Masmorra do Desejo Brasileira

Autor(a): Alonso Allen & Zunnichi


Volume Único

Capítulo 1: Um Grupo Improvável

Sentado em uma cadeira de madeira que parecia prestes a ceder, à beira de uma mesa repleta de canecas vazias, um homem gordo conversava com outros três sujeitos. Todos vestiam armaduras que mesclavam metal com couro e possuíam espadas embainhadas.

— Ouvi no bordel que monstros destruíram mais uma aldeia na região — comentou o gordo, depois tomou um grande gole de sua cerveja. — … Acho que é a quinta neste mês.

Outro indivíduo passou a mão pela cabeça desprovida de fios e devolveu: — É realmente uma pena, mas o rei não tem o menor interesse em ajudar essas pessoas.

— Cuidado com o que fala, Andrei. Você pode ser preso se algum funcionário público escutar! — avisou o gordo.

— Hahahaha… nós sabemos que homens desse tipo não estariam na taberna da guilda! — comentou um terceiro sujeito, passando os dedos pela barba grisalha que cobria todo o pescoço.

O quarto indivíduo, que estava em silêncio até então, fechou os olhos por um instante e comentou: — Hmm… Um desconhecido está se aproximando do prédio da guilda.

O homem careca botou a mão no cabo da espada e perguntou: — Sua habilidade de clarividência ativou sozinha justo agora?

Os outros demonstraram igual espanto e fixaram os olhares na entrada.

— A última vez que ela ativou sozinha…  — O gordo olhou para uma das cadeiras, a única vazia na mesa.

Um grande par de portas de madeira foram abertas e um homem vestindo armadura adentrou o saguão do prédio. Eles encararam o recém-chegado, sondando o nível que o indivíduo devia ter, mas rapidamente se acalmaram e recuaram os olhares.

Além da armadura de couro e peles grossas, o homem também carregava uma espada bastarda na cintura e um grande escudo nas costas. Suas feições brutas eram acentuadas por um cabelo  curto que não escondia as profundas cicatrizes em seu rosto.

Com passos firmes, o armadurado se dirigiu para uma mesa vazia no centro do salão. Parou em frente a ela e encarou uma mulher idosa do outro lado.

— Eu vim fazer a inscrição para aventureiro — falou o homem.

A recepcionista sorriu roboticamente e comentou: — Perfeitamente. Irei pegar o formulário para novos aventureiros e volto em um instante.

Quando a funcionária entrou em uma sala nos fundos e sumiu, o homem analisou melhor os arredores. Reparou nas diversas pessoas incomuns que preenchiam o lugar e teve a impressão de que a temperatura no ambiente aumentou.

O recém-chegado engoliu em seco. Ele tinha noção da própria força, mas as pessoas do lugar o faziam ficar ansioso.

A recepcionista voltou, trazendo um pergaminho e uma caneta-tinteiro.

— Aqui está o formulário. Desculpe a demora. — Ela estendeu a folha na mesa e analisou a aparência do homem. — Te farei algumas perguntas e irei preenchê-lo por você.

— Está supondo que não sei ler?  — respondeu, incomodado com a funcionária.

Fechou ainda mais a expressão. Estava parecendo um animal selvagem prestes a atacar.

A senhora engoliu em seco e se desculpou: — Me desculpe, rapaz… Deixarei o papel e a caneta. Quando terminar, me devolva junto com a taxa de 10 moedas.

O guerreiro tomou o formulário e começou a preencher com suas informações.

Pouco tempo depois, devolveu-o à funcionária. A recepcionista pegou o documento e passou os olhos pelas informações, em busca de alguma coisa errada.

— Você deixou o campo sobrenome em branco. — A funcionária empinou o nariz.

— Não tenho um. — Atirou um saco com moedas na mesa. — Algo mais?

A recepcionista concordou com a cabeça e tomou o saco de dinheiro. Não era incomum camponeses que viviam da agricultura e plebeus pobres não terem um sobrenome.

A recepcionista abriu o saco e olhou para as peças metálicas com um fraco brilho dourado. A maioria das moedas estavam gastas, arranhadas, tortas, e sujas de terra — como se tivessem passado anos enterradas em algum lugar.

