Luvas de Ifrit Brasileira

Autor(a): JK Glove


Volume 3

Capítulo 147: Te Achei!

Baan levantou-se devagar, os ossos de seus braços moldando-se em dois escudos robustos, os Skull King Shields. Ele estava visivelmente envergonhado, mas seu olhar determinado contrastava com o rubor de suas bochechas. 

Do outro lado, Kassandra deslizou graciosamente pelo solo como se estivesse sobre uma pista de gelo, seus patins mágicos emitindo faíscas ocasionais. Seu rosto estava contorcido de raiva e dor emocional, um misto de sentimentos que a tornavam ainda mais perigosa. 

Baan tentou recuar lateralmente, na esperança de evitar o confronto direto. No entanto, a velocidade de Kassandra era impressionante, e ela logo reduziu a distância entre eles. 

Com um giro de bailarina, apoiando-se no pé esquerdo, ela desferiu uma série de chutes rápidos e precisos com a perna direita. Cada golpe parecia ensaiado, uma mistura de graça e força letal. Baan ergueu os escudos para bloquear cada impacto, o som das lâminas dos patins ecoando pelo jardim como se fosse metal contra metal. 

— Kassandra, dá uma pausa! — implorou Baan, sua voz carregada de urgência. — Posso te explicar tudo! 

— Vai à merda, seu mentiroso! — retrucou ela, sua voz transbordando raiva. — Você brincou com os meus sentimentos, colocou minha filha em perigo e ainda ousa pedir clemência? Monstro! 

Ela girou mais uma vez, o movimento fluido culminando em um golpe devastador. 

— Adágio Ígneo! — gritou, enquanto uma lâmina flamejante emergia de seu patim direito. 

Baan cruzou os escudos na frente do rosto, mas o calor intenso e a força do impacto os derreteram. Ele foi lançado para trás, caindo no chão com um gemido de dor, suas costas raspando contra a grama do jardim. 

— Eu achava que os professores desta universidade não fossem tão habilidosos em combate. — resmungou Baan, forçando-se a sentar enquanto se contorcia de dor. 

Kassandra aproximou-se, os olhos fixos nele, cheios de desprezo. 

— Eu te avisei, idiota. Os professores do nosso NDE são a elite desta universidade. Agora me diga: onde está minha filha?

— Eu também quero saber! — respondeu Baan, com a voz embargada. — Um dos meus objetivos aqui é salvá-la. 

— Você a colocou em perigo e agora quer bancar o herói? Patético. 

Kassandra girou novamente, invocando outra lâmina flamejante. 

— Adágio Ígneo! 

O golpe atingiu Baan em cheio, jogando-o contra a parede com um estrondo. Ele sentiu o ar ser arrancado dos pulmões, mas a dor do golpe foi menor que o anterior.  “É impressão minha ou esse golpe foi mais fraco que o anterior...”, pensou ele, tentando entender. “Será que ela está hesitando ou tem algo haver com sua habilidade?” 

Enquanto Kassandra deslizava novamente na direção dele, seus patins deixando rastros luminosos pelo chão, ela preparou outro chute poderoso. Baan inclinou a cabeça para o lado no último instante, e o golpe acertou a parede, quebrando-a. 

— Kassandra, estamos do mesmo lado! — gritou Baan, erguendo as mãos em sinal de rendição. — Eu sei que vacilei, mas precisamos nos concentrar em salvar Cassie. Vamos resgatá-la, e depois você pode me bater até saciar toda a sua raiva. 

Por um instante, Kassandra parou, analisando as palavras dele. Então, aproximou-se e, sem aviso, desferiu uma joelhada brutal nas partes íntimas de Baan. 

— Argh! — ele caiu de joelhos, urrando de dor. — Tá bom... Eu meio que mereci isso. 

Kassandra deu de ombros e virou-se de costas. 

