Volume 3
Capítulo 149: Contagem Regressiva
Areta ergueu o braço direito com um gesto confiante. Uma barreira acoplada em sua mão começou a se moldar no formato de um cone pontiagudo, direcionada diretamente para o clone de Leonora.
— Pelo visto, você realmente se envolveu com guildas... — disse Areta, o tom carregado de sarcasmo e desdém. — Excelente! Agora tenho a justificativa perfeita para te matar. Vingança da Deusa!
A ponta do cone se esticou em um movimento rápido e letal, buscando atingir Leonora.
Cedric, mantendo a calma, reagiu imediatamente. Ele conjurou uma esfera negra que explodiu contra o teto, criando um grande buraco. Leonora, sem hesitar, agarrou Cedric pelo colarinho, movendo-se como um borrão graças a um impulso fervoroso. Já no céu, Cedric abriu o o livre conjurando sua técnica Societas Poetarum Mortuorum (Sociedade dos Poetas Mortos). As páginas do livro ganharam vida, girando como folhas ao vento até formarem o clone de Cassie.
Areta estreitou os olhos ao vê-los escapar.
— Não pensem que vão fugir! Ascensão da Deusa!
Com um movimento brusco de sua mão, várias barreiras em formato de paralelepípedos surgiram no chão, como tijolos prontos para erguer um muro invisível. Ao comando de Areta, eles foram arremessados para cima com velocidade e força assustadoras, atravessando o teto do prédio e indo em direção ao céu.
O clone de Cassie não perdeu tempo. Ativou imediatamente sua técnica, materializando, o seu véu e o tapete mágico. Ela gesticulou para os outros clones subirem enquanto, com uma destreza impressionante, desviava dos paralelepípedos que os perseguiam no ar.
Areta, entretanto, não recuava. Com um sorriso que misturava determinação e sadismo, criou mais paralelepípedos e subiu sobre um deles, sendo impulsionada ao céu para alcançar os adversários.
Agora, pairando sobre o tapete de barreiras, ela observava os três clones voando no tapete mágico.
— Leonora! — gritou Areta, a voz carregada de fúria. — Sua desgraçada... Como conseguiu tantos aliados?!
Leonora ignorou as palavras, sua expressão séria e focada. Ela esticou o braço direito, moldando nuvens brancas que se estendiam em um soco massivo na direção de Areta.
Areta respondeu no mesmo instante, invocando uma parede retangular que bloqueou o golpe com facilidade. Leonora retraiu o soco e transformou as nuvens de suas mãos para nuvens Cumulonimbus, as quais eram tingidas de um preto tempestuoso. O clone começou a girar os braços rapidamente, preparando seu poderoso golpe.
Ao mesmo tempo, Cedric invocou várias esferas negras, que avançaram na direção de Areta como projéteis.
Areta apenas riu.
— Amadores... Gula da Deusa!
Várias barreiras cúbicas apareceram ao seu redor. Cada uma delas avançou contra as esferas negras, abrindo uma de suas faces para enclausurar os ataques. Em seguida, Areta balançou a mão, ordenando que os cubos se voltassem contra o tapete mágico.
Enquanto isso, no chão, Kassandra e Baan lutavam contra professores nos corredores. Baan, em um momento de pausa, olhou para o céu.
— Kassandra, olhe!
Ela seguiu o olhar dele, arregalando os olhos ao reconhecer o tapete voador e os clones.
— É a Cassie! Vamos até lá, Baan. Temos que salvar minha filha!
Ambos correram na direção do confronto no céu.
De volta ao Bloco B, logo abaixo de onde se sucedia a luta de Areta, Kreik e Rydia observavam o embate através do teto destruído, sentindo um calafrio ao testemunharem o poder absoluto da reitora substituta. Kreik foi o primeiro a se mover, correndo para fora da sala em direção a Rufus, ainda preso dentro da barreira esférica.
— Rufus, Vou te tirar daí! — gritou Kreik, socando a barreira em uma tentativa desesperada de quebrá-la.
Rufus balançou a cabeça, o desespero evidente em sua voz.
— Não adianta, Kreik. Enquanto os poderes da minha mãe estiverem ativos, ninguém pode me tirar daqui... nem mesmo minha besta mágica.
Kreik olhou para Rydia, sua expressão carregada de urgência.
— O que vamos fazer?
Rydia manteve o olhar fixo no céu, analisando a luta enquanto suas mãos já trabalhavam em algo.
— Vamos ganhar uns minutos...
Ela retirou um pequeno objeto de seu cinto de utilidades, envolvendo-o em uma bolha de água em formato de flecha com a mão direita. Na mão esquerda, moldou um arco feito de água elástica, armando-o com precisão.
Seus olhos predatórios brilharam enquanto ela mirava cuidadosamente em Areta, esperando o momento certo para atacar.
No céu acima do bloco B, o confronto continuava intenso. As barreiras cúbicas conjuradas por Areta perseguiam o tapete voador de Cassie, explodindo em sequências caóticas de esferas negras. Antes que o impacto definitivo acontecesse, Cedric e Leonora saltaram do tapete em movimentos sincronizados.
