Volume 1
Capítulo 41: O Lamento de Bjorn
Na noite da terça-feira, Daniel voltou do trabalho com um plano em mente: entrar em Nova Avalon Online, ir ao Refúgio dos Ursos de Ferro e se encontrar com Bjorn para discutir o possível retorno de Mergraff.
A barriga roncou quando entrou no apartamento. Então, antes de conectar ao jogo, tomou um banho quente demorado. Depois trocou de roupa, jantou e limpou a cozinha.
Com as tarefas em dia, foi até o quarto, se acomodou na cápsula de imersão e entrou no jogo, surgindo como Ragnar nas proximidades do Vilarejo Torino.
Sem tempo a perder, transformou-se em urso e disparou pela estrada, indo na direção oposta ao vilarejo.
Durante o trajeto Ragnar conjecturou mil teorias e hipóteses a respeito do possível retorno do rei dos necromantes. Mas no fim das contas, aquilo tudo poderia ser um blefe desesperado de um suspeito tentando salvar a própria vida, entretanto, para ele, a reação do coitado indicava o contrário.
Se ele realmente estivesse blefando… então… parabéns aos desenvolvedores do jogo por criarem um NPC tão convincente.
Após muito conjecturar, enfim chegou à mata densa que precedia o santuário. Para a travessia ele optou pela forma de serpente, pois com ela conseguiria se arrastar pela pelas folhagens sem fazer muito barulho, evitando chamar a atenção dos predadores que o dilacerariam em um único golpe.
A travessia transcorreu como esperado. De volta à forma humana ele alcançou o extenso paredão rochoso que circundava e protegia o santuário dos ursos. Tempo depois, após uma longa caminhada, a entrada surgiu no horizonte, um grande vão no rochedo. E quando se aproximou, sentiu uma presença oculta na grama alta ao lado da trilha.
— Eu sei que você está aí — anunciou em voz alta.
As folhas ao seu lado farfalharam, acompanhadas de um grunhido longo, grave e irritado. Uma massa peluda de cor parda se aproximou devagar. A face de um urso brotou entre as folhagens, e ele parou em sua frente.
— O que você quer aqui? — Como de costume, a boca do animal não se moveu, seu pensamento foi transmitido para Ragnar por ser um druida de ferro, portanto, não era mais necessário estar na forma de urso para se comunicar com animais.
— Eu preciso da sabedoria de Bjorn para enfrentar um perigoso inimigo. Por acaso esqueceu que eu sou o herdeiro de Bjorn?
— Eu sei quem você é. E era tudo que esse refúgio precisava, mais um urso de ferro. — Tons de desprezo acompanhavam as palavras do urso.
— Você tem algo contra mim? — Ragnar queria saber.
— Sim! Todos nós odiamos os de ferro — a raiva se acentuava a cada palavra proferida.
Ragnar temia que ele pudesse atacar a qualquer momento.
— Você não era assim quando eu vim a este santuário pela primeira vez.
— É como você disse, naquela época você ainda não era o herdeiro daquele desgraçado.
Ragnar coçou o queixo, intrigado.
— O que você tem contra Bjorn?
— Mas que surpresa… o herdeiro se recorda apenas daquilo que lhe convém. Por acaso se esqueceu que apenas os ursos negros usufruíram do ferro mágico de Bjorn? Você parou para pensar nas consequências que isso trouxe aos demais ursos desse santuário?
Ragnar ficou sem palavras, e admitiu, envergonhado:
— Não.
— Ao menos você reconhece a sua ignorância. Agora vá, entre no Refúgio e converse com seu mestre espiritual. — O urso lhe deu as costas e se distanciou, desaparecendo nas folhagens altas à esquerda da trilha.
Ragnar baixou a cabeça e se pôs a caminhar em direção ao interior do santuário. As palavras indignadas proferidas pelo urso ecoaram em sua cabeça.
Quando pensou no assunto, ficou óbvio que, se parte da população de um determinado lugar recebe poderes do dia para noite, é natural que eles se aproveitem dessa vantagem para obter privilégios.
Mas era assustador pensar que isso poderia estar acontecendo dentro do Santuário, e que de certa forma, fazia parte do grupo privilegiado.
Ragnar vasculhou sua mente à procura de memórias que corroborassem essa teoria, porém suas visitas ao refúgio eram esporádicas, vinha uma vez por semana para plantar e colher Aloe Veraluna. Este era mais um assunto pertinente para tratar com o antigo protetor do santuário.
Ragnar chegou ao Círculo de Convergência Natural e parou no meio do círculo de pedra. Em seguida, respirou fundo e iniciou a meditação. Em um piscar de olhos viu-se de volta à memória do santuário onde Bjorn se encontrava.
— A que devo o prazer de sua visita? — O espírito trajava um longo vestido púrpura com contornos avermelhados.
