Magus Supremo Americana

Tradução: SilentFitts

Revisão: Barão_d’Alta_Leitura


Volume 3

Capítulo 110: Desespero

O Byk deu uma risadinha, uma luz divertida brilhando em seus olhos.

“Que a Grande Mãe me livre de destinos tão terríveis. Sem ofensa, mas para ser um parceiro de acasalamento decente você é muito magro, muito pequeno, sem pelos e muito humano.”

Graças à sua sensibilidade de mana recentemente encontrada, Lith percebeu que o Byk não estava realmente falando. Ele usava a magia do ar para transformar os sons da floresta em palavras compreensíveis.

“Nada. Para ser honesto, estou feliz em ouvir isso. Até onde eu sei, estou interessado apenas em fêmeas humanas. Só de pensar que fosse o contrário estava me assustando.” Ele respondeu.

“O que é um amigo?” O Byk perguntou rindo.

“Excelente pergunta.” Lith suspirou. “Em teoria, é alguém que se preocupa com você tanto quanto você com ele. Alguém em quem confiar durante os momentos difíceis ou quando você está em apuros.”

“Soa como uma mãe ou um líder de matilha.”

Talvez porque fosse jovem ou apenas porque era um animal, mas Lith teve a impressão de que a conversa não estava levando a lugar nenhum.

“Você sabe alguma coisa sobre o castelo?” Lith apontou para as torres da academia, claramente visíveis acima da linha das árvores.

“A montanha feita pelo homem? Claro, todo mundo sabe disso. É o lugar onde os filhotes de pelo branco, como você, residem.”

Lith estava prestes a ficar de cara com a palma da mão em frustração, mas então o Byk lhe fez uma pergunta estranha.

“Agora que você mencionou, pode me explicar por que seus companheiros de covil enlouqueceram?”

“O que você está falando?” Lith respondeu confuso.

“Até o inverno passado, o povo da floresta e o povo da montanha feita pelo homem coexistiam pacificamente. Claro, de vez em quando acontecia uma grande briga, mas essa é a natureza da selva. O forte vive, o fraco morre.” Ele encolheu os ombros.

“Mas agora as coisas são diferentes. Os peludos brancos vagam pela floresta não em busca de comida ou ervas, eles agora nos caçam ativamente, tentando nos matar. E quando eu digo nós, quero dizer jovens animais mágicos, se não ninhadas.”

Essa notícia não fazia sentido. De acordo com o que Selia disse a Lith no passado, um filhote não tinha valor de mercado, vivo ou morto. A pele era muito áspera em comparação com a de um espécime adulto, e ninguém jamais conseguiu domar um.

Bestas mágicas não eram apenas poderosas, mas também tinham força de vontade. Se um filhote fosse alimentado e bem cuidado, logo seria capaz de escapar, ou pelo menos de morrer tentando. Do contrário, eles simplesmente morreriam de fome ou do abuso.

Além disso, ao matar um filhote, a pessoa sofreria a ira de seus pais, um movimento de alto risco e sem recompensa. Um caçador errante pode não se importar, mas para os alunos da academia, era suicídio fazê-lo.

Eles poderiam encontrar as feras novamente durante um exame, ou pior ainda, quando estivessem sozinhos. Isso significaria ser reprovado por receber a ajuda de um professor ou então morrer.

“Felizmente, a maioria deles são furtivos como uma tempestade, então apenas alguns foram mortos. Depois de retaliarmos, o Senhor da floresta nos disse para parar, para tentar resolver as coisas com o Senhor da montanha.

Mas então as coisas ficaram ainda piores. Mais e mais estranhos chegavam, fortes o suficiente para matar adultos.” O Byk apontou para os caçadores inconscientes com o focinho.

Lith podia entender como esses eventos estavam relacionados ao diretor. Era uma manobra de pinça, para tornar a academia perigosa tanto dentro quanto fora de seus muros. Se um aluno morresse ou desaparecesse na floresta, especialmente durante um exame, culpar Linjos seria uma brincadeira de criança.

