Volume 11
Capítulo 7: Um Segredo a Manter
Como as provas estavam se aproximando, Amane não tinha tantos turnos como de costume. Depois de terminar as aulas do dia, foi direto para casa e mergulhou nos estudos.
Mas hoje foi um pouco diferente. Houve uma aula a menos do que o normal, Mahiru estava ocupada dando aulas particulares para Chitose e só estaria disponível na hora do jantar, e — talvez o mais notável — Itsuki se convidou para ir à sua casa.
Amane imaginou que Itsuki estudaria em casa, mas, aparentemente, a presença do pai dificultava a concentração. Então, decidiu se enfiar na casa de Amane durante o dia.
Amane não se importava, contanto que Itsuki ficasse quieto e realmente estudasse. Além disso, com duas pessoas, eles podiam fazer testes um com o outro, o que era uma maneira eficiente de revisar, então ele não via motivo para dispensá-lo. Mesmo assim, Itsuki não parecia ser o mesmo hoje.
O que o deixou tão deprimido? Amane olhou para o outro lado da mesa baixa. Itsuki deve ter notado o olhar, pois deu um sorriso fraco e amargo.
“Não é nada sério. Só que algo que meu pai disse esta manhã ficou na minha cabeça.”
Itsuki não entrou em detalhes, mas em momentos como este, geralmente era seguro presumir que havia algum tipo de desentendimento.
Ultimamente, Amane notara que Itsuki estava levando os estudos mais a sério do que nunca. Mesmo assim, Daiki — o pai de Itsuki — teria dito algo que o tocou?
“Ainda em guerra fria com o Daiki-san?” perguntou Amane.
“Guerra fria pode ser generosa. Mal nos falamos.”
“Tenho quase certeza de que é uma guerra fria.”
“Honestamente, não conversávamos muito antes mesmo de ele começar a insistir nessa coisa de ‘assumir os negócios da família’.”
Pelo que Itsuki disse, ele tinha um relacionamento bastante frio com a família em geral. Mesmo assim, Amane sentia que não lhe cabia comentar.
Ao contrário de Itsuki, Amane nunca passou por uma fase de rebeldia no ensino fundamental. Sempre teve um relacionamento decente com os pais, o que o tornava um tanto quanto estranho. A maioria das pessoas não se dava tão bem com a família.
Itsuki até brincou uma vez que trocaria os pais com Amane se pudesse. O fato de ter dito isso já indicava o quão profundo era o ressentimento... provavelmente em relação a Daiki.
“Eu nem era o plano reserva,” zombou Itsuki. “Sou só meio que... o que sobrou. Então eles não se importavam com o que eu fazia. Nesse sentido, acho que nós conversamos mais agora do que antes.”
“...Não tenho certeza se isso é uma grande melhora.”
“É, eu também não.”
Com um suspiro cansado, Itsuki ergueu sua folha de estudos ao lado do livro de referência. Ele não parecia completamente desanimado, apenas esgotado. Seus ombros cederam enquanto ele abaixava a cabeça.
Ele manteve o olhar desviado por um tempo, organizando seus pensamentos em silêncio. Então, lentamente, ergueu os olhos novamente — desta vez com uma centelha de determinação renovada nos olhos.
“Mas não há nada que eu possa fazer. Meu pai é teimoso. Se alguma coisa vai mudar, tem que ser eu. É mais rápido mudar a si mesmo do que tentar mudar outra pessoa.”
[Moon: Sábias palavras, mas não mude a si pela pressão dos outros, faça isso pelo seu próprio bem e os das pessoas que se importam/torcem com/por você! :D]
Itsuki disse isso com uma convicção silenciosa, seu olhar firme e claro.
Vendo aquele brilho determinado em seus olhos, Amane sentiu como se estivesse olhando para algo quase deslumbrante. Instintivamente, estreitou os seus.
“Você mudou,” disse Amane.
“Viu? Eu te disse. É mais rápido mudar a si mesmo.”
“...Sim. Você não está errado.”
Amane sabia disso por experiência própria. Ele também havia mudado e, por isso, podia concordar sem hesitar.
Quando ele e Mahiru começaram a namorar, muitas pessoas disseram que eles não combinavam. Mas, à medida que ele se tornava mais confiante, essas vozes foram desaparecendo.
Ele havia se esforçado muito para se tornar alguém que pudesse se orgulhar de estar ao lado de Mahiru. Com o tempo, as pessoas ou se conformavam com esse fato — ou simplesmente paravam de prestar atenção.
As circunstâncias de Itsuki eram diferentes, mas a verdade por trás de tudo era a mesma. Nada melhoraria a menos que ele próprio fizesse a mudança. Esperar que outra pessoa mudasse de rumo levaria uma eternidade. Sempre foi mais rápido tomar o futuro em suas próprias mãos.