Mais um novato que gasta a economia de anos com o sonho de virar um aventureiro, pensou a recepcionista, mas se limitou a seguir o protocolo: — Tudo certo. Irei guardar o documento e já trago seu artefato, senhor Alexsander.

Mais uma vez, a mulher sumiu. E mais uma vez retornou, porém agora com uma pulseira peculiar. O objeto tinha um cristal azulado preso a um bracelete de couro tratado. Apesar do aspecto simples que o material comum dava à composição, possuía uma aura sobrenatural.

— Aqui está seu Artefato de Encadeamento. Depois de prender ao corpo, basta focar seus pensamentos para acessar os recursos da ferramenta.

A funcionária entregou o objeto ao guerreiro. Ele amarrou a pulseira e falou: — Também preciso de um grupo. Sabe de pessoas disponíveis?

— Aquela menina — apontou para um dos cantos do salão — sentada ao lado do mural de missões. Ela se inscreveu um pouco antes de você. 

A pessoa em questão era magra, possuía um longo cabelo loiro. As orelhas um pouco mais pontudas que as de um humano indicavam que ela provavelmente era meio-elfo. Nas mãos, segurava um báculo com adornos. Deve ser uma sacerdotisa, pensou Alexsander.

O guerreiro andou em direção à mulher. Ao se aproximar, sua sombra cobriu completamente a menina que estava sentada.

A sacerdotisa lentamente levantou a cabeça, encarando a grande barreira de músculos e cicatrizes que agora estava à sua frente. Seu corpo tremeu e ela engoliu em seco.

Alexsander se ajoelhou, estendeu a mão e se apresentou: — Me disseram que está precisando de um grupo — encarou-a nos olhos. — Tudo bem fazer parte do meu?

A meio-elfo corou, seus olhos se arregalaram e por um momento sua cabeça entrou em ebulição de tanta vergonha. Aquilo não era um pedido tão simples, ainda mais daquele jeito. Acabou segurando na mão dele de qualquer jeito e se levantou.

Com os olhos voltados para o chão, falou: — Cla-claro! E-eu me chamo Alice… Alice Lux! Sou uma sacerdotisa do templo da Deusa.

— Meu nome é Alexsander — Largou a mão dela, dando um breve aceno de cabeça.

— Mas você tem… certeza sobre isso? Eu fiz minha inscrição agora há pouco— Seus olhos azuis encararam o homem por um breve instante. — A maioria das pessoas evita sacerdotes sem experiência em combate…

Com um sorriso quase imperceptível no rosto, o homem devolveu: — Eu não estou em uma situação em que posso me dar essa liberdade. Mas devo esclarecer uma coisa…

A garota devolveu o olhar ao chão. Agora ele vai dizer que não quer mais, igual todos…

— Eu não estou interessado em caçar monstros, fazer escoltas ou procurar pessoas desaparecidas como os outros aventureiros. Dinheiro também não é meu objetivo.

As palavras do homem atraíram a atenção da clériga, assim como dos outros ao redor. Poucos aventureiros não têm interesse em nenhuma dessas atividades. Menos ainda desprezam o ouro.

— Então… vo-você está atrás da lenda do desejo?

O homem firmou o olhar e então concordou com um gesto de cabeça.

Vendo a expressão duvidosa no rosto da sacerdotisa, Alexsander botou a mão por dentro das vestes e puxou um pergaminho de um bolso interno.

Ele puxou o cordão que amarrava o papel e exibiu seu conteúdo para a mulher.

 

Permissão de acesso ao portador.

Garanto, por meio deste documento, permissão para entrar na masmorra das planícies.

Conde Phillip Edmund II

 

Poucas palavras, mas era definitivamente uma permissão válida. A menina arregalou os olhos de espanto. A maioria das pessoas nunca conseguiria chegar perto de uma.

— Co-como você!? Como conseguiu uma permissão dessas? E ainda por cima de alguém da alta nobreza!

Alexsander devolveu o documento para o bolso secreto e falou: — O importante é que eu tenho ela. Minha intenção é completar todas as masmorras.

Um indivíduo de moicano verde estava observando Alexsander há um tempo e viu tudo em detalhes. Só aquela permissão já vale uma montanha de grana… Sua intuição gritava que um grande baú de moedas estava logo diante de seus olhos, então resolveu se apresentar.

