Volume 6

Capítulo 339: A pessoa misteriosa e poderosa

A carruagem do golem continuou a se mover para o norte, passando pelos cadáveres de monstros deixados por Asura. Ao longo do caminho, encontramos mais três massacres de feras demoníacas. No entanto, a situação nesses massacres foi diferente das anteriores.

— Este lugar parece terrível também.

Mare murmurou, e não era algo para se estranhar. Toda a área era um mar de sangue. A terra estava coberta de sangue vermelho escuro e o fedor enchiam o campo de batalha. Para os homens-fera que possuíam um bom olfato, isso devia ser terrível. Junto com Mare, Fran e Guendalfa também estavam franzindo as testas.

A aparência dos cadáveres estava diferente de antes. Em vez de serem esmagados por um poder misterioso como antes, essas feras demoníacas foram claramente abatidas por algo afiado, isso deve ter espalhado grandes quantidades de sangue dos seres malignos, poluindo a área circundante.

— Asura?

— Não tenho certeza. A Lâmina Divina Gaia que ele porta possui o formato de uma espada grande, no entanto... eu não acho que ele se daria ao trabalho de matar dessa maneira.

Kiara inclinou a cabeça, pensando no murmúrio de Fran. A Espada da Terra Gaia parecia ser uma grande espada. Contudo, por que mudar de repente o estilo de luta? Era possível que ele quisesse mover seu corpo, ver sangue ou algum outro motivo para lutar de repente de forma tão direta.

Sendo mais realista, era possível que algo além de Asura tenha matado os seres malignos. Bem, isso nos deixava com a questão de que outras coisas poderiam imitar Asura dessa forma.

— Eu acho que armas foram usadas aqui...

— Se foi uma fera demoníaca, ela poderia fazer isso com suas garras, em vez de armas.

— Ah, é verdade. Além disso, olhe para este cadáver. Não vejo como um humano faria isso.

Além dos cadáveres massacrados, havia corpos decapitados que pareciam ter sido separados à força da virilha ao peito.

A forma como foram derrotados era realmente diferente dos monstros que pensamos terem sido mortos por Asura, assim que pensei nisso:

— Estes não são monstros fracos.

— Nn. Há um General Goblin. Aquele é um Feiticeiro Goblin.

Ao que parecia, se era um humano ou uma fera, o que criou esta cena terrível não estava interessado em nada depois de matar. Assim sendo, materiais valiosos foram deixados intocados sem serem desmantelados e colhidos ou comidos.

Não era apenas isso, as pedras mágicas também foram deixadas para trás. Pedi à Fran para pegar a pedra mágica do General Goblin, e depois a absorvi em segredo. No entanto, eu só fui capaz de obter um ponto a partir dela.

"O que é isto…?"

Embora fosse um Goblin, se fosse uma espécie de alto escalão como este General, eu deveria ser capaz de absorver um valor de pedra mágica de três a dez pontos...

"Fran, você poderia encontrar algumas dessas para mim?"

— Nn.

Fran então pegou as pedras mágicas que pareciam ter valores de razoavelmente altos, como as dos Magos Orcs e Feiticeiros Goblins. Eu então obscureci o corpo de Fran, fingindo usar o Armazenamento Dimensional, e absorvi as pedras mágicas. No entanto, os valores de pedra mágica ainda eram apenas um ponto por cada.

"Estranho."

"Qual o problema?"

"Absorvi poucos pontos dessas pedras mágicas."

"Como com a Valquíria?"

É verdade. Aconteceu o mesmo com a Valquíria, onde a Lança de Pedra do Deus Maligno ficou do controle. Por acaso o poder do Deus Maligno estava em ação aqui?

Ou, a Lança de Pedra Maligna poderia ter devorado as almas deles. Se o poder da pedra mágica da Valquíria foi enfraquecido por isso, era possível que seres malignos pudessem ter duas almas devoradas também.

"Fran, não baixe sua guarda."

— Nn.

Procurei nos arredores, no entanto, não consegui encontrar nada suspeito. O que quer que tenha feito isso já devia ter saído desta área.

— Todo mundo, prossiga com cuidado a partir de agora. Não há como dizer o que pode estar à espreita.

— De fato.

Parecia que Mare e Kiara também determinaram que o autor deste massacre não era Asura. Enquanto escaneamos os arredores com os cenhos franzidos, a carruagem do golem voltou a se mover.

A opinião de que deveríamos contar com Kuina como batedora veio à tona, mas não sabíamos o que podia estar nos esperando. Decidimos viajar com a função de ocultação da carruagem ligada a partir deste ponto.

Fiquei de guarda por um tempo, mas ainda não fomos atacados. Excluindo o autor do massacre, nós nem sequer fomos atacados por monstros.

Os monstros do calabouço fugiram ontem à noite depois de detectarem um ser forte como Asura lutando? De qualquer forma, foi uma sorte para nós evitarmos nos esgotar.

— Todos, ali.

Kuina parou a carruagem de novo, e nos chamou do banco do condutor.

— Hmm? Você encontrou alguma coisa?

— Aquele não é o grande marco de pedra que o prisioneiro nos falou?

Kuina apontou para uma pedra estranha que parecia perfurar os céus. Era um pedregulho pontiagudo que parecia um chifre de dragão torcido.

— Em outras palavras, isso significa que deve haver uma caverna que leve ao calabouço à frente.

— Sim. Eu acredito que está além daquela floresta.

Sem dúvidas, esse parecia ser o marco para encontrar a entrada do calabouço que ouvimos de Johan. De acordo com as informações de Johan, deveria haver uma dungeon além da floresta no final da rocha.

— Vamos caminhar a partir daqui.

— Certo. Mestra Kiara, você poderia, por favor, liderar?

— Deixe comigo.

— Kuina será a retaguarda.

— Entendido.

Fazia sentido ter as duas pessoas experientes e calejadas na frente e atrás. Era uma boa decisão.

Caminhamos pela floresta se espalhando ao sopé das Montanhas da Fronteira enquanto apagamos nossos rastros. Avançamos sem nos perdermos. Embora não houvesse estrada, o caminho deixado por traços de muitos monstros nos manteve nos trilhos. Seguindo-os, poderíamos avançar sem hesitação.

Contudo, a essa altura, eu deveria ter sido capaz de sentir a energia mágica do Calabouço, mas não havia nenhum sinal.

Parecia diferir dependendo da dungeon, mas se o mestre do calabouço era inteligente, parecia ser mais comum esconder a energia mágica. Parecia que os calabouços tinham várias instalações e funções, e havia maneiras de evitar que o poder mágico escapasse. Esconder ou não o calabouço dependia do propósito de seu mestre, mas, desta vez, o propósito era sem dúvidas ocultá-lo.

Depois de um tempo, Kiara parou de repente e se escondeu nos arbustos próximos. Como esperado, Fran e os outros seguiram seu exemplo.

— Mestra Kiara, poderia ser...?

— É, encontramos ele.



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