Minha mentalidade mudou tanto no último ano, Amane pensou consigo mesmo.
Então Itsuki disse: “Bem, no fim das contas, o que eu preciso fazer não mudou. Eu só preciso continuar fazendo a minha parte — provar que posso levar minhas responsabilidades como aluno a sério. Eu nunca fui um encrenqueiro, então isso por si só já deveria ser suficiente para reconquistar pelo menos um pouco de confiança.”
“O Daiki-san... não é a pessoa mais fácil de lidar. Ele é difícil.”
Da perspectiva de Amane, o pai de Itsuki parecia alguém notavelmente desajeitado em relação a relacionamentos pessoais. Ele sempre tinha um jeito de escolher as palavras erradas, como se não soubesse como expressar o que realmente sentia.
Estranhamente, quando Itsuki não estava por perto, Daiki era um cara perfeitamente acessível. Parecia que suas dificuldades só vinham à tona quando se tratava do próprio filho.
Ainda assim, não havia muito que Amane pudesse fazer para mediar. Envolver-se no drama familiar de outra pessoa só tornaria as coisas mais complicadas. Tudo o que ele podia fazer era estar lá, de olho em tudo e oferecendo a Itsuki um lugar para respirar quando ele precisasse.
“Ele nunca deixou de ser difícil, cara,” murmurou Itsuki. “Na metade do tempo, eu nem consigo entender o que se passa na cabeça dele. Mas, pelo menos, enquanto eu me mantiver firme, ele parou de reclamar. Acho que essa é a maneira dele de me dar algum mérito... Mas não tenho ideia daquilo desta manhã.”
“Aposto que ele simplesmente não sabe como interagir com você, então ele mantém distância.”
“Isso pode ser parte do problema, mas ainda assim...”
“Hm?”
“Quer dizer, sério —por quê...? Por que os pais simplesmente desistem de usar palavras? Eles acham que a gente tem que entendê-los magicamente só de olhar para as costas deles enquanto se afastam? São burros? Como esperam que alguém com quem mal conversam descubra o que estão tentando dizer a partir de gestos vagos e silêncio? Nunca aprenderam que comunicação de verdade significa conversar de verdade com a outra pessoa?”
“É, quer dizer... nem todos os pais são assim...”
“É, eu sei. Mas o meu? Ele é um caso perdido. Ele quer tanto ser compreendido, mas não diz nada. Ele é do tipo ‘descubra sozinho’? Tipo, ‘você deveria saber o que eu quero dizer’? Bem, eu não sei! E é exatamente por isso que estou irritado!”
“Tá, tá, respira fundo. Eu entendo que você tem muita coisa acontecendo, mas talvez seja melhor relaxar um pouco.”
A voz de Itsuki era ríspida e inquieta, deixando sua frustração evidente. Querendo aliviar a tensão, Amane se levantou e silenciosamente foi até a cozinha. Talvez uma pequena distração ajudasse.
Atrás dele, ainda ouvia Itsuki resmungando na sala de estar. Deve ser difícil, pensou Amane, embora imaginasse que oferecer compaixão diretamente não lhe cairia bem.
Abriu a geladeira e tirou uma garrafa de água com gás gelada. Algo refrescante poderia ajudar a acalmar os pensamentos acalorados do amigo. Serviu um copo, colocou-o em uma bandeja e pegou um pacote de batatinhas para completar.
“Ugh, isso é realmente frustrante,” lamentou Itsuki. “Às vezes eu invejo seus pais. Eles realmente ouvem. Eles são gentis. Eles cuidam de você sem tentar te controlar o tempo todo.”
“Quer dizer, obrigado, mas...”
Amane voltou para a sala de estar e colocou a bandeja na mesa baixa entre eles. Itsuki lançou a Amane um olhar ciumento.
“Só para constar,” disse Amane enquanto pegava um pacote de lenços umedecidos da mesa de jantar e os colocava ao lado da bandeja, “meus pais não me deixam fazer o que eu quero. Eles me repreendem quando eu mereço.”
Amane não conseguia se livrar da sensação de que Itsuki havia colocado Shuuto e Shihokayo em um pedestal.
Seus pais o tratavam com respeito — eles o viam como um indivíduo em primeiro lugar, não apenas como filho. Da perspectiva de Amane, eles eram boas pessoas, e ele os tinha em alta conta. Mesmo assim, ele não conseguia deixar de se perguntar se Itsuki os estava enxergando com lentes cor-de-rosa simplesmente porque eles não eram nada parecidos com Daiki.
“Você diz isso, mas aposto que não leva muitas broncas,” Itsuki retrucou.
“Acho que não, se você está falando sobre quantas vezes eu causo problemas. Mas eles ainda me chamam quando preciso... Eles simplesmente me ouvem primeiro.”