O que ele não entendia era por que tais eventos estavam ligados à sua própria alma. Ainda havia algo errado, ele podia sentir que a visão ainda não havia se revelado. O coração de Lith começou a bater forte no peito.

Um medo irracional estava picando sua mente como incontáveis agulhas, o suor frio cobrindo seu corpo. Ele não tinha ideia do que deveria fazer ou encontrar, mas sabia que a janela de oportunidade estava prestes a se fechar.

A única carta que lhe restava para jogar eram os caçadores. Ainda era luz do dia, e ele não podia se dar ao luxo de ser descoberto ou interrompido, então mudou de roupa novamente e lançou o feitiço Silêncio ao redor deles.

Agora, não importando o que ele fizesse ou o quanto eles gritassem, ninguém iria ouvi-los. E mesmo se alguém “tropeçasse nele”, tudo o que essa pessoa veria seria um caçador matando sua competição.

Acordou todos com um jato de água gelada. Eles descobriram que tinham suas mãos e pés presos dentro da terra abaixo deles, terra esta que Lith havia transformado em pedra. Suas bocas estavam entupidas de barro, impedindo-os de falar.

O garoto os havia revistado um por um, até mesmo na boca, levado todos os itens encantados ou alquímicos que eles possuíam, deixando apenas suas roupas. Eles estavam à sua mercê total, e mesmo lançar a primeira magia seria incrivelmente difícil.

Lith removeu a mordaça da mulher corpulenta, ela era a menos propensa a saber algo útil, então seria a escolha perfeita para dar o exemplo para os outros dois.

“Liberte-me e lute como um homem. Se é que você consegue, seu covarde de merda!” Ela cuspiu nele, seu cabelo castanho molhado dançava descontroladamente enquanto ela lutava para se libertar, ignorando a dor de suas fraturas.

A resposta de Lith então foi atingir o esterno quebrado, fazendo-a tossir sangue, a agonia nublando seus olhos com lágrimas.

“Você perdeu na luta três contra um, quando estava em sua melhor condição. Ficar livre ou presa não mudaria o resultado.” Ele disse, tentando esconder a necessidade desesperada que tinha por informações.

“Diga-me quem são vocês e o que estão fazendo aqui.”

Ela riu na cara dele, mostrando um sorriso maldoso.

“O homenzinho está em um cronograma, uh? Faça o seu pior. Mate-me, eu não dou a mínima. Espero que seu mestre lhe dê a morte de um cachorro por seu fracasso.”

Outro calafrio invadiu o corpo de Lith, as imagens da corrida de táxi excruciante apenas para descobrir que o corpo morto de Carl o empurrou do penhasco, fortalecendo-o o suficiente para deixar o abismo que morava dentro dele vagar livre mais uma vez, e ainda mais fundo.

“Você acabou de cometer seus dois últimos erros. Primeiro, eu não sirvo a nenhum mestre; segundo, você não tem ideia de qual é o meu pior. Eu sou um curandeiro.” Essas palavras pretendiam ser uma ameaça, mas ela achou o hilário.

“Um curandeiro? Então me cure para que eu possa arrancar sua cabeça da porra do seu pescoço.”

Lith removeu a luva da mão direita, colocando-a no estômago talhado, logo acima do plexo solar.

“Se você quer me repreender, esse é o lugar errado, garoto.” Lith a ignorou.

“Você sabe, um curador é obrigado a conhecer o corpo humano melhor do que qualquer outra pessoa. Nós sabemos como lidar com a dor máxima enquanto mantemos nosso paciente vivo.”

Depois de usar o revigoramento nela, ele localizou seu núcleo de mana. De acordo com o Professor de Alquimia, enviar mana para o corpo de outra pessoa era como injetar veneno. Lith agora fervia em curiosidades. Queria ver o que aconteceria em seu experimento com seus próprios olhos.



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