— É bom que a gente traga Cassie de volta. Mas se ela tiver ao menos um fio de cabelo fora do lugar, pode dizer adeus ao seu amiguinho. Eu mesma vou arrancá-lo fora.

Baan estremeceu, engolindo em seco. 

— Tá, tá! Vou proteger ela com a minha vida.

Antes que ele pudesse se recompor, o transmorfo de galinha, que até então observava a cena, protestou: 

— O que tá fazendo, professora Kassandra? Acabe logo com ele!

Kassandra lançou-lhe um olhar frio e deslizou até ele com movimentos precisos. Ela fez um giro elegante, segurando o calcanhar esquerdo, e bradou: 

— Adágio Gélido!

O patim esquerdo congelou, e ela desferiu um chute lateral devastador que atingiu o professor na bochecha, lançando-o longe e deixando-o inconsciente. 

— Vamos procurar a Cassie. — declarou, desativando seus patins, que desapareceram em uma névoa mágica, revelando seus sapatos. 

Baan, impressionado pela demonstração de força, apenas assentiu. Juntos, seguiram pelos corredores da universidade, seus passos ecoando enquanto buscavam desesperadamente por Cassie ou algum sinal de Rufus. 

Pouco mais a frente, Moara caminhava pelos corredores da universidade, passos rápidos e o olhar atento, procurando qualquer sinal do inimigo. A atmosfera era tensa e o silêncio era seu parceiro. Foi então que ela notou três professores surgindo ao fundo do corredor. Eles a avistaram e se entreolharam, e ela, sabendo que estava em apuros, passou a correr.

— Que azar desgraçado! Por que que eu tinha que bater logo de frente com eles... — murmurou, aumentando a velocidade.

— É a maga da guilda intrusa. Peguem ela! — gritou um dos docentes.

Os professores começaram a correr em sua direção. Moara virou-se e disparou na outra direção, seus passos ecoando pelos corredores. Ela olhou rapidamente para trás, percebendo que a distância entre eles diminuía.

— É melhor recuarem ou vou descer a porrada em vocês sem dor e piedade. Seu bando de fracotes! — gritou, sua voz carregada de petulância, enquanto os professores ficavam mais irritados.

Após dobrar uma esquina, ela avistou um armário abandonado e um corredor estreito à direita. Com um sorriso malicioso, decidiu usar aquilo a seu favor. Correu até o armário, abriu a porta e deixou-a entreaberta. Em seguida, dobrou pelo corredor estreito e se escondeu em meio a uma brecha atrás de uma pilha de cadeiras empilhadas.

Os professores chegaram ao local e pararam.

— Ela deve ter entrado no armário! — gritou um deles, puxando a porta. — Merda! Não tem nada aqui.  — Eles se entrolharam confusos. — Um professor apontou para outro. —Você, vá até a professora Areta e peça reforços. Diga que avistamos um dos intrusos no bloco D. Rápido! 

Moara, observando tudo de seu esconderijo, teve que conter uma risada.

“Vocês são tão burros e ainda se dizem professores. Bando de manés”, sussurrou para si mesma antes de sair silenciosamente pelo corredor oposto.

Com os professores devidamente despistados, Moara seguiu caminho até encontrar um local mais calmo e murmurou:

— Se eu fosse um psicopata mequetrefe como o Hazard ou um traíra sádico de quatro olhos como Rufus, onde faria meus experimentos malucos?

Ela olhou ao redor, o dedo tocando o queixo enquanto pensava. Então, algo pareceu acender em sua mente.

— Já sei! — Ela tirou Bardo de dentro de sua camisa. — Certo, amigão, a mãezinha tá precisando que você encontre o lugar mais isolado possível nesta universidade. Se alguém fosse fazer besteiras, seria lá.

Bardo piou e voou ao alto, observando todos os edifícios, ao descer passou a guiar Moara pelo corredor. Ele a levou até a área dos reservatórios de água, um espaço escuro e pouco frequentado. Moara caminhou cautelosamente, seus passos ecoando enquanto descia uma escada que levava ao subsolo.