Seus pais nunca o repreendiam sem ouvir. Acreditavam que a maioria das ações tinha algum tipo de justificativa por trás, e não seria justo julgar sem entender. A menos que ele tivesse feito algo completamente imprudente, eles sempre lhe davam a chance de se explicar antes de puni-lo. Se eles concordavam ou não depois era outra história.
Enquanto despejava as batatas fritas no prato, Amane se pegou pensando em sua infância. Mesmo assim, ele não conseguia se lembrar de uma ocasião em que seus pais o tivessem punido com muita severidade. Nesse sentido, talvez tivessem sido um pouco brandos com ele.
“Você não pode dedicar, tipo, dez por cento dessa paciência e sensatez ao meu pai? Talvez colocar um pouco de sabedoria no chá dele ou algo assim?”
“Não posso.”
“Tch.”
Itsuki estalou a língua em falsa decepção, mas claramente não esperava uma solução de verdade. Pegou uma batata frita e a jogou na boca.
Amane ficou silenciosamente aliviado ao vê-lo relaxar, mesmo que um pouco. A tensão na sala diminuiu e ele se mexeu na cadeira, recostando-se.
“Tudo bem, chega de reclamar. Volte a estudar. Você quer provar que o Daiki-san está errado, não é?”
“É, é, eu cuido disso... Ah, droga — não me lembro de nada dessas coisas.”
“Pense bem. Já conversamos sobre isso há quatro meses.”
“É uma loucura como você esquece as coisas tão rápido se não as revisa várias vezes...”
Itsuki se curvou para a frente, encarando suas anotações de história mundial com consternação. A julgar pelo rosto, ele havia esquecido toda a cronologia dos eventos. Sem dizer uma palavra, Amane enfiou a mão na bolsa e tirou um grosso livro de referência. Colocou-o bem na frente de Itsuki.
“Perfure de novo,” instruiu.
Itsuki resmungou lamentavelmente, lançando-lhe um olhar ressentido, mas ligeiramente divertido. “Você também é um professor super rigoroso...”
[Del: “No meio do caminho tinha uma pedra; tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra; no meio do caminho tinha uma pedra.” Já pararam para pensar que este poema está no passado? Tinha. | Moon: Eu entendi a referência; entendi a referência; a referência; referência. | Kura: Estou boiando até agora, mas acho que entendi.]
✧ ₊ ✦ ₊ ✧
Por um tempo, eles trabalharam em silêncio, resolvendo problemas de livros de referência e fazendo perguntas um ao outro. Mas o foco não durava muito. Depois de pouco mais de uma hora estudando, Amane finalmente largou sua lapiseira, deixando-a rolar pela mesa, enquanto anunciava um intervalo.
Parecia que a concentração de Itsuki também estava começando a diminuir. No momento em que Amane sugeriu uma pausa, ele concordou prontamente, esticando os braços acima da cabeça com uma espreguiçada.
Seu corpo estava rígido por ficar sentado por muito tempo. Enquanto girava os ombros para relaxar, soltou um suspiro, o leve cansaço em seu rosto demonstrando o quão concentrado ele estava.
“Você estava realmente concentrado,” comentou Amane.
“Bem, sim. Meu futuro está em jogo.”
Encurvando os ombros ligeiramente, Itsuki mastigou mais uma batatinha.
Ele havia priorizado os estudos em vez dos lanches até então.
Quando Itsuki mencionou seu futuro, Amane sabia que ele estava falando sobre seu futuro com Chitose.
Quão longe ele está realmente pensando? Amane não pôde deixar de se perguntar. “Você está considerando... uhh, se casar com a Chitose no futuro, certo?”
[Kura: Claro, por que não?]
“Se não estivesse, não me daria ao trabalho de me rebelar contra meu pai.”
Itsuki já havia dito algo parecido antes, então Amane não ficou surpreso com a resposta. Ainda assim, ouvi-lo dizer isso tão abertamente o deixou um pouco agitado. Ao mesmo tempo, sentiu-se aliviado. Amane não era o único que via a namorada como alguém com quem construir um futuro.
Se um estudante do ensino médio falasse sobre o relacionamento deles tão a sério, a maioria das pessoas riria disso. Miyamoto poderia entender, mas, em geral, os romances do ensino médio eram vistos como experiências passageiras, que não eram construídas para durar.
“...Itsuki, o que te fez se apaixonar pela Chitose?”
A pergunta escapou antes que Amane percebesse, e em resposta, Itsuki deu um sorriso irônico.
“Ah? O que é isso? O caro Amane-kun está a fim de histórias de amor agora?”
“N-não é isso,” Amane negou apressadamente. “Eu simplesmente não estava por perto quando vocês dois ficaram juntos. Sei como você é agora, mas não sei como as coisas eram naquela época. E eu normalmente não pergunto sobre esse tipo de coisa, então fiquei curioso.”
