Volume 3
Capítulo 137: Desespero
A Partir de agora, todos os feitiços de Guardião serão traduzidos. Vou ir traduzindo para português a maioria dos feitiços que fique bonito, fazendo uma transição, espero eu, não incomoda, em vez de deixá-los somente no inglês.
Embora sua entrada parecesse arrogante e dramática para os membros da Talons, Lith estava bastante desesperado, assim como Solus. No momento em que o homem sarcástico revelou sua presença, ele soube que tinha acabado de passar da frigideira para um vulcão.
Quem quer que fossem, haviam dominado a disciplina de magia espacial a ponto de torná-la uma forma de arte. Lith só poderia correr ou voar, mas contra um oponente como esse, Blink ou Switch eram inúteis.
Sua única opção era invadir e matá-los tão rápido que nem mesmo entenderiam o que os havia atingido. Era hora de testar os limites de seu novo corpo.
– “Primeiramente, precisamos matar o Guardião.” – Lith pensou, sem saber que era a cabeça de seu alvo pretendido a que ele jogava no inimigo mais próximo, fazendo com que ambas as cabeças se abrissem com a violência do impacto.
– “Nossa única esperança é encontrá-lo antes que ele lance outra Matriz, caso contrário, estaremos ferrados. O único ponto positivo é que os feitiços de Guardião são lentos pra caralh*.” –
– [“Você se concentra na matança.”] – Solus respondeu.
– [“Vou coletar o máximo de informações que puder sobre nossos oponentes. Se eu vir o menor indício de magia de Guardião, vou te dizer.”] –
Infelizmente, a unidade da Talons era composta apenas por veteranos, portanto, assim que Lith decapitou Seephit, levaram apenas um segundo para se recuperar e reagrupar. Aquele que Lith matou com uma cabeçada não convencional estava simplesmente perto demais para se esquivar do projétil.
Farion Negal, o General, imediatamente emitiu ordens codificadas, que seus homens estavam prontos para executar. O elemento surpresa já havia sido perdido, e Lith ainda não tinha enfrentado mais de nove pessoas.
“Preto, dois! Vermelho, três! Branco, quatro!” Apesar de o alvo ser apenas uma criança, Negal empregou uma tática extremamente agressiva. Seu credo era: não importa o oponente, nunca subestime, relaxe ou fale até que a morte seja confirmada.
Os dois especialistas em combate corpo a corpo mais habilidosos iriam matá-lo ou, na pior das hipóteses, mantê-lo ocupado enquanto três especialistas de médio alcance os cobririam e impediriam o tempo suficiente para que os quatro mágicos de longo alcance encerrassem a luta.
Amaldiçoando sua má sorte pela milésima vez desde que nasceu de na Terra, Lith se preparou para enfrentar seus inimigos. Primeiro, levou seu núcleo de mana ao limite, emitindo uma aura ciano clara que envolveu o espaço ao seu redor com uma mana tão densa que o ar começou a estalar.
Então, infundiu seu corpo com todos os seis elementos, enquanto lançava um de seus novos feitiços o mais rápido que podia. Os dois Talons eram um homem e uma mulher, o primeiro usando uma combinação de espada e escudo, a segunda, espadas gêmeas.
A sede de sangue e a loucura distorciam seus traços, a tal ponto que nem mesmo Yurial teria perdido tempo pensando se ela era gostosa ou não.
– [“Cuidado! Todo o equipamento deles está no mesmo nível do Corpo da Rainha! Até suas tatuagens parecem encantadas.”] – Solus o avisou.
– “Que sorte a minha. Preciso de uma maldita arma para bloquear as lâminas encantadas, mas ainda não posso pagar os preços da academia!” –
Um pedaço das tatuagens desapareceu, aumentando a velocidade deles como uma poção de alta qualidade e permitindo que alcançassem Lith antes que o garoto pudesse terminar de lançar seus feitiços. Posicionaram-se em direções opostas, forçando Lith a criar um ponto cego em seu campo visual.
Para a surpresa dos mercenários, no entanto, seu alvo nem tentou seguir seus movimentos com os olhos. Em vez disso, deu as costas ao homem do escudo, concentrando-se apenas na mulher com dupla empunhadura.
No entanto, não perderam o foco, executando um ataque em duas frentes, onde cada golpe tinha como objetivo encurralar a presa, tornando os ataques vindos da dupla mais difíceis de driblar. Mesmo assim, Lith se esquivou de todos eles perfeitamente, mesmo daqueles que vinham de suas costas.
A primeira ‘troca de punhos’ foi mais do que suficiente para Negal entender o que estava acontecendo, forçando-o já a violar seu credo.
“O que estão fazendo, seus idiotas?! Isso é Full Guard! Vermelho, branco, caia!” Para evitar que seu alvo escapasse, Negal começou a tecer a Matriz Mágica Anti-aérea.
Por uma fração de segundo os Talons congelaram, pensando que seu General tivesse enlouquecido.
Full Guard era um feitiço comum da classe Mago Cavaleiro, que criava uma aura azul esférica com um raio de 1,65 metros ao redor do lançador.
Graças ao Full Guard, um Cavaleiro Mago não tinha pontos cegos. O que quer que entrasse na esfera seria detectado, permitindo que ele contra-atacasse e se esquivasse com precisão cirúrgica, mesmo sem olhar.
