Nisoiro Brasileira

Autor(a): Pedro Caetano


Volume III – Arco 9

Capítulo 75: Zeta

Debaixo de uma tímida chuva, três viajantes encapuzados vagavam pela floresta Hercínia. Uma gota vinda do céu escorria pela máscara negra de Nobura, que sentia a atmosfera densa absorvê-lo. Seus outros dois acompanhantes seguiam o rastro de destruição na frente.

— Isso deve te trazer alguma nostalgia, Alfa — comentou Seth crescendo seus olhos brilhantes. 

— Shunara — Nobura apontou para o centro do buraco. 

A garota deslizou até o fundo, tirou seu capuz e jogou suas longas mechas para trás das orelhas. De olhos fechados, Shunara abaixou com palmas viradas para baixo, na medida em que as vibrações do solo sacudiram o ar debaixo deles. 

Uma cacofonia de árvores farfalhando, ventos soprando e cavalos galopando viajaram para seus ouvidos. Mas para Nobura e Seth, restava apenas o silêncio enquanto observavam a jovem. 

— Estiveram aqui e recolheram os corpos — sua voz saía da garganta em camadas — mas, ouço um silêncio profundo… 

Shunara enchia seu pulmão e expelia o ar pela boca rapidamente, ao passo que bombeava as vibrações mais frequentes da terra. Aos poucos, seu corpo também começou a chacoalhar, só que dessa vez não era por causa de seus poderes:

— Dor, gritos de dor! Muita, muita raiva.

Ela anunciava gargalhando ao tempo que os sons pintavam quadros do que havia se passado na sua mente. Sua respiração baixava a frequência e o sorriso deixava seu rosto. Naquele momento, o quadro em sua cabeça estava escuro, até que um clarão cortou a tela, inspirado por um rugido violento que sacudiu sua consciência ao ponto de derrubá-la no plano material. 

— O que foi isso? — se aproximou Seth da cratera, reparando no sangue a escorrer de um dos ouvidos de Shunara.  

— Ele… — a garota tentava respondeu, levando uma das mãos à cabeça, se perdendo em risadas — Ele matou todo mundo! Todo mundo morreu brutalmente!

— Só há um jeito dele ter feito isso — disse Seth, olhando para Nobura no alto.

Aos poucos o surto de Shunara se acalmava, restando somente o zumbido da brisa que cortava os pinheiros. 

— Então ele viu — cruzou os braços Nobura.

— Sei que não gosta, mas nessa ocasião especial vamos precisar dela.

— Traga ela até mim. Vamos nos reunir de volta para a Capela.

Aguardando o retorno de Nobura, Suzaki ignorava a mão estendida de Mayuri, olhando ao redor da caverna. Havia pinturas de símbolos nas paredes, divididas em três etapas.

A primeira estava em tinta branca, era um homem separado de sua mulher, pintada em preto. A segunda era uma roda apontada para o centro onde a mesma mulher estava, agora coberta por uma aura escura. Por fim, no final das paredes a gravura pintava a multidão revoltada abandonando um corpo sem vida.

Abaixo delas também havia mesas ornadas com castiçais ainda apagados. Após reparar em todos os detalhes ao redor, Suzaki voltou seus olhos para a saída.

— Deve saber para onde foram. 

— Não faço ideia, mas já vi que é um antipático — sentava em volta da fogueira, pegando um prato jogado no chão. 

— Não vim aqui para fazer amigos. 

— Nenhum de nós veio — pegava um espeto com uma carne — na verdade nunca precisei de amigos, apenas cúmplices — esquentava a comida, ao tempo que outro sujeito levantou da fogueira — Explica para ele, Kimijime, ou alguém cortou sua língua para ficar quieto assim?

— Olá — cruzou olhares com Suzaki, por um instante, antes de voltar às sombras.

— Então vocês são cúmplices?

