Volume 6

Capítulo 271: O Mestre da Guilda de Roseraccoon

Depois de entregar o assassino aos guardas, voltei para Fran. Juntos, fizemos o nosso caminho até a Guilda dos Aventureiros. Entramos e achamos o interior estranhamente silencioso.

Bem, um grupo enorme de aventureiros acabou de sair com a princesa, então acho que fazia sentido que o local estivesse vazio.

— Ei! Bem-vinda!

Uma voz alta nos chamou do balcão. O recepcionista era um homem cordial e de meia-idade, com uma tiara enrolada na testa, uma que não pareceria estranha em um mercado de pescadores perto do cais. Nos aproximamos do balcão.

— Teressante. Cê é a Princesa do Raio Negro, mocinha? — ele perguntou.

— Nn. Eu.

— Eu sabia! Bão ter ocê aqui!

Ele assentiu enquanto examinava o cartão de guilda de Fran.

Caramba, esse cara era muito animado!

— Intão, com o que posso ajudá-la hoje? — ele perguntou.

— Quero saber como chegar a capital. —, disse Fran.

— A capital? Ó, cê quer ir para Vestia? Em geral, cê quer encontrar uma carruagem com chifres.

— Em geral?

— É. — Ele coçou a cabeça. — Todas foram alugadas por enquanto.

— Princesa?

— Sim. Eu disse ao mestre da guilda que ele tava gastando muito com os aventureiros e as carruagens com chifres, mas ele não me ouviu. Nosso mestre da guilda é do tipo que gosta de agradar seus superiores, sacou?

O mestre da guilda empregou todos os aventureiros e carruagens com chifres disponíveis apenas para agradar a realeza.

— Mas, para ser honesto, não posso dizê nada de muito negativo sobre isso. Entendo por que ele tá se esforçando para a realeza, sabe.

— Por quê? — perguntou Fran.

— É claro. O país tá indo muito bem desde que o atual Lorde das Fera assumiu. Ele costumava sê um aventureiro, então também tá dando à guilda um bom corte de benefícios.

No começo, pensei que o mestre da guilda era apenas uma ferramenta, mas acontece que havia um pouco mais. Ele e muitos outros aventureiros adoravam o Senhor das Feras e as políticas pró-aventureiros que ele apoiava.

Mas Roseraccoon ficaria bem com tantos aventureiros e carruagens com chifres faltando? E se houvesse uma emergência?

— Guilda vazia, sem problemas? — perguntou Fran.

— Haha, não se preocupe! Podemo lidá com isso, moça. —, ele respondeu. — Esta cidade é um ponto de acesso para aventureiros. Eles se reúnem aqui de todo o país, em especial se planejam usar O Atalho. Dê 10 dias ou mais, e estaremos tão cheios quanto estávamos nesta manhã.

— Entendi. —, Fran assentiu.

— Vamo pedi reforços da guilda na capital. —, disse ele. — Alguns caras fortes viriam e nos manteriam protegidos por um tempo. Nosso mestre da guilda também é capacitado.

— Mestre da Guilda, forte? — perguntou Fran.

— Sim. Ele tem que sê para sê um mestre da guilda. — ele disse. — Além disso, tamos nessa situação por causa do egoísmo dele, então vamo trabalhar até o fim, haha!

Parecia que minhas preocupações com a falta de mão de obra eram desnecessárias.

— Então... — ele começou. — Uma carruagem normal leva de cinco a seis dias para chega a Vestia, entende?

— Rota complicada? — perguntou Fran.

— Rota? Não, é basicamente uma linha reta de cá até Vestia. Existe até uma rodovia construída para carruagens, para que cê não se perca.

— Tá legal. Obrigada.

— Cê planeja ir sozinha?

— Nn.

— Bem, se metade dos rumores sobre ocê é verdadeira, cê chegaria mais cedo sem uma carruagem.

Não sabia rumores eram esses, mas se eles estão nos equiparando com um aventureiro rank A, provavelmente são precisos o suficiente.

— São alguns rumores malucos. Eles diz-... — o recepcionista estava prestes a continuar falando, mas de repente parou.

— Algo errado? — perguntou Fran.

— Parece que o mestre da guilda tá te chamando. —, disse ele.

— Nn?

— Nosso mestre da guilda aqui é um mago do vento. Ele pode enviar sua voz para pessoas específicas.

Hum, interessante.

Com certeza parecia plausível se você pudesse controlar as vibrações no ar. Embora você devesse precisar de uma boa quantidade de habilidade para que a mensagem alcançasse claramente a pessoa que está alvejando. Parecia que o mestre da guilda usava essa técnica para dar ordens às pessoas da guilda.

— Apenas subir as escadas? — perguntou Fran.

— Sim. E já peço desculpas. — ele disse. — Se nosso mestre da guilda disser algo estúpido, basta bater nele.

— Entendido.

— Mas ele num é uma pessoa de coração ruim, então não se preocupe.