O que Negal disse não fazia sentido, no entanto. A aura ciano em torno do alvo tinha um raio de mais de vinte metros, algo que todos sabiam, por experiência, ser impossível.
O alcance do feitiço, mesmo no nível cinco, deveria cobrir apenas o comprimento dado pelo braço mais o comprimento da arma. Quando seu instinto e disciplina entraram em ação, fazendo-os obedecer à ordem, já era tarde demais.
Lith já havia ignorado a fala anterior do treinador de futebol, mas agora, violando seu credo, Negal se expôs.
– [“Guardião às três horas!”] – Solus gritou no momento em que reconheceu o padrão de energia.
Lith explorou a abertura, disparando em direção a Negal enquanto estendia os braços, com um movimento que não fazia sentido para seus inimigos. A essa distância, qualquer feitiço vindo de um anel poderia ser facilmente evitado.
O time vermelho e o branco recuaram, sem interromper seus encantamentos, tentando manter a distância da presa, enquanto o time preto estava em sua perseguição. Seu problema era duplo, no entanto.
Lith era muito rápido para seus perseguidores, e ninguém nos Talons sabia da existência da magia espiritual.
Rápido como uma cobra, gavinhas de mana pura e invisível viajaram pelo espaço entre o predador e a presa, enrolando-se na cabeça de Negal. Feitiços choveram em Lith de todas as direções.
De alguns, ele conseguiu desviar; de outros, teve que suportar para não perder o foco, permitindo que os efeitos combinados da fusão da terra e seu uniforme bloqueassem a maior parte dos danos, enquanto a fusão de luz regenerou as feridas assim que foram abertas.
A cada passo que dava, a força mágica de Lith se tornava forte o suficiente para superar cada proteção encantada que Negal tinha, deformando terrivelmente sua cabeça antes de estourá-la como um balão.
O alcance da magia espiritual já havia chegado a cinquenta metros quando ele salvara a família do Conde Lark.
Agora, poderia atingir tanto quanto Lith podia ver, mas quanto mais longe estivesse do alvo, mais fracos os efeitos.
– “Ok, o Guardião caiu. Faltam mais oito. Com um pouco de sorte, o choque do meu uso de magia espiritual deve atordoá-los por alguns segundos, me dando bastante tempo para nivelar o campo.” –
No entanto, a sorte era uma amante inconstante. O que Lith ignorou, sem saber nada sobre militares, exceto o que aprendeu nos filmes, foi que em unidades de malha tão rígida havia apenas dois tipos de generais.
Aqueles cuja morte destruiria o moral, transformando-os em patos sentados, como ele esperava, e aqueles cuja morte transformaria seus soldados em frenéticos demônios de batalha que não temiam a morte.
Farion Negal pertencia à segunda categoria. A maioria dos membros dos Talons eram psicopatas desprovidos de empatia ou assassinos de sangue frio, não se importavam com nada além de si mesmos.
Matar Negal foi o equivalente a cortar sua linha de vida, não tinham ideia de como sobreviver fora do campo de batalha sem ele. Alguns ficaram até gratos a ele por tê-los resgatado antes de sua execução.
Cada um deles levou para o lado pessoal.
Para piorar as coisas, a Brigadeira Phita Beruit, a segunda em comando, rapidamente recuperou a calma, evitando que a situação se transformasse em caos.
“Preto, quatro! Vermelho, dois! Branco, dois! Não deixe a morte do General ir para o lixo. Mate esse desgraçado!”
A Brigadeira General Beruit era um ex-membro do corpo da Rainha. Foi graças ao seu conhecimento sobre o protocolo e o equipamento do corpo que a missão transcorrera tão bem, até a morte de Seephit.
Ao contrário dos outros, ela já tinha visto alguém se movendo tão rápido. Uma vez, Beruit tinha sido um membro do Destacamento da Rainha, testemunhando a velocidade desumana da Monarca. Durante uma emboscada, ela matou três agressores antes que seus guarda-costas pudessem se mover.
Em sua mente, agora tudo finalmente fazia sentido, todas as suas perguntas tinham encontrado uma resposta. Por que seis membros do corpo foram enviados para proteger um plebeu insignificante? Por que o pagamento era obscenamente bom, mesmo para os padrões da Talons?
“O filho da p*ta é um membro da família real!” ela gritou. “Temos que fazer isso rápido, antes que mandem alguém procurá-lo!”
Todos na Talon tinham ouvido a história de Beruit pelo menos uma vez. Ninguém nunca havia acreditado nela, pensando que era uma auto-ilusão de quando ela ainda era uma novata. Mas agora as coisas mudaram.
Beruit não podia acreditar que Negal havia escondido deles uma informação tão valiosa. Podia saber que nem mesmo o General levava sua história a sério, mas ele era tão meticuloso que o ato de descuido parecia muito fora do personagem.
– “Eu sou o que?!” – Lith não pôde evitar zombar intimamente daquela porcaria. “Primeiro sou o filho bastardo do Conde Lark; e gora, da Rainha?” –
– [“Mais dois inimigos chegando perto!”] – Solus o avisou.
Lith apenas suspirou de alívio.
– “Exatamente o que o curandeiro ordenou.” –
Então, ativou o feitiço que havia lançado anteriormente, tornando o mundo ao seu redor escuro.