Neo Fhai Brasileira

Autor(a): Hikami


Volume 1

Capítulo 5: Desejos

Um ano se passou. Aira ainda não tinha voltado, nem sequer enviado cartas. Precisava buscar informações por mim mesmo. Yama assim que soube interveio se tornando responsável pela busca de Aira. Ele era um cavaleiro e grão-mestre do reino de Qliw, iria conseguir mais informações.

Hina e eu, mesmo sendo opostos em como cada um lutava, conseguimos nos entender e suprir o que faltava no modo de lutar do outro. Com nossa esgrima sendo melhorada, recebemos o título de Espadachim.

Espadachins podia ser só um título que mostrava ter domínio com a espada, no entanto aqueles que dedicam totalmente à doutrina de treinamento poderiam conquistar títulos maiores de espadachim, como Mestre da Espada e Lorde da Espada, os títulos mais altos perante um espadachim.

Mas no exato momento não estava em treinamento ou estudando e sim em uma missão junto de Hina para receber uma encomenda importante deixada na livraria destinada ao grão-mestre Yama.

Sem demora, chegamos até a livraria. Paredes vermelhas, porta de madeira e três janelas de vidro próximas da porta.

Era a livraria que trazia consigo nostalgia de visitar mais minha irmã.

O velho gerente não parecia me reconhecer, talvez por conta das roupas chiques que Hana, esposa de Yama, tinha feito para mim.

— O que desejam? — o velho na recepção pergunta

— Viemos buscar uma encomenda que meu pai pediu.

— Preciso do comprovante.

Com Hina tomando conta para entregar o comprovante, o recepcionista saiu entrando nos fundos do estabelecimento.

— O que acha que são esses livros?

— Hm… livros de culinária estrangeira?!

— Você acha? Acredito que deva ser um livro sobre magia.

— Magia? Sei não…

— Aqui!

O homem dono da livraria surge com livros empacotados com um papel amarelado, deixando-os mais misteriosos.

Pagamos a taxa de encomenda e saímos sem problemas. Agora era só voltar para casa.

As estradas da capital estavam cheias de mercadores e pessoas carregando compras.

O inverno se aproximava, o que resultaria em poucas vendas futuras, pouca produção na colheita e caça de Bestas. Com isso o preço era aumentado dentro das normas fiscais impostas pelo rei, mas favorecendo os mercadores e famílias nobres que tinham dinheiro para pagar.

— Está bem cheio hoje.

— Sim, está. Espero que este inverno não seja tão rigoroso como no ano passado — ela falou olhando para as pessoas eufóricas.

Realmente no ano passado o inverno tinha sido terrível. Várias famílias morreram por não terem mais suprimentos em suas casas, e mendigos morrendo de frio. Soube que era comum mendigos morrerem, mas no ano passado foi muito superior ao "normal''.

Famílias nobres tinham seus privilégios e conseguiam comprar quanto quisessem de suprimentos. Este foi um dos motivos de não estarmos fazendo compras, já tinha sido feito antes deste do pré-inverno chegar.

— Outra coisa é que tem vários casais passeando também.

— Co-Como assim? Não somos um casal!

O rosto de Hina ficou tão vermelho quanto uma maçã madura.

— Eu não disse isso, e você está bem? Seu rosto está vermelho. 

Parei por um momento e olhei para Hina, ela parou logo em seguida e olhou de volta. Seu rosto parecia mais vermelho. Com a minha mão esquerda coloquei sobre sua testa. Ela não estava extremamente quente. Não era febre.

— O-O q-q-que fo-foi isso?

O nervosismo tomava conta dela fazendo que gaguejasse

— Pensei que você podia estar doente, mas pelo visto não está, — começa a cair pingos brancos no chão. O inverno tinha chegado. — Vamos nos apressar, já começou a nevar e não estamos de casaco.

Apertamos o passo. Colocamos os livros sobre a mesa da sala e sentamos no sofá esperando Yama voltar.

Com duas horas tendo passadas Yama chegou acompanhado de sua esposa, Hana. Os dois estavam cobertos de neve. Foram se trocar e já tendo trocado de roupas, desceram.

— Tá aí pai, o que o senhor tinha encomendado — Hina disse indicando os livros embrulhados.

Yama se esticou abrindo os embrulhos. Os cinco livros não tinham nomes ou desenhos em suas capas.

— Muito obrigado a vocês dois. Esses livros são muito importantes para mim.

— Do que se trata, pai?

