O Druida Lendário Brasileira

Autor(a): Raphael Fiamoncini


Volume 1

Capítulo 17: Curtindo Couro Adoidado

O Filtro Solar Fator Drácula criado por Ragnar foi um enorme sucesso na cidade de Salem. As cem unidades entregues ao vampiro Sinistro desapareceram das prateleiras de sua loja já nas primeiras horas, deixando milhares de vampiros de mãos vazias.

Para a infelicidade daqueles que ficaram sem, Ragnar não tinha como fabricar mais filtros solares, pois todas as Aloe Veralunas no Refúgio dos Ursos de Ferro foram coletadas, agora demoraria uma semana para o próximo cultivo.

A oferta era limitada e a demanda era altíssima, o sonho de todo mercador.

— É você? Você é o alquimista do creme milagroso? — disse um vampiro coberto da cabeça aos pés por um manto longo e azulado.

— Sou eu mesmo — respondeu Ragnar. — Infelizmente o meu estoque acabou.

— Nãããão! — O vampiro prostrou-se de joelhos no chão, ergueu os braços e clamou aos céus. — Pooor quê?

O manto cobrindo-lhe o rosto deslizou para trás, expondo a pele aos raios de sol que tostaram sua face em questão de segundos. Ele urrou em dor, se levantou cambaleando e disparou pela rua.

Ragnar sentiu pena do coitado, mas não poderia fazer nada para ajudar até a próxima leva de Veralunas amadurecer no Santuário dos Ursos. Ele respirou fundo, se recostou na parede da loja de Sinistro e observou o vampiro desesperado desaparecer na multidão.

Skiff estava demorando. Levou dez minutos para o amigo surgir no horizonte, e ele estava diferente, vestia um traje grosso de couro marrom sobreposto por uma capa roxa que se alongava apenas na metade direita das costas.

— Vim o mais rápido que pude — Skiff falou assim que chegou.

— Espero que seja verdade, e que diabos é essa roupa? — Ragnar percebeu que nas costas dele havia um arco e uma aljava de flechas diferentes das que recordava da última vez que o viu. — Você já trocou de equipamento?

Skiff fez uma cara estranha antes de responder:

— Sim. Eu encontrei um caçador vendendo seu equipamento antigo, então eu comprei.

— E quanto foi que isso tudo custou?

— Apenas duzentos rubros.

Ragnar suspirou, emendando um comentário:

— Quer saber? O dinheiro é seu, desperdice-o como quiser.

Skiff puxou sua capa para o druida poder tocar.

— Toque, sinta como é macio.

Contrariado, Ragnar cedeu ao pedido e sentiu o tecido felpudo com as próprias mãos.

— Realmente… é macio mesmo. Mas continua sendo um desperdício de dinheiro, você logo conseguirá um conjunto igualzinho nas próximas missões.

Skiff fechou os olhos e cruzou os braços.

— Eu não me importo. Para mim o importante é vestir os mais belos equipamentos à disposição.

Ragnar deixou escapar uma risada contida. Então apontou para o mural de missões do outro lado da rua.

— A gente não pode ficar de bobeira nessa cidade. Vá até o mural e pegue as missões o mais rápido que puder.

Mas em vez de ouvir e obedecer às ordens, Skiff cruzou o braço, semicerrou os olhos e retrucou:

— Mas por que eu? Por que você não fez isso enquanto me esperava? Está achando que eu sou seu escravo? Eu também fui ameaçado por aquele taverneiro.

— Eu explico depois, você vai precisar confiar em mim por enquanto.

— Está bem…

Skiff colocou o capuz roxo sobre a cabeça e o puxou para baixo até cobrir parcialmente seus olhos. Em seguida, dirigiu-se ao mural onde uma multidão se aglomerava e se acotovelava por espaço.

Com uma espiada rápida, Skiff verificou que não havia gente suspeita nas redondezas, sem perde tempo, puxou um papel de cada missão disponível e retornou à frente da loja onde Ragnar o esperava.

O druida abriu o Registro de Missões e leu o nome das missões aceitas pelo amigo até achar aquela que buscava.

— Dê uma olhada nessa aqui — Ragnar falou. O caçador veio até seu lado para ver a missão na mesma janela que ele.

— Que missão estranha, ela não tem uma recompensa definida… — disse Skiff.

— É esse mistério que atrai os jogadores. Mesmo que a gente não saiba o que vai receber ao conclui-la, é garantido que será algo raro, então haverá muita gente querendo terminá-la antes do tempo expirar e…

— E nós estamos em uma cidade onde muitos jogadores são novatos, eles nem sabem o quão preciosa essa missão é — Skiff completou.

Ragnar estalou os dedos.

— Exatamente, bem observado. Mas vou precisar que você faça algo por mim.

