Neo Fhai Brasileira

Autor(a): Hikami


Volume 1

Capítulo 8: (In) felicidade

Yama

Hina e Neku continuavam a treinar mesmo com a ausência de Hiari. Conjurando magia enquanto manuseava as espadas tornava ambos muito mais capacitados numa futura luta real.

Com os dois ocupados, começou então o planejamento do aniversário de Neku, seu primeiro desde que havia chegado. Uma verdadeira festa se fazia necessária. Hana encarregada dos convidados e decorações, eu com a importante tarefa de apenas observa-la argumentando e ordenando aos empregados.

Com as horas passando, as decorações se mostraram mais formosas e agradáveis.

— Tem certeza que não quer ajuda, Hana?

— Querido, você sabe que não adianta perguntar, tenho tudo sobre controle.

Outra tentativa falha.

Hana, desde que deixou de ser cavaleira em nosso reino, se dedicou a aprender a confecção de vestimentas e como resultado passou a amar o trabalho. Tendo o reconhecimento da nobreza, seus trabalhos ficaram conhecidos por todo o reino, logo depois o continente. Sua capacidade não se extendia apenas a isso, assim aprendeu sobre criação e planejamento de festas formais a pedido da esposa do príncipe.

A noite tinha chegado e todas as preparações já estavam feitas. Paredes repletas de um véu preto, uma enorme mesa com abundância em comida e músicos localizava no salão.

Convidados aos poucos iam chegando, alguns nobres das casas menores e conhecidos de Hana.

— Bom trabalho, Hana!

— Obrigado, querido.

— Boa noite, sir Yama e milady Hana.

— Boa noite, princesa Alice — ambos, eu e Hana curvamos cumprimentando

Uma surpresa cobriu meu rosto.

— O que houve, querido?

— Só não esperava a chegada da princesa.

— Ahihi, não perderia por nada o convite de uma amiga preciosa como a milady.

— Agradeço tal elogio vindo da princesa. Espero que aproveite bem a festa.

— Obrigada, a propósito qual seria a ocasião desta festa?

— O filho de uma amiga chega a adolescência hoje — Hana afirma.

— Hm… entendi, cadê ele? — respondeu a princesa procurando por Neku

— Ele deve chegar logo…

A conversas entre as duas se extendiam até que o garoto aniversariante chega junto da garota mais linda de todo o salão.

Os dois caminham até o centro, os músicos começam a tocar os instrumentos e a dança inicia.

Era perceptível os erros que Neku cometia, mas os balanços de Hina aos poucos iria consertando os falta de sincronia e os erros diminuíram.

Em poucos minutos a dança de tornou algo belo, digno de ser visto por todos.

Hina conduziu muito bem e Neku soube se adaptar ao ritmo imposto pela sua parceira.

A música cessando indicava o fim da dança…

— Uma pergunta, milady: Quem seria esse garoto?

— Ele passou a morar conosco a alguns anos, seu nome é Neku Fhaika.

— Ahihi, entendo, interessante, bem interessante.

A princesa mostrava um semblante peculiar, mas nada preocupante vindo da princesa poderia acontecer.

Voltando o olhar para os protagonistas da festa, notei Hina saindo correndo. Precisava intervir.

— Me desculpe, princesa, mas terei que me retirar agora.

— Tudo bem, até outro momento, Sir Yama.

Saindo do círculo de conversa caminhei até Neku que se encontrava inquieto e paralisado como uma estátua.

— Neku? Ei, tá bem?

— Ah, senhor Yama, me desculpe…

Ele não tinha ao menos sentido minha presença, o choque que sofreu foi maior do que esperava.

— O que foi? Ficou tão cansado assim da dança?

— Eh, não é bem isso, Hina correu sem falar nada.

— Ahahaha, isso? Você pode não ter percebido, mas Hina ficou bem envergonhada enquanto dançavam e isso foi motivo dela manter o rosto virado durante toda a dança de vocês e correr logo em seguida só mostrou que ela não aguentava mais ficar aqui.