— Bjorn! — Ragnar se exaltou. — É a respeito de seu grande rival, Mergraff.
A face calma do arquidruida adquiriu um tom preocupado.
— O que tem ele?
— Eu e meus amigos nos deparamos com uma seita intitulada Caminho da Aurora, você a conhece?
Ragnar perguntou na esperança dele saber como derrotá-la, mas o espírito negou balançando a cabeça.
— Bem… — Ragnar prosseguiu — Eles massacraram um vilarejo. Os moradores serviram de sacrificio para um ritual necromante que poderá trazer Mergraff de volta à vida.
Bjorn respirou fundo e esboçou um sorriso tranquilo.
— Entendo. Essa é uma notícia muito preocupante, mas se os fundamentos da necromancia são os mesmos de um século atrás, então o ritual seria impossível de realizar sem os restos mortais de Mergraff.
— O que você quer dizer com isso?
— Mergraff foi sepultado em uma cripta… aqui… neste santuário.
O druida permaneceu em silêncio, absorvendo aquela nova peça do quebra-cabeças. E quando a informação foi processada e analisada junto às outras, ele exteriorizou suas suspeitas.
— Então das duas uma, ou a seita está blefando, ou de alguma forma eles recuperaram o corpo do necromante, porém… para exumar o corpo eles precisariam entrar neste santuário.
Ragnar ergueu a cabeça e olhou nos olhos de seu mestre.
— Você saberia se eles estiveram aqui nestes anos todos?
— Ragnar — Bjorn expirou. — Nestes cem anos no mundo espiritual, houveram ocasiões em que energias nefastas vazaram de seu mundo para a minha realidade. Então eu não irei mentir para você, coisas horríveis podem ter acontecido no santuário desde a minha morte.
— Eu preciso visitar a cripta — afirmou Ragnar.
— Alegra-me vê-lo se esforçando desta maneira. Cada vez mais eu me orgulho em ter lhe tornado meu herdeiro.
Ragnar ficou sem graça com os elogios do mestre. Porém, havia um assunto sensível a ser discutido.
— Bjorn. Por que apenas os ursos negros tiveram acesso ao ferro mágico de seu ritual?
O espírito suspirou.
— Eu o elogiei sem saber que meus pecados viriam à luz do dia. Sim, este é meu maior pecado. Eu fui conivente com os ursos negros porque naquela época eles eram a grande maioria neste santuário. Eu tinha medo de enfrentá-los, então fechei meus olhos e permiti que controlassem o acesso ao ferro derretido. Ah… como eu me arrependo daquele dia, quem dera pudesse voltar no tempo para fazer a coisa certa. — Ele pôs as mãos para trás e contemplou o horizonte. — Ragnar, eu sei que estou pedindo o impossível, mas se você conseguir reparar este grande erro meu… então, talvez, eu finalmente poderei descansar em paz pela eternidade.
O Lamento de Bjorn (Nível: 50) |
Você descobriu que Bjorn é atormentado pelo fantasma de seu passado. O ritual que o primeiro druida de ferro realizou cem anos atrás acabou criando uma rachadura na dinâmica de poder do santuário. Para que Bjorn tenha paz de espírito pela eternidade, você precisará trazer equilíbrio de volta entre as diferentes raças de ursos do refúgio. |
Recompensa |
Título de Protetor do Refúgio dos Ursos de Ferro |
Os olhos de Ragnar quase saltaram para fora ao ler a recompensa presente na janela da missão.
Isso o lembrou da visita ao Santuário dos Lírios em seu primeiro dia de druida. O título de Protetor de Santuário cabia a maior autoridade de um santuário druídico, que naquela ocasião cabia a Lina, a mulher-tigre que lhe ensinou novas magias e o enviou ao Covil das Serpentes.
— Eu prometo dar um jeito nisso. — Mesmo sem sabendo como, comprometeu-se ao se deixar levar pela empolgação.
Bjorn sorriu de orelha a orelha.
— Fico feliz em saber. Agora, voltando à presente ameaça da seita necromante. Você precisará aprender uma nova forma animal para entrar na cripta em que Mergraff foi sepultado.
O druida imaginou se tratar de uma nova forma de urso, ou uma evolução dela.
— Vou lhe ensinar a se metamorfosear em aranha tecedeira.
O espírito estendeu o braço. Partículas azuladas e brilhantes convergiram na palma da mão, para depois fluírem em direção a Ragnar, que recebeu a energia com a empolgação de acrescentar mais uma forma animal ao repertório.
Você aprendeu a habilidade Forma Animal: Aranha Tecedeira
— Agora vá. Entre na cripta e descubra se a seita necromante está dizendo a verdade. E se eles estiverem, que Idun Vidar nos proteja. — Bjorn curvou-se, gesticulou a mão para que Ragnar voltasse ao seu mundo, e afastou-se.