— De novo não…

— Preciso que você aprenda a profissão couraria para confeccionar as vestimentas necessárias para a recompensa bônus.

— Eu preciso mesmo? — disse Skiff, desanimado.

— Pensa pelo lado positivo, é uma profissão ótima para sua classe. Você poderá confeccionar suas próprias vestimentas.

Skiff olhou para baixo e contemplou o traje que vestia.

— Tudo bem. Vou quebrar mais esse galho pra você, mas vai ficar me devendo uma.

Ragnar estendeu a mão e falou:

— Eu prometo.

Eles apertaram as mãos, firmando o pacto.

***

Para Skiff virar coureiro ele precisaria fazer um treinamento com algum mestre da área. E, se Ragnar pudesse apostar onde poderia encontrar um mestre coureiro na cidade de Salem, esse lugar seria a Rua dos Artesões. Mas para chegar lá, a dupla precisaria realizar uma longa caminhada até a zona sul da cidade.

Entretanto havia um problema, grupos cada vez maiores da guilda Pata Negra apareciam nas ruas para patrulhar a cidade. Para o druida aquilo era uma consequência direta de seu encontro com a espadachim Havoc.

A humilhação que ela sofreu na loja de Sinistro deveria estar servindo como uma força motivadora por vingança.

Estava aberta a temporada de caça a druidas.

— Vamos sair do jogo. A gente pode voltar daqui a uma hora e tentar de novo — sugeriu Skiff.

— Não — respondeu Ragnar. — Eu não vou desperdiçar uma hora com isso. A gente consegue, só precisamos de uma brecha.

— Mas se eles nos encontrarem, os guardas não virão nos ajudar?

— Difícil. Quando uma guilda criminosa se estabelece numa cidade ela consegue subornar os guardas para fazerem vista grossa quando for conveniente, mas para isso ela precisa ganhar influência. É algo difícil de fazer, mas parece que eles conseguiram.

Mesmo possuindo a reputação “Respeitado” dentro da cidade, Ragnar sabia que não teria a ajuda dos guardas caso fosse atacado pela Pata Negra. Os únicos que poderiam protegê-lo eram seus amigos vampiros, que para sua tristeza, eram uma minoria em Salem.

Era melhor tomar cuidado.

Os três membros da Pata Negra rondando a rua acabaram de cruzar a esquina. O druida virou-se para o caçador e sinalizou que era hora de partir. Eles caminharam a um passo lento para não levantar suspeitas, permanecendo na beira da estrada próximo as paredes das casas e estabelecimentos. Após uma longa e cautelosa jornada, eles chegaram à Rua dos Artesãos.

— Não vejo pata negra algum no horizonte — falou Skiff, seguido de um longo suspiro de alívio.

— Estamos seguros por agora, mas continue atento.

Skiff concordou e logo procurou pela Oficina dos Coureiros.

— Lá. — Ele apontou para o centro da Rua dos Artesões, onde dúzias de pessoas carregavam, escovavam e curtiam couro de lobos, raposas, coelhos e até de ursos, o que provocou calafrios em um certo alguém.

Skiff se distanciou de Ragnar e parou em frente a um sujeito alto vestindo um avental branco, seus ombros eram largos e a pele bronzeada. Eles conversaram durante um minuto, confirmando as suspeitas do caçador, aquele era o sujeito que procurava, um mestre coureiro disposto a iniciá-lo no caminho da confecção de couro.

Skiff retornou a Ragnar, e o avisou da situação.

— Ótimo, eu estarei te esperando no laboratório de alquimia.

Skiff se despediu e retornou ao mestre coureiro para iniciar o aprendizado.

***

O treinamento foi concluído em pouco mais de vinte minutos. Como combinado, Skiff encontrou Ragnar no laboratório de alquimia para dar a notícia de que era oficialmente um coureiro iniciante.

Estava na hora da aventura. Juntos eles saíram da cidade, partindo rumo aos campos do oeste. Do lado de fora o sol brilhava forte no céu, uma brisa refrescante empurrou para trás os fios negros e rebeldes do cabelo de Ragnar, e os fios longos e loiros do caçador.

A viagem seguiu sem imprevistos. Nenhum assassino da pata negra apareceu para tentar eliminar o druida. A dupla caminhou com tranquilidade pela estrada de barro. As pastagens verdejantes surgiram no horizonte, pontilhadas por árvores altas de troncos grossos. Eles continuaram andando, até Ragnar anunciar:

— É aqui onde nós vamos coletar as peças de couro necessárias para a missão — Ele Apontou para os touros pastando nas redondezas. — Cada touro abatido nos dará uma peça de couro, então vamos precisar de trinta para completar a missão, e mais vinte para fabricar as vestimentas da recompensa bônus.

Skiff pôs a mão no rosto e falou um tanto preocupado:

— Mas… eles estão muito longe um do outro, isso vai demorar muito.

