Volume 6

Capítulo 289: O ninho de goblins

Disparar para onde os goblins foram vistos foi a primeira coisa que Fran fez depois de concordar em exterminá-los. Ela fez questão de manter-se escondida durante toda a jornada para não assustar seus inimigos antes de encontrá-los.

“Mestre, como encontrar ninho?”

"Provavelmente teremos que encontrar suas pegadas ou seguir um deles."

“Entendido.”

"Talvez seja melhor nos separarmos. Urushi, você se importa de ficar por aqui e ver se consegue encontrar alguma coisa?"

Au!”

O nariz de Urushi não era nada menos que impressionante. Eu estava disposto a apostar que ele seria capaz de encontrar o ninho dos goblins apenas com seu olfato, desde que estivesse nas proximidades.

"Quanto a nós, Fran, deveríamos começar caçando os monstros que o guarda viu."

“Nn.”

"Deixe alguns vivos para que eles possam nos levar de volta à sua base."

“Entendido.”

Não demorou muito para encontrarmos os goblins. Eles não estavam muito longe de onde havíamos encontrado o último grupo.

“Estranho.”

"É…"

“Dando um tempo?”

"Duvido muito…"

Quase parecia que os monstros estavam investigando a área rochosa, o que, por si só, já era bastante estranho.

Para tornar as coisas ainda mais confusas, havia o fato de que este grupo de goblins estava tão bem armado quanto o último. Na verdade, o equipamento deles era praticamente idêntico.

Ficou claro para mim que eles eram do mesmo ninho que o último grupo. A única diferença que minha habilidade de avaliação me informou foi que o segundo grupo era ainda mais fraco que o primeiro. A combinação de sua aparente fraqueza e seus números menores me fez sentir como se fossem relativamente baixos na cadeia de comando; eles deviam apenas ser simples recrutas.

Mas isso levantava uma questão. Quão bem uma horda de goblins precisava estar para armar cada um de seus humildes recrutas com este tipo de equipamento? Que merda, eles são goblins, não cavaleiros. Maldição!

"Parece que um rei pode mesmo ter nascido... de jeito nenhum eles seriam tão coordenados de outra forma.

“Nn.”

Pois é, parecia que nós teríamos que encontrar esse ninho e oblitera-lo o mais rápido possível.

"Comece com o líder. Se o matarmos, o resto começará a correr. Deveríamos deixar pelo menos três deles vivos. Há dez deles, então eu acho que isso significa que você pode matar até sete.

“Tá bem.”

"Tudo bem, vamos fazer isso!"

“Nn!”

Eu nos teletransportei atrás do goblin que parecia estar no comando do grupo. Fran rapidamente despachou tanto ele quanto o que estava a seu lado em um único movimento.

— Gyaooo!

— Gya, gya!

— Lento.

Os monstros perceberam que estavam sob ataque e tentaram reagir, mas não conseguiram. Fran cortou mais dois enquanto eu assei três com um feitiço de fogo.

Os três goblins restantes começaram a virar as cabeças e olhar para seus aliados. Seus olhos vagavam para frente e para trás entre os cadáveres cortados e os cadáveres queimados antes que eles enfim percebessem que só eles tinham sobrevivido ao nosso ataque.

— Gyahiii!

— Gyoeeheee!

— Hyahohiii!

Os goblins soltaram o que eu assumi serem gritos quando deram meia-volta e começaram a fugir. De modo natural, optamos por não atacar mesmo que eles se tornaram vulneráveis. Nós furtivamente começamos a persegui-los, garantindo que permaneceríamos escondidos mesmo em movimento.

Nenhum dos monstros se virou enquanto corriam para a frente com tudo o que tinham. Eles estavam tão aterrorizados que mijaram nas calças e se cagaram enquanto corriam.

“Perfeito.”, disse Fran.

Esses malditos goblins! Como se atrevem a mostrar à Fran algo tão imundo? Juro por Deus que vou "desinfetá-los" assim que nos levarem de volta ao seu ninho.

Os goblins não nos sentiam, então não demorou muito para eles chegarem à conclusão de que não estávamos mais perseguindo-os. Eles diminuíram a velocidade para uma caminhada rápida. Embora pensassem que estavam seguros, estavam muito aterrorizados para parar, então continuaram a avançar enquanto olhavam para trás com medo.

