Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 2

Capítulo 16 : Atraso na Viagem (2)

Duas garotas estavam caminhando dentro do cruzeiro, uma delas possuía um rabo de cavalo rosa, com um olhar calmo e belos olhos roxos vestida com uma roupa simples misturando rosa e roxo. Ela calmamente suportava a amiga com seus movimentos refinados.

— Como assim ela quer que a gente fique separadas para nos acostumarmos?! Ela fala como se soubesse que estaríamos em salas diferentes!

Após um suspiro, a garota olha para o lado e observa a amiga fazendo birra, era uma garota baixinha, cabelo vermelho e brilhante solto, seus olhos vermelhos mostravam uma certa sensação infantil e usava uma roupa leve branca e uma calça jeans.

— Infelizmente ou felizmente ela está certa.

— Por que o felizmente?!

— Eu a vejo colocando suas tarefas em mim...

— ... bom nesse caso realmente seria um felizmente estar em salas diferentes, mas o caso não é você sendo praticamente uma secretaria dela, o ponto é eu queria ficar junto justamente por conta dessa possibilidade das salas diferentes! Você não sente abstinência da Mirai! Vocês moram juntas! Eu sofro disso!

— Dramática, desde quando alguém precisa tanto estar com alguém a ponto de dizer “eu tenho abstinência de você quando ficamos longe? ”. E outra, vamos usar provavelmente o mesmo dormitório ainda.

— Eu sei, isso será como um sonho, mas mudando assunto seus olhos estão levemente assustadores, está sentindo abstinência da Mirai?

— Eu não tenho abstinência da minha irmã.

— Invasão.

— Estava preocupada com ela não chegar em casa e minha mãe estava na porta, qual seu ponto?

— Pessoas normais esperam na sala perto da porta, como a sua mãe.

— Então alguém se atrasando horas está tudo bem?

— Se ela disse “vou voltar”, então ela vai voltar.

— ... onde está meu irmão? Ele não estava com a gente?

— Ele se separou quando eu comecei a reclamar.

— Você notou ele sair?

— Sim, ele estava meio irritado desde mais cedo.

— Não julgo ele sair, alguém aqui consegue ser muito irritante quando quer.

Iris a encarava e se aproximou para abraça-la enquanto anda.

— Eu te irrito muito, mas você sabe que eu te amo muito também, né?

— Não dá para ficar irritada com você por muito tempo.

— Hehe.

“ Ela parou de esfriar, isso foi perigoso. ”

Enquanto as duas caminhavam, um homem observava elas sentado em numa mesa coberta por fumaça. Sem nenhum nome no mundo, sem nenhum registro ou bilhete do cruzeiro.

“ A vida é tão pacifica... meu trabalho agora é só ficar olhando duas garotinhas e garantindo sua segurança. ”

As garotas estavam se aproximando dele. A fumaça ficava mais doce.

“ Hum... bom a rosa era esperado me notar, ela treinou com aquela mulher, mas não é nada impossível. ”

Elas estavam quase chegando nele.

“ ... mesmo meu trabalho sendo proteger elas, isso me faz parecer um pedófilo se me notarem né? Digo, eu sou o segurança então não, né? ”

A névoa da fumaça quase tocava os pés das garotas.

“ Os seguranças das crianças não são pedófilos, embora eu seja contratado ilegalmente e não legalmente... ”

Yutyssia tinha levemente tocado na nevoa.

“ Bom no final —  ”

Iris tinha tocado na fumaça, tudo se transformou em uma onda repentina de fogo queimando toda a névoa e o local.

“ QUE PORRA É ESSA?! ”

Antes das chamas tocarem nas garotas, uma parede densa de escuridão surgiu, protegendo as garotas. O homem saltava com todas as suas forças longe. A cadeira e a mesa estavam queimando e uma estaca negra surgiu tentando empalar ele.

“ ERA PARA SER TERAPÊUTICO! ”

Yutyssia tinha um braço cobrindo a Iris, com a outra mão uma luva sombria a envolvia. Seu olhar era uma mistura da raiva e da preocupação. As pessoas próximas estavam entrando em pânico com o repentino incêndio.

“ ISSO CHERA PÉSSIMO! ”

Um soco, o movimento era simples e monótono. As sombras cresceram, elas se tornaram do tamanho de uma pessoa, o golpe avançou no homem ainda no ar. Ele soprou o resto da fumaça do seu pulmão. O punho se desfez como se nunca pudesse se manter.

“ Ele não usa fogo? ”

“ AQUELA MULHER NÃO PODIA TER MANERADO NA ALUNA? ”

“ Nunca irritar Yuty, anotado. ”

O Homem correu para traz no meio do ar, em direção ao mar.