Como Amane havia se mudado para a região apenas no ensino médio, ele não tinha visto como as coisas eram entre Itsuki e Chitose antes de começarem a namorar. Ele tinha ouvido um breve resumo da história deles, mas nada em detalhes. Nem Itsuki, nem Chitose jamais se abriram com ele sobre isso.
Amane nunca o pressionou por mais. Ele sabia que insistir demais por curiosidade poderia trazer à tona assuntos que eles prefeririam não discutir. Mas, vendo o quanto Itsuki trabalhava arduamente por um futuro com Chitose, Amane pôde sentir o quanto a amava.
E isso o fez se perguntar: O que há na Chitose que faz o Itsuki querer passar o resto da vida com ela?
“Não estou tentando pressioná-lo nem nada,” acrescentou Amane, acenando com a mão em sinal de desdém.
Mas Itsuki não pareceu nem um pouco incomodado. Na verdade, o cansaço de antes desapareceu, substituído por uma expressão calorosa, como se estivesse se aquecendo em um vislumbre tranquilo de sol da tarde.
“Honestamente? Eu amo tudo nela. O rosto, o corpo, a personalidade. Quando você se apaixona por alguém, você se apaixona por tudo. Eu amo como ela é amigável com todos, como ela é cheia de energia, como ela faz tudo ser divertido... mesmo quando se empolga um pouco e faz bagunça.”
“E como ela se transforma em um perigo culinário no segundo em que você desvia o olhar?” provocou Amane.
Itsuki deu uma risada tímida. “É meio fofo, à sua maneira.”
[Moon: Kaakakka, tadinho do Amane… Traumas! - ele pensou.]
“Só espero que ela pare de adicionar novas baixas à lista,” murmurou Amane.
“Relaxa. Meu estômago vai aguentar o dano de tudo.”
“Mesmo? Então por que eu sempre levo o golpe quando a sua suposta defesa falha?”
“Ops. Esqueci de te equipar com um escudo.”
“Cara, leve o golpe você mesmo!”
Irritado, Amane lhe deu um leve chute por baixo da mesa, resmungando: “Que droga, cara...”
Itsuki apenas sorriu, totalmente imperturbável.
“De qualquer forma, contanto que a Chi esteja se divertindo, é isso que importa. Eu amo como ela é aberta com seus sentimentos e como ela é experta e honesta. Sério, eu simplesmente... amo tudo sobre ela. Além disso, somos meio que parceiros no crime. Espíritos afins, sabe?”
“Quê?”
“Quer dizer, talvez tenhamos nos atraído um pelo outro porque somos bem parecidos.”
Por um momento, Amane congelou, tentando processar completamente o que Itsuki acabara de dizer. Mas Itsuki não parecia pretender explicar mais nada. Ele apenas sorriu, calmo e satisfeito.
“Eu absorvi tudo — pena, culpa, até aquela sensação distorcida de satisfação — e, no fim, eu ainda a amo. Talvez não tenha começado de forma pura, e completa, mas agora... eu a amo por inteiro. Sem exceções.”
Itsuki nunca havia entrado em detalhes sobre o que havia acontecido entre eles. Mas, seja lá o que fosse, eles claramente passaram por isso juntos — e escolheram ficar juntos.
[Del: É muito interessante quando os rapazes simplesmente largam todas as brincadeiras, zoeiras, piadinhas, e finalmente falam aquilo que realmente pensam no seu cerne. | Kura: Sim, mas só fazemos isso com os próximos de verdade.]
Se nada mais, Amane tinha certeza de uma coisa: Itsuki e Chitose se amavam de verdade.
“Bem, não vou insistir mais. Se você a ama, é só isso que importa. Contanto que vocês dois estejam na mesma página, não cabe a mim dizer nada.”
“Exatamente. Nós temos o nosso próprio tipo de amor... assim como você e a Shiina-san têm o seu.”
“...Sim. Você tem razão.”
O amor não era algo uniforme e universal. Cada relacionamento tinha sua própria forma, moldado por emoções, circunstâncias e momentos compartilhados. O que Amane e Mahiru valorizavam e o que Itsuki e Chitose valorizavam não eram a mesma coisa. Não precisava ser.
No fim das contas, o que importava era a compreensão. Aceitação. Contanto que as pessoas no relacionamento se vissem e se aceitassem como eram, todo o resto era irrelevante, fossem as opiniões de terceiros ou as diferenças na forma como expressavam seu amor.
“Certo, sua vez agora. Já que eu me abri, é justo que você também se abra, certo?” Itsuki deu um sorriso irônico.
“O quê?! Não é assim que funciona!”
“Vamos lá, cara, expressar seus sentimentos é importante! Me conte tudo sobre seu amor pela Shiina-san. Com todos os detalhes.”
[Kura: Sempre tem volta kkkk.]
