Magus Supremo Americana

Tradução: SilentFitts

Revisão: Barão_d’Alta_Leitura


Volume 3

Capítulo 116: Lições de Necromancia (3)

– “Estou começando a suspeitar que a necromancia superior requer um sujeito vivo. Para transformar Raghul apropriadamente, eu teria que preencher todo o seu corpo com magia negra, não apenas seu núcleo. E, claro, adicionar minha marca.

Provavelmente, a razão pela qual Kalla não pode dominar a necromancia não é por ela não poder usar a luz fora da primeira magia, mas porque não tem conhecimento dos núcleos. “-

-[“Faz sentido.”]- Solus concordou.

Com a orientação de Kalla, Lith conseguiu levantar seu primeiro esqueleto após algumas tentativas, destruindo alguns deles no processo. Quando teve certeza de ter entendido o básico, ele até conseguiu levantar Rodimas.

Antes de seguir Kalla para receber seu presente final, Lith voltou para colocar os dois mercenários gravemente queimados fora de sua miséria.

– “Uma parte de mim adoraria experimentá-los com necromancia superior, mas honestamente, eu tive mais do que o suficiente por hoje. Além disso, se eu conseguir transformá-los em mortos-vivos sencientes, eu me sentiria responsável por suas vidas.

Assim, eu seria forçado a ou matá-los, e isso seria um desperdício, ou deixá-los vagar livremente, uma completa loucura. Cansei de brincar com poderes que não entendo totalmente. Acho que agora tenho mais uma coisa para pesquisar na biblioteca. “-

Depois de caminhar um pouco, Lith começou a sentir uma dor de cabeça crescente, sua vontade de voltar para a academia e descansar era quase insuportável.

“Onde estamos indo?”

“Para minha caverna.” Kalla explicou. “Já que estou indo embora, fique à vontade para escolher o que quiser da minha pilha de troféus. Esse será o meu agradecimento por salvar a vida de Nok.”

“Ensinar-me necromancia já é um grande presente. Eu não preciso de mais. A propósito, onde você está indo?”

“Eu também não sei. Cheguei a um gargalo. Todos os meus instintos me dizem que ou eu supero isso ou meu talento vai apodrecer. Agora que todos os meus filhotes são grandes o suficiente para serem autossuficientes, posso finalmente partir para explorar meus limites. ”

“Você já tentou falar com o Senhor da floresta, primeiro? Talvez o Scorpicore possa ajudá-lo.” Lith não se atreveu a oferecer sua ajuda diretamente. Ele não tinha ideia de como os homens reagiriam a ele ensinando magia verdadeira, muito menos bestas mágicas ou monstros.

No entanto, se a academia corresse algum perigo, ele preferia que alguém como Kalla estivesse presente.

“Eu já fiz. Scarlett tentou me explicar muitas vezes sobre coisas como ‘núcleos’ e ‘energia mundial’, mas são apenas palavras vazias para mim. Então, ele me aconselhou a viajar para fora da floresta e buscar a iluminação.”

Depois de um tempo, eles chegaram a uma pequena colina. Tinha cerca de dez metros de altura, coberta por grama alta e verde, com mudas inclinadas crescendo nas laterais lutando contra as árvores da floresta mais próximas pela luz do sol.

Lith pôde ver muitos pequenos animais, esquilos e pássaros, movendo-se nas proximidades, sem se preocupar com sua chegada. Como um rato nas costas de um leão, eles não tinham medo de predadores — a presença do poderoso Byk era seu salva-vidas.

A caverna era profunda e tinha uma entrada grande o suficiente para permitir que duas criaturas do tamanho de Kalla se movessem livremente para dentro e para fora, provavelmente para permitir que ela se movesse com seus filhotes.

A chamada pilha de troféus acabou sendo apenas lixo. Armas, ferramentas e roupas foram reunidas em uma ordem aleatória. A maioria delas estava danificada ou quebrada, tornando-as inúteis.

“Eu tirei essas coisas de humanos e criaturas que invadiram meu território e tentaram me matar ou matar minha prole durante os anos.” Ela explicou.

Depois de uma pequena pesquisa, Lith percebeu que não havia nada de interessante nas pilhas.

“E quanto a anéis ou amuletos? Eles não tinham nenhum?”

“Esses eu peguei para mim, seu bobo. Serão especialmente úteis quando eu estiver longe daqui.”

Lith suspirou de aborrecimento, pensando em como ele já poderia estar descansando em casa em vez de caçar lixo.

“Mas há alguns que não consegui descobrir como usar e nem como os jogar fora. Acho que são perigosos demais para serem deixados em mãos desajeitadas. Sinta-se à vontade para pegá-los, se desejar.”

