Volume 1
Capítulo 50: O despertar da Maldição…
Minutos antes, enquanto Nimbus e Lonios observavam Adon avançar contra os inimigos, o jovem tentou segui-lo, mas foi contido por seu mestre.
— Não, deixe-o seguir seu destino. Foi escolha dele. A ordem é esperar que ele abra o caminho e avançar. Não se esqueça da hierarquia militar: ele é nosso comandante.
Nimbus permaneceu parado, observando enquanto Adon abria um corredor de inimigos agonizantes às suas costas. Todos que estavam fora das naves, naquele momento, olhavam com terror para a montanha de músculos que esmagava tudo e todos à sua frente.
— Atenção, homens, nossa função é manter esse corredor aberto. Siga-me, Nimbus. Valeros, você fica aqui com a equipe de Adon. Homens, comigo!
Lonios avançou, seguido por Nimbus, que permanecia à retaguarda como ordenado. Atrás deles, soldados assustados tentavam manter o corredor aberto no campo de batalha criado por Adon.
Aquele era o centro da batalha, e Lonios rapidamente organizou uma parede de escudos para proteger a passagem.
O corredor conectava a reserva de soldados na Brand à ponte de comando inimiga, onde Adon agora jazia de joelhos. Aquela área precisava ser defendida a qualquer custo. A invasão pelo corredor seria crucial.
Enquanto isso, metade do esquadrão de Lonios e o esquadrão de Elisis aguardavam ansiosos para entrar em combate. Na vanguarda, o pelotão de Adon ocupava todo o convés inimigo em uma luta sangrenta, onde não havia espaço para mais ninguém.
Nimbus, posicionado atrás de seu mestre, atacava inimigos que se aproximavam do corredor. Os adversários eram numerosos e determinados a proteger a ponte.
Lonios movia-se com precisão, cortando inimigos com sua espada de Aço Diamante. Ele não se dava ao luxo de esconder a arma agora, e Nimbus, tentando acompanhá-lo, enfrentava dificuldades para se manter à retaguarda.
O jovem combatia dois inimigos ao mesmo tempo e sabia que não podia vacilar. De repente, sentiu um corte no ombro e se curvou. Um terceiro inimigo havia se aproximado pelas costas, entre ele e Lonios, que estava ocupado estocando outro adversário.
Nimbus desviou dos ataques e conseguiu ferir levemente seus inimigos, retirando-os de combate sem matá-los. Encostou-se de costas contra Lonios.
— Mestre, estou ferido.
— É grave? — Lonios perguntou, visivelmente preocupado.
— Um corte no ombro.
— Fique o mais próximo de mim. Não podemos sair daqui agora.
— Mestre, eles são muitos. Não sei se consigo acompanhar você.
Lonios virou-se, fitando o garoto nos olhos, ignorando os inimigos à frente.
— Nimbus, isso não é um treinamento em que podemos pedir um tempo para você descansar. LUTE!
Voltando-se para os inimigos, Lonios aparou um golpe com a espada e empalou o adversário. Nimbus ficou chocado. Seu mestre nunca havia falado assim com ele, mas agora compreendia que era uma questão de vida ou morte.
Aterrorizado, Nimbus tentava se defender de três inimigos ao mesmo tempo. Ele não queria matar, algo que não fazia parte de sua natureza, e focava em desarmar ou ferir os oponentes, mas isso não era suficiente. Eles continuavam lutando. Procrastinar matar era inútil.
Ele notou que os soldados de Lonios estavam muito distantes. Entre eles e o pelotão, vários inimigos bloqueavam o caminho. Ele e Lonios estavam sozinhos na vanguarda, cercados por dezenas de inimigos. Isso o assustava ainda mais.
Lonios combatia com uma ferocidade impressionante, algo que Nimbus nunca havia presenciado. Ele se perguntava se conseguiria acompanhar o mestre. Então, outro golpe o acertou, desta vez na barriga.
Nimbus chutou o inimigo para longe. O corte fora superficial graças à armadura de couro, mas o impacto o deixou ainda mais exausto. Pela primeira vez, pensou que iria morrer.
Quatro inimigos o cercavam agora. Mesmo o soldado chutado já havia retornado ao combate. Os aliados estavam ocupados demais para ajudá-lo, e Lonios também enfrentava seus próprios adversários. Nimbus sentiu o desespero crescer.
Lembrou-se das meditações que seu mestre havia ensinado. Respirou fundo e usou a posição de mão que Lonios o instruíra a realizar em momentos de crise. Ao tentar alcançar um estado de serenidade, uma dor terrível atravessou sua cabeça, fazendo-o se curvar.
Acuado, sentia que o fim se aproximava. Ele estava sozinho contra o inevitável.
Ele aguardou por instantes o golpe derradeiro. A morte parecia certa, e ele nem se dava o luxo de respirar. Prendera o fôlego, curvado pela dor insuportável na cabeça, enquanto esperava ser decapitado. Mas o golpe não veio.
Curioso pelo atraso do inevitável, ergueu a cabeça com dificuldade, como se ela pesasse uma tonelada. O que viu o assustou ainda mais. Tudo à sua volta parecia se mover em câmera lenta, como se o tempo estivesse paralisado.
Um golpe ainda estava a caminho, vindo diretamente contra sua cabeça. Nimbus reuniu toda a força para erguer sua espada, mas sentia o corpo pesado e lento. A lâmina parecia pesar mais do que ele poderia suportar.
Desesperado, ele aplicou mais força. Aos poucos, o movimento tornou-se mais rápido, a espada mais leve. Com um esforço monumental, não só aparou o golpe como desarmou o inimigo. A arma do adversário voou para o alto, girando no ar como em um sonho lento.
Nimbus redirecionou sua espada em câmera lenta, acertando a perna do oponente. Para sua surpresa, a lâmina atravessou o membro como se fosse manteiga. Por um instante, ele acreditou que o inimigo era um fantasma, mas então o homem começou a cair, e a perna decepada separou-se do corpo.
Atônito com a força de seu golpe, Nimbus voltou-se contra os outros três adversários. Com movimentos precisos e devastadores, ele desarmou o primeiro com um único golpe, depois o segundo, e finalmente o terceiro, que estava no centro.
As lâminas dos oponentes, arrancadas de suas mãos, cravaram-se em outros inimigos próximos, que aguardavam para atacá-lo. Ele percebeu que aqueles homens provavelmente morreriam devido à gravidade dos ferimentos, mas não era sua intenção.
— Foi um acidente — pensou, em pânico, enquanto usava o cabo de sua espada para nocautear os três oponentes à sua frente. As marcas deixadas nos corpos indicavam que ficariam desacordados por um bom tempo.
Nesse momento, Nimbus notou o vão que se formara ao seu redor. Quatro inimigos caídos à sua frente, três outros tombando com espadas cravadas no tórax. Ele continuou a lutar, desarmando e incapacitando mais três piratas que o atacavam em meio ao caos. O tempo parecia se arrastar, enquanto o espaço ao seu redor se ampliava cada vez mais.
Foi então que percebeu o olhar de Lonios. Seu mestre o encarava com algo que Nimbus nunca havia visto antes: um misto de espanto e medo.
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