Lá embaixo, o ambiente era úmido e silencioso, com uma sensação opressiva no ar. De repente, algo brilhou no canto de sua visão. Antes que pudesse reagir, um tentáculo líquido a atingiu no ombro, jogando-a no chão.

— Mas que diabos?! — gritou, se levantando com raiva.

De uma poça de água no chão, surgiu Lemon Doyle, em sua forma híbrida, com corpo o corpo translúcido, lembrando uma água-viva. Ele ajeitou seus óculos com um movimento calculado, sua voz gélida preenchendo o espaço.

— Você cometeu um grande erro ao vir aqui, garotinha. Este será seu cemitério.

Moara limpou a sujeira de sua roupa e o encarou com um sorriso zombeteiro.

— Sério? Uma água-viva? Pensei que pudesse se transformar em algo mais assustador...

— Uma água-viva pode ser bem mais assustadora do que você pensa. Hehehe!

— Não fique se achando, uma água-viva é apenas um cogumelo que nada. — Moara assumiu uma posição de combate, com os braços próximos ao rosto. — Poder vir pra cima, que eu vou te mostrar o que é um poder de verdade!

Os olhos de Doyle brilharam com fúria, e ele avançou, preparando outro ataque.

Enquanto isso, nos dormitórios da universidade, Rufus e Prya andavam sorrateiramente pelos corredores. Ao chegar no quarto de Rufus, ele abriu a porta com cuidado e entrou, seguido por Prya. Lá dentro, Rufus caminhou até um painel escondido na parede e pressionou uma sequência de botões. Uma gaveta secreta se abriu, revelando um caderno envelhecido.

— Aqui está, a pesquisa do meu irmão — murmurou Rufus, pegando o caderno com cuidado. Ele o ergueu e olhou para Prya, que sorriu satisfeita.

— Com isso, temos o que precisamos. Agora, vamos sair daqui antes que alguém perceba — disse Prya.

Os dois saíram do quarto e começaram a andar pelos corredores, mantendo a mesma discrição. Contudo, escondidos atrás de um canto próximo, Rydia, Kreik e Uji observavam cada movimento.

— Te achei, Rufus — murmurou Rydia, seus olhos fixos no alvo, virando-se a seguir para os dois companheiros. — Vamos segui-lo. Se ficarmos perto, ele vai nos levar até Hazard. Só assim conseguiremos salvar Leonora.

Kreik e Uji assentiram, e os três começaram a seguir Rufus e Prya, cuidando para não serem notados. A tensão era palpável, e cada passo os aproximava mais da localização de Hazard e Leonora.

Kreik, Rydia e Uji seguiam Rufus e Prya pelos corredores sinuosos do pavimento superior do bloco, mantendo a maior discrição possível. As passadas dos dois alvos ecoavam pelos corredores, e o trio tentava se manter fora de vista. Contudo, em um momento de descuido, um reflexo em um espelho próximo revelou parte do corpo de Kreik.

— Estamos sendo seguidos — alertou Rufus, diminuindo o ritmo e olhando discretamente para trás.

Prya virou-se abruptamente, seus olhos faiscando. Sem hesitar, levantou a mão e disparou um feixe de laser vermelho brilhante.

— Cuidado! — gritou Uji, puxando Rydia e Kreik para o lado.

Os três conseguiram desviar no último segundo, mas o ataque criou uma explosão de faíscas que iluminou o corredor. Aproveitando a oportunidade, Rufus e Prya começaram a correr.

Rydia sacou sua pistola rúnica em resposta.

— Eles não vão escapar — murmurou, concentrada, enquanto disparava tiros de água pressurizada.

Prya sacou seu sabre de luz vermelho, o Deathsaber, e começou a ricochetear as balas com movimentos precisos, o som das lâminas cruzando o ar ecoando pelo local.

