Volume 1 – Arco 1
Prológo
Um jovem se ajoelhou próximo de um córrego e tomou um gole de água e, antes que pudesse engolir, vomitou sangue. Seu corpo estava muito machucado e havia uma flecha cravada no seu abdome.
Uma brisa suave acariciou seu curto cabelo preto. Era um rapaz bonito de feições gentis, pele clara, olhos profundos e escuros como o cabelo. 1.65 de altura e magro, porém o corpo tinha uma resistência anormal.
Ele usava calças escuras, camisa de flanela branca e sapatilhas de couro. No tecido da gola e das mangas destacaram o bordado de um brasão. Todo o vestuário era de boa qualidade, tanto que o péssimo estado e as manchas de sangue não ofuscaram o brilho.
O ar estava impregnado com uma fragrância inebriante de flores silvestres. O jovem olhou para o córrego e sorriu.
A cor da água mudava conforme a força da correnteza, passando de um forte púrpura para um azul-escuro e finalmente para um azul-esverdeado transparente, pontilhado de manchas escuras provenientes das gotas de sangue que escorriam da ferida do abdome.
― Diana, desculpe... não vou poder voltar. Que os céus se rasguem sob o fogo da minha agonia. Esse foi todo o limite do meu poder ― sussurrou quase sem forças. ― Eu fracassei!
Encostou o corpo no tronco de uma árvore sentindo um cansaço tão grande que chegava a ser desesperador.
Um torpor lhe invadiu os seus músculos, deixando os braços e as pernas pesadas. Pegou uma pequena algibeira de couro amarrada na cintura.
― Não é justo, tanto sofrimento.
As palavras já não saiam inteiras de sua boca. O sentimento de frustração se transformou em raiva. Tentou respirar fundo, mas não conseguiu.
― Eu que... quero que todos morram… — E depois de um esforço inigualável, gritou com as forças finais: — EU VOU VOLTAR!
Sua mão cedeu ao próprio peso e a algibeira caiu de lado. A cabeça pendeu para a frente e lágrimas rolaram pelo seu rosto.