Uma curiosidade permeia minha mente sobre o conteúdo dos livros embrulhados, me prostrei ansioso pela resposta que veria.

— Primeiro tenho que dizer algo a vocês. Na próxima semana um amigo meu virá para cá e vocês dois irão aprender magia… — antes de Yama terminar de falar, olhei para Hina, seu rosto mostrando um olhar satisfatório, mas em silêncio — E estes livros são na verdade grimórios deixados pela nossa família, foi bem difícil conseguir trazer até aqui, mas com a ajuda do dono da livraria, Saulo, consegui todos intactos.

A alegria estava mais que estampada no rosto de Hina, no entanto mantinha sua compostura em frente de seu pai.

— Então irei agora para o meu quarto descansar um pouco — falou Hina se levantando do sofá.

— A janta logo será servida, não se atrase. — afirmou Hana olhando para Hina

— Tá, mãe.

Ela caminhou lentamente até às escadas. Subindo degrau a degrau, adentrando no quarto.

Não sabia o que podia acontecer naquele quarto com tanta alegria de Hina. Ela tinha costume de destruir algo quando estava extremamente feliz.

Sem qualquer barulho vindo do quarto dela. Estranhava, mas fiquei acompanhado de Hana e Yama no sofá enquanto conversavam do debute de Hina que se aproximava.

A hora do jantar chegou. Hina desceu tão calma e plena quando subiu.

O jantar foi servido pelos mordomos nos pratos de prata que eram colocados já à mesa.

— Neku pode ir comigo amanhã no mercado?

— O que você quer no mercado, os empregados podem ir.

— Mas eu queria ir…

— O inverno dessa vez está perigoso. Pode ser até que as nevascas causem hipotermia facilmente, por isso o rei ordenou a isolação total.

— Tá… Deixa pra outro dia.

— Hina, não quero que fique doente ou até pior. Assim que o inverno acabar, iremos juntos.

— Tá bom, isso é uma promessa!

Hina tristonha ficou alegre subitamente, tornando seu rosto vermelho novamente.

No outro dia a manhã nevada com o céu branco persistia, resultando em não ter treino novamente.

Onde Hina tá?

Já fazia algumas horas que estava acordado e não encontrava Hina, talvez ainda estivesse dormindo em seu quarto ao invés de ficar vagueando pela casa sem poder treinar.

Subi as escadas rumando o quarto de Hina, bati um pouco na porta.

— Hina, tá aí?

Sem resposta.

Deve estar dormindo mesmo.

Sem mais nada que pudesse fazer, fui até a biblioteca que ficava dois cômodos mais distante do meu quarto.

No momento que virei para ir até a biblioteca, uma voz silenciosa surgiu.

— En…tre…

Girei a maçaneta abrindo a porta, caminhando para dentro do quarto.

— Hina? Você tá bem?

Seu corpo totalmente coberto por lençóis deixando apenas seus olhos à mostra.

— Cof, cof, cof, estou… só preci…cof, cof… so descansar um pouco.

— Você tá doente Hina?!

— Não… é nada… cof, cof… cof, cof, cof.

A forma como Hina tossia a cada fala me preocupa, precisava contar para os pais dela, caso contrário poderia facilmente piorar seja lá qual fosse a doença que ela estivesse tendo.

— Você precisa de um curandeiro, Hina. Vou chamar o senhor Yama pra contar sobre.

— Não! Cof, cof, cof.

— Mas Hina, você não parece bem de jeito nenhum.

— Eu vou… melhorar, só preciso… cof, cof descansar…

— Por quê ainda não desceram para o café da manhã? — disse Yama aparecendo na porta

— Hina está doente!

Apressadamente Yama foi até a cama de sua filha, sentando-se ao seu lado.

— Você foi treinar no campo? 

— Fui… pai.

—Eu falei pra não ir. Eu falei! Mesmo assim você foi… Tá, descanse, daqui a pouco o curandeiro vem ver o que você tem. Vamos Neku.

Em silêncio apenas concordei saindo junto de Yama.

— Tchau, Hina, melhora logo.

— Pode, cof, cof, deixar.

Deste dia em diante apenas o curandeiro e  empregados selecionados pessoalmente por Yama poderiam entrar no quarto. A doença que Hina havia adquirido era uma gripe contagiosa que quanto mais se ploriferava, mais graves seriam os sintomas.

Passando 4 dias, um homem acompanhado de uma garota chegou até a residência se apresentando como Hiari, o professor de magia e amigo de Yama.



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