— Então eu era o problema.

— Ela não estava envergonhada por dançarem juntos, mas porque era você que estava dançando com ela.

Neku ficou em silêncio.

Ele não entendeu ainda.

— Pela expressão em seu rosto, você precisa escutar da própria Hina. Vá até o jardim, ela deve estar por lá.

— Obrigado, senhor Yama!

Sem pensar muito, ele agradeceu e se apressou para chegar ao seu destino.

Acho que preciso ir verificar se os dois vão se entender realmente. Hã?

Um pássaro de papel voa pelo salão vindo até minha mão se abrindo totalmente.

“Continuamos seguindo até a ruína, monstros estão menos ativos no momento e parece que tem alguém fazendo um ritual de invocação. Encontrei corpos dilacerados.”

A mensagem de Hiari mostrava progresso significativo, mas nada que iria possibilitar resolver rapidamente a missão.

Deixando de lado a mensagem de lado, precisava ir até Neku e Hina para ajudá-los.

A noite estrelada e o silêncio no jardim era tranquilizador, o momento perfeito para o garoto conquistar Hina.

— … e eu, eu am-am-am-

Escutando a voz de Hina, me encaminhei ligeiro até o local.

Os dois se encaram. Os dois. Eu e Hina nos encaramos.

— Pai!?

Neku olha para trás me encarando também.

— Atrapalhou!

Eu cheguei cedo demais? Não, não pode ser. 

Olhando atentamente, notei. Destruí toda a coragem que Hina buscou acumular.

Preciso consertar!

— Me desculpe. Aliás, que colar bonito que você tem, Neku. Minha filha realmente pesquisou bastante para encontrar a que mais combinasse com você.

— P-Pai, p-pare de falar sobre essas coisas.

— Certo, mas irei roubar seu Neku por um tempo, você pode me acompanhar por um momento, tenho algo que preciso lhe contar.

Iria levar Neku ao seu presente e confessar tudo sobre o que Hina sentia, esse definitivamente seria o melhor caminho que deveria tomar.

— ELE NÃO É MEU!

— Isso não é jeito de falar com seu pai!

Minha que nunca desrespeitou alguém dentro de casa, gritou com seu próprio pai, isso merecia repreensão. Por hora, ignorei a afronta, tinha que agilizar as coisas.

— Desculpa, pai…

— Vamos, Neku.

— Claro… mas antes, o que queria dizer Hina?

— NADA! Depois eu falo!

— Tá.

Já fora do jardim caminhamos rumo até o quartel.

— Para onde estamos indo, senhor Yama?

— Queria que ninguém atrapalhasse e por isso vamos caminhando em direção ao quartel para entregar seu presente, até chegarmos irei contar sobre sua família.

— Minha família?!

Continuamos caminhando pela estrada, enquanto organizava o que precisava ser dito.

— Quando você era um bebê, você e Aira ficaram sob minha proteção enquanto sua mãe iria para uma guerra. Mas quando por conta de alguns imprevistos sua mãe não me contatou mais. Sua irmã após ter desconfiança de mim, achou que deveria proteger você sozinha e não confiar em mais ninguém e por isso fugiu. Ela se alistou ao exército e mostrou ser uma cavaleira forte perante as garotas de sua idade.  Quando soube que era ela, pedi para que desistisse, eu daria um jeito de tirá-la do exército e ambos voltassem para a mansão, mas ela recusou novamente.

— Por que está me contando isso, senhor Yama?

— Porque quero que saiba que pode contar comigo para qualquer coisa. Eu devo isso a sua mãe e sua irmã. 

Neku ficou cabisbaixo, enquanto caminhava.

Finalmente tendo chegado, andamos até minha sala.

A espada que havia mandado forjar seria entregue a Neku e assim diria sobre os sentimentos de Hina.

 Abrindo a porta, para minha surpresa nos encontramos com Zyr.