Disse Itsuki, enxugando as mãos com um lenço umedecido. Então, ele casualmente pegou o celular e se virou para Amane, seu sorriso caloroso se transformando em um sorriso travesso.
Amane já conseguia ver onde isso ia dar. No entanto, ser mandado do nada começar a declarar seu amor por Mahiru era repentino demais.
Não havia como ele confessar seus sentimentos tão abertamente daquele jeito.
“Falar do meu amor?” comentou Amane. “Sério?”
“Olha, é óbvio pelo seu jeito de agir que você realmente a ama. Mas você não diz isso em voz alta com tanta frequência, não é? Pelo menos não para mim.”
“E por que eu deveria? Eu já te disse o que amo na Mahiru antes.”
“Estamos falando sobre isso, cara. Pode me dizer de novo.”
“Que tipo de lógica é essa, seu idiota?”
“Vamos lá, qual é o problema? Sentimentos devem ser expressos em palavras. Palavras importam.”
Amane suspirou. “Eu digo isso à Mahiru. Não espero que ela perceba só pelo meu comportamento. Não quero que ela se sinta insegura sobre como me sinto.”
Amane concordava que expressar emoções com palavras era importante. Mas, mesmo assim, se ele colocasse seus sentimentos em palavras, elas seriam destinadas apenas aos ouvidos de Mahiru.
“Ahh, olha só você. Tão sério e racional. Você entende com o que as garotas se preocupam, não é?”
“Bem, palavras importam, né?”
“Hah, com certeza importam.”
“Não acho que a Mahiru duvide do que eu sinto. Ela confia em mim. Mas eu nunca quero dar isso por garantido ou começar a me descuidar. É, eu digo essas coisas por ela, mas também tem a ver com o tipo de pessoa que eu quero ser... Talvez ela confie em mim porque sabe que esse é o tipo de pessoa que eu sou.”
Amane não era exatamente do tipo que fala mansamente. Mas isso não significava que ele evitava se expressar. Ele acreditava que afeto e apreço deveriam ser expressos em palavras. Isso tornava as coisas mais fáceis e claras para ambos. E, o mais importante, deixava Mahiru feliz. Era por isso que Amane tentava expressar seus sentimentos por meio de palavras sempre que possível.
Mesmo sem palavras, Mahiru era perspicaz o suficiente para entender seus sentimentos. Mas esperar que ela descobrisse as coisas sozinha, em vez de contar diretamente, parecia egoísta e imaturo. Embora tivessem percebido os sentimentos um do outro e esperado o momento certo, Mahiru finalmente deu o primeiro passo para confessar. Esse fato deixou Amane profundamente ciente de suas próprias deficiências.
Desde que começaram a namorar, Amane se expressava claramente para tranquilizar Mahiru. Ele não queria que ela se sentisse insegura ou ansiosa. Então, ele sempre lhe dizia como se sentia.
Se algo tão simples como expressar suas emoções pudesse trazer paz de espírito a ela, então é claro que ele faria. Não havia motivo para se conter.
Meu relacionamento com Mahiru não é tão frágil a ponto do Itsuki precisar se preocupar com isso, pensou Amane, lançando um olhar de soslaio.
Mas, para sua surpresa, Itsuki pareceu genuinamente impressionado, com a mão apoiada no queixo enquanto assentia lentamente.
“A Shiina-san tem um olhar aguçado, não é? Ela se apaixonou por você, um cara que é direto e ridiculamente teimoso ao mesmo tempo. Fácil de ler, mas impossível de entender.”
“Espera aí. É assim mesmo como você me vê?”
“Nyah ha ha~ Quando nos conhecemos, você tinha aquela vibe de ser indiferente, descolado demais para essa situação.”
“Para com isso. Não precisa trazer à tona o meu passado constrangedor.”
“Pfft, você ficou mesmo envergonhado. Isso é hilário.”
“Seu peste—”
Lembrar de como ele costumava ser fazia Amane querer afundar no chão. Havia muitas coisas das quais ele se arrependia. Mas talvez fosse por isso que ele realmente conseguia apreciar o que significava para alguém como Itsuki estender a mão naquela época.
Isso não significava que ele ficaria sentado ali, apenas sendo provocado. Estreitando os olhos, ele lançou um olhar penetrante para o outro lado da mesa.
Naturalmente, Itsuki apenas sorriu e ignorou, imperturbável. “Ei, se estamos falando de passados embaraçosos, o meu é bem pior. Tem muita coisa que eu queria poder esquecer. Pelo menos você mudou depois que conheceu a Shiina-san.”
“É irritante como sua previsão naquela época se tornou realidade.”
“Ah, você quer dizer quando eu disse: ‘Cedo ou tarde, você vai mudar’? É, você já estava começando a mudar. Só não parecia grande coisa na época.”
O sorriso de Itsuki só aumentou, o que fez Amane franzir ainda mais a testa. Sem hesitar, deu-lhe outro chute rápido por baixo da mesa. Como sempre, não teve efeito algum.
