Nisoiro Brasileira

Autor(a): Pedro Caetano


Volume III – Arco 10

Capítulo 85: Verdadeira Presa Pt.2

Partindo da saída do casarão dos órfãos, Mitensai se espantava com as chamas flamejantes ao tempo que Shiki chorava em seu colo.

“Eu tenho que estar presente”,  ele sentia o calor pressionar sua pele. “Não dá para deixar todo mundo na mão logo agora”.

Sentindo a dor atravessando as chamas, junto com seu amigo, que carregava o pai, eles investiram contra a porta, saindo da casa condenada. Mitensai começou a tossir, Dai desabou no chão um pouco a frente. Uma luz verde emanou atrás do filho de Hideki.

— De onde está vindo isso? — se virou para trás.

— Mitensai! — gritou Shiki, descendo dos braços do rapaz que emanava verde. 

Os órfãos do lado de fora junto de Kin cercaram-no, admirando a aura que transbordava do seu corpo. 

— Será mesmo que eu… — percebia, sendo interrompido por um estrondo vindo de trás deles. 

O que eles conheciam como “casa” estava desabando por completo, desencadeando uma reação imediata de Mitensai: 

— Yanaho!

Com o sopro abalando as estruturas de dentro, o garoto de olhos vermelhos usava o restante de suas forças para segurar o tornozelo de Suzaki. 

“Se eu sobrevivi no deserto, talvez posso sair vivo desses entulhos… mas eu preciso te parar”, pensou percebendo que seu oponente parou de tentar se soltar. 

De repente a aura azul dele cresceu, uma bolha de choque envolveu os dois, repelindo tudo que caía sobre eles para os lados. Yanaho se surpreendia, sendo pego pelo pescoço e arremessado para fora da proteção. Os escombros subiram poeira, junto com a fumaça do incêndio, até que o campo eletromagnético de Suzaki surgiu no meio das labaredas.

Todos do lado de fora assistiram seu perseguidor escapar da morte certa ileso. Hideki recebia os cuidados de Mitensai e de seus homens, amarrando um trapo em seu pulso, estancando o sangue.

— Você pode ser imparável, mas não vou deixar você tocar neles —  olhou para trás — Mitensai, Kin, peguem todos que puderem e dêem o fora.

Nuvens encobriram o céu. Um trovão ressoou no alto, lançando um arrepio que desceu pela espinha pelos os que estavam ali. Os destroços da casa balançaram na frente deles. Alguém foi disparado de dentro como uma bala de canhão.

Aterrissando de pé, Yanaho aparecia, limpando o sangue que escorria sob seu nariz. Suas feridas e queimaduras contidas por sua regeneração. Suzaki estava entre Dai e o mirim novamente. 

— A gente ainda não acabou — afirmou o Aka.

De repente, alguém corria chegando por trás de Suzaki, da direção da propriedade de Hideki. 

— Kemono?! — percebeu Dai. 

— Cadê o Chefão? Esse não foi o combinado — dizia Kemono reparando no sujeito de costas — quem é você? Onde estão minhas garras?

— Combinado? — questionou-se Yanaho, olhando para Dai.

Ao ouvir o nome o sujeito de costas se virava lentamente revelando seus olhos predadores azuis, para Kemono que reconhecia aquele rosto. 

— Ei… — dava um passo para trás — ei, esper…

O medo de Kemono foi interrompido por um lampejo que iluminou o céu, Suzaki sumiu do lugar onde estava, indo parar na frente do caçador de recompensas. Sangue saiu pela boca de Kemono, que era elevado do chão com a espada de duas pontas de Suzaki atravessando seu peito.

O golpe assustou aqueles que observavam, Kemono caia no chão já inconsciente, porém Suzaki continuou a estocar sua lâmina no corpo já sem vida de seu algoz. Dai engolia seco, Mitensai tampava os olhos de Shiki, foi então que Yanaho gritou:

— Pare! 

O capuz de Suzaki desceu para seus ombros com o esforço. Os trovões ressoavam com mais intensidade. Ele se virava revelando seu rosto sujo de sangue, seus olhos azuis celestes brilhantes revelavam cicatrizes, junto a uma queimadura que partia de sua testa pegando parte de seu olho direito. 