— Pro Seth somos um grupo. Se perguntar para Shunara, somos uma família, o Kimijime uma vez disse que somos um bando de imprestáveis — dava uma mordida.

— Mas o que são de verdade? 

— Nos chamam de Súditos do Caos — limpava a sujeira da boca.

— E você está aqui por cumplicidade? — notava as cicatrizes de Mayuri — espera ser salva por eles? 

— Está se fazendo de sonso por que se sente especial? — puxava uma das mangas mostrando seu braço tomado de queimaduras que se estendia até seu pescoço — Se você e eu estamos aqui é por termos um ponto em comum. Mesmo que pense que ninguém passou pelo que você passou, eu te garanto que não consegue nem  imaginar o que se passou com cada um de nós. 

— Eu não me importo — sentou do outro lado da fogueira. 

— Com essa sua cara aí — a voz masculina entonou sob a caverna — é claro que se importa.

Suzaki se virou e lá estava o mesmo rapaz, olhando fixamente para ele na escuridão. Sua visão escurecia, a fogueira não estava mais lá. Tudo que restava era a voz do sujeito.

— Quem teme se importa. Já vi muitos tementes como você, que só se mostram como obedientes e cumprem as regras. Querem ser vistos como bonzinhos, mas no final só têm medo do julgamento, da condenação no fim! 

Uma luz vermelha brilhou no céu aberto, iluminando o lago sob os pés de Suzaki. Corpos boiavam na superfície, colorindo ela com seu sangue azul, exceto por um homem rastejando na água, com uma coroa na cabeça. Ele agarrou os pés de Suzaki, olhando fixamente para seus olhos.

— Me ajude, meu filho. 

Suzaki trincou os dentes e esticou a mão para além das imagens projetadas em seus olhos. O lago, a lua vermelha e os cadáveres se dissiparam da sua consciência. Diante da realidade, os dedos do príncipe se fechavam contra a garganta de um jovem encapuzado na caverna. 

A fogueira atrás dele, iluminava abaixo do capuz, revelando um jovem de sobrancelhas grossas, nariz pontudo e grande, com um dos olhos desalinhados debaixo dos cabelos que se estendiam em costeletas. 

— Quer me assustar com uma ilusão que eu tornei real com as minhas próprias mãos?

Antes que pudesse continuar, uma força puxou o sujeito em suas mãos direto para o chão.

— Parabéns, Kimijime — dizia Mayuri afastando os dois — revelou seu poder a ele e ainda assim foi surpreendido. 

— Cala sua boca — se ergueu colocando o capuz novamente, se retirando da caverna. 

— Não lembro de ninguém ter escapado do Kimijime de primeira, pode ser que você seja tudo o que dizem. 

O olhar de Suzaki estava no rapaz que enfrentara, mas foi guiado por uma menina deitada do outro lado na escuridão, virada para as paredes da caverna:

— E ela?

— A Nubi é um caso à parte, nem eu mesmo consigo entender — cochichou perto do ouvido dele — Mesmo sendo mais nova ela me dá arrepios. Foi a última a aparecer até você chegar. Não fala com ninguém além do nosso líder.

Foi então que um portal se abriu do lado de fora, iluminando a caverna com sua cor verde. 

Os dois ao redor da fogueira foram ao encontro dos recém chegados. A bolha de Seth trazia consigo o Nobura e Shunara, que disparou na frente saltitante:

— Ele é muito forte. Muito, muito forte!

— Sabe mais do que está nos contando, Suzaki — Nobura dizia — Floresta Hercínia, eu quero detalhes.

— Já havia dito aos outros que estavam aqui — respondia com todos voltando os olhos para ele — eu não me importo mais. 

— Mas deveria — voz feminina veio de trás de Seth e Nobura.

Saindo do meio dos dois, apareceu uma mulher de estatura média, com uma pinta acima do lábio. Seu corpo era protegido por uma camisa vinho fechada por botões ao lado. Nos quadris, um cinto de couro afrouxado, por onde um livro trancado por um cadeado pendurava-se nele.