Eles passaram um odre de água entre si. Os monstros se revezavam para beber enquanto interagiam uns com os outros. Seus gestos eram estranhamente humanos.

Algo sobre todo esse cenário parecia... bizarro. Lembro-me de perseguir goblins quando ainda estava explorando as Planícies do Lobo Demoníaco. Esses goblins eram estúpidos, mas os que conheci naquela época eram ainda mais burros. Eles começavam a brincar e cochilar, como se não fossem capazes de se concentrar em nada por muito tempo.

“Mestre. Ali.”

"Essa é a base deles? Parece ser."

O ninho que descobrimos parecia contar com cerca de cem monstros. Vi dois goblins lutadores e ladrões se misturando com todos os outros.

“Ali.”

Fran direcionou minha atenção para uma parte específica da base dos monstros.

"Merda, aquilo é um rei goblin!? Caramba, os guardas estavam certos!"

Bem, pelo menos eles não estavam se escondendo em alguma caverna. Eles estarem ao ar livre tornava a eliminação deles muito mais conveniente.

"Hum, isso é estranho. Todos eles têm exatamente o mesmo equipamento."

Como diabos isso aconteceu? Tipo, assassinar um grupo de mercenários não era o suficiente para armar um grupo inteiro de goblins com a mesma merda de equipamento.

“Não importa se exterminarmos tudo.”

"Sim, é verdade."

Fran tinha razão. O rei à parte, todos os monstros eram apenas fracotes negligentes.

Os três que seguimos correram até o rei e começaram a fazer uma espécie de relatório. Não entendi a língua deles, mas não precisava. Eu sabia que eles estavam fazendo algum tipo de relatório sobre Fran.

"Muito bem. Parece que o rei goblin tem coragem."

Na mesma hora, ele começou a reunir suas tropas uma vez que os três monstros terminarem seu relatório. Baseado em seus gestos, parecia provável que o rei pretendia levar toda a horda para a localização de Fran.

"Nós provavelmente devemos enjaula-los para que nenhum fuja."

“Nn. Entendido.”

Fran e eu procedemos ao lançar uma Parede do Trovão, o feitiço que vinha com o segundo nível da Magia do Relâmpago. Nós dois focamos nossa energia mágica para criarmos cinco grandes paredes. Sendo mais específico, Fran criou duas, e eu criei três. Elas se uniram para formar uma espécie de Pentágono, envolvendo todos os goblins dentro. Os grandes painéis de raios de repente surgiram ao redor dos monstros. Eles estavam zumbindo com eletricidade, e, de forma evidente, tinham a capacidade de eletrocutar qualquer coisa que tocassem.

— Gogogyaaaooooh!?

— Agyaga!

Uou, que impressionante.

O rei dos goblins permaneceu racional ao ordenar a um subordinado que atacasse as muralhas. Um soldado goblin logo o atendeu e bateu seu machado na cerca elétrica, apenas para receber um choque repentino e cair no local. Embora o soldado não tivesse morrido, ele perdeu temporariamente a capacidade de se mover.

Nós então atingimos os goblins do céu com todo tipo de magia do relâmpago. Somente depois que eles estavam todos mortos desfizemos a gaiola.

"Parece que terminamos. Vou dar uma volta para absorver todos os núcleos."

— Nn.

"A maioria de seus equipamentos foi danificada pela nossa magia, mas tenho certeza que parte deles ainda é utilizável."

— Nn. Vou colocar no armazenamento.

"Sim, é melhor levá-los de volta para a vila."

Matar os goblins tinha dado a Fran uma quantidade significativa de experiência. Isso conseguiu empurrá-la acima do limite máximo.

"Parabéns! Parece que você chegou ao nível 46."

— Nn!

O limite de nível de Fran tinha mudado devido à sua evolução, mas só agora enfim quebramos seu velho limite. Ultrapassar o nível 45 realmente imprimiu um poderoso senso de progressão. Eu mal podia esperar para ver Fran continuar crescendo ao ponto de ela ser capaz de superar até mesmo o Lorde das Feras e todos os outros em seu nível.



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