Ragnar se ajoelhou no círculo de pedra, fechou os olhos e, quando os abriu, viu-se de volta ao presente.
***
Ele nunca imaginou que o Refúgio dos Ursos de Ferro fosse tão vasto. Fazia quase uma hora que estava caminhando pelo bosque, em busca da cripta de Mergraff.
Cansado de tanto vagar, Ragnar parou pela terceira vez para treinar sua nova forma animal. Ele respirou fundo, se concentrou, e com a mente limpa, metamorfoseou-se em aranha tecedeira.
Se me acostumar à forma de serpente fosse igual a aprender a andar de bicicleta, a forma de aranha seria equivalente a andar de monociclo. Por que essa porcaria tem tantas “pernas”? Lamentou enquanto tropeçava nas próprias patas. É muita coisa pra controlar de uma vez só.
Ele suspirou, mas a forma de aranha adaptou o suspiro em um guinchar agudo.
Queria só ver a cara da Jú quando me visse nessa forma. Mas, se bem que…, ela provavelmente pisaria em mim sem dó nem piedade. Lembrou do ódio mortal que a garota tinha por aranhas e baratas.
Voltando sua atenção ao mundo virtual, Ragnar procurou aos tropeços por uma árvore cujo tronco ultrapasse as folhagens das plantas que a cercavam. Ele foi para um lado, depois para o outro, no caminho as folhas no chão acabaram grudando em suas patas.
Inferno! Ainda não consigo controlar a mecânica de escalada, pensou e retraiu as centenas de minúsculas cerdas em suas patas. As folhas se soltaram na hora, e ele pôde voltar a procurar por uma árvore alta.
Essa dará para o gasto, pensou, olhando com sua visão distorcida de aranha para o tronco largo em sua frente. Ele ergueu as duas patas da frente e as encostou na madeira, em seguida, fez o mesmo para o segundo par de patas dianteiras. Então fez força, se puxando para a árvore, mas o ódio o consumiu quando deslizou pelo tronco, voltando à estaca zero.
Aaaaaaaaaaaah!
Ele queria morrer naquele momento, pois esqueceu de projetar as pequenas cerdas em suas patas. Após corrigir o erro, repetiu o processo e, dessa vez, as garrinhas se fixaram na madeira. E, graça a elas, conseguiu escalar a árvore.
Isso é foda demais.
Devagarinho, subiu pelo tronco com medo de cair a qualquer momento, pois a forma de aranha tecedeira era do tamanho de um cachorro de grande porte.
Tempo depois alcançou o topo da árvore e pôde ter uma visão ampla do Refúgio. Ao longe era possível identificar o paredão rochoso que protegia o santuário.
Esse lugar é maior do que eu imaginava, pensou em como o interior do refúgio era pequeno comparado ao resto. Em meio a reflexão avistou o teto de uma construção solitária em meio à vastidão verde.
Deve ser lá, refletiu, então olhou para baixo e imaginou como seria descer de um lugar tão alto, mas por capricho decidiu olhar para a paisagem outra vez e, não muito longe, avistou uma árvore tão grande quanto a que estava.
Tive uma ideia, Ragnar desceu até o galho mais próximo e o percorreu até chegar na ponta. Haviam ramificações mais à frente, mas eram finas e frágeis demais para comportá-lo.
Ele virou-se em direção ao tronco, seu abdômen avantajado de aracnídeo agora apontava para a árvore que avistara momentos atrás.
Mas como eu faço para lançar a teia? Pensou, imaginando se deveria se imaginar repetindo o esforço de alguém no banheiro. Não, não pode ser, deve ser diferente. Optou por imaginar a teia sendo lançada de suas fiandeiras.
Ragnar se preparou, mirou o abdômen e imaginou com nitidez o lançamento da teia. E foi como imaginado, a teia alçou os céus em uma trajetória em arco, fixando-se em um dos muitos galhos da árvore escolhida.
Ele olhou para trás e comemorou o resultado.
Mas e agora? Pensou.
Ragnar se deslocou para a parte de baixo do galho, ficando de ponta cabeça, então encostou o abdômen na madeira e andou fazendo uma espiral pelo galho. A teia se fixou no galho como esperado, mas Ragnar não sentiu muita segurança de que ela aguentaria seu peso.
Fora a questão do peso, um único fio não seria suficiente porque não havia como se apoiar nele com segurança. Ragnar disparou mais quatro vezes. Dois disparos acertaram o alvo, enquanto os outros acabaram se grudando nos galhos inferiores.
Ragnar encarou os três fios em sua frente, todos bem alinhados em paralelo, formando uma finíssima ponte que poderia levá-lo à outra árvore. Ele se preparou e pôs a primeira pata sobre a teia.