— Você — apontou Dai com sangue em suas mãos — não cumpriu sua promessa! 

— Suzaki… Por quê? — afastou-se fechando a mão, um portal surgiu por trás do príncipe renegado — Por quê?! — o grito foi acompanhado de um punho rubi de Yanaho em sua direção. 

Sumindo no portal, o garoto foi em sua direção prestes a atravessar quando seu soco brilhante em vermelho foi segurado por uma mão. Empurrando Yanaho, Seth dava as caras com seus olhos verdes com um sorriso no rosto. 

— De-devolve ele! — disse Yanaho.

— Patético — dizia Seth, o puxando para perto.

Seth transformou o chão debaixo de Yanaho em um portal para metros acima deles. Uma queda livre mortal, impedida somente pela sua boa vontade de segurar o punho do mirim:

— Se ouvi bem seu nome, ainda tem muito o que aprender. Você também possui um papel a desempenhar no arco de nossa história, Yanaho.

— Como você sabe quem eu sou? — lutou para se desgarrar.

— Eu gostaria de dizer, mas seremos interrompidos muito em breve — o soltou para a morte.

O grito da queda de Yanaho foi ouvido por todos abaixo dele. Prestes a se espatifar no chão, um raio branco o interceptou no ar. Imichi aterrissou com o mirim em seus braços.  

Quando Yanaho ficou de pé, Imichi com um joelho no chão, lutando para encher os pulmões de ar e encharcado em suor. A chuva começou a cair sobre eles. Seth podia ver o medo nos olhos de todos diante dele.

— Chuva é desagradável — colocava seu capuz — Ao menos vai ajudar a extinguir as chamas. 

— O que você quer com isso tudo? — Imichi exibiu sua adaga. 

— Considerem como um aviso, ameaça ou alerta. A partir de agora é melhor que você — apontou o dedo indicador para Dai — tome um caminho onde ainda tenha saída com vida. Senão toda sua historinha não terá um final feliz. 

— Qual sua relação com Suzaki e a invasão do Império Ao? — questionou Dai. 

— Por que os mais miseráveis são os que mais se sentem no direito de perguntar?

Das costas de Seth tentáculos translúcidos verdes surgiram de suas costas. Eles se fincaram no chão, espantando a todos:

— Estou farto de brincar de máscaras. Somos estranhos um para o outro, e quero que permaneça assim. Todavia, se escolher nos agraciar com sua presença na final amanhã, vou concretizar meu aviso. E então você me conhecerá de verdade. 

Um portal se formou atrás de Seth, os deixando ao som da chuva. Por um minuto, todos escutavam somente a respiração uns dos outros. Imichi foi o primeiro a quebrar o silêncio: 

— Estão todos bem?

A resposta veio na forma dos grunhidos de Mitensai e o choro dos órfãos. Yanaho esmurrava o solo sem parar, Dai andou até onde sua casa costumava ficar, sentindo o amargo gosto de suas cinzas na garganta.

A chuva não cessou pelo decorrer da madrugada. Para buscar abrigo, Dai carregou Hideki e seus amigos conduziram os órfãos junto deles para a torre de uma facção vizinha. Dai, ameaçou bater na porta, mas foi Hideki que deu duas pancadas com seu antebraço. 

— Hideki! — um homem abriu — Como isso… um ataque dos azuis?!

— Na verdade não, ordens de cima — se colocou à frente — sabe como é, Natsu. Eu não pretendo tomar muito. Podemos passar a noite pelo menos?

— Ordens de cima? Eu sinto muito, meu velho — fechou parcialmente a porta — Se eu te ajudar, vou ser o próximo. Você sabe como funciona. 

— Natsu, as crianças — exibiu seu braço enfaixado entre a brecha — por favor.

— Lamento amigo, mas no meu lugar sei que faria o mesmo — fechou a porta. 

Hideki encostou a cabeça na porta. Os guardas da torre chegaram perto, insinuando que saíssem. 

— Tem um lugar para onde a gente pode ir — disse Mitensai.

Eles retornaram para os restos da propriedade de Hideki, só que agora foram mais adiante, para o poço à beira da cachoeira. Os mais novos foram guiados por Kin, buscando refúgio nas árvores mais largas e nas capas dos mais velhos para que pudessem dormir.