Seus cabelos encaracolados vermelhos obstruíam suas orelhas, com seu rosto de pele branca formalizando com nariz fino e seus olhos escarlate. 

— Por que uma Aka está aqui?

— Seu nome é Pandora — respondia Seth — não devia se importar com isso, ela está conosco. 

— Examine ele logo — ordenou Nobura — e você fique quieto!

A luva de Nobura estava apontada para Suzaki que permitiu a mulher de se aproximar. Puxando um óculos no qual ela segurava sob os olhos,  examinou seus braços, peito e finalmente descansou as mãos em suas costas. Era como se algo penetrasse dentro da pele no jovem, rastejando por suas veias até sumir completamente.

— Sua hipótese estava correta, Nobura. Ele despertou o Genkai.

— O que isso significa? 

— Por séculos, pensaram que o iro de um ser vivo é como um elástico — alinhou as mãos abertas — Quanto mais estressado, maior sua capacidade. Mesmo assim há um limite para esse estresse até o elástico romper — fechou os dedos e desalinhou as mãos — Nove entre dez casos, isso resulta na morte do indivíduo. Genkai é esticar o elástico para além desse ponto sem a morte.

— Então eu sou o décimo?

— Eu diria que você foi o quarto aqui – comentou Seth.

— Há três formas de estressar a sua energia. A praticidade é uma forma de puxar o elástico devagar e sempre. A segunda é uma técnica tão forte que o corpo não suporta a energia e falha, como se o elástico fosse deformado do zero para muito além de seu limite inicial. Isso resulta na desintegração do recipiente físico, o corpo humano. 

— O caso de alguns aqui é diferente – comentou Seth — É a terceira opção.

— Por anos, as forças militares desperdiçaram recursos para criar homens e mulheres fortes, frios e bem treinados pela praticidade. Mas iro não é o elástico, é a própria força que deforma. O corpo é o elástico — dizia Pandora agachando próximo da fogueira — Numa melhor explicação, é como se o iro fosse esse fogo, que cresce pela emoção do indivíduo e…

— E nossas emoções são a lenha — interrompeu Suzaki — o descontrole emocional pode estender seus limites, fortalecendo a aura. Isso não é nada novo para mim — levou uma das mãos até a cicatriz no peito, por cima da camisa. 

— Isso explica o por que pode ter suportado tudo isso — aproximou suas mãos do fogo, fazendo-o arder com mais intensidade fazendo todos se afastarem do centro.

— O que está fazendo?

— A aura de que fala é um fogo controlado. No Genkai que o iro age como um incêndio, abastecido pelas emoções, mas que consome o próprio corpo, queimando até uma de duas condições for satisfeita: a causa da emoção forte for destruída ou o corpo ser completamente consumido — as chamas consumiram toda a lenha, se extinguindo repentinamente ao comando de Pandora — resultando na morte.

— Qual era sua causa? — Nobura rompeu seu silêncio — você destruiu ela antes do Genkai te matar.  

— Ele matou todos, não poupou ninguém — apontou Shunara. 

Todos voltaram seus olhos para o garoto que se via cercado pela questão, fechando seus olhos ele admitiu: 

— Eu matei o imperador do Império Ao, e talvez toda sua corte.

Os súditos arregalavam os olhos ao tempo que Seth e Pandora sorriam e Nobura permanecia intacto.

— Indivíduos que sobrevivem ao Genkai é como se partissem o elástico para depois substituí-lo por um muito maior. Seu corpo vai suportar muito mais do que antes. E sua energia vai reter muito mais poder — colocou a mão no ombro do ex príncipe — na prática uma técnica que antes lhe custava muito, agora pode executá-la com menos esforço e até expandi-la.