“...Você é tão irritante,” murmurou Amane, mas Itsuki continuou com aquele sorriso maroto como um distintivo de honra.
Sentindo-se estranhamente perturbado, Amane passou a mão pelos cabelos e soltou um suspiro lento para se acalmar.
“...Mesmo assim. Eu consegui mudar por causa da Mahiru, e de vocês também. Então... obrigado.”
Dizer isso em voz alta foi ainda mais constrangedor do que confessar seus sentimentos para Mahiru. Mas ele sentiu que precisava dizer. Itsuki tinha acabado de dizer que sentimentos devem ser expressados, e Amane concordava com ele.
Então, conteve o sarcasmo e as piadas de sempre. Não era o momento para isso.
“Oh? Então você consegue ser honesto às vezes. Olha só para você.”
“Não zombe de mim. Eu sei como você funciona.”
“Tee-hee~!” Itsuki mostrou a língua num gesto fofo que parecia completamente errado para um colegial. Amane nem se dignou a responder. Apenas o encarou, inexpressivo e indiferente.
Percebendo que havia acabado com o clima, Itsuki acenou com a mão no ar, como se pudesse espantar o frio constrangedor que se apoderava do ambiente e que nem o ar-condicionado conseguia dissipar.
“Você é um chato às vezes.” disse ele, completamente desavergonhado. “Mas, ei. No mínimo, isso prova o quanto você ama a Shiina-san. As pessoas não mudam tão facilmente sem um motivo. É preciso uma quantidade absurda de energia para começar, e às vezes dói pra caramba. O poder do amor é incrível.”
Itsuki não estava dizendo isso só por dizer. Ele sabia exatamente o quão difícil uma mudança pode ser. Ele também estava se esforçando. Foi por isso que não provocou Amane desta vez. Suas palavras podem ter sido envoltas em humor, mas sua expressão genuína fez sua sinceridade transparecer alta e clara.
Amane grunhiu de vergonha. Ele aceitou o elogio, mas apertou os lábios para manter a seriedade. É claro que Itsuki percebeu.
Irritado, Amane lançou-lhe um olhar mais penetrante e afiado. Itsuki, completamente imperturbável, apenas riu.
“Vou perguntar de novo: o que você ama na Shiina-san?”
Desta vez, a pergunta de Itsuki foi sincera e não poderia ser confundida com provocação. Ele realmente queria saber a resposta.
Amane respirou fundo e respondeu lentamente. “...Tudo.”
“Eu já sei disso. Mas não acredito que você disse isso sem hesitar.”
“Claro. Se eu não me sentisse assim, não gostaria de estar ao lado dela para sempre.”
Ele lançou um olhar para Itsuki, lembrando-se de ter dito algo semelhante antes. Agora, porém, Itsuki apenas riu novamente, divertido com a honestidade na resposta de Amane.
Mas para Amane, não havia uma única parte de Mahiru que ele não prezasse. Ele não conseguia resumir tudo a uma coisa. Ela era preciosa para ele em todos os sentidos.
Claro, ela podia ser difícil às vezes. Mas isso fazia parte de quem ela era, e ele a amava mesmo assim.
“Eu admiro como ela está sempre se esforçando para atingir seus objetivos. Não é o ideal como ela se esforça demais e não percebe quando está prestes a se esgotar, mas é aí que eu entro em cena para apoiá-la. E... eu amo como ela é meio solitária, mesmo tentando esconder isso. Também amo como ela nem sempre sabe como pedir carinho. Isso a deixa ainda mais fofa quando pede.”
[Kura: Oho ele realmente disse. A pressão do Itsuki foi forte kkk.]
“Droga, você não está se segurando nem um pouco. Que fofo.”
“Você literalmente pediu. Eu paro se você reclamar.”
“Tá, tá, foi mal... Mas ei, e a aparência dela? Ou os talentos dela? Acho que nunca ouvi você falar sobre isso.”
“Claro, ela é linda, e eu acho incrível o quanto ela conquistou com puro esforço. Mas essa não é a única razão pela qual me apaixonei por ela — é apenas uma entre muitas. E tem menos a ver com o que ela conquistou e mais com o quão disciplinada ela é. Ela se esforça constantemente para crescer. Eu respeito muito esse lado dela.”
Mahiru era frequentemente elogiada por sua aparência e habilidades. Embora Amane certamente apreciasse essas características, não era isso que o atraía.
O que o cativava era o coração dela e como ela vivia a vida.
“...Pensando bem, o que eu mais amo na Mahiru é a alma dela.”
“A alma dela?”
