O Anjo da Porta ao Lado Me Mima Demais Japonesa

S.S. Vol 8

Short Story 9: A Sensação de Querer Implicar Com Quem Você Ama

“Ouvi dizer que garotos gostam de implicar com garotas por quem têm uma queda, mas isso é verdade?”

[Del: Sim, é verdade, sou a favor de, entre as 5 linguagens do amor (palavras, tempo de qualidade, presentes, toque físico e serviço), ainda ter a 6ª que é o desejo de irritar o outro que ama kkkkkkk. Pelo menos, gosto muito de implicar com meus irmãos, já romanticamente, francamente não sei. / Mon: Nós mulheres também, mas às vezes nosso jeito de implicar é mais “maduro”.]

   Mahiru estava relaxando no sofá da sala quando, de repente, fez uma pergunta peculiar, com uma expressão curiosa no rosto. Eles estavam assistindo televisão juntos, e um drama romântico retratando uma briga entre dois amigos de infância, um homem e uma mulher, estava passando. Conforme a conversa fluía, os personagens tocaram na ideia de que garotos têm uma tendência a provocar garotas de quem gostam, e pareceu que essa informação deixou Mahiru intrigada.

“Hm…? Depende da pessoa, eu diria. Cada um é diferente.”

“Achei que fosse esse o caso,” ela respondeu. “…E você, Amane-kun?”

“Eu? Bem, para ser honesto, não entendo completamente a vontade de implicar com eles.”

   Amane só tinha um ponto de referência, já que a única garota por quem ele se apaixonou era Mahiru, mas nenhuma vez ele quis ser mau com ela, ou tratá-la de uma forma que ela não gostasse. Pode-se dizer que lhe faltava assertividade para abordar alguém ativamente dessa forma, mas Amane acreditava que, mesmo que fosse do tipo assertivo, ele ainda a trataria gentilmente, como sempre fazia.

“Se eu for dar um palpite, eles estão provavelmente envergonhados de mostrar interesse pela garota, então eles escolhem tirar sarro dela ou bancar o idiota para avaliar como ela reage, ou talvez apenas para chamar sua atenção. Não é como se eu não entendesse a mentalidade deles ou algo assim, mas não consigo imaginar que seria uma boa jogada para fazer na realidade.”

   Como um homem, Amane acreditava que eles provavelmente lutavam quando se tratava de comunicação eficaz, mas ele ainda não conseguia entender. Racionalmente falando, quanto mais se pensava sobre isso, mais claro ficava que eles não tinham pensado bem nas coisas.

“Não importa como você corte, eles vão acabar no lado ruim da garota,” Amane continuou. “Qualquer garota que gostaria do garoto por ser mau com ela deve estar em minoria, eu acho. Não creio que alguém goste de ser ridicularizado ou mesmo intimidado.”

“Bem, isso é verdade. Se você gosta de alguém, é melhor expressar isso com suas palavras e ações. Eles não devem usar a maldade como uma máscara ou desculpa para mostrar sua afeição.”

“…Eu concordo,” ele respondeu após uma pausa. Ouvir o comentário dela sobre expressar o amor com palavras e ações deixou Amane com uma leve pontada no coração, mas era o que ele merecia; não havia nada que ele pudesse dizer em resposta.

“O que foi isso agora?” Mahiru perguntou, parecendo desconfiada.

“Nah, não foi nada.”

   Por enquanto, Amane não conseguia se ver confessando seus sentimentos por ela, então ele tentou enganá-la. Mahiru lançou-lhe um olhar confuso, mas ele não conseguiu dizer nada em troca. Ela se virou por um tempo, tendo aparentemente desistido de uma resposta. Em pouco tempo, no entanto, Mahiru suspirou e começou a falar.

“O que você pensaria se os papéis fossem invertidos, Amane-kun? Se eu começasse a provocá-lo ou tratá-lo com dureza, como você se sentiria?”

“Sinceramente, acho que não me importaria se fosse você, Mahiru.”

“Por que você diz isso?”

“Eu sei que você nunca faria nada que fosse contra sua moral, e até eu seria capaz de reconhecer e aceitar isso, já que confiamos um no outro. Eu só veria a maneira como você me trataria como nada mais do que uma brincadeira normal.”

   Hipoteticamente, se — não, Mahiru sim o provocava de vez em quando, mas ela nunca tocava em nenhum tópico que deixasse Amane desconfortável. Ela tinha bom senso e decência, então ela nunca cruzou a linha de ofendê-lo.

“Você é terrivelmente sensato sobre isso,” observou Mahiru.

“Claro. No final das contas, tudo se resume a quanto vocês confiam um no outro e se vocês conseguem respeitar os limites. Se o relacionamento carece de confiança, até mesmo tirar sarro da outra pessoa algumas vezes pode se tornar um incômodo. E se houver confiança no relacionamento, cruze a linha uma vez e você vacilou.”

“Eu não poderia concordar mais,” ela assentiu calmamente.

   Com sua curiosidade agora aguçada, Amane perguntou, “… E, uh, eu estou realmente apenas perguntando, mas… o que você faria se eu começasse a ser mal com você, Mahiru?”

   Aparentemente surpresa, Mahiru piscou antes de responder. “Vamos ver…”, ela disse, virando gentilmente a cabeça na direção oposta.

   Amane sentiu uma pequena mão agarrar a ponta de sua manga e se viu cativado pela sensação repentina. Naquele exato momento, Mahiru olhou para o chão com uma expressão triste. Seus olhos cor de caramelo, tão claros e cheios de clareza, pareciam brilhar com uma mistura de emoções.

“…Por favor, não seja mal comigo.”

   O corpo de Amane ficou tenso instintivamente, agora diante da voz hesitante dela, mas ainda suave, e seus olhos que transbordavam de emoção quando ela olhou para ele levemente. No entanto, Mahiru retornou ao seu comportamento habitual em pouco tempo, dizendo despreocupadamente: “Viu? Se eu fizer isso, posso fazer você congelar com um imenso sentimento de culpa e transgressão, e você pode até começar a se comportar de forma suspeita também. Por essas razões, eu deixaria passar.”

[Mon: Absolute Cinema…]

   Congelado, Amane ficou atordoado com a mudança repentina em seus maneirismos, mas ao perceber que ela havia dito isso para zombar dele, suas bochechas naturalmente começaram a esquentar.

     Ela está certa. Se ela olhasse para mim daquele jeito, tudo o que eu seria capaz de fazer é me desculpar profusamente sem conseguir mover um músculo... E o que tem isso!?

   Dito isso, não pretendo nunca deixá-la triste assim, Amane prometeu em sua mente enquanto estendia a mão em direção à bochecha de Mahiru, insatisfeito por ser provocado. Ela fez uma expressão adorável enquanto ele brincava gentilmente com suas bochechas macias, mas Mahiru, ainda com as bochechas deformadas, o repreendeu de brincadeira com uma cara boba.

“Você é tão mau!”

   Então ela disse, mas o tom de felicidade que apareceu em seu rosto quando ele se iluminou revelou que ela gostou da brincadeira.

     Uma dinâmica como essa deve vir de um lugar de confiança mútua, aposto...

   Aceitando a leniência de Mahiru, Amane saboreou o momento, continuando a acariciar sua bochecha, que era macia ao toque.