Nexus: O Filho das Estrelas Brasileira

Volume 1: Sangue e Promessas.

Prefácio: O filho das estrelas.

Muito antes de Nexus pulsar com vida, havia os Arkithar, os primeiros a emergir do Éthral, a energia primordial que conectava tudo. Apenas seis surgiram no início, cada um representando um aspecto fundamental do cosmos: Savithar, o ciclo da vida; Anomathar, o fim inevitável; Ahvrenya, o amor eterno; Lyvara, a graça criativa; Greyzaik, o véu do mistério; e Helyniem, a guardiã do tempo.

 

Embora poucos em número, os Arkithar eram infinitamente poderosos. A conexão direta com o Éthral fazia deles arquitetos do universo, capazes de moldar mundos e guiar o equilíbrio entre criação e destruição. Por eras incontáveis, eles reinaram como deuses entre as estrelas.

 

Mas onde havia equilíbrio, havia tensão.

 

Anomathar, inquieto com o destino repetitivo que via no Éthral, começou a questionar. "Por que seguimos um ciclo que nunca muda? Por que nos prendemos ao equilíbrio, quando poderíamos libertar o universo para se recriar?" Ele viu no controle de seus irmãos uma forma de prisão. Suas perguntas se transformaram em divergências, e suas divergências em guerra.

 

O cosmos ardeu.

 

Os Arkithar se dividiram. De um lado, Savithar liderava aqueles que acreditavam no equilíbrio como a essência do Éthral; do outro, Anomathar reunia seguidores que ansiavam por uma mudança que só o caos poderia trazer. Mundos foram aniquilados, espécies inteiras varridas da existência. A guerra não poupou ninguém.

 

Por milênios, os dois lados batalharam, até que restaram apenas os irmãos. Em um vazio escuro e silencioso, eles lutaram pela última vez.

 

"Por que insiste em resistir, Savithar?" disse Anomathar, sua voz como um eco distante no Éthral. "Você vê o que eu vejo. Este universo está preso em um ciclo sem fim. O caos é a única liberdade."

 

Savithar respondeu com pesar: "O caos que você deseja destruirá tudo. A criação exige equilíbrio. Sem ele, nada sobreviverá."

 

E assim, eles lutaram até a morte. Seu confronto rasgou o Éthral, e estrelas desmoronaram ao redor deles. No fim, Savithar triunfou, mas a vitória foi amarga. Ele era agora o último dos Arkithar.

 

Anomathar, à beira do fim, teve um vislumbre do futuro. Seu olhar perfurou a essência de Savithar, e ele falou pela última vez:

"Você venceu, mas veja o que você criou. Um vazio. Uma ilusão de controle. Você tentará consertar o irreparável, mas sua ruína dará origem a algo maior. Das estrelas caídas, um filho nascerá. Ele carregará luz e sombras e continuará minha vontade. O cosmos será livre novamente."

 

Savithar, devastado, afastou-se para os confins do universo, tentando se reconstruir. Mas a luta havia esgotado seu poder. Ele canalizou o Éthral em um esforço desesperado para restaurar sua forma e, talvez, sua espécie. No entanto, o Éthral, tão incontrolável quanto o próprio caos, não podia ser domado.

 

Savithar implodiu.

 

De sua essência, uma nova estrela nasceu, brilhante e pulsante. Ao redor dela, um planeta emergiu, Nexus, conectado à estrela como um fio invisível. Doze luas surgiram de sua energia fragmentada, cada uma abrigando uma parte de sua consciência. Essas luas se tornaram os doze dragões ancestrais, manifestações vivas do que ele fora.

 

O Véu, uma barreira que separava Nexus do restante do cosmos, também nasceu desse evento, protegendo o novo mundo, mas isolando-o do universo.

 

Nos últimos momentos de sua existência, enquanto observava suas criações tomarem forma, Savithar ouviu o eco das palavras de Anomathar. Ele percebeu que, mesmo em sua vitória, não havia evitado o caos. Nexus era uma prova disso – um mundo novo, mas conectado ao caos que ele tanto temia.

 

Quando a última faísca de sua consciência se apagou, ele deixou memórias e sabedoria fragmentadas nas estrelas, como um aviso para o futuro.

 

E assim, a história dos Arkithar terminou, mas a profecia de Anomathar permaneceu:

 

"Das estrelas caídas, um filho reluzirá.

Portando luz e sombras, o Véu enfrentará.

E Nexus tremerá, o destino revelará.

Quando a espada erguer, Nexus cairá,

E o Véu, desafiado, sua força provará."