— Ei, amigo, me desculpe a intromissão, mas eu ouvi o que você disse agora há pouco. Está precisando de membros para um grupo, certo?

Aleksander analisou o punk dos pés até a ponta do topete. O homem vestia uma armadura leve de couro, um par de botas macias e carregava duas adagas na cintura.

— Eu sou um ladino. — Apontou para si mesmo e depois indicou um dos cantos do salão. — E aquele elfo ali atrás é um mago que trabalha comigo.

— Um mago você diz… — Aleksander encarou o chapéu espalhafatoso do orelhudo. — Mas vocês tem certeza que querem fazer um grupo comigo? Ainda nem contei para vocês o que pretendo fazer.

O ladino sorriu de forma maliciosa.

— Não me importa — fez um gesto de dinheiro com as mãos — desde que me traga grana!

O elfo, que estava no canto até o momento, se aproximou dos dois que conversavam.

— Novamente você decidindo as coisas de forma imprudente… Você nunca muda mesmo — reclamou o mago.

— Bah, você é muito medroso, Lohan! Somos aventureiros, afinal.

O homem de moicano deu dois tapinhas nas costas do mago e em seguida voltou-se ao guerreiro. Ninguém disse nada enquanto os dois se encaravam. Ambos analisavam friamente a pessoa à sua frente.

Uma pessoa que só se move por dinheiro… Definitivamente não é alguém confiável para proteger suas costas, pensou Alexsander.

O silêncio acabou quando o parrudo abriu a boca para falar: — Eu não sei quem vocês são… não acho que seja prudente aceitá-los num grupo.

— Aí que você se engana, grandalhão. — O sorriso do ladino alargou e ele colocou as mãos na cintura. — Meu amigo aqui sabe magias bem poderosas. E eu sou muito bom em me infiltrar em lugares e passar despercebido. Se combinarmos nossas forças com esses seus músculos e as curas da sua namorada aí…

— Na-namorada!?! — gritou a meio-elfo.

— … Podemos com certeza fazer qualquer missão!

Bom, ele de certa forma está certo…, pensou o guerreiro, mesmo que com um grau de ceticismo. Magias devem ser ótimas contra monstros. Nessa situação é possível que o mago só venha se eu permitir ele vir também.

— Bem, como eu disse antes, realmente não estou em posição de ficar escolhendo. Podemos fazer um grupo.

— Assim que se fala, grandalhão! — O ladino deu um soquinho no ombro dele e sentiu que havia acertado uma pedra. — Eu me chamo Minerva Hoggar, e esse aqui se chama Lohan Habelion.

O mago deu um aceno de cabeça, meio irritado por ter sido deixado de fora da conversa até então. Ele suspirou, dando uma batucada com o cajado na cabeça de seu amigo.

— Você deveria se controlar mais, idiota… — Arrumou a posição dos óculos no rosto, então olhando para o restante do salão. — Enfim, já que seremos um grupo de qualquer jeito, então é hora de escolhermos uma missão.

— Não precisamos — falou Alexsander. — Basta formalizarmos o grupo com a recepcionista e partirmos para a masmorra das planícies.

O mago-elfo arregalou os olhos. Tentou falar alguma coisa, mas Minerva puxou seu manto e cochichou em seu ouvido.

— O grandão ali tem uma autorização para acessar as masmorras! Isso é tudo que você… que a gente queria, Lohan.

O sábio mostrou estar incomodado, mas assentiu em silêncio.

— Tudo bem, já estava ficando cansado das missões convencionais  — disse. — Mas precisaremos aprender a trabalhar como um grupo antes de entrar na masmorra.

— Bem, você resolve essa parte tática como um bom sábio élfico enquanto eu faço a inscrição do nosso grupo — comentou Minerva, que saiu logo em seguida.

— Ah… Com li-licença — pediu timidamente a sacerdotisa. — Agora que você comentou… Como nós aprenderemos a trabalhar juntos sem completar uma missão antes?

Alexsander cruzou os braços e ficou apenas ouvindo, também estava curioso sobre qual seria a proposta do mago.

De dentro de uma bolsa cruzada por cima do manto, Lohan tirou um grande pergaminho e abriu sobre uma mesa próxima que estava vazia.