— É aí que entra meu plano. Eu usarei minha forma de urso para atrair um pequeno grupo até a parte mais rasa daquele lago — disse apontando para o referido local, ao sul de onde estavam. — Eu darei o sinal para você utilizar sua Chuva de Flechas, é de extrema importância que ela atinja todos os touros que estiverem me perseguindo, entendeu?

Skiff confirmou erguendo o polegar. Ragnar prosseguiu:

— Os touros sofrerão a lentidão da Chuva de Flechas, isso dará tempo para eu voltar a forma humana e usar uma habilidade elétrica que será potencializada por eles estarem dentro d’água. Se isso não bastar, vou conjurar minhas raízes para prendê-los, assim teremos tempo de finalizá-los.

Skiff acenou freneticamente a cabeça, algo veio a sua mente, pois ele abriu o menu do jogo e conferiu algo que Ragnar não soube dizer o que era, até ele explicar:

— Olha só, o Artic e a Niki conectaram não faz muito tempo. Por que a gente não os convida para nos ajudar?

— Jamais — Ragnar respondeu.

— Por quê?

— Por causa de uma aposta.

— Que aposta?

O druida tirou um tempo para explicar a aposta feita com Artic e Niki, sobre quem chegasse ao nível 20 antes. Porém, Skiff desabafou sobre algo que o incomodava:

— Eu não quero soar como um babaca, ainda mais para alguém como você. Eu já vi o quão bom você é nesse jogo, mas… eu não sei se vai conseguir segurar esses touros, eles parecem muito fortes.

— Está dizendo que minha forma de urso não é forte o bastante?

— É….

Ragnar distanciou-se caminhando para trás. Em seguida, empunhou a Perdição das Víboras e ergueu-a aos céus, proferindo:

— Skiff, contemple minha transformação aprimorada. — Ele apontou à lança contra o amigo e proferiu o nome da habilidade: — Forma Animal: Urso de Ferro.

A transformação foi precedida de uma onda de choque que pegou Skiff de surpresa, fazendo-o recuar dois. Ele esperava encontrar o urso negro que já conhecia, mas quando voltou seu olhar para Ragnar, o que encontrou foi uma aberração da natureza.

— Então? — Ragnar falou com uma voz grave e profunda.

Ele se ergueu nas patas traseiras e rugiu tão forte que a face de Skiff exibiu desconforto. Ao se recuperar do rugido, o caçador se aproximou do amigo e contemplou as mudanças daquela forma animal evoluída.

A primeira que notou foi o tamanho, a forma aprimorada deveria ser 50% maior que a antiga. Os pelos mantiveram a tonalidade preta, porém eram mais grossos que antes. As patas, que só de olhar o deixou apreensivo de tão grossas e poderosas, possuíam camadas de ferro com protuberâncias afiadas como as adagas de Niki.

Enquanto o caçador o estudava, Ragnar virou-se para ele.

— Ainda acha que sou incapaz de segurar um grupinho de bezerros?

Skiff olhou nos olhos vermelhos do urso de ferro.

— Como você conseguiu ficar assim… monstrão?

— Ontem eu evoluí para uma classe lendária, me tornei o sucessor de Bjorn, o primeiro Druida de Ferro em toda Nova Avalon Online.

Skiff chacoalhou a cabeça em desaprovação.

— Mas não é justo você ser o druida mais forte de todos.

— Skiff… As pessoas não jogam esse jogo porque é justo ou balanceado. As pessoas amam o jogo porque este é um mundo virtual onde tudo é possível.

O caçador permaneceu quieto e cabisbaixo.

— Anime-se, quem sabe um dia sua hora chegue — Ragnar tentou consolá-lo.

— Está bem. — Skiff ergueu a cabeça. — Vamos aproveitar que essa área é só nossa para caçar esses touros.

— É assim que se fala.

Antes de darem início à caçada, eles tiraram um minuto para analisar o lugar. Os touros estavam distribuídos pelo pasto. A grande maioria pastava sozinho apesar de haverem alguns grupos. Como o lago ocupava toda a parte oeste da área, Ragnar buscaria primeiro os touros ao norte.

Com o plano fresco em um sua cabeça, Skiff se posicionou à cinquenta metros do lago. Ragnar, na forma de urso de ferro, disparou na direção do primeiro touro e o atingiu em cheio com um Patada Atordoante, a força aplicada fez o animal cair no chão, mas o urso negro não parou e já disparou contra os dois touros mais próximos, que tiveram o mesmo destino do primeiro. Ragnar então retornou ao lago para testar a estratégia em um grupo menor.

Os três touros dispararam em seu encalço, não demorou para eles o alcançarem, mas quando encurtaram a distância, Ragnar já estava com as quatro patas de ferro dentro do lago.