A dupla inimiga dobrou uma esquina, e Prya rapidamente tocou a parede, traçando um símbolo rúnico com a ponta do dedo.

— Vou pegar vocês! — avisou Kreik, ativando as luvas de Ifrit para alçar voo e tentar alcançá-los mais rapidamente.

Assim que Kreik se aproximou do símbolo, ele brilhou intensamente antes de disparar um laser poderoso. O impacto o atingiu em cheio, lançando-o para fora da estrutura e rompendo parte da parede. Ele caiu em um gramado, batendo de lado, mas as luvas amorteceram o impacto.

Do alto de um prédio vizinho, um professor que patrulhava o local testemunhou a cena. Com olhos arregalados, correu em direção à sala da professora Areta, para alertá-la do ocorrido.

— Kreik, você tá bem? — gritou Uji, enquanto ele e Rydia se aproximavam da borda.

— Sim, tô bem! — respondeu Kreik, levantando-se com um gemido. — Vou dar a volta pelo lado de fora e pegá-los por cima! — Ele voou para o exterior do prédio, disparando dardos flamejantes contra os vitrais, tentando interceptar Prya e Rufus.

Lá dentro, Prya continuava a lançar feixes de laser da ponta dos dedos, tentando se defender dos ataques enquanto ela e Rufus corriam. Rydia e Uji não desistiram. Seguiram pela rota interna, forçando os inimigos a recuarem ainda mais. Rydia concentrou-se, ajustando a pistola.

— Hora de acabar com isso. Spider Shot!

Um disparo saiu da pistola, formando uma rede de água elástica que avançou com precisão. A rede envolveu Prya, enroscando-se em seu corpo e limitando seus movimentos. A força a jogou ao chão com um estrondo, mas, com reflexos rápidos, ela conseguiu liberar um braço antes de ser completamente imobilizada.

Uji viu a oportunidade e avançou com sua katana.

— Agora eu te pego, Prya! — gritou, sua lâmina brilhando.

Prya, no entanto, usou o braço livre para disparar um laser no chão. O impacto destruiu parte do piso, criando uma abertura próxima aos pés do samurai, no intento de derrubá-lo para o térreo.

— Uji! Não vou aguentar! — gritou Rydia, sentindo o peso de Uji suspenso pelo fio elástico que ainda conectava sua pistola à rede que prendia Prya.

Uji, segurando-se com um braço no fio elástico de água e o outro em sua katana, olhou para a amiga e lhe deu uma piscadela confiante.

— Solta, Rydia. Eu cuido disso!

Antes que ela pudesse responder, ele usou a katana para cortar a parte do fio que conectava a pistola, caindo com força no pavimento inferior. Contudo, com a outra mão puxou o lado do fio que prendia Prya, arrastando-a consigo.

Uji e Prya bateram com as costas no chão do andar inferior, ambos gemendo com o impacto. Os fios de água elástica desfizeram-se lentamente, deixando os dois livres para se enfrentarem.

Uji levantou-se primeiro, sua katana já em posição.

— Parece que ficamos só nós dois, Prya. Hora de resolver qual o lado mais forte da força. Hehehe!

Prya ergueu-se com esforço, ajeitando o Deathsaber em sua mão. Seu olhar era gélido.

— Você e suas piadinhas... Não me subestime, meu sabre de luz vai te fatiar por inteiro.

Eles começaram a se mover em círculos, analisando um ao outro. Antes que pudessem trocar golpes, passos apressados ecoaram pelo andar. Professores surgiram de todas as direções, cercando os dois.

— Chega de luta! Sob as ordens da Reitora Substituta, vocês dois estão sob custódia. Caso não queiram vir por livre e espontânea vontade, não iremos hesitar em fazer o uso da força! — gritou um dos professores, a voz firme.

Uji e Prya trocaram olhares rápidos, cada um medindo suas opções. O combate havia sido interrompido, mas o clima permanecia carregado, e o desfecho estava longe de ser decidido.

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