“ POR QUE CARALHAS UMA CRIANÇA É TÃO ASSUSTADORA?! NA MINHA ÉPOCA ELAS ERAM FRACAS! CADE AS CRIANÇAS FRACAS?! ”

— Não vai fugir.

Uma lança de sombras saiu da sombra da garota, mas era diferente da luva, ao invés de crescer ela diminuía, parecia cada vez mais sólida, cada vez mais lembrava ferro negro. O homem não tinha o luxo para responder, apenas puxava todo ar possível pelo cachimbo.

A lança foi arremessada girando na direção dele. Soltando todo o ar do pulmão, a fumaça cobria toda a parte lateral do navio, mas foi por pouco tempo, quando a lança passou pela nevoa tudo foi puxado para além do horizonte como um tornado deitado.

“ Onde?! ”

Sua preocupação apenas aumentou, a garota expandiu a própria sombra e cobria todo o piso do navio num raio de 30 metros, não havia luz naquela região.

— O QUE ESTA ACONTECENDO AQUI?!

Algumas pessoas estavam em pânico se acalmaram com a chegada dos seguranças, Yuty deixou a esfera mais clara ao responder.

— UM HOMEM ESTRANHO TENTOU QUEIMAR EU E MINHA AMIGA AGORA POUCO.

— ONDE ESTÁ O HOMEM?

O Segurança tinha se aproximado, com um gesto para seus homens espalharem, ele chegou rapidamente nas garotas.

— Por favor mais detalhes tanto quanto possível.

— Certo, nós estávamos andando passeando pelo navio, quando uma onda de fogo tentou queimar a minha amiga, eu protegi ela das chamas e tentei parar o homem, ele apareceu de repente ali.

— Um homem apareceu sem mais nem menos? Então?

— Infelizmente ele saltou e correu em direção ao mar, eu tentei atacar ele duas vezes no ar uma com um punho e uma lança.

— Algum deles o afetou?

— O primeiro ele soprou uma fumaça e desfez o punho, no segundo fez apenas uma distração para fugir, talvez a magia dele seja afetada pelo cachimbo.

— ... pelo cachimbo? — O segurança teve um atraso para processar a fala. — Ele tinha um cachimbo?

— Sim, ele tinha...

— Parecia caro com ouro.

— E quanto a aparência dele?

— Sem dúvidas, um mendigo.

— ... certo, obrigado pelas informações, mas vocês não deveriam fazer essas coisas isso podia ser muito perigoso, por hora voltem para a cabine, LAUS! LEVE ESSAS DUAS PARA A CABINE DELAS!

— SIM SENHOR!  

As garotas foram com o segurança chamado Laus para a cabine delas, enquanto se afastavam o segurança pegou do bolso dele uma pedra e sussurrou.

— Valete, temos um pequeno problema.

 

 

Enquanto as garotas iam para o quarto em outro lugar do navio, Karen se encontrou com as duas mães, elas estavam conversando sobre possíveis problemas políticos no futuro.

— ... você pretende colocá-lo realmente como a segunda opção da família caso o Safim morra?

— Sim.

— Isso definitivamente não seria muito bem visto, fora...

— Pode marcar o fim das obrigações ou existência das famílias reais?

— Exatamente.

Sara tinha em sua cabeça uma mulher parecida com ela, numa versão mais nova.

— ... para mim isso seria a melhor notícia possível.

— Sara, você deve ter descoberto sobre o Frederico...

— Bom, para toda regra existe uma exceção.

— Posso saber por que?

— A professora da Mirai, ela o recomendou para mim.

— Confia tanto assim nela? Digo ela é um Dualista, sombras a noite agua durante o dia, não é alguém bem visto.

— A sem dúvidas, ela deve ser uma criminosa se é onde deseja chegar, mas sabe, ela só parece cansada. Com trabalho, a vida, as pessoas e tudo mais.

— Você e meu marido permanecem um mistério para mim.

— Bom, eu e ele dividimos um grande segredo, é de imaginar.

— E eu ainda me pergunto o que é.

— Nada como traição.

— Bom, eu nunca fui realmente quem ele amava, foi apenas um casamento político meu e dele... naquela época ele era completamente depressivo quando nos vimos, hoje nem é possível dizer ser a mesma pessoa.

— Ainda deve ser deprimente acordar e ver aquela cara.

— Bom, a barbar é incomoda, coça bastante.

— Eu vou voltar ao quarto mãe.

— Já filho?

— Sim, não tenho interesse em ouvir essas histórias, aproveite para descansar um pouco mãe, seus dias ficarão péssimos provavelmente.