Já Dai e seus amigos, se reuniram novamente ao redor do poço. Dai massageava o lado do rosto, lembrando-se do primeiro soco de Suzaki: 

— Nada mudou. Só piorou. 

— Esse não é o Suzaki que conheci — Mitensai olhava para o fundo do poço.

Yanaho encarava Imichi, que meditava coberto da chuva.

— Depois de tudo que ele disse… Por que tudo tem que acontecer desse jeito? Quer saber, temos que descobrir o que… 

— Acabou — interrompeu Dai — eu não posso voltar. 

— O quê? Você precisa cumprir com seu dever! — questionou Yanaho, segurando Dai pela roupa.

— Não posso arriscar algo assim — Dai inclinou a cabeça, apontando para Hideki, que adormecia ao lado. 

Yanaho apenas se afastou, virando de costas e arrancou um tijolo do poço com um chute. Foi então que Mitensai tomou a palavra, o que colocou Imichi de pé:

— Noriaki ainda está em Chukai. Se abrirmos mão do torneio, a gente tem que voltar pelo menos por ele. 

— Ninguém irá abrir mão de nada — Imichi andou até Dai — Sobrevivemos até aqui segurando tudo com elas. Nossos amigos, família e até mesmo o desejo dos inimigos que derrotamos.

— Você queria alguém para te levar até as autoridades — colocou a mão no ombro do Shiro — Eu já fiz isso. Deixa minha família em paz — virou-se de costas.

Antes que Dai pudesse se afastar dali, todos ouviram um gemido. Hideki estava se esforçando para sentar:

— Deixem meu filho e eu a sós. 

Todos obedeceram, se retirando de perto. A chuva cessou naquela madrugada escura, ao tempo que Dai se aproximava:

— Devia estar descansando.

— Barulho me atrapalha a dormir, sabe disso. 

— Eu sei, a gente não devia discutir isso — o ajudou a sentar-se na grama — Prometi que não traria problemas para nós. Fui teimoso e agora não temos mais nada. Eu falhei, como você tinha me avisado. 

— Você ainda é uma criança, Dai — se escorou num tronco — Não conhece seus limites. Por isso que diz uma coisa dessas agora.

— Pai…

— Você tem razão, eu te avisei que tudo isso poderia acontecer. Por outro lado, eu também cometi os meus erros. Se tivesse mais coragem, estaríamos trazendo Noriaki e Kin da fronteira juntos. Aquele homem que foi morto pelo azul, eu o conheci quando te visitei, porque no fundo estava preocupado com você.

— Kemono não foi culpa sua.

— Você ainda não entendeu. Se estamos dormindo agora, é porque você nos salvou. E como pai, o máximo que consegui foi… — ergueu seu ferimento — Enquanto eu me especializei em fugir, você se especializou em nos proteger. 

— Não foi o bastante.

— Por isso não pode conhecer seus limites dessa vez — colocou a mão enfaixada sob a cabeça dele — Pela primeira vez não vou pedir que faça o certo ou o errado. Meu filho, faça o que for necessário!

Os dois sorriam um para o outro antes de Hideki finalmente adormecer com a vigilância de seu filho que observava o vento soprar entre as folhagens de cima.

A lua dava lugar ao sol, a claridade era acompanhada pelo despertar de todos que ali estavam acampados. Um dos visitantes era acordado por Dai, que estendia a mão a ele: 

— Vamos logo, dorminhoco.

— Como é? — levantou de supetão — disse que não iria — questionou Yanaho. 

— É eu disse, agora estou dizendo que vou — apontou para trás. 

Yanaho via crianças se banhando na margem da cachoeira, as mais velhas carregando sacos de suprimentos, montando barracas com o que restou dos entulhos. Além disso, Imichi se alongava e Mitensai acenava em sua direção, tudo estava pronto. 

— Tem muita coragem, no seu lugar não sei se correria esse risco. 

— Essa não é a minha intenção, vai entender melhor na viagem. 