— O que está fazendo aqui, Zyr?

— Oi, Yama… e Neku. Parece que esconderam uma coisa bem importante de mim.

Zyra, água diferente do que de costume, sua atitude e seu tom de voz me irritou com uma certa facilidade.

— O que faz aqui Zyr? Responda?

— Nada demais, só esperando até que meu plano tenha sucesso.

Plano? O que planejava, um golpe de estado? Assassinato?

— O que quer dizer com isso? — falei retirando a espada da bainha — Neku se afaste, acredito que ele não irá sair daqui sem lutar.

— Antigamente você poderia ser mais forte que eu, mas agora eu tenho isso — Zyr fala mostrando um orbe roxo 

— Então você roubou a pétala de Sphin também, então não precisarei me conter para lhe matar.

Como ele descobriu o lugar que a pétala de Sphin estava e como conseguiu usar continuava sem respostas, mas logo seriam respondidas após vencer o confronto…

Com Neku tomando distância, me posicionei preparando o ataque.

A sala era estreita, o que poderia atrapalhar no manuseio da espada, contudo Zyr parecia calmo até demais para alguém que estava na vantagem de terreno. Precisava acabar com ele antes que usasse a pétala de Sphin.

Com um firme corte vertical ataquei. No entanto, Zyr consegue desviar por pouco evitando um ataque mortal, causando um ferimento profundo

— Você parece mais lento, Yama.

Tendo o orbe em suas mãos, ele coloca sobre o peito. Forçando o orbe entrar no corpo através da ferida feita em seu ombro.

O ferimento profundo em seu ombro começou a fechar e cicatrizar, suas mãos brilhavam levemente em verde.

Preciso acabar logo com isso.

Respirei fundo, mantive a calma e voltei a pensar.

— Neku, fuja enquanto irei segurar Zyr aqui. Diga a Hana o que está acontecendo e fique em casa até resolver tudo.

— Ahahaha, agora é hora pra bater papo, caro amigo de guerra?!

Corri atacando novamente na vertical. Falho.

— Como?

O ataque foi parado, as mãos nuas de Zyr seguravam com força a grande espada que eu portava.

— Esse é só o começo, caro amigo.

Hã? Meu corpo… está enfraquecendo….

Caindo de joelhos no chão, não conseguia me mover.

— O que você fez comigo?

— Nada demais, só quebrei sua capacidade motora dos braços e pernas. Agora fica quietinho, volto já.

De repente, Zyr que estava em minha frente desaparece, aparecendo diante de Neku golpeando sua barriga com força suficiente de empurrar contra a parede rachando-a. Seguindo de mais socos sem tempo de reação, Neku só recebia e agonizava de dor sem que Zyr mostrasse sinal de parar.

— Já chega, Zyr! Você vai matá-lo.

Patético, impotente e fraco. Não podia fazer nada, além de observar o que Zyr iria fazer com o garoto.

Quando Zyr cessou os ataques em Neku, o mesmo caía no chão inconsciente.

— Deus do fogo, me empreste seu poder e me permita queimar aqueles que proferem malícia ao meu redor. Explosão em Chamas — Zyr enunciou.

Conjurando a magia, ele destrói a parede que já estava rachada, erguendo Neku pelos braços e o arremessa pelo buraco formado pela magia. Neku havia morrido neste dia e não pude fazer nada, eu que tinha jurado proteger ele pela sua mãe e por Aira, não fiz nada.

— Bem, agora que vinguei minha esposa, podemos continuar nossa conversa.

— ZYR, SEU MALDITO. VOU TE DESTROÇAR, PODE ESPERAR!

— Você tá bem alterado, nem parece o grande grão-mestre que protege a capital. Farei você se acalmar um pouco.

— EU… EU V-

Minha voz aos poucos deixava de sair, vindo com uma enorme sonolência, meus olhos fechavam por vontade própria.

Me perdoe Neku, por não salvar você ou sua irmã…



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