S.S. Vol 9
Short Story 4: Hesitação, e uma Fonte de Grande Preocupação
Amane se considerava dono de uma memória bastante boa. Embora não possuísse habilidades tão grandiosas quanto a memória fotográfica, era capaz de memorizar coisas em um período de tempo menor do que a maioria e retinha essas informações por mais tempo. Até então, sua memória o havia ajudado muito nos estudos e na vida cotidiana, mas desta vez, ele se viu amaldiçoando sua ótima memória.
Eu... acabei dando uma olhada...
Embora não tenha sido nada mais do que um breve olhar, ele havia memorizado perfeitamente a sequência de texto que lhe apareceu na visão. Enquanto ponderava o que fazer a respeito, acabou ruminando demais sobre ela e a fixou firmemente em sua memória — aquilo.
Como se tratava de informações pessoais, a atitude correta seria esquecê-las o mais rápido possível. Até mesmo considerar usá-las estava fora de questão. Isso seria um comportamento altamente inapropriado para qualquer indivíduo, e Amane podia imaginar o quão chocada e desconfiada a outra parte ficaria ao receber contato de um estranho tão repentinamente.
Portanto, ele não deveria agir de acordo com isso — todo o bom senso e a razão que havia acumulado até então na vida lhe diziam para apagar isso da mente o mais rápido possível. No entanto...
...É exatamente isso que Mahiru quer e precisa agora, não é?
Determinado a fazer deste o melhor aniversário de Mahiru até então, Amane estava preparado para fazer de tudo e não deixar pedra sobre pedra. Pelo bem do sorriso de Mahiru, ele estava confiante de que conseguiria enfrentar qualquer dificuldade, por mais desafiadora que fosse. Com toda a probabilidade, esta seria sua maior chance de fazer Mahiru verdadeiramente feliz. Isto é, se Amane conseguisse superar as coisas que impediam sua moral.
Mesmo que eu entre em contato com essa pessoa, não há garantia de que ela responderia.
Qualquer um ficaria desconfiado caso um estranho entrasse em contato com ela do nada. Ser ignorado era o resultado mais provável.
No entanto, se por acaso estivesse disposta a ouvir o que eu tenho a dizer, então...
Aquele pequeno lampejo de esperança foi a causa da hesitação de Amane.
Suspirando fundo, Amane deitou-se de bruços na cama, e um vislumbre do gato de pelúcia que recebera de Mahiru entrou em seu campo de visão. Diante dele, os olhos do bichinho pareciam perguntar: “O que você está fazendo?” com uma atitude inconfundivelmente fria e direta, fazendo Amane suspirar mais uma vez.
“...Dar esse primeiro passo é o que me preocupa.”
Enquanto ele estava em conflito por enfrentar um dilema moral, entre outras coisas, acima de tudo, Amane tinha medo. Medo de alcançar a pessoa que moldara o próprio ser de Mahiru hoje, alcançando até as partes mais profundas de seu coração. Amane tinha medo de ser rejeitado.
E se... se até Mahiru também fosse rejeitada? Que fosse dito a ela que não tinha mais nenhuma conexão, que aquela mão ajuda fosse arrancada dela?
A ideia de que Amane, um estranho, pudesse acabar sendo o gatilho para uma rejeição daquela natureza, fez até mesmo a determinação que ele havia reunido vacilar e congelar. Pelo que Amane ouvira, essa indivídua não parecia o tipo de pessoa que faria tal coisa, e ele podia dizer com certeza que se importava profundamente com Mahiru. No entanto, para ele se meter nisso, era de fato um caminho delicado demais para trilhar.
“...Sério... o que eu devo fazer?” Amane murmurou baixinho para ninguém além de si mesmo.
Virando-se, pegou o bilhete que havia escrito e o ergueu contra a luz acima dele, fechando os olhos.
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