Leonora avançou diretamente contra Areta, com um soco carregado de nuvens negras envoltas em eletricidade. A energia pulsava de sua mão esquerda, formando um arco de luz no ar. Areta, no entanto, envolveu-se em uma barreira esférica impenetrável. O paralelepípedo mágico que a sustentava no ar desmoronou sob a força do impacto, fazendo-a cair de volta ao bloco de ensino. Contudo, ela emergiu ilesa, protegida pela barreira.
Cedric e Leonora aterrissaram logo à frente, mas sem tempo para reagir. O clone de Leonora investiu novamente, desferindo outro golpe poderoso, dessa vez com a mão direita, contra a barreira esférica de Areta. Faíscas de eletricidade dançavam pela superfície protetora enquanto Areta observava, seus olhos semicerrados em análise.
“Tem algo errado...”, murmurou Areta para si mesma, seus pensamentos se alinhando rapidamente. “Leonora deveria ser mais forte que isso”.
A barreira permaneceu intacta. O clone recuou o punho, frustrado.
— Como isso foi possível? — perguntou o clone, com a respiração pesada.
Areta desfez a barreira ao seu redor, erguendo uma das mãos com determinação.
— Vingança da Deusa! — bradou ela.
Uma nova barreira em forma de cone pontiaguada se materializou em sua mão, estendendo-se velozmente para atravessar o clone de Leonora. No instante do impacto, o clone desfez-se em folhas de papel que se espalharam pelo ar.
— Papel...? — Areta franziu o cenho, surpresa. — Então essa não era a verdadeira... Como isso é possível?
Antes que pudesse raciocinar mais, Rydia aproveitou a distração. Com precisão implacável, ela disparou sua flecha de água comprimida.
— Flecha de Constrição! — gritou ela.
A flecha atingiu as costas de Areta, transformando-se em uma esfera de água densa que a envolveu por completo. Areta riu de forma condescendente.
— Você acha que isso vai me deter? — desafiou ela.
Rydia manteve a calma, apontando para o núcleo da esfera de água. Dentro, brilhava uma runa pulsante.
— Sim, vai — afirmou Rydia, confiante.
Areta estreitou os olhos ao reconhecer o objeto.
— Uma... runa? Não pode ser... — murmurou ela, incrédula.
A runa ativou-se, reforçando a esfera de água com uma barreira adicional. Areta arregalou os olhos, finalmente compreendendo.
— Essa foi a runa que você recebeu quando passou no meu teste... — disse Areta, sua voz carregada de incredulidade.
Rydia confirmou com um sorriso determinado.
— Foi o que você disse, professora. Que ela poderia restringir temporariamente qualquer coisa, até você.
Enquanto isso, no chão, a barreira que envolvia Rufus se dissipou. Ele não perdeu tempo e correu em direção à saída, mas Kreik estava perto demais para deixá-lo escapar.
— Não vou deixar você fugir! — gritou Kreik.
Antes que pudesse agir, Cedric, com um impulao fervoroso, surgiu como um vulto. Com um movimento ágil, ele atravessou pelo buraco da parede, chutando Kreik para longe e agarrando Rufus pelo braço. Em seguida, ambos saltaram por um dos vitrais quebrados, caindo do alto do prédio. Kreik levantou-se, correndo até a janela, mas era tarde. O clone de Cassie já havia se restaurado e os resgatado com o tapete voador.
Kreik correu até Rydia, sua voz carregada de urgência.
— Eles escaparam! — disse ele.
Rydia, ainda observando as folhas de papel do clone destruído de Leonora que voavam pelo céu, sorriu levemente.
— Na verdade, é o contrário. Eles nos levarão até Leonora.
— Como assim? — perguntou Kreik, confuso.
Rydia apontou para uma folha de papel presa em uma teia de água no chão.
— As folhas do clone, quando destruídas, sempre retornam ao livro original. Se eu soltar o fio elástico... — explicou ela.
— A folha vai nos levar até o livro, ou seja, até Leonora. — Kreik completou, os olhos brilhando com admiração. — Isso é incrível, Rydia! Você é muito inteligente.
Areta, ainda presa, riu ao ouvir a conversação da dupla.
— Você foi esperta, Rydia. Muito esperta.
— Por que tanta felicidade, professora? — perguntou Rydia, virando-se para ela.
Areta fechou os olhos e cruzou as mãos à frente do corpo, aceitando a derrota temporária.
— Eu pensava que vocês estavam todos juntos trabalhando para Leonora. Agora vejo que há dois lados opostos. Hazard quer extrair a sílfide de Leonora, e vocês querem salvá-la. — Ela abriu os olhos, encarando Rydia. — Portanto, aposto em vocês. Libertem Leonora e me permitam matá-la. Esta barreira me restringirá por 30 minutos. Depois disso, eu cuidarei de todos vocês.
— E como sabe que vamos conseguir? — Rydia perguntou, com um tom desafiador.