“É. Quer dizer, claro, eu amo como ela é fofa, como ela trabalha duro e como ela nunca se contém ao demonstrar o que sente por mim. Mas, além de tudo isso... eu amo como ela encontra alegria nas pequenas coisas. Eu amo como só estar perto dela é confortável, mesmo quando não estamos fazendo nada em particular. Eu amo como nos sentimos bem quando vivenciamos coisas juntos, como podemos rir quando as coisas dão errado. Como reconhecemos e apreciamos os esforços um do outro. Como podemos dar as mãos e seguir em frente, olhando para o mesmo futuro. E, acima de tudo, eu amo que ela tenha o tipo de coração que acolhe nossas diferenças em vez de temê-las.”
[Moon: Imagina alguém falar assim de você, sem nem você estar por perto… Que lindo cara, apenas… Amane meu goat! | Kura: Estou lembrando que o Itsuki estava com o celular antes, não é?]
Amane nunca foi alguém movido por desejos fortes. Talvez fosse por isso que simplesmente estar perto de Mahiru, compartilhar momentos tranquilos e encontrar alegria no cotidiano parecia a maior felicidade que ele poderia imaginar. Ter alguém ao seu lado com quem ele pudesse realmente valorizar a vida cotidiana... quão maravilhoso era isso?
Mesmo sem muita experiência em construir conexões profundas, Amane sabia que o que eles tinham era algo especial.
Com Mahiru, ele conseguia imaginar viver uma vida calma e pacífica, repleta de pequenas alegrias cotidianas. Ele tinha certeza disso.
Se quebrassem um ovo e encontrassem duas gemas, ela se iluminaria com um sorriso e eles celebrariam aquela pequena sorte inesperada.
Foi nada menos que uma bênção que Amane tenha encontrado uma garota como Mahiru.
Como ele poderia não amá-la?
[Del: :) | Moon: :) | Kura: :) ]
“Podemos passar um tempo juntos, sermos nós mesmos, nos vermos como realmente somos e viver uma vida tranquila e sem estresse... E acho que parte disso se deve ao fato de, no fundo, sermos parecidos. Amá-la parece natural.”
Amane amava Mahiru mais do que qualquer coisa no mundo. O simples fato de querer passar o resto da vida com ela era a maior prova disso.
“Então, basicamente, eu quero que ela seja a garota ao meu lado. Eu quero que ela seja a garota mais feliz do mundo, e eu quero ser o cara que fará isso acontecer. É assim que eu a amo. Embora eu saiba que essa não é exatamente uma resposta clássica, não é?”
Em vez de listar características ou momentos, Amane apenas falou com o coração. Ele a amava porque ela era ela. Era só isso. Talvez não fosse o tipo de resposta que Itsuki queria, mas era verdadeira.
Foi só depois de dizer tudo em voz alta que Amane percebeu o quão atentamente Itsuki estivera ouvindo. Seu rosto estava estranhamente sério, como se tivesse absorvido cada palavra.
Uma onda de calor subitamente percorreu as bochechas de Amane. Era emoção demais para despejar em um amigo. Ele se preparou, esperando ser provocado ou ser recebido com descrença. Mas nada disso aconteceu. Para sua surpresa, Itsuki assentiu levemente, como se tudo o que Amane dissesse fizesse todo o sentido.
“Isso é amor de verdade, cara. Me dá vontade de deixar a Shiina-san ouvir tudo que disse.”
“De jeito nenhum. De jeito nenhum eu vou dizer essas coisas constrangedoras pela segunda vez. É melhor você esquecer o que eu disse também.”
“Não vou!”
Amane estremeceu. Qual é a maneira mais rápida de induzir perda de memória? Ele lançou um olhar penetrante para Itsuki, ordenando silenciosamente que ele esquecesse toda a conversa.
[Del: Porrada. | Moon: Tenho 2 métodos… Rapunzel ou Carioca… | Kura: Como funciona Moon? Acho que o Rapunzel é a panelada não é kkkk.]
Mas Itsuki apenas sorriu: “Ei, calma com esse olhar mortal.” Ele estava se divertindo demais para o gosto de Amane.
“A propósito,” acrescentou, inclinando a cabeça, “isso significa que você não se importaria se a Shiina-san ouvisse tudo isso?”
“...Quer dizer, não seria grande coisa nem nada. Mas esse não é o ponto. Não vou te dar um discurso emocional como esse de novo. Além disso, eu digo à Mahiru que a amo de verdade. O tempo todo.”
“Ahhh, mesmo?”
“Tire esse sorriso maroto da cara.” Amane o encarou com um olhar que o advertia: ‘Se abusar mais da sorte, vou ficar bravo pra caramba.’
“Tá bom, tá bom. Foi mal.” Itsuki entendeu a indireta, mais ou menos. Ele se desculpou sem muita convicção enquanto folheava o celular distraidamente.
Entra por um ouvido e sai pelo outro, né? Amane pareceu ainda mais desanimado. Ele silenciosamente desejou que Itsuki parasse de enrolar. Mas, previsivelmente, foi como se uma erva daninha tivesse rolado direto em seu cérebro.