— Eu consegui esse mapa com um mercador há uns anos — disse e em seguida soprou a sujeira do objeto.

 

 

As partículas de poeira voaram para todo lado, atacando as vias aéreas da sacerdotisa e do guerreiro. Os olhos da menina ficaram vermelhos de alergia.

Atchim!

Ahrg. Há quanto tempo você disse que comprou isso? — perguntou Alexsander.

— Recentemente, uns 40 anos eu acho.

Elfos e suas estranhas perspectivas de tempo, pensou o guerreiro. Quando a poeira saiu de seus olhos e narizes, o mago começou a falar.

— Como sabem, o mundo é dividido em cinco grandes continentes e um continente menor, onde estamos, separado dos demais pelo Grande Oceano do Sul.

— Não frequentei uma escola de magia, mas até eu sei disso — comentou o guerreiro.

— Acalmem-se. Humanos são muito apressados... Eu sequer cheguei na parte que importa — reclamou. — Agora vai uma pergunta: onde fica a Masmorra da Planície?

A sacerdotisa apontou seu indicador delgado para o continente grande do canto inferior direito e disse timidamente: — Partindo da capital… é só se-seguir para o nordeste.

Assentindo com a cabeça, o elfo continuou: — Exatamente. A masmorra considerada mais fácil também é a mais próxima, mas, mesmo assim, está a cerca de quinze dias de viagem.

O guerreiro levantou a sobrancelha, lembrando do que disseram para ele antes.

— Essa distância não deveria ser vencida em menos de seis dias de viagem?

Com olhos questionadores, a clériga olhou para o mago.

— A distância não é o único oponente nesta empreitada. Existem monstros no caminho, muita vegetação e poucas cidades que podemos parar. Por isso demora mais!

O guerreiro fez uma careta, depois começou a mover os dedos das mãos. As provisões que comprei não serão suficientes… precisaremos de muito mais suprimentos pra chegar lá, pensou Alexsander.

— Isso vai ser um problema — reclamou o homem com cicatrizes.

Neste instante, um sorriso pretensioso se formou no rosto do elfo. — É justamente por causa destes problemas que poderemos melhorar nossa sinergia, seu tolo.

A sacerdotisa juntou as mãos, finalmente havia entendido.

 — Vo-você quer que usemos a própria viagem até a masmorra para aprender a trabalhar juntos.

— Isso mesmo, minha companheira de sangue élfico. Iremos derrotar todos os monstros no caminho. Mas se não formos capazes de lidar com isso…— Ele cerrou os olhos. — … É melhor desistir da masmorra.

Ouvindo isso, Alexsander apertou o punho com força.

— Nós iremos conseguir. — O homem olhou para o artefato no pulso — Temos os patrocinadores, eles também irão nos auxiliar a concluir a tarefa.

O mago fez uma expressão difícil de descrever, enquanto encarava o homem ingênuo à frente. — Eu sou aventureiro há algum tempo. Já vi várias coisas, mas raramente um aventureiro novato…

Interrompendo a iminente conclusão desagradável da frase do mago, a sacerdotisa comentou: — Só por-porque é difícil não… significa que é impossível, certo?

Torcendo o nariz, o elfo concordou: — Sim… não é impossível. Esse meu cajado foi um presente de uma dessas entidades superiores. Me garante +6 de inteligência e +6 de mana.

Finalmente ouvindo algo que realmente achou interessante, Alexsander questionou: — Você diz que já teve contato com uma dessas entidades. Eu só ouvi boatos… Como realmente funciona?

O elfo balançou as orelhas e exibiu um sorriso de felicidade. Exibir seus conhecimentos para os outros era uma dádiva para ele.

— Os livros antigos contam que os patrocinadores existem em um plano superior. Onde eles não podem interferir livremente com o ambiente ao redor, mas, em contrapartida, podem interferir com o nosso. Isto é, através do artefato nos nossos pulsos.

Movendo o braço para cima, o bracelete do elfo brilhou em uma luz dourada. Em seguida algo que parecia ser um quadro translúcido apareceu na sua frente.

— Essa é a loja. Com as moedas de ouro nós podemos comprar quase tudo daqui. Algumas coisas somente as entidades superiores podem nos fornecer, por isso chamam eles de patrocinadores.