Se encaminhando para a carroça, a despedida era curta para a partida. Yanaho ficava ciente do plano arquitetado por eles durante o trajeto. Já próximo a metade do dia, eles chegavam a Chukai. Era notório as grandes aglomerações de pessoas em torno dos arautos que gritavam em cada esquina:

— A final agendada para a arena foi cancelada. Cancelada, eu repito! O adversário está morto. Todos os seus territórios e conquistas no torneio serão transferidos ao Regente.

Havia protestos, comemorações, mas muitas perguntas. A confusão da cidade permitiu que Imichi conduzisse o grupo sem atrair olhares suspeitos. 

O esconderijo de Masai estava do mesmo jeito de quando eles partiram. Noriaki usava suas muletas às pressas na direção deles:

— Que demora é essa? O que aconteceu?!

— Meu pai ele… — sua voz travou — Não sobrou nada.

— Espera, não está dizendo que…

— Hideki está bem — disse Imichi, após amarrar os cavalos — Mas ferido. Os órfãos não tem mais onde ficar, não estão seguros.

— É o Seth — Mitensai descia junto com Yanaho — Kemono entregou a gente para ele.

— Então de um jeito ou de outro, vamos cruzar com ele de novo — Noriaki cobriu a boca com as mãos — Não dá pra evitar uma coisa dessas!

— Temos um plano — disse Dai — Eles estão me dando como morto. Vão liquidar os territórios que conquistamos. As facções que vencemos estão ameaçadas. Precisam de nós.

Noriaki o segurou pelos ombros.

— Sabe o que significa, se o Seth encontrar a gente de novo?

— Primeiro temos que levar nossa família para um lugar seguro. Vou fazer meu último desafio.

Um grande campo dividido por fileiras de árvores bem podadas, fazia um caminho reto e sombreado para uma luxuosa mansão, à vista de Chukai. Um lugar calmo e isolado, não fosse pela visita de hoje.

Arrombando as portas com ariete, e chutando cada móvel da casa, homens vestidos com a braçadeira verde vieram atrás do dono. Mas ele não estava sozinho. Dois invasores foram atirados pela janela do segundo andar. Após chutá-los da janela, Haruto deslizou pelas telhas, perseguido pelos outros.

— Seu guarda-costas não vai aguentar muito tempo, Hiroshi — um deles gritou da janela — Seu tempo nessas terras, acabou!

O rapaz puxou sua espada do peito do criminoso e a apontou para o homem na janela.

— Foi mal, mas ele ainda tá me pagando muito bem. Ainda dá tempo de vocês saírem correndo.

Os homens cercaram-no com espadas e escudos, mas um vento os soprou para longe. Olhando para a entrada, ele reconheceu Noriaki entre os que vinham na sua direção.

Imichi deixou as rédeas para Dai ao seu lado e desapareceu num borrão de velocidade. Yanaho, que havia disparado o kazedamu de antes, acompanhou Noriaki para tirar os homens do lado de fora da casa. Em pouco tempo, eles os derrotaram e, apesar de não tê-los matado, estavam todos amarrados.

— Achei que tivessem te botado sete palmos debaixo da terra — disse Haruto.

— Foi quase — respondeu Noriaki, se apoiando nas muletas — Eu pensei que você já tivesse dado no pé daqui depois da luta.

— Achei que devia fazer mais por merecer a grana — se virou para a casa, para chamá-lo — Ei, velhote, a barra tá limpa!

Hiroshi apareceu apoiado em sua bengala, evitando as poças de sangue no carpete de sua casa. Quando apareceu na porta, exibiu um sorriso aliviado.

— Eu sei quem foi que lutou contra você — apontou para Noriaki — Mas qual desses é o mascarado que recusou minha proposta?

De trás de Imichi e Noriaki, Dai apareceu:

— Fui eu. Mas vim aqui para discutir o futuro, não o passado. 

— Um velho como eu não tem mais futuro — apontou a bengala para Dai. 

— O futuro está bem na sua frente — ergueu as mãos Imichi, mostrando os jovens ao seu redor. 

— Você pode tomar essa decisão por eles agora mesmo. Deixar a gangue pegar tudo que é seu e dos outros, ou se juntar a nós.

— Ninguém vai pegar minhas terras mesmo — andou até a varanda, onde sentou numa cadeira de balanço — O que resta para mim é deitar e morrer.