Kalla tocou o lado esquerdo da caverna, revelando uma pequena câmara secreta, contendo uma pilha de pequenas caixas de madeira, todas idênticas à que Rodimas dera a Lith.

De repente, ele sentiu um arrepio percorrer sua espinha, sua visão embaçada tornando a dor de cabeça quase insuportável. Desta vez, ele viu grupos de soldados armados lutando e destruindo cidades inteiras.

– “Não, a visão de novo! O que isso significa? A guerra está realmente tão perto? E o que isso tem a ver comigo?” –

Lith viu vários envelopes espalhados entre as caixas, os selos de cera ainda intactos. Depois de verificar com o Revigoramento se não havia nenhuma armadilha mágica, ele os abriu, descobrindo que todos estavam escritos em um código que ele não conseguia decifrar.

Lendo essas palavras aparentemente aleatórias, outras imagens passaram diante de seus olhos. A última coisa que ele viu foi uma imagem de sua casa em Lutia, pegando fogo. O celeiro estava aberto, os animais morreram ou fugiram, enquanto os campos em frente à sua casa pareciam ter sido pisoteados.

Seu ponto de vista mudou-se para dentro de seu lar, permitindo observar as chamas dançantes, as paredes salpicadas de sangue fresco. Seu pai estava deitado no chão, a cabeça aberta por alguma arma pesada e sem corte, o cérebro quase visível.

Sua expressão era de puro desespero e terror, as roupas encharcadas de seu próprio sangue que saía de vários cortes profundos. As mãos machucadas ainda se fechavam em punhos, mostrando que ele parecia ter lutado até a morte.

A visão mudou para a cozinha, onde o cadáver de sua mãe, Elina, descansava. Seus olhos bem abertos, uma poça de sangue sob sua cabeça, e, entre o sangue, um grande pedaço de sua língua era visível.

Suas roupas estavam em farrapos, nem mesmo a morte deteve seus agressores. Lith podia ver marcas de mordidas humanas em seus seios e genitália, uma poça de substância pegajosa branca contaminando suas pernas e boca.

A raiva crescia no peito de Lith, uma sede de sangue como ele nunca sentira desde seus dias na Terra.

Então, ele ouviu as vozes de suas irmãs pedindo ajuda. Rena estava chamando o nome do marido; mas Tista, por ele.

Lith tentou forçar a visão para se mostrar a elas, mas de repente se sentiu puxado para cima e longe do chão, observando tudo do céu, há um raio de quilômetros de distância. A essa altura, percebia ele.

A aldeia inteira havia sido arrasada.

Assim que Lith recuperou seus sentidos, a dor de cabeça foi suprimida por uma intenção de matar que ele mal conseguia conter.

“Onde você os achou?”

“A maioria vem de itens dimensionais dos caçadores que eu matei recentemente. Nos últimos meses, muitos chegaram se acreditando serem predadores, apenas para se tornarem presas.” O focinho de Kalla se deformou em um sorriso.

“Mas outros eu tirei dos filhotes de pelo branco que vivem na montanha feita pelo homem.”

“Os estudantes?” Lith ficou chocado, não com a ideia de sua morte, mas com a implicação de tal evento.

“Sim. Aconteceu quando eu estava perseguindo os caçadores que mataram um de meus filhotes. Eles me escaparam da primeira vez, mas dias depois ousaram retornar em meu território.”

A raiva sobrecarregou seus olhos com mana, transformando-os em buracos negros.

“Eu os perseguia e, quando surgia a oportunidade, exigia vingança. Daquele momento em diante, toda vez que os caçadores chegavam, eu os seguia de perto para matá-los junto com seus filhotes, para que soubessem o que eu sentia.”

“Como você conseguiu fazer aquilo?” Seu interesse foi despertado. Ele duvidava ser capaz de matar de forma limpa um grupo de mercenários e estudantes ao mesmo tempo, sem que nenhum deles escapasse.

Mesmo com todos os mortos-vivos, ser incapaz de voar tornava Kalla mais fraca do que ele aos olhos de Lith.

“Clackers, é assim.” A risada do Byk foi como pedra se esfregando.

“Eu sei como eles se comunicam através da magia da terra. Eu os atraio com seu chamado de alimentação, e quando todos estão ocupados lutando com as aranhas, meus mortos-vivos varrem o campo. O Senhor nos proibiu de matar os peludos brancos, mas os Clackers não respondem às suas ordens.

Eu só cuido dos caçadores. Não é minha culpa se os pequenos bastardos não sabem como se defender sozinhos. ”



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