“E então,” disse Itsuki, sem hesitar, “você tem se esforçado o máximo que pode esse tempo todo para provar seu amor.”
“…Algo errado com isso?”
“Não. Na verdade, eu respeito. Você é dedicado, firme e mantém o foco sem se distrair. Você tem uma força interior que eu nunca tive.”
“Do que você está falando? Você tem essa força. Você é um cara que enxerga as coisas até o fim,” afirmou Amane.
Itsuki sempre foi rápido em apontar as inseguranças de Amane, mas, sinceramente, ele não era tão bom em reconhecer as suas.
Claro, Itsuki podia seguir o fluxo e se atrapalhar às vezes. Mas ele não era descuidado e definitivamente não estava sem rumo. Quando ele se decidia por algo, ele o levava até o fim. Ele tinha a determinação e a capacidade de apoiá-lo. Uma vez que se comprometia, ele persistia, e sua determinação e persistência eram extraordinárias.
Na verdade, era Itsuki quem não percebia seu próprio valor.
Por que ele não consegue se ver claramente quando realmente conta...?
Amane suspirou. Ele não conseguia acreditar. Ele lançou ao amigo um olhar longo e vazio, surpreso com o pouco crédito que dava a si mesmo.
Isso pegou Itsuki de surpresa. Ele ficou atordoado.
Por que foi isso que o surpreendeu? Pensou Amane. Será que ele realmente não tinha ideia de quão capaz é?
“Por que você parece tão surpreso? Você é persistente e direto quando realmente importa, não é?” pressionou Amane.
“...Eu adoraria se pudesse corresponder a essa descrição.”
“E você vai. Certo?”
“Claro. Apenas observe.”
“É isso que eu gosto de ouvir.”
A hesitação na voz de Itsuki havia desaparecido, e a incerteza que cintilava em seus olhos se foi. Quando ele olhou para Amane agora, havia força de vontade por trás de seu olhar.
“Olha, suas mãos e seu cérebro pararam de funcionar. Pare de falar e volte a estudar.”
O intervalo deles havia durado muito mais do que o planejado. Uma rápida olhada no relógio confirmou que ele havia se estendido muito além do que Amane havia se permitido originalmente.
Reafirmar seus sentimentos por Mahiru tinha sido legal, mas Amane certamente não esperava desabafar sobre isso com Itsuki. O constrangimento ainda o incomodava. Mesmo assim, ele não dissera nada além da verdade. E não se arrependia de ter dito nada.
Dito isso, ele estava encarregado do jantar hoje à noite, e eles não podiam se dar ao luxo de continuar relaxando. Se não se esforçassem, toda a sessão de estudos desapareceria antes que conseguissem fazer qualquer coisa.
“Qual é, vamos nos concentrar vai.” Amane pegou a lapiseira que havia rolado para o seu lado da mesa e a jogou na direção de Itsuki.
Itsuki riu. “Nossa, que rigoroso.”
“Rigorosidade é exatamente o que você precisa agora.”
“Sem piedade, hein...”
Apesar da reclamação exagerada, os ombros de Itsuki tremeram de tanto rir. Aliviado, Amane pegou sua própria lapiseira, pronto para se concentrar novamente.
-DelValle: Que capítulo bom minha gente, o Amane fez uma redação sobre o quanto ama a Mahiru. Como posso dizer, me lembrou de alguns amigos, às vezes sentávamos, deixávamos as brincadeiras de lado, e abríamos o coração com franqueza, respeitando mutuamente o clima. Sabe, às vezes eu acho, ou tenho certeza, que Otonari não está só ali pelo açúcar sabe, ele trás valores consigo, bons valores. É por isso que é uma obra que valorizo tanto.
-Moonlakgil: Sinceramente DelValle, eu concordo muito com você nessa questão de valores e lições de vida… Principalmente, lições sobre o amor, que ele se mostra mais presente nos momentos simples e pacatos e ali que você percebe que há amor sabe… Essa obra mudou muito a minha vida e minhas percepções sobre muita coisa… Saeki-san, não, Saeki-sensei realmente é uma gênia! Enfim, estamos quase no fim do volume e eu não consigo acreditar que eu acompanho desde quando o Del ainda estava no volume 4 traduzindo… Quanta coisa não? MAS, esses tipos de comentários ficam pro último capítulo! Falouwss!!!
-Kurayami: Bom, como apreciador de Otonari eu concordo com o Del. Otonari sempre foi além do açúcar, ele sempre esteve ligado a construção de relacionamentos de verdade – sem procurar o corpo da pessoa, mas sim a alma, e quem ela é. A parte em que todos os personagens tem certos problemas, e resolvem com base em confiança também é esplêndida. Mas bem, vamos atrás da visita da Mahiru ao trabalho do Amane!!
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