— É... vão ficar bem solitários, mas não diria péssimos.

Karen foi para seu quarto.

— ... comentar sobre família é uma espécie de tabu para ele?

— Talvez.

 

 

Naquela noite, as duas últimas pessoas voltarem para a cabine foram as duas mães, quando elas chegaram as crianças estavam jogando cartas ou melhor, Karen estava jogando cartas com 3 cadáveres sem vidas.

— Certo preparadas para a próxima rodada? Não? Ótimo.

— Filha... da puta... minhas economias...

— Meu dinheirinho...

— Por que eu aceitei o jogo?

— Agora as três aprenderam a nunca mais apostarem em jogos. Vou devolver 100$ para cada uma, se virem até a próxima vez que a mãe mandar dinheiro.

Os três corpos mortos haviam recuperado suas cores.

— És o diabo, porém, és justo.

— Você tem quase 4000$, quase 4 mil, por favor me devolva mais um pouco para meus doces!

— Crueldade e justiça podiam andar lado a lado e eu não sabia.

— Muito bem a pedido da Iris, minhas irmãs vão ganhar 50$ a mais e ela vai ficar com 0$ por reclamar. Mais alguma coisa para falar?

— NÃOOOOO!!!

Um corpo caia no chão, amortecido por sombras.

— Lembraremos seu sacrifício e heroísmo Iris, irei a teu enterro com flores.

— É só um mês e irmã, não esqueça a roupa preta no velório.

— Eu odeio esse mundo e ele me odeia...

As duas mães olhavam para seus filhos.

“ Eu tenho que levar esse garoto para o cassino, mas tem restrição da idade que droga, era dinheiro fácil. ”

“ Eu tenho preciso fechar os cassinos ou aumentar a idade para entrar antes da Sara levar esse garoto para o cassino. ”

— Bom, as duas já comeram?

— Sim, e vocês?

— Já comemos.

— Minha última refeição, mas sim eu comi tia. Só falta o corredor da morte.

— A escola oferece comida gratuitamente sabia? Embora doces e bebidas sejam vendidas e não oferecidas.

— Isso me lembra uma coisa, os três sabem das mudanças da escola desse ano em específico em diante?

— Aquilo né? Ainda não comentou com eles?

— Como será diferente? Não precisaremos estudar alguma matéria?

— Só existem 3 matérias para fazer agora lá. Vocês são obrigados a aprender História, Combate Mágico e Uso de Equipamento Magico o resto pode ser escolhido pegar ou não.

— Todos serão formados da mesma forma, independente das matérias escolheram, em outras palavras... parabéns Mirai, você vai ter quase nada de tarefa na sua vida para fazer.

— Bom para a Yuty, ela não vai fazer 3 vezes todas as tarefas agora, digo ainda vai, mas será muito menos.

— Eu não faria.

— Mas existe tarefa para as duas matérias lá? Digo, tarefas nas aulas de história seria fácil de imaginar, mas tem como ter tarefas das outras duas?

— Então... aí está a melhor parte, só uma matéria oferece tarefas, as outras são práticas. Ou seja, garota repita um único ano e te faço nadar o oceano inteiro como punição ouviu?

Sara encarava Mirai. Karen tentando ajudar a irmã muda o assunto.

— Existe alguma vantagem em pegar mais disciplinas?

— Bom tecnicamente sim, praticamente não.

— Sara... garoto, quanto mais coisas estiverem na sua formação melhor, eu te recomendo pegar quantas matérias forem possíveis.

— Eu vou ficar com literalmente as três básicas.

— Então eu também!

— Eu vou pensar em pegar umas 3 matérias a mais.

— Filha, pelo menos 1 não vou exigir muito, mas pelo menos 1 a mais por favor faça isso.

— Mirai, se você vai ficar só com as 3 básicas trate de ter a nota máxima tanto quanto possível.

— Certo.

— Alias quantas matérias terão?

— Não sei dizer, algumas serão adicionadas.

— Para ser mais preciso, não sabemos dizer, com a mudança das matérias, diversas aulas que não existiam aparecerão e entre elas matérias de raças não humanas aparecerão com tudo.

— Então talvez eu pegue uma matéria se ela for interessante.

— Eu vou com a mesma!

— Eu vou ter que ir para garantir que você faça as coisas, não é?

— Por favorzinho?

— Não escolha algo difícil no quesito teórico pelo menos.

— Escrava! Digo irmã!

Mirai abraça a sua irmã irritada com suas palavras.

— Parece tudo certo com elas.

— Enquanto nenhuma delas ficar na turma noturna, sim. Se isso acontecer vai acontecer um drama bem chato lá na cidade.



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