acho que seria uma boa você pensar sobre o valor local de sua linha costeira com relação ao Reino Whipper e aos outros reinos do norte.
— P-Perdão?
Cale encolheu os ombros para a confusa figura e acrescentou.
— E claro, seria melhor se você mantivesse o que acabei de dizer para si mesma.
— Me lembrarei de suas palavras...
O ruivo que estava satisfeito com sua resposta, entrou na carruagem e deu tchau. Ela apenas o respondeu de volta com um leve aceno de cabeça…
Dentro da carruagem, Cale abriu a boca para dar uma ordem ao velho mordomo.
— Vamos embora.
— Sim, jovem mestre.
Olhando da janela agora, ao mesmo tempo em que seu veículo começava a se mover, o ruivo viu Amiru, que estava ponderando seriamente sobre o que havia dito, e começou a pensar no litoral noroeste.
Tal litoral era formado por praias arenosas, enquanto o litoral nordestino de Amiru e Gilbert era complexo, com muitas ilhas pequenas, além de ser cercado por penhascos afiados.
"Eles só pensaram em passeios turísticos pela paz ter durado muito tempo..."
Porém, mal sabiam que o príncipe herdeiro receberia a notícia que o fim dessa paz estava se aproximando rapidamente.
"Bem, de qualquer forma, tudo o que tenho que fazer é ir buscar o poder antigo antes que aquele assassino de magos o tome para si."
Naquela noite, assim que voltou da reunião, Cale recebeu dois relatórios.
— Encontramos quatro das bombas mágicas.
Na novel, havia cinco localizadas em lugares diferentes, e cinco localizadas em pessoas.
— Todas elas estavam ao redor da praça.
— Mostre-me o mapa.
O ruivo estendeu sua mão para Choi Han.
O protagonista havia deixado o Dragão Negro no local das bombas mágicas e retornado sozinho; ele parecia ter corrido uma marotona já que estava todo suado.
— Depois que encontramos uma, comecei a correr aos arredores com o dragão em meus braços… no fim, acabamos localizando mais três. Logo tive a certeza de que precisávamos procurar em outro lugar além da praça, então expandir a área e busca, mas também não adiantou, só encontramos essas.
— Não precisa ter pressa, pois estará seguro até o dia da celebração.
— Mas não seria melhor se livrar dessas coisas perigosas o mais rápido possível?
— Vamos roubá-las no início da manhã do dia da celebração.
— O quê...?
Kim obviamente sabia que as bombas mágicas precisavam que seu desenvolvedor enviasse um sinal para explodirem. Entretanto, ele também sabia que qualquer pessoa no nível do Dragão Negro ou de Rosalyn, conseguiria fácilmente cortar essa conexão, mesmo que levasse algum tempo; foi assim que, na novel, a Maga conseguiu desativar as bombas mágicas carregadas por pessoas.
"Mas isso precisa ser feito no dia da comemoração."
Essa era a única maneira de fazer aquele mago sanguinário pensar que seu plano estava indo bem.
— Roubá-las? Não vamos destruí-las?
Cale devolveu o mapa ao confuso Choi Han, e começou a falar.
— Por que destruiremos coisas tão úteis?
Mesmo que as bombas não possam ser usadas, a mana densamente acumulada em seu interior era um ingrediente bem útil.
— Ao invés disso, devo usá-las.
Ainda confuso, o protagonista achou o sorriso do ruivo bastante sorrateiro, enquanto pegava o mapa de novo e continuava escutando.
— Continue procurando, já que pode haver mais. Verifique várias vezes a localização das bombas mágicas já encontradas para ver se elas também mudam.
Choi Han e o Dragão Negro agora precisariam ficar escondidos ao redor da praça e continuar a investigar — essa era a parte onde o trabalho ficaria ainda mais cansativo e complicado para eles — o mesmo motivo por qual Kim nunca quis ir junto daquela dupla.
Cale olhou para On e Hong, que tinham acabado de acordar de seus cochilos e começou a falar.
— Hora de pagar por suas estadias…
Aquilo também valia para o protagonista.
— Vão trabalhar.
Os dois gatinhos, que estavam esfregando seus olhos sonolentos, e Choi Han, o obedeceram sem reclamar.
O ruivo os assistiu, sem pressa, saltar da janela do terraço, antes de beber o vinho que ele não teve a oportunidade de beber no banquete, antes de adormecer.
No dia seguinte, Cale recebeu uma notícia depois de acordar.
Billos ia chegar à capital hoje, um dia antes da comemoração do aniversário do rei.
Depois de fazer seus afazeres básicos, o ruivo, em sua carruagem, dirigiu-se imediatamente para a taverna onde se encontraria com o filho bastardo de Flynn.
Aquele era o lugar onde as 10 crianças bestiais estavam hospedadas.
Naturalmente, a dupla felina e Lock estavam com Kim.
— Você quer que eu cuide de seus irmãos?
— Sim. Essa é minha condição.
— E o que pode fazer por mim?
— Não sou só eu que fará isso.
Lock respondeu sem qualquer hesitação.
— Se não é só você, quem mais será?
O garoto lobo respondeu rapidamente.
— Meus irmãos também trabalharão comigo. Somos mais fortes como um grupo.
Cale sentiu um calafrio na parte de trás de sua nuca.
Logo, Lock, com outro golpe mental, voltou a atingir sua pessoa impiedosamente.
— A Tribo dos Lobos Azuis tem a fama de formar cavaleiros fortes. Aquela história...
— Não é algo que eu precise saber.
O ruivo se afastou do garoto lobo, que estava sentado do seu lado na carruagem.
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