Skiff puxou três flechas da aljava e as encaixou em seu arco, a corda tencionou ao máximo, e ele as soltou. As flechas zuniram para cima e, antes de perderem força, estilhaçaram-se em dezenas de fragmentos afiadíssimos que desceram contra os touros.

Os estilhaços perfuraram o couro e a carne dos animais, eles mugiram enfurecidos e tentaram perseguir o urso, mas a movimentação fora debilitada pela chuva de flechas, que, além de os deixarem mais lentos, os afligiu com sangramento, drenando seus pontos de vida ao longo do tempo.

Ragnar regressou à forma humana, e quando ficou a uma distância segura de seus perseguidores, empunhou a lança, apontou-a na direção dos touros e invocou um Raio.

Fagulhas azuladas percorreram seu corpo até convergiram na ponta da lança, estalando em um relâmpago que açoitou o primeiro alvo e, como estavam dentro d’água, ela se propagou para os outros dois.

O estalar de trovões ecoou pelo campo. Os três animais tombaram nas margens do lago. Ragnar virou-se para Skiff, sinalizou com um sinal de positivo com a mão, e gritou:

— Bom trabalho, foi melhor que o esperado.

Skiff correu na direção dos corpos dos touros, no meio do trajeto, engatou o arco no encaixe em suas costas e puxou uma faca. Ragnar fez o mesmo, ele sacou a faca de coleta que comprou no Santuário dos Lírios. E quando o caçador ficou do seu lado, falou:

— Seu mestre coureiro ensinou como extrair o couro de um animal?

— Claro que sim, mas foi um coelho branquinho e fofinho.

— Então ele deve ter mencionado que o processo é diferente para cada animal. Você conseguirá ver onde fazer os cortes usando a ferramenta auxiliar de sua profissão. Ela vai destacar os locais de corte em linhas coloridas.

Skiff se ajoelhou em frente ao corpo do touro mais próximo e ativou a ferramenta auxiliar de coleta. Ragnar agachou-se em frente ao corpo do animal mais próximo e imitou à perfeição os cortes de Skiff no corpo de seu touro.

Realizados os cortes, eles puxaram o couro com muito cuidado. Uma mensagem surgiu para eles:

Pedaço de Couro coletado com sucesso

Eles se levantaram.

— Podemos aumentar para cinco na próxima rodada — disse Skiff.

Ragnar concordou voltando à forma de urso de ferro. A segunda tentativa foi um sucesso, mas dessa vez, como precisou atacar dois touros a mais, os primeiros tiveram tempo de se recuperar da Patada Atordoante e acabaram o alcançando.

Skiff não reagiu ao imprevisto de imediato, ele lutou para manter a calma e aguardou o amigo chegar à parte rasa do lago, só então utilizou a Chuva de Flechas. Ragnar finalizou com mais uma conjuração de Raio.

— Vamos esperar você se curar por completo? — O caçador quis saber.

O druida sinalizou que não, então conjurou seu feitiço de cura e partiu para a próxima rodada. Eles repetiram a tática até conseguirem o abate número trinta.

Agora os dois tinham em seus inventários peças suficientes para cumprir o requisito obrigatório da missão, mas eles pretendiam completar a demanda opcional para mais uma recompensa misteriosa.

Ragnar respirou fundo e olhou para o horizonte, não havia ninguém até onde sua vista alcançava. Nem jogador, nem NPC, nem um boizinho sequer. Agora seria necessário aguardar um tempo até os touros começarem a ressurgir no pasto.

Um rugido de trovão reverberou, o céu escureceu.

— Estranho… — murmurou Ragnar.

— É só uma mudança climática — Skiff tentou se acalmar.

— Mudança súbitas como essa não costumam ocorrem naturalmente. — Ele virou-se para encarar o amigo: — Alguma coisa ativou essa mudança. Eu aposto minha conta que algo ruim está para acontecer.

Nuvens negras tomaram os céus. A luz do sol, mesmo enfraquecida, ainda encontrava passagem nos vãos entre nuvens.

Um rugido bestial ressoou pelo pasto. A espinha de Ragnar e de Skiff gelaram. O druida de ferro descongelou primeiro, com o coração disparando em seu peito. Como um louco, olhou de um lado para o outro em busca de quem ou o que fizera aquilo.

O rugido soou mais uma vez, mais forte, mais próximo. Ragnar prestou mais atenção dessa vez, aquilo não era exatamente um rugido, era um mugido, como de um touro possesso pelo demônio.

Ao ver Skiff congelado no mesmo lugar, ele o chacoalhou de volta à vida.

— Lá — Apontou para o norte.

A sombra de um gigantesco quadrúpede disparava em sua direção. Um relâmpago cruzou os céus, seguido de outro que estourou a poucos metros da criatura, revelando a forma de um touro vermelho com mais de três metros de altura.

Uma única palavra escapou da boca de Ragnar:

— Ferrou…


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