— Porque confio em suas habilidades. — Areta sorriu, com um mix de confiança e desdém. — Se você foi capaz de se tornar minha estagiária, será capaz de trazer Leonora até mim.
Rydia estreitou os olhos e cerrou o punho, mas não disse nada, apenas soltou o fio elástico, e a folha de papel começou a flutuar em direção ao céu.
— Vamos, Kreik — disse ela, estendendo a mão na direção da folha.
Kreik segurou a mão dela e juntos avançaram pelo ar, seguindo o caminho traçado pela folha.
O clone de Cassie rapidamente desativou sua habilidade, fazendo com que o clone de Cedric e Rufus pousassem em segurança no chão. Assim que ambos tocaram o solo, o clone de Cassie se desfez, com as folhas de papel retornando ao livro que se encontrava nas mãos do outro clone. Cedric e Rufus começaram a avançar cautelosamente, mantendo-se nas sombras e evitando qualquer barulho que pudesse denunciá-los. O destino deles era claro: o galpão do almoxarifado.
Enquanto os dois se aproximavam, Hazard, posicionado no alto de um prédio próximo, avistou a dupla pela janela empoeirada. Dentro do raio de atuação de sua habilidade, ele assumiu o controle do clone de Cedric, infundindo-o com sua própria voz e presença. Quando o clone começou a falar, parecia exatamente como o próprio Hazard.
— Rufus, trouxe o que eu pedi? — questionou o clone, com um tom autoritário.
— Sim, tá aqui comigo. — Rufus mostoru a ponta do caderno dentro de sua camisa, com um olhar ansioso. — E você? Conseguiu finalizar os preparativos para o ritual?
— Sim. Assim que trouxerem o livro de volta, colocaremos Leonora na maca e iniciaremos o processo de extração da Sílfide.
Rufus suspirou, ajustando a postura.
— Certo. Depois disso, lhe entregarei a pesquisa.
O clone inclinou levemente a cabeça, como se estivesse ponderando algo.
— Onde está minha sobrinha?
— Tivemos um contratempo... Rufus hesitou, sua expressão carregada de culpa. — Ela ficou para trás para me dar a oportunidade de fugir.
O clone de Cedric fechou os olhos, soltando um suspiro pesado.
— E se ela for capturada? Isso vai prejudicar a minha parte do acordo.
— Não se preocupe. — Rufus ergueu as mãos em um gesto apaziguador. — Depois do ritual, eu mesmo vou ajudar a resgatá-la. Eu prometo. Não quero que mais ninguém se machuque. Tudo o que quero é ter a Sílfide de volta.
Enquanto o diálogo acontecia, Kreik e Rydia voavam rapidamente seguindo a folha de papel. O som do vento cortando suas faces mal permitia uma conversa, mas suas expressões eram sérias e focadas. No chão, avistaram Kassandra e Baan correndo pelo campus. Baan ergueu a cabeça ao perceber a dupla no ar e gritou:
— Pessoal, onde estão indo? Conseguiram localizar Cassie ou Rufus?
Rydia inclinou-se para o lado da folha de papel, colocando as mãos em concha para amplificar a voz.
— Sim! Estamos seguindo o rastro deles. Nos sigam! Chegaremos até eles logo.
— E Areta?
— Está presa em uma barreira. Em menos de trinta minutos, ela estará solta. Precisamos salvar todos nesse tempo, ou estaremos mortos — Rydia gritou novamente, desta vez com um tom mais urgente.
Kassandra e Baan se entreolharam, trocando um olhar de compreensão silenciosa. Sem perder tempo, ambos assentiram e começaram a correr na direção da dupla, movendo-se rapidamente pelos caminhos do campus.
Paralelamente a esses acontecimentos, um grupo de professores se reuniu ao redor de Areta, que permanecia confinada na barreira conjurada por Rydia. Um deles, claramente preocupado, aproximou-se.
— Senhora Areta, o que aconteceu? Como podemos tirá-la daqui?
Areta permaneceu impassível, seus olhos rubros brilhando com intensidade.
— Não é necessário. Apenas esperem.
Outro professor, menos contido, adiantou-se, falando com confiança.
— Nos diga onde estão os intrusos. Vamos persegui-los e capturá-los.
Areta ergueu uma sobrancelha, claramente irritada com a insistência. Seu tom de voz era frio e cortante.
— Não é necessário. Quem estiver lutando, deixe que termine sua luta. Os demais, fiquem apenas esperando nos arredores da universidade.
— E os intrusos? Vamos deixá-los escapar sem fazer nada? — retrucou o professor com mais veemêcia.
Areta desviou o olhar para ele, seus olhos penetrantes e imponentes parecendo atravessar sua alma, o professor tremendo de medo.
— Eu mesma matarei todos eles quando sair daqui. Se prezam por suas vidas, mantenham-se fora do meu caminho. Caso contrário, serão pegos no fogo cruzado.
Os professores trocaram olhares nervosos, incapazes de refutar a ordem. O silêncio pairou sobre o grupo enquanto Areta permanecia dentro de sua barreira, serena e imponente, aguardando pacientemente o momento de sua libertação.
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