Volume 1
Capítulo 53: Cabeças frias, mas corações quentes (2)
Hameng apontou para a cadeira próxima à mesa de reuniões e indicou que Yeowun se sentasse. Ele mesmo sentou-se do outro lado, cruzando os dedos e encarando Yeowun. Era difícil discernir o que estava pensando. Após um longo silêncio, Hameng finalmente falou:
– Você ainda é jovem.
– O quê?
– Vamos lidar com as formalidades primeiro. Deixe-me falar como Chefe da Academia.
"Como Chefe?"
Yeowun ficou curioso, mas permaneceu calado enquanto Hameng prosseguia:
– Você causou sérios danos ao destruir a energia interna de outro cadete.
Esse era o problema principal. Combates e duelos secretos eram, de certa forma, extraoficialmente incentivados pela academia, então o ato de lutar em si não era o problema.
Entretanto, o nível de violência havia ultrapassado um limite aceitável, e era provável que houvesse punição. Os olhos de Yeowun tremeram de preocupação. Isso poderia significar até mesmo sua expulsão.
– Em toda a longa história da academia, você foi o primeiro a cometer um ato tão insensato. Se deixarmos você sair impune, outros podem seguir o mesmo exemplo.
"Não…"
Yeowun abaixou a cabeça, resignado ao que parecia ser uma punição severa. Hameng concluiu:
– Portanto, como Chefe da Academia, ordeno que entregue sua insígnia amarela e passe cinco dias na cela de detenção.
Os olhos de Yeowun se arregalaram de surpresa.
– ...Não serei expulso?
– Expulso? Que absurdo é esse? A única forma de expulsão na academia é falhar em um teste ou matar outro cadete fora de um duelo oficial.
– Ah…
Yeowun suspirou de alívio. Pelo menos o pior cenário não se concretizaria.
Hameng balançou a cabeça.
– Hmph. É muito cedo para se sentir aliviado.
O Chefe havia intencionalmente limitado a punição a cinco dias, o que permitiria a Yeowun recuperar a insígnia amarela antes do último dia do treinamento. No entanto, isso também trazia outro problema: no último dia, haveria poucos instrutores disponíveis para dar as insígnias, o que tornaria mais difícil conseguir uma.
"...Isso também é um problema."
Hameng havia decidido a punição não apenas para mostrar aos outros cadetes as consequências de ultrapassar limites, mas também como uma lição para Yeowun.
"Eu ia deixá-lo na cela por sete dias, mas isso o deixaria sem chances de recuperar a insígnia."
Apesar de sua decepção com Yeowun, Hameng ainda via grande potencial no jovem e não queria perdê-lo. Após um breve momento de silêncio, Hameng continuou:
– Bem, agora que resolvemos isso, vamos falar sobre a sua tolice, como um graduado experiente da academia.
De repente, Hameng liberou uma poderosa energia que preencheu toda a sala. Era tão opressora que fez Yeowun estremecer.
O motivo para liberar essa energia era claro: garantir que nenhum som escapasse da sala.
– Estou muito decepcionado com você.
Diferente do tom formal usado para a punição, agora Hameng parecia genuinamente furioso.
– Você destruiu a energia interna de outro cadete. Por quê? Para proteger os outros? Ou foi por vingança?
Yeowun respondeu:
– Foi… pela minha mãe. Ele usou o mesmo veneno que a matou.
Hameng o interrompeu com uma voz fria e cortante:
– Você levou ele à enfermaria depois de destruir sua energia interna porque sentiu pena dele?
– Isso é…
– Claro que não. Você estava com medo de ser expulso. Então por que fez isso desde o começo?
– Mas Chun Jongsum…
– Ele usou o veneno que matou sua mãe, então merecia morrer? É isso?
Yeowun ficou sem palavras. Hameng suspirou pesadamente, desapontado.
– Você é um tolo. Se decidiu fazer isso, deveria ter feito direito.
Yeowun arregalou os olhos, surpreso.
"Espera… Ele está dizendo…?"
Hameng não estava se referindo a destruir a energia interna. Ele estava implicando que Yeowun deveria ter matado Chun Jongsum.
– Não se deve deixar um inimigo vivo. Isso só cria mais inimigos.