— Se duvida disso, podemos testar sua capacidade — disse Mayuri, olhando para os outros Súditos — até por que ele pode ter arrumado um problemão pra nós vindo pra cá depois da chacina. 

— Então vocês também despertaram o Genkai?

— Sim e não — respondeu Shunara. 

— O Genkai dos demais aqui expandiu suas habilidades e depois os desenvolvemos — explicou Seth — o teto de sua energia era muito alto e por isso você deve ter suportado além da conta o descontrole, certamente é um dos mais fortes aqui. 

— A única desvantagem está em sua cor que não obtém um Poder Divino — tomou a palavra Pandora. 

— E o que é isso? 

— Se quiser descobrir podemos mostrar, né? Senhor? — perguntou Shunara empolgada. 

— Podemos lutar com ele — completou Kimijime. 

— Chega! — a voz de Nobura cessou todos dentro da caverna — me acompanhe Suzaki.

O mascarado se retirou da caverna sendo seguido por Suzaki. Os dois seguiram sozinhos pela estrada de terra As nuvens já se espalharam no céu, dando espaço para as estrelas daquela noite.

— Você viu o caos, conte-me o que viu!

— O que significa ver o caos?

— Antes de despertar, todos enxergam o caos. Não pode ter sido diferente contigo, no fundo você sabe. 

— O caos — levou as mãos à cabeça — Um lugar onde só havia branco e uma cortina infinita, com duas aberturas levando para o outro lado.

— Exatamente.

— Eu escolhi uma delas e tudo se desfez — encarou sua palma da mão. 

— Pensei que viria até mim antes de se afundar na sua missão não depois disso. Escolheu o Caos porque reconheceu a verdade, ou porque as outras alternativas se cansaram de você?

— Droga, onde você quer chegar com tudo isso? Quer saber se gostei? É eu gostei de matá-los! Eu vi os rostos mudarem de desdém e arrogância para medo e desespero e nada me deu mais satisfação. Mas o melhor de tudo... — engoliu seco e levantou a voz — O melhor de tudo é que não senti nada depois de tudo aquilo. E o que aconteceu não vai valer de nada! Eu não adiei essa guerra nem por um dia sequer! Toda aquela destruição, não resultou em absolutamente nada. 

— Matar pelos próprios ideais é coisa de criança, porque até ideais morrem. A morte tem valor por ela mesma. Essa é a única ideologia que importa. No seu caso, estava dividido entre dois destinos, mas os dois teriam o mesmo sentido no final. Iria se enfiar no meio deles até ter que destruir tudo com as próprias mãos, como fez. 

— Então qual o sentido de tudo que vivi? Qual o sentido disso tudo? — fitou seus olhos nas estrelas. 

— Me responda você, qual sentido do que tinha com a garota na floresta? Com as viagens no derredor do mundo? Ainda espera um resultado diferente disso tudo? 

— Não, eu cansei. Eu não quero mais nada com ela, com os reinos ou essa guerra que está vindo — uma folha repousou sob seu ombro — Iro é só uma desculpa para dominação.  Assim como meu pai me usou para isso, os Aka fazem a mesma coisa com os Senshis e os Kiiro com os Kishis ou os Midori com a gangue — cerrou o punho esmagando a folha — o mundo não merece compaixão, por isso tudo termina no caos. Usarei a guerra para acabar com todas as guerras. Eu sei que me procurou com um plano em mente. Não importa qual seja, estarei ao seu lado para realizá-lo.

Nobura ergueu a cabeça para as estrelas, jogando as mãos para trás das costas. Ele virou para a caverna.

— Essa não é uma caverna comum. Ibu a primeira mulher a dominar o iro da cor negra, vinha aqui para meditar e aprimorar suas técnicas. Futuramente, a Ordem religiosa que ela criou, fez desse lugar um santuário. Capela da Trindade, que a chamavam. Escolhi esse lugar porque mesmo alguém da força dela, precisava encarar a verdade do mundo antes de enfrentá-lo. Da mesma forma, nós temos nosso caminho até chegar nossa hora.