— Tudo que peço é que abrigue minha família que está sob os meus cuidados por alguns dias, em segredo. Você prefere deitar numa cama ou numa estrada de terra?

Hiroshi repousou sua bengala no colo e massageou as mãos.

— Eu tenho um ponto fraco com jovens como vocês. Tem tanto tempo, assumem tantos riscos. Mas é a primeira vez que alguém me pede para proteger alguma coisa antes de fazer uma besteira. Admiro um homem que guarda o que é importante.

— Com os Heishis na fronteira, não podia arriscar minha família. E agora eu não posso voltar a aparecer sem alguma garantia.

— Talvez esse lugar possa servir para eles. Não é melhor do que aquele que te prometi, mas eles vão gostar depois que limparem toda essa bagunça — encarou os invasores amarrados.

— Ninguém pode ser solto até o desafio contra o Chefão — disse Imichi — vou encontrar um lugar para ficarem. 

— Agora que temos onde deixar os órfãos e seu pai, o plano começa de verdade? — perguntou Yanaho. 

— Eu diria que agora vem a parte difícil — saia pelo casarão encarando a vista para Chukai. 

O pôr do sol tingia a cidade em tons alaranjados, sendo notado por Yanaho que sorria. A noite tomava conta da cidade mais populosa de Midori. Na frente da arena, Asuma reunia seus arautos, cercados por um par de fantasmas que faziam uma proteção armada. 

— O regente promete entregar seus territórios de volta. Basta que sejam fiéis. Os dissidentes que caíram sobre sua espada no torneio serão rechaçados sem chance de reclamar suas posses — ajeitou a máscara no rosto — Então como será, chefes de facção? 

Todos se rendiam na reunião, dando suas posses perdidas ao Regente. No meio da multidão, alguém levantou a mão:

— Eu me nego! Na verdade, eu estou aqui para desafiar o Chefão por todos os seus crimes contra o povo Midori.

As pessoas abriram espaço para ele. Quando Asuma viu, era o Dai, mascarado como antes. 

— Você?! Era para estar morto.

— Chega de brincar de máscaras — tirou a sua, revelando seu rosto.

De repente, os guardas caíram no chão, surpreendidos por Noriaki e Haruto surgiram da multidão. Dai se aproximou de Asuma, arrancando sua máscara e o jogando no chão.

— Eu quero que leve um aviso ao seu Regente. Estou de volta. Considere nossa luta marcada — depois se voltou à multidão — Enquanto ainda estiver vivo, as terras das facções derrotadas são minhas! E eu Dai, o desafiante, tenho o direito de enfrentar o Chefão pela liderança do território Midori neste lugar!

— Não tem noção de onde está se metendo — Asuma se levantou, balbuciando.

— Eu estarei esperando aqui. É a minha palavra final.

Ele cambaleou para longe da multidão, virando para trás a cada dois ou três passos e disparou para o beco mais próximo.

A lua se erguia no céu, porém sua luz não alcançava o subsolo onde homens mascarados circulavam , enquanto que outro estava com os pés apoiados em uma mesa central, expelindo fumaça de seu cigarro. Quando de repente um brilho verde tomou conta, fazendo os mascarados se curvarem, e o homem tatuado se levantar de seu posto. 

— Parece que não ameaçou o moleque o suficiente, Seth — ia em sua direção. 

— Me lembro bem de ter dito que iria lidar com ele na final como Regente, que eu nem mesmo precisava fazer aquele “showzinho” né? — os dois se colocavam lado a lado sem se encarar nos olhos — não me diga que está sentindo uma ameaça, Akira?

O Chefão gargalhou, estalando seu pescoço:

— Eu vou resolver isso agora mesmo. 

— Há problemas maiores que pulgas, a virada da história está no Shiro e aquele Aka. Eles são meus — sinalizou Seth enquanto Akira andava para a saída — todos vocês, se juntem ao Regente e sigam suas ordens! eu irei tornar minha ameaça um incidente.

Abriu outro portal partindo, ao tempo que os fantasmas se reuniam por trás de Akira que partia para o encontro de Dai.


Ilustradora: Joy (Instagram).

Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.

 

 



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