Só essas palavras me deram uma compreensão aproximada do caráter dele. Subimos as escadas e entramos pela porta indicada apenas para encontrar um homem com aparência frívola de pé do outro lado.

— Olá! — ele disse com um sorriso barato. — Sou Emyute, o mestre da guilda dos aventureiros de Roseraccoon e um Cão-Guaxinim-da-Alma-do-Vento.

— Aventureira rank C, Fran. Tigresa-Negra-Celestial.

— Então você é a lendário mulher-fera? Este é um momento incrível para mim. Você com certeza parece tão forte quanto é fofa, então entendo o motivo para o Lorde das Feras aprovar você.

Ele parecia ser um homem-cão-guaxinim evoluído e, pelo nome da espécie, ele era de uma subespécie especializada em magia do vento. No geral, o recepcionista estava certo sobre ele. Ele parecia alegre e meio irritante, mas não era uma pessoa de coração ruim.

— Tem negócios comigo? — perguntou Fran.

— Direta ao ponto, entendi. —, disse ele. — Para ser honesto, eu queria um favor de você.

— Favor?

— Sim. Sabe, acabamos de capturar um assassino estrangeiro. O problema é, que o alvo dele era a princesa.

— Princesa Nemea?

— Exatamente.

Ele estava se referindo ao assassino que acabei de capturar? Puta merda, as informações nesta cidade viajavam muito rápido. Eu não achei que as informações chegariam dos guardas ao mestre da guilda, mesmo que não houvesse atrasos na cadeia de comando.

— Veja bem, temos um item mágico para comunicações na sala da guarda. —, disse ele. — Tudo o que eles relatam vai para mim. Acabei de receber essas informações alguns minutos atrás, então seu timing foi absolutamente perfeito.

— Então, precisa do quê? — perguntou Fran.

— É simples. Entregue esta carta para a capital. Você pode tratar isso como uma missão adequada.

— Tudo bem entregar à guilda na capital?

— Você pode se mover muito mais rápido que uma carruagem, não pode?

Estávamos sendo solicitados pelo próprio mestre da guilda, então, por que não? Nós estávamos indo para a capital de qualquer maneira e isso faria com que o diretor da guilda nos devesse uma.

"Devemos aceitar.", eu disse.

— Entendido. —, disse Fran. — Aceitarei a missão.

— Muito obrigado! — disse o mestre da guilda. — Você está me fazendo um grande favor. Dentro desta carta há um pedido de mais escoltas para a princesa, então quanto mais rápido melhor, tá bem?

— Mas já está protegida por muitos aventureiros, não? — perguntou Fran.

— Hmm... bem, acho que não há problema em contar, já que quero que esta carta seja entregue com certeza. Mas nada de contar para outras pessoas, tá? Um juramento de silêncio será incluído nessa missão.

— Sem problemas. —, disse Fran. — Juro pela cauda.

— A verdade é que a princesa que acabou de sair da cidade é uma farsa. A verdadeira princesa está em outro lugar.

Booyah! Eu falei!

Enviar trinta aventureiros e todas aquelas carruagens com a princesa falsa parecia meio questionável. Acontece que isso era mesmo um truque para fazer a princesa falsa parecer mais real. O assassino que capturei tinha algumas dúvidas. Havia uma chance de outros assassinos terem começado a entender também.

— Entregar a carta também é para a segurança da verdadeira princesa. —, disse o mestre da guilda.

— Entendido.

— Além disso, você gostaria de se juntar a mim para uma refeição antes de partir?

— Não está com pressa?

— Não precisa se preocupar com isso. Eu não faria você viajar com o estômago vazio. Acima de tudo, tenho a chance de comer com uma adorável dama!

Mas Fran ainda é uma criança, seu pedófilo!

— Hmph. — Fran acertou um belo soco no abdômen dele.

O mestre da guilda gemeu. — Mas, por que…? — ele perguntou.

— A recepcionista disse: "Se o nosso mestre da guilda disser algo estúpido, basta bater nele".

— Maldito seja... ugh, isso dói.

— Anda logo. Diga como chegar à capital.

— Tá...

E assim recebemos a carta e conseguimos extrair instruções detalhadas para a capital do mestre da guilda. Era praticamente uma linha reta na estrada, com apenas uma ramificação em algum lugar no meio. Tínhamos que virar à direita e seguir a estrada. Com as informações em mãos, saímos da guilda e da cidade para um local adequado para a partida.

"Tudo bem, vamos nessa!"

— Urushi, dê o seu melhor.

Au!

Fran montou em Urushi.

"Voe, Urushi! Voe!” eu comandei.

Au, au!

Urushi acelerou a toda velocidade. Sua velocidade máxima era tão rápida que chegamos à capital em um único dia.

"Aaa, isso aí! HURRAAAAAAAAAAAAA!"

— Eba!

Au, au!

Urushi estava claramente se divertindo, já que era a primeira vez que corria sem obstáculos há algum tempo. Espere. Puta merda, ele ainda estava acelerando. Poderíamos chegar ainda mais cedo do que eu previ.



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