— Is… isso é incrível! Como é feito esse bracelete? — Os olhos azuis da sacerdotisa brilhavam de curiosidade sobre tudo que o mago falou.

O elfo sorriu de forma maliciosa quando respondeu: — O principal é o cristal no centro. Ele é produzido com uma magia antiga, misturando ouro derretido com sangue. Por isso, as guildas cobram dez moedas pela inscrição.

— Interessante — comentou o guerreiro. — Existe mais alguma função no artefato?

— É claro que sim! — desdenhou. — Sanar suas dúvidas será um prazer, meu companheiro tolo, bruto e desinformado.

Alexsander não ficou feliz com a maneira que o elfo estava falando com ele, mas engoliu o orgulho e aceitou o tratamento em troca das informações que não tinha.

— Para a próxima função é importante que pense em você mesmo. Sua identidade, quem você é.

Com um outro movimento do braço, o quadro flutuante mudou e agora exibia uma tela com números e uma imagem deformada que lembrava vagamente o elfo e suas roupas.

 

 

A sacerdotisa levou o dedo até a boca, pensando em perguntar, mas sentiu vergonha por não saber. Notando isso, e também curioso, o guerreiro perguntou: — O que significam essas siglas?

Coçando a barba na ponta do queixo, o mago resumiu: — Suas funções básicas. Força, inteligência, resistência, sabedoria, destreza e mana. Cada uma é responsável por algo.

Ao notar que outras pessoas na sala estavam observando sua tela de status, o mago rapidamente fechou a tela. Em seguida voltou a falar.

— Os números ao lado são uma conversão das suas qualidades em um formato mais compreensível. Você gostaria que explicasse o que são números também?

— Quão idiota você acha que eu sou? — disse rosnando.

— Deixemos isto de lado por enquanto… Tente exibir seus atributos também.

Alexsander passou a mão sobre as cicatrizes do rosto e em seguida levantou o braço com o Artefato de Encadeamento. Uma tela idêntica imediatamente apareceu à sua frente.

 

 

Vendo a tela, o mago pensou: A maioria dos atributos é baixo… mas 26 pontos de resistência!? Isso é fora da curva. O que esse sujeito fazia antes?

Alexsander ficou observando os números, mas sua falta de conhecimento apenas levou a mais dúvidas. Acho que preciso treinar mais.

— E-eu vou tentar também — Alice junto ambas as mãos em um gesto de prece e fechou os olhos. Em seguida, outra tela apareceu diante do trio.

 

 

— Con-consegui! — falou animadamente e deu um pulinho de comemoração.

Como fez antes, Lohan analisou mentalmente a tela da sacerdotisa. Apesar de jovem, esses atributos de sabedoria e mana são idênticos a um com um clérigo experiente…

— Muito bem. É bom que vocês aprendam rápido.

Se afastando do balcão da recepção, o ladino andava de volta para o grupo.

— Terminei a inscrição do grupo — falou —. Resolveu tudo que precisava, Lohan?

— Sim, sim. Estávamos compartilhando nossos atributos agora.

O ladino reparou no olhar pensativo no rosto do mago e pensou: pela expressão dele, os atributos devem ser bons… realmente eu ganhei na loteria com esse cara.

— Depois você me conta os valores então — disse sorrindo. — Irei mostrar os meus também.

 

 

Depois que Minerva apresentou sua tela, o grupo ficou conversando por mais algum tempo. Quando tudo sobre a viagem estava devidamente acertado, os integrantes combinaram de se encontrar no dia seguinte.

Lohan e Minerva saíram juntos, dizendo que tinham coisas para acertar antes de partir. Alice comentou que iria voltar para o templo da Deusa e passar a noite antes da viagem com suas companheiras sacerdotisas.

Sem ter onde ficar, Alexsander pagou por uma noite em uma pensão próxima da guilda. A Lua já estava no topo do céu, quando ele finalmente se deitou na cama dura do quarto.

Mesmo sem a armadura o homem ainda era grande, ocupando todo o espaço que o colchão tinha a oferecer. Olhando para o teto, um pensamento passou pela sua mente.

O mesmo pensamento que tinha todas as noites… desde que aquilo aconteceu.

— Eu vou te trazer de volta, Ana.


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