As pequenas cerdas se fixaram no finíssimo fio branco, Ragnar estava embasbacado com a aderência. Um calor reconfortante se alastrou por seu corpo. Sem demorar mais, pôs a segunda pata no fio da direita, a mesma sensação o acometeu, e sentiu que poderia avançar em segurança.
De pouco a pouco ele andou sobre a ponte de fabricação própria. No meio do caminho olhou para baixo e avistou as folhagens das árvores baixas e do mato preenchendo os vãos.
Ele sabia que morreria se caísse daquela altura.
Experimento concluído com sucesso, pensou quando colocou as oito patas no galho da árvore destino. Estou pegando o jeito da nova transformação.
Apesar da confiança que estava sentindo, continuou exercendo cautela para descer da árvore gigante e continuar sua jornada até a cripta.
O tempo passou e enfim chegou ao seu destino: uma construção de pedra quadrangular cinzenta, enfeitada por uma decoração natural de plantas trepadeiras cobrindo metade das paredes.
Apesar do tom de abandono, as flores rosadas das trepadeiras agraciavam a construção com uma beleza natural. O druida manteve sua forma de aranha e caminhou para perto, deparando-se com um bloco retangular de pedra no centro da parede.
O formato da pedra remetia a uma porta de entrada, mas não havia maçaneta ou outro mecanismo abertura, apenas uma gravura talhada no centro, no formato de pata de urso.
Ragnar voltou a forma humana, tocou na gravura e sentiu a textura dela enquanto chegava a uma conclusão: essa não era a imagem da pata de um urso comum, os traços cheios de retas espinhosas e afiadas remetiam à pata de um urso de ferro.
— Será que. — Pensou em voz alta.
Só havia um jeito de provar a teoria que se moldava em sua mente. Para isso abandonou a forma humana pela de urso de ferro.
Com seus olhos vermelhos e intimidantes, vislumbrou mais uma vez a gravura em baixo relevo na pedra, depois ergueu a pata direta e olhou para a palma. O formato possuía uma base semelhante, mas as proporções divergiam, sua pata era maior.
De qualquer maneira, Ragnar se ergueu nas duas patas traseiras e encaixou a palma na pedra. Um estalo reverberou de dentro da cripta, acelerando a palpitação do jogador.
A pedra moveu-se alguns centímetros para trás, depois deslizou para a esquerda até abrir caminho para dentro da cripta.
Ragnar voltou a forma humana, empunhou sua lança e conjurou o Fogo Fátuo para iluminar o interior. Não havia indícios de mecanismos que pudessem ter deslocado a pedra.
— Magia — disse baixinho.
A luz verde irradiando da lança iluminou o interior da cripta, um espaço vazio, com nada além de uma escadaria descendo ao subsolo. De degrau em degrau avançou para as entranhas da terra. O clima frio e úmido provocou-lhe um receio desconfortável.
A descida parecia não ter fim.
O nervosismo foi se apoderando, já deveria estar a duzentos metros abaixo da superfície. Quando estava perdendo as esperanças, os degraus findaram em uma passagem estreita.
É apenas um jogo, Ragnar repetia em sua cabeça enquanto adentrava na cripta. No limiar da luz produzida por sua lança, o princípio de um cômodo espaçoso ganhou forma. Uma antessala, mas quando pôs os pés nela e ergueu a lança para iluminar o perímetro, centenas de morcegos guincharam e avançaram em sua direção.
Ragnar ergueu os braços para se proteger, sua cabeça formulou inúmeras estratégias para contra-atacar, mas percebeu que seus pontos de vida não baixaram, o guinchar agudo dos morcegos aos poucos perdia força.
Eles fugiram.
O druida respirou aliviado e se voltou para o cômodo em que se encontrava. Não havia muito a se explorar ou analisar. Não havia mobília ou objetos, apenas as paredes, o chão e o teto.
Ele deu uma boa olhada no recinto. Quando ergueu a luz esverdeada contra a parede na extremidade oposta à entrada, deparou-se com uma brecha, uma abertura para o cômodo principal da cripta.
Os escombros e a depredação da estrutura faziam parecer que a entrada fora violada à força. Tal hipótese o fez temer pelo pior.
Será que a seita invadiu esse Refúgio? Mas… como eles entraram? E como carregaram o corpo de Mergraff sem que os ursos tenham percebido?
Sentiu que havia algo estranho nisso tudo, então afastou esses pensamentos, pois tinha a chance de o caixão ainda estar ali. Talvez a depredação não tenha relação com o que tenha acontecido.
Respirou fundo e esticou o braço para apontar a lança radiante contra o cômodo principal. O cenário que se revelou diante de seus olhos causou-lhe calafrios, mas antes que pudesse colocar a cabeça para pensar, ruídos advindos da passagem por onde veio ecoaram pela antessala, alguém, ou alguma coisa, estava se aproximando.
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