— “Nós”, Seth também está incluído nesse “nós”?

— Os Súditos do Caos são membros de um corpo maior, reunindo nossas energias para a chance de tomar o mundo pela mão e levá-lo ao seu fim natural — virou-se para o príncipe — Suzaki, você sem dúvidas é o membro mais importante desse corpo. Mesmo que não tenha aceitado ainda, eu sei que é o seu destino, por que toda a finalidade desse mundo é o Caos. Você aceita isso?

Suzaki acenou positivamente com a cabeça.

Na caverna, todos os jovens estavam vestidos com túnicas pretas, com as cabeças cobertas por capuzes. Pandora observava da entrada o grupo formando um círculo ao redor de Suzaki, ajoelhado em uma das pernas, ainda vestido com suas roupas de viagem. As tochas estavam apagadas, porém as mesas tinham seus castiçais iluminados.

Nobura entrou no círculo, se aproximando do novo membro com uma jarra nas mãos.

— Solidão, Desconfiança e Esquecimento. Os desesperos que aflige os comuns, para nós é o caminho para morte. Vivemos, somente para morrer. A morte é o nosso destino, o caos nosso guia e nós seus leais servos. Hoje, nosso corpo receberá um novo membro.

Com uma das mãos, Nobura derramou um óleo perfumado na cabeça de Suzaki, que se levantou, recebendo a túnica. A partir daí Nobura sinalizava para os que estavam ao redor com cada um acendendo sua tocha assim que chamado por seu título de Súdito: 

— Beta, o braço direito — Seth acendia.

— Gama, o braço esquerdo — Mayuri acendia. 

— Delta, o pé direita — Shunara acendia. 

— Epsilum, o pé esquerdo — Kimijime acendia. 

— Digama, a coluna — Nubi acendia. 

— A partir de hoje, você é Zeta, a mente dos Súditos do Caos.

Suzaki cobriu-se com a túnica. Nobura colocou as mãos em seus ombros:

— Todos vimos o caos, e juntos daremos testemunho dele para esse mundo, para que juntos possamos chegar ao nosso destino final pelo único caminho.

— Pelo único caminho... — murmurou Suzaki, com o óleo escorrendo sob seus cabelos.

Os outros membros desciam as tochas até o som com o fogo seguindo as trilhas de pólvora formalizando um círculo ritualístico entre todos ali, iluminando tudo ao redor com Suzaki ao centro revestido pelas vestes negras, com o gorro repousando sob sua cabeça ao tempo que os outros súditos aplaudiam. 

— Agora podemos lutar com ele? — gritou Shunara. 

— Se aquiete Delta — disse Seth se aproximando em palmas — na verdade eu tenho um teste muito mais apropriado para você Zeta, num território que você já conhece bem. 

— Só me diga o que fazer — prendia sua arma de duas pontas pelo torso. 

Em um território distante, um sopro levantava a areia atingindo os olhos vermelhos do sujeito que protegia seu rosto, em cima de um cavalo. Com o animal, se distanciou do grupo naquela noite, se aproximando de um abrigo buscando um copo d’água.

A forte ventania fez o sujeito reparar no próprio líquido tremulando no recipiente, antes de perceber os pelos de seu corpo ficarem agudos por conta de um arrepio. 

— Ei, Ryoma, não é por que está no deserto que tem que agir como uma múmia parado aí — disse Oda entrando pelo abrigo — a ideia de vir embora pela noite foi sua, então qual o problema? 

— Só tive um mal pressentimento. 

Os dois se encararam em meio a brisa, ignorando os servos que auxiliavam na viagem que chamavam os dois do lado de fora, até que Oda suspirou fundo: 

— Está esperando o que? Pega água pra mim também. 


Ilustradora: Joy (Instagram).

Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.

   



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